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Curitibinhas aprendem a meditar e ter mais qualidade de vida


Curitibinhas aprendem a meditar e ter mais qualidade de vida. Foto: Divulgação

Silêncio absoluto. Em certos horários, dá para ouvir um alfinete cair no chão na sala do quinto ano da Escola Municipal Margarida Orso Dallagassa.

Durante dez minutos, os alunos fazem meditação orientados pelas professoras da escola. São tão disciplinados que quem passa por ali tem a falsa impressão de que não tem ninguém na sala. Mas eles estão lá, sentadinhos, ouvindo a sua voz interior.

A meditação dentro da escola começou no início deste ano, conta a professora Susana Rubin, que junto com a colega Flávia Andrade coordena o projeto. As sessões são diárias e acontecem sempre às 8h30 e às 14h30.

“Começamos pelo projeto de responsabilidade sustentável. Não adiantava só falar de preservação ambiental. Teria que englobar relações sustentáveis e a partir disso veio a meditação, uma forma de autoconhecimento, um tempo de silêncio para eles se conhecerem”, explicou Suzana.

Melhora no comportamento


Os efeitos no comportamento das 60 crianças envolvidas no projeto são visíveis. “Desde que eles começaram a fazer a atividade houve uma melhora muito grande, até na questão de expor as atividades em sala de aula. Dá para perceber que eles ganharam mais confiança”, explica.

Outro ponto observado pela professora Flávia Andrade é que os alunos estão mais soltos. “Dá para ver que eles têm mais facilidade de falar o que estão sentindo, estão mais confiantes”, avaliou.

Psicologia da UFPR

Para implantar o projeto, a escola contou com a supervisão de alunos da faculdade de Psicologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A diretora da escola Maria Cecília Araújo, explicou que foi aplicado um teste com os três quintos anos para avaliar o nível de concentração e percepção das crianças e foi designada uma turma de controle.

“Esta turma de controle não faz meditação. A metodologia vai possibilitar que acgente tenha um parâmetro com os alunos estão fazendo a prática”, esclareceu a diretora.

Em novembro deste ano o teste será reaplicado para aferir o resultado prático do projeto. “Nós queremos saber quais são os benefícios na área cognitiva dos alunos e ver que tipo de melhoria pedagógica ocorreu”, explicou.

Maria Cecília explica que o objetivo é que a meditação traga melhora na aprendizagem e ajude os alunos a controlar a ansiedade para se concentrar no que interessa.

Mais calmos e concentrados

As crianças dizem que estão gostando da experiência e, em alguns casos, até observam que têm mais facilidade em estudar certas disciplinas.

“Gosto muito. A meditação alivia e me deixa mais calma. Percebi também melhora nos estudos, principalmente em matemática”, revelou a menina Rhianna Passos Alves, 10 anos, que reside no Tatuquara.

Cada um percebe a experiência de um modo diferente. Iury Henderw, 10 anos, não notou melhoria nos estudos. “Para ir bem na escola precisa estudar”, disse. Mas do ponto de vista do comportamento, ele comentou que a melhoria foi substancial. “Eu me sinto mais calmo. Antes eu brigava por pouca coisa e agora isso mudou”, comemora.

Quem também se sente mais tranquila é Eyshila Kauane dos Santos da Rosa, 10 anos. “Eu não conhecia a meditação. Eu gosto porque ajuda a ficar mais calma, mais paciente. Nos estudos, ajuda a resolver as questões”, comentou.

Passada a fase de avaliação dos resultados, a meditação deverá ser estendida para as três turmas de quinto ano da Escola Municipal Margarida Orso Dallagassa. A ideia é também levar o projeto para outras turmas da escola.

A professora Suzana, que é uma entusiasta da ideia, diz que através da meditação os estudantes acabam descobrindo os sentimentos e aprendem a se controlar.

“Num presente em que a gente vive o futuro, a meditação é uma alternativa para que eles se mantenham no presente”, finalizou.


Com informações da SMCS
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