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Vendas de imóveis da MRV sobem, mas Covid-19 faz empresa ser mais agressiva

SÃO PAULO (Reuters) - O fechamento de stands de vendas provocado por medidas de contenção da epidemia de coronavírus fez a MRV adiar lançamentos previstos para o primeiro trimestre, mas a companhia afirmou nesta quarta-feira que as vendas do período subiram cerca de 28% na comparação com os três primeiros meses do ano passado.

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli
As vendas em março, quando começaram a ser implementadas quarentenas por todo o país, e de abril, porém, estão exigindo que a companhia reduza preços de metro quadrado e seja mais flexível na oferta de condições de pagamento, afirmou a maior construtora de imóveis econômicos do país em prévia operacional dos três primeiros meses do ano.

“Foi registrado um aumento na procura por imóveis, inclusive nos meses de março e abril, ainda que a conversão em vendas esteja exigindo a adoção de condições comerciais mais agressivas”, afirmou a empresa na prévia de resultado. A MRV publica seu balanço do primeiro trimestre em 7 de maio.Segundo a MRV, as vendas líquidas de janeiro a março somaram 1,67 bilhão de reais, recorde para a companhia. Já os lançamentos, caíram 1% na comparação anual, para 1,08 bilhão de reais; e os distratos despencaram 27,8%, para 827 unidades.

A construtora não informou o volume de lançamentos adiados do primeiro trimestre, ou quando pretende retomá-los. A posição de adiamento é semelhante à informada por executivos da Cyrela, que no fim de março afirmaram que a empresa vai esperar uma redução no patamar de incerteza gerada pela pandemia de coronavírus para estimar o nível de lançamentos para o ano.

A MRV afirmou que o preço médio de imóvel vendido no primeiro trimestre foi de 159 mil reais, ante 158 mil nos três últimos meses do ano passado e 150 mil no primeiro quarto de 2019. Já o valor médio dos lançamentos foi de 161 mil reais no primeiro trimestre, 4,8% abaixo do quarto trimestre do ano passado, mas um pouco acima dos 160 mil reais dos três primeiros meses de 2019.A MRV afirmou que teve uma queima de caixa de 183,5 milhões de reais no primeiro trimestre gerada pelo descasamento entre repasses de recursos de unidades do programa Minha Casa Minha Vida e as vendas efetivadas pela companhia. A empresa vendeu 3.741 apartamentos no primeiro trimestre, número que teria ficado acima dos repasses do período.

“Felizmente, a solução para o problema dos repasses do primeiro trimestre já foi alcançada e não vemos motivos para enfrentarmos novos entraves no decorrer de 2020”, afirmou a MRV, citando que as regras do programa foram alteradas em março com a retirada da obrigatoriedade da União de participar do subsídio de 10% no valor dos imóveis do programa no restante de 2020.

Por Alberto Alerigi Jr.
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