SÃO PAULO (Reuters) - O aplicativo de navegação Waze, da Alphabet, lançou um serviço de compartilhamento de viagens urbanas nesta terça-feira no Brasil, que coloca a companhia em um mercado disputado por empresas como Uber, 99 e Cabify.
O serviço do Waze, chamado de Carpool, coloca em contato usuários que farão trajetos semelhantes, para que compartilhem um mesmo carro, e o passageiro divide o preço do combustível com o motorista.
Diferente de serviços como o Uber Pool e BlaBlaCar, o Carpool limita para duas a quantidade de viagens diárias realizadas por um motorista e os usuários podem selecionar algumas características das pessoas com quem querem compartilhar suas viagens, como gênero e local de trabalho, o mesmo vale para os condutores.
Segundo Douglas Tokuno, responsável pelo Carpool no Brasil, o preço das viagens ficará entre 4 e 25 reais, dependendo da distância percorrida, e, inicialmente, o aplicativo não deve cobrar uma taxa pelo serviço.
“Estamos estudando um modelo de monetização, nosso principal objetivo hoje é ganhar escala e (então) vamos pensar em algumas opções para monetizar (o serviço).”
Para pedir carona os passageiros precisam baixar o aplicativo do Carpool, enquanto os motoristas podem aceitar corridas pelo aplicativo original do Waze. A empresa também está buscando parcerias com outras instituições, durante o período de experimentação 60 empresas como Natura, Estácio e BR Distribuidora participaram dos testes.
O Brasil, segundo maior mercado do Waze no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, é o segundo país a receber o Carpool em nível nacional. O serviço já está disponível em Israel, onde o Waze foi desenvolvido antes de ser comprado pela controladora do Google em 2013, e em seis Estados norte-americanos.
“Isso por conta da grande adesão do Waze no país (Brasil) e pelo interesse dos brasileiro por novas tecnologias”, disse o presidente-executivo do Waze, Noan Bardin.
São Paulo é a cidade com maior número de usuários do Waze no mundo, são 4 milhões mensais. No mundo, a empresa afirma ter 100 milhões de usuários mensais, muitos dos quais motoristas de serviços como o próprio Uber, que continuarão podendo utilizar o navegador mesmo depois do lançamento do Carpool.
SEGURANÇA
No início do ano o presidente Michel Temer sancionou a lei que regulamenta os serviços de empresas de transporte urbano como Uber e Cabify. A regulamentação não se aplica ao Carpool, o que faz com que a empresa não precise checar informações como os antecedentes criminais dos usuários que compartilharão viagens.
“Já existem comunidades de caronas que se relacionam, o que a gente está fazendo é dar escala para isso. (Passar por uma verificação de antecedentes criminais) não é algo que faz parte da experiência a que você está se sujeitando (quando dá carona para seu grupo de trabalho)”, disse André Loureiro, líder do Waze na América Latina.
“Estamos trazendo uma outra experiência,... no nosso caso são pessoas que moram ou trabalham próximas, o que cria uma confiança e responsabilidade mútua”, complementou Bardin.