O Japão abriu nesta segunda-feira (24) os primeiros centros de vacinação contra o coronavírus do país. O objetivo é acelerar a campanha de imunização, cuja lentidão é criticada, a menos de dois meses do início dos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Os dois centros foram instalados em Tóquio e em Osaka, no oeste do país. Eles são administrados pelas Forças de Autodefesa do Japão, para vacinar diariamente milhares de pessoas acima dos 65 anos.
O Japão começou em fevereiro a vacinação dos profissionais de saúde e das pessoas com mais de 65 anos com o imunizante da Pfizer/BioNTech. Apenas 2% dos quase 125 milhões de habitantes do Japão receberam até o momento as duas doses da vacina, contra 40% da população dos Estados Unidos, um dos países mais avançados na campanha de imunização contra o coronavírus.
A lentidão é extremamente criticada, quando parte do país se encontra em estado de emergência para enfrentar a quarta onda de Covid-19. Oficialmente, ela é justificada pelas rígidas normas médicas e os trâmites burocráticos.
"É formidável! Posso ter um pouco de tranquilidade a partir de agora", comemorou Hideo Ishikiwa, de 73 anos, que se sentia "ansioso e tenso" desde o início da pandemia.
"Os Jogos Olímpicos poderiam acontecer com mais tranquilidade se isto tivesse sido feito antes e 80 ou 90% da população estivesse vacinada antes do início do evento", declarou Munemitsu Watanabe, 71 anos, depois receber a primeira dose em Tóquio.
15 mil doses por dia
O centro de vacinação de Tóquio deve aplicar quase 10.000 doses diárias e o Osaka 5.000. Ambos os vacinódromos utilizam o fármaco do laboratório americano Moderna, autorizado desde sexta-feira (21) no Japão.
A vacina da AstraZeneca/Oxford também foi autorizada, mas, por enquanto, não será aplicada devido aos raros casos de trombose registrados em alguns países. A meta é vacinar os profissionais de saúde e as pessoas com mais de 65 anos até o fim de julho.
O Japão foi relativamente poupado da pandemia na comparação com outros países, com apenas 12.000 mortes registradas oficialmente desde o início de 2020. No entanto, nas últimas semanas, o país registrou um aumento de casos de Covid-19 que pressiona o sistema de saúde.
A maioria da população é contrária aos Jogos Olímpicos, temendo que a chegada de estrangeiros favoreça a propagação da doença. Mas os organizadores estão convencidos de que medidas estritas contra a Covid-19 e a proibição da vinda de torcedores procedentes do exterior permitirão a realização de um evento com "total segurança". Os Jogos devem ser realizados entre 23 de julho a 8 de agosto.
(Com informações da AFP)