Terrível e inaceitável
A foto de duas crianças vítimas do conflito na Terra Santa foi publicada na capa do jornal L'Osservatore Romano. Na foto, o desespero dos pais, uma foto chocante que reafirma as palavras do Papa Francisco de que os menores são as vítimas indefesas e inocentes de toda guerra e toda violência
O jornal L'Osservatore Romano, publicou a foto de duas crianças mortas no conflito na Terra Santa em sua primeira página. A foto é apresentada como uma foto chocante. “Um soco no estômago” advertem os redatores, “publicá-la hoje foi uma decisão dolorosa. Não é uma foto de ontem ou de hoje. É uma foto da semana passada. Quando a vimos, foi tema de reflexão e discussão. Devemos publicar uma foto com os rostos reconhecíveis e dolorosos de duas crianças, mortas em uma maca sob o olhar desesperado de seus pais? Na semana passada, tínhamos decidido não publicá-la. Mas no domingo, 16 de maio, no Regina Caeli, ao fazer um apelo pela paz, o Papa Francisco falou sobre a morte de crianças, chamando-a de inaceitável”.
Papa: paz na Terra Santa, morte inaceitável de crianças
As crianças, vítimas indefesas e inocentes da guerra e da violência, são os pequenos corpos martirizados. Em Gaza e Israel, mas também no Iêmen, na Síria, no Iraque, no Afeganistão e nas muitas guerras esquecidas na África. São os corpos mutilados de jovens migrantes que se afogaram tentando atravessar um rio ou o mar aberto em busca de salvação e de um futuro. São os corpos mutilados de crianças estupradas e vendidas por traficantes de seres humanos. São os corpos mutilados de crianças vítimas do trabalho infantil.
“Pedimos desculpas aos leitores por esta foto chocante” escreve ainda L’Osservatore Romano, “mas a morte de crianças sob as bombas, qualquer que seja o povo a que pertençam, não pode nos deixar indiferentes: nos testemunham mais uma vez que a guerra traz apenas morte, destruição e ódio, como nos ensina a dramática experiência do Iraque. As crianças pagam o preço mais alto por nossas guerras sujas. Isto é inaceitável. E para realmente entendê-lo, devemos nos sacudir do nosso torpor e das bolhas de indiferença em que muitas vezes vivemos, precisamos, infelizmente, ver”.