O projeto da Fazenda Urbana de Curitiba foi apresentado ao prefeito Rafael Greca, nesta terça-feira (9/10), no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc). Inédito no País, o projeto é uma versão atualizada do Centro de Referência em Agricultura Urbana e Economia Sustentável de Curitiba, que tem como vetor o plantio de hortifrútis nas mais diversas modalidades de cultivo.
“É o projeto para fazermos o primeiro Parque Agroalimentar do Brasil, a primeira Fazenda Urbana sustentável”, afirmou Greca. Na reunião de apresentação, estiveram o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur, e o secretário municipal do Abastecimento, Luiz Gusi, acompanhados das equipes técnicas, e a presidente da Agência Curitiba de Inovação, Cris Alessi.
Projetada para ocupar uma área de 4.435m² ao lado do Mercado Regional do bairro Cajuru, a fazenda urbana será mantida com o que há de mais moderno em modelos de plantio e uso de energias renováveis - eólica e solar e reaproveitamento de água de chuva para a irrigação - e bioenergia.
“As pessoas vão poder conhecer como se planta sem veneno e comprar alimentos orgânicos direto da fonte”, disse o prefeito.
No complexo produtivo haverá composteiras, estufas e hortas comunitárias com as mais variadas técnicas de cultivo. Jardins de Mel, com abelhas nativas sem ferrão, e espaços para a criação de pequenos animais também farão parte do empreendimento, que contará ainda com restaurante escola e banco de alimentos, além de infraestrutura para eventos e treinamento.
Investimentos
A estimativa de investimentos na estruturação da fazenda urbana é de R$ 3 milhões, com recursos do Fundo de Abastecimento Alimentar do município. A estrutura será incorporada a um complexo que já tem o Centro de Distribuição do Armazém da Família, o Mercado Regional do Cajuru e a Rua da Cidadania. Fica numa área de transição onde será possível mostrar várias práticas de segurança alimentar.
“A fazenda se constitui em uma grande vitrine de práticas de agricultura urbana. É uma forma de a gente trabalhar a intersetorialidade da segurança alimentar através de práticas de plantio, educação, a socialização e a resiliência”, observou o secretário Gusi.
Criado a partir de uma proposta da Secretaria Municipal do Abastecimento, o projeto foi desenvolvido pelo arquiteto Paulo França, do Ippuc, com o suporte de técnicos da Smab. A fazenda busca a difusão de práticas, técnicas e pesquisas em agricultura dentro do ambiente urbano e também a organização comunitária, a fim de educar social, alimentar e ambientalmente a população.
"É um projeto de promoção social, econômica e ambiental que reforça o compromisso de Curitiba com a inovação", observou o presidente do Ippuc, Luiz Fernando Jamur.
O banco de alimentos também visa a eliminar o desperdício. “O objetivo é trabalhar com resíduo zero e seguir na inovação dentro da segurança alimentar, atendendo ao previsto nos Objetivos de Desenvolvimento Sunstentáveis (ODS)”, completou Gusi.
Em sua primeira proposta, apresentada ao prefeito em 2017 como o Centro de Referência em Agricultura Urbana e Economia Sustentável, a fazenda ficaria no terreno do antigo pátio de manobras da Rede Ferroviária Federal, próximo à Rodoferroviária. Entretanto, estudos sobre a possibilidade de plantio naquela área, feitos em parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), apontaram a inviabilidade para este fim, devido o comprometimento do solo.
Com aprovação pelo prefeito nesta terça-feira, o Ippuc e a Smab vão dar início aos trabalhos de viabilização do projeto executivo, que deverá ser licitado, para que seja possível iniciar a obra no primeiro trimestre de 2019.