Cerca de 300 testes de hepatite B e C (os dois tipos da doença mais prevalentes no país) foram realizados no calçadão da Rua XV, na Boca Maldita, nesta quinta-feira (25/7), numa ação promovida pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (Sesa), Sesc e Instituto para Cuidado do Fígado (ICF).
"Eventos como este dão visibilidade às hepatites virais e chamam atenção da população, com relação à prevenção e diagnóstico precoce”, afirmou a coordenadora das Hepatites Virais da SMS, Elizabete Ferraz.
A ação faz parte do Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais (28/7) e do Julho Amarelo, mês de combate às doenças do fígado.
Do total de testes realizados, oito foram positivos (2,67%). Estes pacientes foram encaminhados para a realização de exame de carga viral e, em seguida, receberão tratamento nas unidades de saúde.
O motorista Antônio da Silva Toledo, 35 anos, resolveu aproveitar o evento para realizar os testes. “É a primeira vez que faço. Eu vi na TV sobre o evento e resolvi vir”, conta.
“Hepatite é uma doença silenciosa, que não se for tratada, pode levar à morte. As pessoas têm que se cuidar”, afirma.
A aposentada Sueli Cabral, 66 anos, elogiou a ação. “É importante que há esse empenho nesta campanha porque a maioria da população não procura melhorar a saúde. Às vezes, a pessoa tem a doença e não sabe que tem e não vai se tratar”, opinou, após realizar os testes para hepatite pela primeira vez na vida.
O aposentado Estefano Tenchak, 74 anos, nunca havia feito o exame também e aproveitou o evento para fazer o teste. “É um trabalho preventivo importante”, disse.
A doença
De acordo com o diretor do Centro de Epidemiologia da SMS, Alcides Oliveira, na maior parte dos casos de hepatite, o paciente não apresenta sintomas, é comum que ela seja descoberta apenas numa fase já crônica.
“A doença pode evoluir durante décadas sem que haja suspeita. Por isso, a importância da testagem”, diz.
Se não houver tratamento, a hepatite C, por exemplo, considerada a mais letal, evolui para fase crônica em 60% a 85% dos casos e, em média, 20% evolui para cirrose ao longo do tempo. Estudos mostram que, uma vez estabelecida a cirrose hepática, o paciente tem risco anual para surgimento de câncer de fígado de 1% a 5%.
Proteção
As unidades de saúde de Curitiba oferecem vacinas para hepatite A e hepatite B, conforme o calendário de vacinação do Ministério da Saúde. Não existe no mundo ainda, porém, uma vacina que proteja contra a hepatite C.
Para evitar a hepatite A, orienta-se, ainda, a manter bons hábitos de higiene, evitando alimentos crus e bebendo somente água potável. Já para evitar a hepatite B e C, deve-se usar preservativo nas relações sexuais, exigir materiais descartáveis e/ou esterilizado em procedimentos com materiais cortantes ou em que haja contato com sangue.
Hepatites virais mais comuns no Brasil
Sintomas: a hepatite é uma inflamação no fígado. A doença é silenciosa e nem sempre apresenta sintomas, mas quando estes aparecem, podem ser cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.
Hepatite A
Vacina: Disponível nas unidades de saúde. De acordo com o calendário nacional de vacinação, é oferecida uma dose entre 15 meses e 4 anos de idade.
Transmissão: A transmissão mais comum desse tipo da doença é pela água e alimentos contaminados.
Como evitar: Além de tomar a vacina, ter bons hábitos de higiene, evitando alimentos crus e bebendo somente água potável.
Tratamento: disponível nas unidades de saúde
Hepatite B
Vacina: Disponível nas unidades de saúde. De acordo com o calendário nacional de vacinação, deve-se tomar três doses na vida.
Transmissão: Transmitida pelo contato com sangue contaminado, sexo desprotegido, compartilhamento de objetos cortantes e de uso pessoal. Pode também ser transmitida de mãe para filho.
Como evitar: Além de tomar a vacina, usar preservativo nas relações sexuais, exigir materiais descartáveis e/ou esterilizado em procedimentos com materiais cortantes ou em que haja contato com sangue.
Tratamento: disponível nas unidades de saúde
Hepatite C
Vacina: Não há vacina disponível do mundo.
Transmissão: A doença é transmitida por sangue contaminado, sexo desprotegido e compartilhamento de objetos cortantes.
Como evitar: Usar preservativo nas relações sexuais, exigir materiais descartáveis e/ou esterilizado em procedimentos com materiais cortantes ou em que haja contato com sangue.
Tratamento: disponível nas unidades de saúde.