Alta no Índice de Preços de Alimentos da FAO, em março, foi puxada pelos óleos vegetais e derivados do leite; cotações de cereais apresentam queda; aumento é o maior desde 2014.
A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, FAO informou que os preços dos alimentos, em março, subiram pelo décimo mês consecutivo.
A média de 118,5 pontos de março registrou uma alta de 2,1 pontos se comparada a fevereiro. Este é o índice mais alto desde 2014.
Oceania
A agência da ONU revela que o aumento foi provocado pelo preço do óleo vegetal e dos laticínios.
O Índice de Preços dos Alimentos da FAO acompanha as mudanças mensais nos preços internacionais dos alimentos da cesta básica. Com a disparada no valor do óleo vegetal, o mercado notificou a maior alta dos últimos 10 anos do produto.
Já os derivados de leite ficaram 3,9% mais caros em relação a fevereiro incluindo a manteiga. O leite em pó também está custando mais por causa do aumento das importações pela Ásia e à queda na produção da Oceania.Carnes e cereais
Os consumidores de carne também notaram uma subida de 2,3% em média nos mercados com relação ao que pagavam em fevereiro. O aumento de importações pela China e da venda na Europa, antes do feriado de Páscoa, causaram a alta. O preço da carne bovina permanece estável.
Já os cereais registraram leve queda de 1,8% mesmo assim o preço é 26,5% mais alto que em março do ano passado. As perspectivas de safras favoráveis de trigo este ano assim como milho e arroz estão evitando a alta. Já o valor do sorgo aumentou.
Uma outra queda foi registrada no preço do açúcar após estimativas de exportações da Índia, mesmo assim a média é 30% acima do valor cobrado em 2020.
Brasil e Índia
A FAO espera que esta produção mundial de cereais aumente pelo terceiro ano consecutivo e prevê que a produção global de trigo deva atingir um novo recorde de 785 milhões de toneladas em 2021, 1,4% a mais que em 2020, impulsionada por uma provável recuperação acentuada na maior parte da Europa e pelas expectativas de uma safra recorde na Índia.
Produções acima da média também são esperadas para o milho, com uma colheita recorde prevista no Brasil e uma alta em vários anos na África do Sul, de acordo com a FAO.
O consumo de cereais está previsto agora em 2.777 milhões de toneladas, 2,4% maior do que no ano anterior.
A proporção global de estoque de cereais para uso para 2020/21 está prevista para sofrer uma baixa de sete anos de 28,4%.
A FAO também aumentou sua previsão para o comércio mundial de cereais em 2020/21 para 466 milhões de toneladas, 5,8% a mais que o ano anterior. Também para o arroz, a previsão é que o comércio internacional cresça 6% com relação ao ano anterior.