Texto por: Cristiane Capuchinho RFI ⌚ 3 min
Portugal decretou nesta quinta-feira (1°) um novo toque de recolher a partir das 23h por conta do aumento dos casos de Covid-19. A partir de sexta-feira, 45 municípios, entre eles Lisboa, deverão adotar a nova restrição, imposta a locais com risco considerado “elevado” ou “muito elevado”.
“Constatamos nas últimas duas semanas que a situação [sanitária] novamente piorou”, declarou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, durante um comunicado à imprensa. “A situação em que estamos não se compara com muitos momentos difíceis que o país viveu no último ano e meio, mas é uma situação grave”, afirmou.
“O importante é a clareza de se perceber que Portugal está numa situação mais difícil do que estava, não parou de piorar e precisamos todos tomar medidas nessa matéria", completou.
Portugal ultrapassou nesta semana a marca de 2.000 novos casos em apenas 24 horas, de acordo com os dados da Direção-Geral da Saúde (DSG). É o nível mais alto de contágio no país desde fevereiro, quando o país entrou em lockdown.
Segundo a DSG, a variante Delta já é predominante no país de 10 milhões de habitantes, e é responsável pelo aumento de casos durante esse verão europeu.
Toque de recolher e redução de horários nos restaurantes
Lisboa está entre as cidades classificadas como de risco muito elevado, com mais de 240 casos por 100 mil habitantes. Assim como Cascais, Sintra e outros dezesseis municípios.
Outras 26 cidades, como Porto e Santarém, estão em estado de alerta, com aumento de casos nas últimas duas semanas. Nesses locais, o toque de recolher começa às 23h e vai até as 5h da manhã.
Além disso, restaurantes e cafés deverão fechar suas portas às 22h30 durante a semana e às 15h30 aos finais de semana. O governo também determinou limitação para o número de pessoas dentro dos estabelecimentos, que não poderão acolher mais de quatro clientes por mesa.
Aceleração da vacinação
A ministra anunciou também que haverá aceleração da campanha de vacinação no país.
Até o momento, apenas 32% da população tomou as duas doses do imunizante contra o Covid. Pouco mais da metade recebeu a primeira dose, o que não garante proteção contra a variante Delta.
Desde o início da pandemia, Portugal registrou 882 mil casos de pessoas infectadas e 17,1 mil mortos em decorrência da infecção pelo coronavírus.