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USDA eleva safra e exportação de soja do Brasil em 19/20; vê China comprando mais

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil deverá colher uma safra recorde de soja de 125 milhões de toneladas em 2019/20, estimou nesta terça-feira o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que elevou em 2 milhões de toneladas a estimativa na comparação mensal, à medida que a colheita brasileira ganha ritmo.

O órgão do governo dos EUA também aumentou a expectativa de exportação de soja do Brasil no ciclo 2019/20 em 1 milhão de toneladas em relação à projeção de janeiro, para 77 milhões de toneladas, ao mesmo tempo em que vê maiores importações pela China, algo avaliado com cautela por um analista no Brasil, enquanto não ficam claros os efeitos do coronavírus para a demanda.

O Brasil, maior exportador de soja há alguns anos, deverá ser também o maior produtor global da oleaginosa em 2019/20, superando os EUA, que registrou problemas climáticos na temporada atual e tem produção estimada pelo USDA em 96,84 milhões de toneladas —número estável ante janeiro.

A estimativa de exportação de soja dos EUA também foi elevada, para 49,67 milhões de toneladas, ante 48,31 milhões de toneladas em janeiro.

Os dois maiores exportadores globais da oleaginosa deverão exportar mais que o esperado com uma expectativa de maiores importações pela China, principal comprador global da oleaginosa.

“As importações de soja pela China foram elevadas em 3 milhões de toneladas, para 88 milhões de toneladas, refletindo maior processamento”, disse o USDA.

Dessa forma, as importações chinesas em 2019/20 devem superar as registradas no ciclo anterior em mais de 5 milhões de toneladas, segundo o USDA.

“Isso reflete um cenário base que contempla um controle razoavelmente rápido do coronavírus, e vem a reboque do acordo comercial Fase 1 (entre EUA e China), no qual eles (americanos) acreditam que haverá aumento das exportações dos EUA”, disse à Reuters, o gerente de consultoria de agronegócio do Itaú BBA, Guilherme Bellotti.

“É um número (previsão de importação da China) que está em xeque, que vai depender de como vai ser o controle da peste suína africana”, acrescentou ele, comentando sobre outro fator que deve ser observado. “O rebanho parou de cair (pela peste suína), parece que estamos em uma estabilidade... É um número que olhamos com muita cautela, está sujeito a inúmeras variáveis.”

O USDA ainda elevou as expectativas de estoques finais de soja na China em 2 milhões de toneladas, para 21,73 milhões de toneladas.

O USDA também prevê uma exportação do Brasil em 2019/20 maior do que a vista na temporada anterior, quando somou 74,59 milhões de toneladas.

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O aumento na produção de soja do Brasil, que deverá ter uma safra com volume histórico se a atual estimativa for mantida, ocorre com boas condições climáticas no Mato Grosso e uma melhora nas chuvas ao Sul e Nordeste do Brasil, disse o USDA.

Na temporada passada, quando alguns Estados sofreram com uma seca, o Brasil colheu 117 milhões de toneladas, segundo o USDA.

O número do USDA para a safra atual do país supera a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), de 123,25 milhões de toneladas, conforme número atualizado nesta terça-feira.
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