O Teatro de Comédia do Paraná (TCP) vai apresentar na edição de 2018 o texto inédito Papéis de Maria Dias, da autora paranaense Luci Collin. A tragicomédia faz um confronto entre a vida de cinco mulheres simples e cinco homens consagrados, discutindo temas como grandiosidade, criação e os dramas da existência comum, com direção de Carolina Meinerz e Letícia Guimarães. Até o dia nove de setembro está aberto um edital para a seleção de atores e atrizes para o espetáculo, que estreia em novembro.
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Luci Collin explica que o romance, que será publicado no próximo mês pela editora Iluminuras, tem três eixos principais. O primeiro discute a trajetória das cinco Marias, mulheres comuns, com vidas aparentemente banais. O segundo aborda cinco grandes cientistas homens, que, por seus feitos extraordinários, são reconhecidos através dos séculos e recebem homenagens – são nomes de montanhas na Lua, por exemplo. Por fim, há um demiurgo, um criador, que representa o artista e confronta os dois eixos questionando o que torna a vida “grandiosa”. “Elas têm uma condição meio patética de existência. Nos vemos como vivendo vidinhas, mas será que não somos grandes justamente por isso?”, questiona a autora.
Carolina e Letícia dividem a direção da peça e afirmam que o trabalho a seis mãos trará uma diversidade de olhares para o público. “Voltamos à poesia de pessoas simples, à beleza do existir em sua simplicidade. É um contraponto a esse mundo de construções midiáticas”, diz Letícia. Para Carolina, a grande discussão da história é onde está a grandiosidade da vida. “Como é o processo de elaboração dessas existências? Como elas surgem? Esse é o nosso questionamento”.
Teatro de Comédia do Paraná (TCP)
O Teatro de Comédia do Paraná (TCP) foi reativado em 2016 e desde então já foram apresentadas as peças O Homem Desconfortável, de Edson Bueno, e Hoje é Dia de Rock, de José Vicente, com direção de Gabriel Villela. A última foi indicada ao prêmio Botequim Cultural nas categorias de melhor direção e figurino.
Foi criado em 1963 com a finalidade de orientar e coordenar as atividades teatrais do Centro Cultural Teatro Guaíra. O primeiro diretor do grupo foi Cláudio Correa e Castro que montou ‘Um Elefante no Caos’, de Millôr Fernandes. No elenco estavam Paulo Goulart, Nicete Bruno, Lala Schneider, Sale Wolokita, Manuel Kobachuk, José Maria Santos e Joel de Oliveira.
A partir de 1964, o TCP atuou até os anos 2000 e chegou a produzir até cinco espetáculos em apenas um ano.
Sobre a autora e diretoras:
Luci Collin - Curitibana, é ficcionista, poeta e tradutora. Tem 19 livros publicados entre os quais Querer falar (poesia, Finalista do Prêmio Oceanos 2015), A palavra algo (poesia, Prêmio Jabuti 2017), Nossa Senhora D’Aqui (romance, 2015) e A peça intocada (contos, 2017). Participou de diversas antologias nacionais e internacionais (nos EUA, Alemanha, França, Bélgica, Uruguai, Argentina, Peru e México). Traduziu Gertrude Stein, E. E. Cummings, Gary Snyder, Jerome Rothenberg, entre outros. É graduada no Curso Superior de Piano, no Curso de Letras Português/Inglês e no Curso Superior de Percussão Clássica. Na USP concluiu o Doutorado em Estudos Linguísticos e Literários em Inglês, e dois estágios pós-doutorais em Literatura Irlandesa. Desde 1999 leciona Literaturas de Língua Inglesa no Curso de Letras da UFPR. (À direita)
Carolina Meinerz - Diretora, atriz e mestranda em Filosofia pela UFPR. Trabalhou com grandes diretores de teatro, como Antunes Filho, Celso Frateschi, Rubens Rusche e Alexandre Reinecke. Dentre suas experiências com Artes Cênicas, destacam-se: direção dos espetáculos Salomé - de Fausto Fawcett (que participou da Mostra Oficial do 27º Festival de Teatro de Curitiba e pelo qual ganhou sete troféus no 37º Troféu Gralha Azul, maior prêmio das artes cênicas do estado do Paraná, dentre os quais Melhor Direção e Melhor Espetáculo) e Corte Pálido (pelo Núcleo de Encenação SESI PR). Foi coordenadora de performances no International Federation for Theatre Research Conference (IFTR 2017) na USP (SP). É uma das idealizadoras da Cia de Teatro do Urubu. (Centro)
Letícia Guimarães - Formada pela Faculdade de Direito de Curitiba, há 26 anos trabalha no Teatro Profissional, sendo que há 16 anos trabalha especificamente com o teatro para crianças. Tem formação em Mímica e como atriz ganhou prêmios (Troféu Gralha Azul de melhor atriz e melhor atriz coadjuvante). Prêmio de melhor atriz em cinema no Festival de Maringá. Cursou extensão universitária em arte-educação na USP - SP. Como produtora e diretora da Cia. do Abração ganhou em 2002 o Prêmio Troféu Gralha Azul de Melhor espetáculo. (À esquerda)
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