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Governo comunista de Cuba aprova criação de pequenas e médias empresas


Cuba vive uma nova e inédita fase de privatização da economia. Em meio à turbulência gerada pela pandemia, o governo comunista acaba de aprovar a criação de pequenas e médias empresas no setor privado. 

Domitille Piron, correspondente da RFI em Cuba

Diante da crise econômica duradoura, Havana parece querer acelerar as reformas econômicas que estão mudando gradual, mas fundamentalmente, o sistema econômico socialista. 

Mas para os atores e empreendedores do setor privado, as coisas ainda não estão indo rápido o suficiente.

O governo finalmente disse “sim” à criação de pequenas e médias empresas privadas em Cuba. A reunião do Conselho de Ministros na quarta-feira (2) deu o tão esperado sinal verde. 

Mas isso não deve ser visto como uma privatização da economia, alerta o governo cubano.

O presidente Miguel Diaz-Canel, recentemente nomeado primeiro secretário do Partido Comunista Cubano, parece querer acelerar as reformas econômicas e mudar mentalidades. “Devemos acabar com os entraves burocráticos que impedem o desenvolvimento dos atores econômicos e, em particular, das empresas estatais."

Restava agora instituir uma lei sobre as pequenas e médias empresas, que poderão se desenvolver em determinados setores de atividade, como é o caso dos empresários independentes.

Sinal para a administração Biden

Os trabalhadores do setor privado representam 13% da população ativa cubana e há vários anos aguardam uma lei para as pequenas e médias empresas. 

Alguns já expressaram desapontamento por este ser apenas um anúncio, ainda sem data de implementação.

"Mas temos que ir devagar", acredita o primeiro-ministro cubano Manuel Marrero Cruz. “Este é um progresso contínuo. 

Avançamos sem pressa, mas sem parar. Porque o mais importante neste processo gradual é evitar ter que voltar atrás", disse ele. 

Espera-se que a lei das PME seja adotada em 2022. Para alguns, o governo cubano está preparando o terreno. Esses anúncios são vistos como um sinal enviado à administração de Joe Biden nos Estados Unidos para atrair investidores norte-americanos em potencial para essas futuras empresas privadas.

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