ALLIANCE, Ohio (Reuters) - O candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta quarta-feira que os eleitores dos EUA “não tolerarão” que o presidente Donald Trump se recuse a deixar o cargo se perder a eleição em novembro.
Em um debate com Biden na noite de terça-feira, Trump não se comprometeu a aceitar o resultado da eleição, insistindo em queixas infundadas de que um aumento de votos pelo correio devido à pandemia de coronavírus levará a uma fraude eleitoral generalizada.
Biden exortou os norte-americanos a votarem nele em grande número para eliminar qualquer possibilidade de o republicano Trump permanecer na Casa Branca se perder a eleição.
“O presidente deixará o cargo. O povo americano não o tolerará. Nenhuma agência aceitaria que isso acontecesse”, disse Biden em um evento de campanha em Alliance, no Ohio, um dos Estados-chave na eleição de 3 de novembro.
Trump, que conquistou um mandato de quatro anos em 2016, foi indagado no debate em Cleveland se aceitará o resultado de 2020 e respondeu: “Se eu vir dezenas de milhares de cédulas sendo manipuladas, não posso concordar com isso”, disse. “Isto será uma fraude como nunca se viu”.
Biden vem mantendo uma vantagem modesta, mas constante, em pesquisas de opinião nacionais há meses, mas sondagens nos Estados-chave, que normalmente decidem eleições, mostram uma disputa muito mais acirrada.
Ainda nesta quarta-feira, o democrata também denunciou um grupo de direita que Trump mencionou no debate, dizendo: “Minha mensagem ao Proud Boys e a qualquer outro grupo de supremacistas brancos é: parem e desistam”.
“O povo americano decidirá quem é o próximo presidente. Ponto final”, acrescentou Biden.
Trump havia pedido aos ativistas de direita do Proud Boys para “recuar e ficar de prontidão”, provocando o receio de os estar incentivando a agir como monitores eleitorais informais.
O Proud Boys se descreve como um clube de “chauvinistas ocidentais”, mas foi categorizado pela entidade sem fins lucrativos Southern Poverty Law Center como um grupo de ódio.
Por Jarret Renshaw em Ohio, Joseph Ax em Princeton, Nova Jersey, e Susan Heavey, David Morgan e Lisa Lambert em Washington