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Vacinação contra Covid-19 no Brasil começará por trabalhadores de saúde, idosos e indígenas


BRASÍLIA (Reuters) - A vacinação contra Covid-19 será realizada em quatro fases e vai começar pelos trabalhadores da área de saúde, a população idosa --acima de 75 anos ou com 60 anos ou mais que vivem em asilos e instituições psiquiátricas-- e a população indígena, informou o Ministério da Saúde nesta terça-feira.


“Em um segundo momento, entram pessoas de 60 a 74 anos. A terceira fase prevê a imunização de pessoas com comorbidades que apresentam maior chance para agravamento da doença (como portadores de doenças renais crônicas e cardiovasculares)”, afirma comunicado do Ministério, distribuído após reunião do ministro Eduardo Pazuello e outros envolvidos para discutir a estratégia de vacinação.


“A quarta e última (fase) deve abranger professores, forças de segurança e salvamento, funcionários do sistema prisional e população privada de liberdade”, acrescenta o documento.


Na nota, o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Arnaldo Medeiros, destaca que o plano apresentado nesta terça é provisório.


“É importante destacar que o plano que está sendo discutido ainda é preliminar e sua validação final vai depender da disponibilidade, licenciamento dos imunizantes e situação epidemiológica de cada região”, disse o secretário, segundo o comunicado.Contudo, o comunicado do ministério não faz qualquer previsão de início da imunização.


Pelas contas do ministério, os quatro momentos da campanha abrangem 109,5 milhões pessoas imunizadas, em duas doses, como previsto pelos esquemas vacinais dos imunizantes já garantidos pela pasta, o da parceira entre a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o laboratório AstraZeneca e por meio da aliança Covax Facility.


Durante o encontro, segundo a nota, a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, Francieli Fantinato, também reforçou que esse planejamento é preliminar e pode ser alterado, dependendo da compra de vacinas de outras empresas, após eventual autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


Participaram do encontro, além de autoridades do ministério, representantes da Anvisa, o Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INCQS), a Fiocruz, o Instituto Butantan, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), sociedades médicas, conselhos federais da área da saúde, Médicos Sem Fronteiras e integrantes dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais e Municipais de Saúde (Conass e Conasems).Por outro lado, representantes e farmacêuticas que também trabalham em imunizantes como Pfizer/BioNTech, Moderna, Bharat Biotech (Covaxin) e Instituto Gamaleya (Sputinik V) reuniram-se com representantes do ministério. Além delas, o Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, trabalha no desenvolvimento da CoronaVac, da chinesa Sinovac.


Mais cedo, o secretário de Vigilância em Saúde havia afirmado que o ideal seria contar com uma vacina contra a Covid-19 que, além de alta eficácia e baixo custo de produção, possa ser ministrada em dose única e ser transportada e armazenada em temperaturas entre 2 e 8 graus Celsius.


Tanto a vacina desenvolvida pela AstraZeneca, principal aposta do governo federal, quanto a SinoVac, do governo paulista, podem ser armazenadas nesta temperatura. A da Pfizer, entretanto, que mantém negociações com o governo brasileiro, precisa ser transportada e armazenada a -70 graus Celsius.


A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações disse, conforme o comunicado, que o ministério negocia novas aquisições de seringas e agulhas para atender à demanda para vacinação contra o coronavírus. Está em andamento processo de compra de 300 milhões de seringas e agulhas no mercado nacional para aplicação das doses, e outras 40 milhões no mercado internacional.


Reportagem de Ricardo Brito

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