BRASÍLIA (Reuters) - Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro participar de manifestação de viés antidemocrático, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta segunda-feira que “as Forças Armadas trabalham com o propósito de manter a paz e a estabilidade do país, sempre obedientes à Constituição Federal”.
“O momento que se apresenta exige entendimento e esforço de todos os brasileiros, afirmou.“Nenhum país estava preparado para uma pandemia como a que estamos vivendo. Essa realidade requer adaptação das capacidades das Forças Armadas para combater um inimigo comum a todos: o coronavírus e suas consequências sociais”, reforçou, ao concluir que “é isso o que estamos fazendo”.
Bolsonaro participou no domingo de um ato em Brasília na frente do QG do Exército em que manifestantes pediram o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal e uma intervenção militar.
Esse ato —e outros país afora— foram repudiados duramente por autoridades do Poder Legislativo e Judiciário e motivou um pedido de abertura de inquérito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, no Supremo Tribunal Federal para apurar o cometimento de crime contra a Lei de Segurança Nacional. Bolsonaro não é alvo desse pedido de investigação.
Nesta segunda, o presidente procurou amenizar que a manifestação tivesse viés antidemocrático e repreendeu um apoiador que pediu o fechamento do STF.
Reportagem de Ricardo Brito