SÃO PAULO (Reuters) - O candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, disse que se sente tentado a fechar as agências reguladoras por conta de toda interferência política que as rodeia, mas que convocará o empresariado brasileiro antes de tomar uma decisão, se for eleito.
“Deve haver exceções, mas essas agências viraram antro de ladroeira, de corrupção, de clientelismo, de invasão normativa, de formulação de políticas que não são atribuição deles, tudo aparelhada por politiqueiro, tudo”, disse o pedetista, acrescentando que numa democracia, tudo vira política.
“A minha tentação é fechar. A gente tem que fazer uma arrumada na casa”, disse Ciro, citando a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) como exemplos.
“Eu não sei se vou fechar, mas vou convocar o empresariado brasileiro para a gente discutir. De qualquer forma, essas agências terão poder regulatório stricto sensu, e serão, no meu caso, estritamente técnicas e profissionais, que é como eu governo”, disse o candidato.
“A política se faz a nível de ministério. As outras coisas operacionais têm que ser tocadas por gente que têm mérito para tocá-las”, afirmou.
“TOCAR FOGO”
Ao falar sobre o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, a quem considera um colega deputado, Ciro disse que o parlamentar representa a negação da política e da democracia.
“Nosso povo não crê mais na democracia. Vocês imaginam o Bolsonaro, com todo respeito ao meu colega, ele representa uma coisa profunda, ele nem tem ideia do que ele está representando. Ele está representando a negação da política, da democracia”, disse o pedetista.
“É a vontade de tocar fogo pra ver se nasce alguma coisa no lugar. Não duvidem disso, a gente pode ir rindo, mas ele está em primeiro lugar nas pesquisas”, disse Ciro, fazendo menção a pesquisas onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde abril, não aparece como candidato.