Faltam serviços de saúde e nutrição na região que ainda conta com baixo cumulativo de infetados pela Covid-19; Unicef e OMS relançam iniciativas para envolver comunidades em sensibilização, prevenção e controle de infeções.
Foto: Unicef/Juan Haro
No Níger, crianças estão sendo afetadas por várias crises humanitárias
Sobrecarga do pessoal de saúde, bloqueios, restrições de movimento e barreiras econômicas devido à Covid-19 podem levar à morte de 51 mil menores de cinco anos no Oriente Médio e Norte da África ainda em 2020.
O total de crianças equivale a um aumento de quase 40% em óbitos, se comparado ao momento anterior à pandemia. Este cenário pode reverter os progressos regionais na sobrevivência infantil em quase duas décadas, alertam o Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, e a Organização Mundial da Saúde, OMS,
Pressão
Em carta emitida em Amam, na Jordânia, as duas agências da ON indicam que estas crianças devem sofrer com a pressão que acontece nos sistemas da saúde e, principalmente, na área de atenção primária.
O documento assinado pelo diretor regional do Unicef para o Oriente Médio e Norte da África, De Ted Chaiban, e o diretor regional da OMS Ahmed Al-Mandhari, para o Mediterrâneo Oriental aponta vários receios e incertezas.
Nos serviços de saúde, muitos funcionários temem contrair o vírus durante sua atividade. Com isso, crianças e mães podem perder serviços de prevenção como imunização, tratamento de infeções neonatais e da infância. Outras áreas a serem afetadas são cuidados durante a gravidez, parto e outros serviços.
Ainda que os casos de Covid-19 não sejam muito altos, o receio é que a atual interrupção dos serviços essenciais de saúde e nutrição faça aumentar a desnutrição infantil.
Para evitar esse cenário, as agências querem retomar campanhas de vacinação completa e segura, ligadas aos serviços de nutrição. Nessas atividades será exigido mais rigor na precaução para prevenir infecções, uso de equipamentos de proteção individual, desencorajar a superlotação e promover o distanciamento,
Com pessoal e suprimentos adicionais, as duas agências querem priorizar e facilitar o acesso aos serviços de atenção a crianças, especialmente as mais vulneráveis.
Outra ideia é aumentar a sensibilização das comunidades em toda a região sobre o que é preciso para prevenção e controle de infeções, além de iniciativas públicas de comunicação e engajamento.