Desde que houve a sinalização de que o retorno pode acontecer o setor tem discutido os reflexos da possível mudança
Os profissionais do setor também passaram por esse processo de reorganização da forma de trabalho, porém, a explicação de que seria uma mudança importante, que traria mais segurança, amenizou os impactos junto ao consumidor em geral. “A mudança há quase dez anos veio para trazer segurança. O terceiro pino, também conhecido como fio terra, oferece a garantia de estabilidade e redução de possibilidades de choque”, explica Fábio Amaral, diretor da Engerey, empresa voltada ao setor de projetos elétricos e montagem de painéis elétricos.
Do lado dos que defendem a possibilidade de retomada dos dois pinos, ou tê-los como opção no mercado, está a questão da padronização com outros países, o que facilitaria a importação dos eletrodomésticos, por exemplo. Do outro lado da discussão está o fator da segurança e da necessidade de evitar transtornos elétricos.
Para a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel), a tomada atual atende as normas de instalações elétricas “Toda instalação elétrica: precisa ter o fio terra instalado, consequentemente, a tomada precisa ter o terceiro pino, nem todos os equipamentos precisariam dessa proteção, mas máquinas como geladeira e, micro-ondas são metálicos, se houver uma falha você vai energizar a carcaça e, consequentemente, gerar um choque elétrico, neste caso é necessário ter o fio terra e o plugue precisa ter o terceiro pino para encaixar na tomada e fazer a conexão, no passado o que se fazia era deixar ele solto para que as pessoas colocassem, mas as pessoas não colocavam e acontecia o risco. Seria um retrocesso”, explica o diretor executivo e engenheiro eletricista da Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) Edson Martins.
A preocupação com o choque elétrico residencial se explica por conta das estatísticas. Um levantamento realizado pela Abracopel mostra que: acidentes com eletricidade hoje no Brasil levam a óbito praticamente a mesma quantidade de pessoas que morrem pelo vírus da dengue. Somente no ano de 2016 foram mais de 600 vítimas fatais em decorrência de acidentes com eletricidade, enquanto isso, no mesmo ano, o vírus da dengue vitimou 629 pessoas, segundo o Ministério da Saúde.
Discussão
O assunto, por enquanto, não está muito claro, ainda não é possível dizer ao certo como, quando e se realmente os dois pinos voltarão à ativa e substituirão completamente os atuais ou se chegarão como uma segunda opção, o que se vê, neste momento, é uma mobilização a respeito do assunto, certo mesmo é que para qualquer decisão será necessária a aprovação do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro). Enquanto isso, profissionais e empresas diretamente ligados ao setor têm apresentado opiniões sobre a situação. Assim, como aconteceu em 2011, o assunto ainda passará por várias discussões até que se dê um novo veredito sobre o tema.
De acordo com Fábio Amaral, diretor da Engerey, é preciso lembrar que a padronização é uma questão de segurança. "Padronizar deve ser uma prioridade, independente de qual seja o padrão escolhido. Só assim evitamos a utilização de adaptadores, por exemplo, que não são recomendados e podem causar acidentes. O que vale ratificar também é o fato dos três pinos garantirem a presença do fio terra, o que evita que quando haja fuga de corrente esta não seja descarregada na pessoa que está fazendo uso do equipamento eletrônico", finaliza Fábio.
Enviado por: Jaine engenhariadecomunicacao