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Chuva melhora umidade do solo em áreas agrícolas, mas produtividade de trigo, café e cana continua em risco

Lavouras do Paraná, São Paulo e Minas Gerais prosseguem em atenção


A chuva deverá ocorrer nos próximos dias em importantes regiões produtoras do país, de acordo com o acompanhamento da Geosys Brasil. Os dados do modelo europeu (ECMWF) indicam chuvas acima da média para parte de São Paulo e Paraná, além de áreas em Minas Gerais e nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste. No entanto, a umidade do solo deve continuar abaixo da média na maior parte do Paraná, maior produtor de trigo do país.

"Apenas no Rio Grande do Sul as lavouras de trigo receberam chuvas acima da média para o período - acima de 40 milímetros. Nas demais áreas da zona do trigo, o volume de chuvas variou de 0 a 10 milímetros, caso do Paraná e São Paulo, ficando muito abaixo da média. A baixa umidade do solo deve ser monitorada nos próximos dias e, caso não haja alteração de cenário, pode ocorrer limitação do potencial produtivo”, explica Felippe Reis, analista de culturas da Geosys Brasil.

Paraná

No estado, o NDVI, índice de vigor vegetativo, está similar ao ano de 2019, quando a produtividade do trigo foi ruim em relação à tendência. No Paraná, na zona do trigo do estado, choveu apenas 32,5 milímetros em julho, 62,3% abaixo da média e, 21,8 milímetros em agosto, considerando até o dia 25 do mês - 72,6% abaixo da média. Desde o início de julho, a precipitação acumulada está no menor patamar dos últimos 30 anos e, mesmo com a previsão de boas chuvas para algumas regiões do estado, o volume mensal deve ficar abaixo da média.  A situação está um pouco melhor apenas no Leste do Estado, onde se localizam as cidades de Castro, Ponta Grossa, Campo Largo e Palmeira, com a umidade do solo próxima da média e o NDVI acima da média, resultando em condições favoráveis às lavouras de trigo.



Rio Grande do Sul

Nas lavouras de trigo das cidades de Tenente Portela e Três Passos na região noroeste, a umidade do solo está 15,4% abaixo da média dos últimos 10 anos. A seca manteve a umidade baixa desde o início de julho. O balanço hídrico (precipitação – evapotranspiração) evidencia o estresse hídrico na região nas últimas semanas. O NDVI está próximo da média, indicando que a produtividade pode não ser alta na temporada atual. Porém, para os próximos dias, o volume de chuva deve ficar abaixo da média, segundo o modelo americano (GFS) e o modelo europeu (ECMWF).

São Paulo

Na zona do trigo no estado, onde se localizam os municípios de Capão Bonito e Itapetininga, o volume de chuva acumulada desde julho é o mais baixo dos últimos 30 anos. O NDVI apresentou dinâmica ruim nos últimos dias, o que pode ser reflexo da seca e, consequentemente, da umidade do solo que está em baixo patamar desde o início do ciclo. A boa notícia é que há previsão de chuvas para os próximos dias, o que deve colaborar com o aumento da umidade do solo.

No noroeste do estado, região de São José do Rio Preto, onde predomina o cultivo da cana-de-açúcar,  o volume de chuva acumulado está no menor patamar dos últimos 30 anos, pouco abaixo de 2018. A curva do NDVI indica condições desfavoráveis da temporada atual e aponta para uma produtividade inferior em relação aos últimos anos. A previsão aponta baixo volume de chuvas na região para os próximos dias.

Triângulo Mineiro

Em agosto, até o dia 25 do mês, praticamente não choveu no Triângulo Mineiro, onde ficam Patrocínio, Uberaba e Uberlândia, que registrou apenas 0,09 milímetros de chuva. Apesar de, nesta época do ano, ocorrer menos chuvas, a seca está mais intensa.  Por causa da baixa precipitação, a umidade do solo está 9,0% abaixo da média dos últimos 10 anos. Já no sul e sudeste de Minas Gerais, região que compreende os municípios de Guaxupé e Varginha, por exemplo, em fevereiro o volume de chuvas ficou em linha com a média, porém nos demais meses a seca prevaleceu. Além disso, entre o fim de junho e início de agosto, foram registradas três quedas bruscas de temperatura, o que permitiu a ocorrência de geadas na região. A associação de seca mais geadas danificou fortemente as lavouras de café na região.

FONTE:Carol Silveira Assessoria de Comunicação

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