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Covid-19: OMS denuncia “desigualdade escandalosa” na distribuição de vacinas no mundo


A Organização Mundial da Saúde (OMS) organiza a partir desta segunda-feira (24) em Genebra, na Suíça, a sua principal reunião anual. Na abertura do evento, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, criticou a estratégia de distribuição de vacinas anticovid, que se concentra apenas em alguns países, deixando boa parte do planeta sem proteção contra o vírus.


O chefe da OMS denunciou o que chama de “desigualdade escandalosa” no acesso às vacinas. “Não tem uma forma mais diplomática de dizer: um pequeno número de países que fabrica e compra a maioria das vacinas no mundo controla o destino do resto do planeta”, disse Ghebreyesus. Mais de 75% de todos os imunizantes administrados até agora foram aplicados em apenas 10 países.


Mas “o mundo continua em uma situação muito perigosa” e nenhum país está livre enquanto as variantes do vírus continuarem a se propagar, alertou. “Registramos mais casos desde o início deste ano do que em todo o ano de 2020. Se a tendência atual persistir, o número de mortos vai ultrapassar o alcançado no ano passado dentro de três semanas. É muito trágico”, insistiu.


Ghebreyesus lembrou que o programa Covax, dirigido pela OMS e a Aliança das Vacinas (Gavi na sigla em inglês), já distribuiu 72 milhões de doses de imunizantes em 125 países desde fevereiro. No entanto, esses números são suficientes para imunizar apenas 1% da população. Por essa razão, o chefe da OMS pediu que os países doem parte de suas doses ao Covax para que 10% da população do mundo seja imunizada até o mês de setembro e que 30% tenha recebido o fármaco até o final do ano.


“Isso é essencial para colocar um fim nessa doença e nas mortes, garantir a segurança de nossos trabalhadores da saúde e reabrir nossa sociedade e nossas economias”, martelou. Ele lembrou ainda que pelo menos 115 mil profissionais da saúde morreram vítimas da Covid-19 desde o início da pandemia.


“Um tsunami de sofrimento”


"Nós estamos em guerra contra um vírus”, completou o secretário-geral da ONU, António Guterres. “Precisamos da lógica e da urgência de uma economia de guerra para aumentar a capacidade de nossas armas", insistiu.


De acordo com os números oficiais, a pandemia - cuja origem ainda é alvo de debate - provocou mais de 3,45 milhões de vítimas fatais em todo o mundo. Mas de acordo com a OMS, o balanço pode ser de "seis a oito milhões" de óbitos diretos e indiretos.


"A pandemia de Covid-19 gerou um tsunami de sofrimento. Mais de 3,4 milhões de vidas foram perdidas, quase 500 milhões de empregos foram destruídos e as empresas perderam e bilhões de dólares ", afirmou o secretário-geral da ONU.


(Com informações da AFP)

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