A chefe de governo de Hong Kong, Carrie Lam, anunciou nesta quarta-feira (4) retirada definitiva do polêmico projeto de lei sobre extradições para a China, após meses de forte contestação popular.
“O governo vai formalmente retirar o projeto para apaziguar as inquietações públicas”, afirmou Carrie Lam em vídeo divulgado pela sua assessoria.
O texto gerou a pior crise política desde a devolução da antiga colônia britânica ao controle chinês, há 22 anos.
O movimento de contestação, que nasceu em junho com a rejeição ao projeto de lei para autorizar extradições à China continental, ampliou consideravelmente as reivindicações, incluindo denúncias de retrocesso das liberdades e sobre a crescente interferência da China na região semiautônoma, o que viola o princípio "um país, dois sistemas".
Os protestos também passaram a pedir uma ampla investigação independente sobre a repressão policial, anistia de manifestantes detidos e eleições diretas para todos os deputados e chefe do executivo.
Suspensão suspeita
Lam suspendeu o projeto em junho e disse depois que o texto estava “morto”, mas manifestantes pró-democracia suspeitavam há algum tempo da recusa de seu governo em retirar formalmente o projeto e temiam que este pudesse ser retomado depois.
Muitas manifestações pacíficas aconteceram nos últimos meses com a participação de centenas de milhares de pessoas. Confrontos nas ruas entre manifestantes e forças de ordem também foram se tornando frequentes e mais violentos nas últimas semanas. Mais de mil pessoas foram presas desde o início de junho.