A morte de crianças no conflito entre Israel e palestinos "é sinal de que não se quer construir o futuro, mas se quer destruí-lo", disse com veemência o Papa no domingo, no tradicional encontro dominical na Praça São Pedro.
Fonte: Vatican News
Preocupado com a escalada na violência no Oriente Médio, o Papa Francisco no Regina Coeli do domingo, 16 de maio, afirmou ser “terrível e inaceitável” a morte de crianças:
Nestes dias, violentos confrontos armados entre a Faixa de Gaza e Israel se impuseram, e correm o risco de degenerar em uma espiral de morte e destruição. Numerosas pessoas foram feridas e muitos inocentes morreram. Entre eles estão as crianças, e isto é terrível e inaceitável. A morte delas é sinal de que não se quer construir o futuro, mas se quer destruí-lo.
Os mortos palestinos deste o início do conflito são 212. Somente no domingo os mortos na Faixa de Gaza foram 42, incluindo 8 crianças e 2 médicos. Os palestinos feridos até agora são 1.400. Já em Israel, dez pessoas morreram, entre as quais duas crianças, e 294 israelenses ficaram feridos, vítimas de diparos de foguetes.
A diretora geral do UNICEF, Henrietta Fore, divulgou uma declaração onde reitera o apelo pelo fim imediato da violência. "De acordo com as últimas notícias recebidas, desde 10 de maio, 60 crianças foram mortas na Faixa de Gaza, sendo duas em Israel. O assassinato de crianças é uma violação grave de seus direitos. O medo e a destruição estão aumentando em ambos os lados."
Ela recorda que em Gaza foram destruídas, escolas, casas e escritórios e famílias inteiras tiveram que abandonar a área. Em Israel, foguetes lançados pelo Hamas danificaram escolas, casas e edifícios. A situação em Gaza é terrível. Mais de 52 mil pessoas foram deslocadas, buscando abrigos em 48 escolas. Outras 41 escolas foram danificadas.
“Violência, matança e ódio devem parar, diz Henrietta Fore. Os direitos humanos internacionais e o direito humanitário devem ser respeitados. Os civis e a infraestrutura civil devem ser protegidos. A única solução é uma solução diplomática - para o bem de todas as crianças e seu futuro."
Jens Laerke, porta-voz do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), disse a jornalistas nesta terça-feira, 18, que mais ais de 52 mil palestinos foram deslocados por ataques aéreos israelenses que destruíram ou danificaram gravemente cerca de 450 prédios na Faixa de Gaza: 132 foram destruídos e 316 foram gravemente danificados, incluindo seis hospitais e nove centros de saúde.
A agência da ONU disse que saudou o fato de Israel ter aberto uma passagem de fronteira para suprimentos humanitários, mas pediu que outra passagem também fosse aberta.