O cenário foi puxado pela redução de 12% na quantidade de incêndios gerados por sobrecarga e curtos-circuitos, que resultou, também, em menos 70% de mortes por este motivo. Em 2020 foram 583 acidentes, sendo 26 fatais e, em 2019, foram registrados 656 casos, com 74 mortes. Os estados que mais registraram acidentes do tipo foram: São Paulo (93), Paraná (63) e Rio Grande do Sul (49). Quase 50% das vítimas fatais foram crianças entre 0 e 5 anos.
O relatório da Associação registrou diminuição também no número de mortes por choques elétricos, porém, mais acentuada. Foram 691 mortes, em 2020, contra 697, em 2019. O estado com mais mortes foi novamente a Bahia, com 79 ocorrências, seguido por São Paulo, com 52, e Rio Grande do Sul, com 50.
De um modo geral, 8% dos acidentes aconteceram no comércio, 4% nas indústrias e 3% na construção civil. Porém, a maior porcentagem, 30%, ocorreu em residências, muito por conta de fios partidos ou sem isolamento, com eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Estudantes ficaram entre as maiores vítimas de choques, com 91 ocorrências, seguidos de agricultores, com 80, e pedreiros, com 58 casos.
Acidentes com carregadores de celular aparecem cada vez mais no anuário da Abracopel. Em 2020, foram 22 acidentes por choque elétrico relacionado ao uso do aparelho, com 18 mortes, sendo Pernambuco o estado com maior ocorrência de acidentes fatais, com quatro mortes, seguido do Pará, com três casos. Também 17 incêndios foram causados por sobrecarga do carregador sem nenhum óbito registrado.
Cenário no estado do Paraná
O Paraná registrou 21 mortes ocasionadas por choques elétricos, ficando em 16º lugar na contabilização geral. A faixa etária com maior número de sinistros no estado foi entre 21 e 30 anos.
Em relação a acidentes envolvendo carregadores de celular, o Paraná não apresentou nenhuma ocorrência de choque elétrico, enquanto aconteceram duas ocorrências de incêndios por carregador de celular, uma em Paranavaí e outra em Umuarama, ambas sem vítimas fatais.
O estado ficou em 2º lugar no ranking de incêndios, com 63 ocorrências e o registro de uma morte.
Dicas do especialista
Entre as principais sugestões do engenheiro está o uso do Dispositivo Diferencial Residual (DR) no quadro elétrico. De fácil instalação e com um custo acessível (R$ 70), o dispositivo é capaz de salvar vidas, já que detecta anomalias no circuito elétrico, como um choque, e desarma o circuito, em milésimos de segundo, cortando a energia e evitando que o choque chegue a ser fatal.
“O choque pode ser ocasionado de modo direto, quando, por exemplo, uma criança coloca o dedo ou algum objeto na tomada, ou indireto – fuga de corrente –, por meio de um eletrodoméstico, como ventiladores, geladeiras e máquinas de lavar. O DR protege nos dois modos”, explica Amaral.
O DR também oferece proteção à vida ao proteger o patrimônio, quando detecta sobrecargas em tomadas que podem ocasionar incêndios, desligando instantaneamente o sistema elétrico conectado àquele ponto crítico.
Outra maneira de evitar incêndios é com o Dispositivo de Proteção contra Surtos (DPS), também de fácil instalação e de custo acessível, que protege as instalações impedindo que um pico de tensão elétrico, ou sobretensão, provoque queima de aparelhos e que isso possa vir a ter consequências mais graves, como um incêndio. “O DPS atua na identificação de surto de tensão, direcionando-o ao sistema de aterramento do painel elétrico, interrompendo a distribuição de energia quando isso acontece. Assim, ele protege a instalação e até salva vidas”, diz o especialista, ressaltando a importância de um quadro elétrico montado de acordo com as normas, bem dimensionado e com um correto sistema de aterramento.
Outras dicas pontuais são: optar sempre por um profissional capacitado para as instalações e manutenções elétricas; nunca fazer ou aceitar “gambiarras”; jamais deixar equipamentos elétricos perto da água (a água é uma condutora de eletricidade); manter o quadro de energia em ordem; e, claro, evitar usar o celular enquanto ele esteja ligado à tomada.