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Covid-19: Pfizer defende aplicação de 3ª dose da vacina para reforçar eficácia


Texto por: RFI   
⌚ 6 min

Os laboratórios Pfizer e BioNTech anunciaram na quinta-feira (8) que buscarão autorização para uma terceira dose de sua vacina anticovid com o objetivo de aumentar a eficácia contra novas cepas, num contexto onde a variante Delta causa surtos devastadores na África e na Ásia, além de provocar uma aceleração de casos na Europa e nos Estados Unidos.

Os laboratórios Pfizer e BioNTech anunciaram na quinta-feira (8) que buscarão autorização para uma terceira dose de sua vacina anticovid com o objetivo de aumentar a eficácia contra novas cepas, num contexto onde a variante Delta causa surtos devastadores na África e na Ásia, além de provocar uma aceleração de casos na Europa e nos Estados Unidos.

"Os norte-americanos que foram totalmente vacinados [duas doses] não precisam de reforço neste momento", disseram as agências de saúde. "Estamos preparados para a eventualidade de doses de reforço, sempre e quando a ciência demonstrar que são necessárias."

Ainda segundo os laboratórios, “se a proteção contra os casos graves da doença permanecer elevada por seis meses” com as duas primeiras doses, “espera-se um declínio na sua eficácia contra os casos sintomáticos com o tempo e com o surgimento de variantes”. A Pfizer e a BioNTech "esperam que uma terceira dose aumente ainda mais os anticorpos".

Resultados preliminares de pesquisadores da Universidade de Oxford também demonstraram, no final de junho, que a dose de reforço da vacina da AstraZeneca causou "um aumento acentuado na resposta imunológica" contra as variantes Alfa, Beta e Delta.

Outro estudo publicado em 28 de junho na revista Nature demonstrou que os efeitos desencadeados pelas vacinas de RNA mensageiro da Pfizer-BioNTech e Moderna podem funcionar por vários anos ou até mais contra a Covid-19, se o vírus não sofrer muitas mutações, sublinhou o jornal The New York Times.

185 milhões de infecções

Quase 16 meses depois de uma pandemia que abalou o mundo inteiro, mais de 185 milhões de infecções se acumulam, segundo balanços oficiais que, na opinião da OMS, podem ser bem inferiores à realidade.

A média diária de óbitos na última semana foi de 7.870 e esse número continua diminuindo aos poucos. A quantidade de mortos está longe dos 13.700 por dia registrados no final de abril e início de maio.

No entanto, novas infecções estão se acelerando após quase dois meses de declínio (405.000 em média diariamente, + 9% semana a semana) devido a picos em países como o Reino Unido, Indonésia e Rússia, duramente atingidos pela variante Delta.

No hospital Mariinskaia, na cidade russa de São Petersburgo, a "zona vermelha" para pacientes com Covid-19 tem quase todos os seus 760 leitos ocupados. Em apenas meia hora na UTI, os corpos de dois pacientes foram removidos em sacos mortuários pretos.

A variante Delta faz o mundo reconsiderar a flexibilização das restrições aplicadas na União Europeia, graças ao avanço da vacinação. A França recomendou aos seus cidadãos que não viajassem no verão para Portugal e Espanha, onde esta variante dissemina infecções entre a população jovem não vacinada.

Na América Latina e no Caribe, a região do mundo com o maior número de mortes pelo vírus, com quase 1,3 milhão de vítimas, os esforços continuam para acelerar a imunização.

Haverá doses suficientes para todos?

Esta questão surgirá se uma terceira dose for considerada necessária para uma população maior do que a prevista atualmente. Questionado pela RFI, Jean-Daniel Lelièvre, chefe do departamento de imunologia clínica e doenças infecciosas do hospital Henri-Mondor em Créteil, na região parisiense, acredita que "apesar do que a Moderna e a Pfizer dizem, elas não terão vacinas suficientes para cobrir todo o planeta com uma terceira dose se, em última instância, esta for considerada necessária”.

A combinação de vacinas, caso seja certificada como eficaz pelos pesquisadores, pode se tornar uma solução. “Se você tem exatamente a mesma eficácia fazendo duas doses da Pfizer e um complemento com uma vacina proteica, como imaginamos, você aumenta as chances de ter uma vacinação eficaz em qualquer tipo de contexto”, destacou Jean-Daniel Lelièvre.

A ministra da Indústria da França, Agnès Pannier-Runacher, expressou recentemente sua esperança sobre a vacina da Sanofi, anunciada para dezembro. Esta “poderá ser a terceira dose de vacina a ser tomada na França, um reforço para a população que já teria sido vacinada com duas doses nesta altura”. “Essas pessoas também poderiam escolher entre diferentes vacinas”, explicou.

(Com informações da AFP e FranceInfo)

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