O governo de Israel estabeleceu neste domingo (24) que o combate às mudanças climáticas passa a ser uma prioridade de "segurança nacional" no país. Em um comunicado, o primeiro-ministro Naftali Bennett se compromete a "facilitar" investimentos em energias renováveis, às vésperas da abertura da COP26, em Glasgow.
"A luta contra as mudanças climáticas é um novo interesse de segurança nacional para Israel", informa a nota oficial. Em junho passado, a nova coalizão de governo israelense fixou a meta de reduzir em 27% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e em 85% até 2050 em relação aos níveis de 2015. Para isso, o país, que é um dos que menos investem no transporte público entre todos os Estados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), prevê promover transportes que consumam menos energia.
"Hoje, o governo aprovou muitas decisões para fomentar transportes limpos e de baixo consumo de carbono", disse Bennett, que pretende participar da COP26. A Conferência da ONU sobre mudanças climáticas acontece de 31 de outubro a 12 de novembro na Escócia.
"Queremos promover a inovação e facilitar [o trabalho] dos empresários no setor das energias verdes", declarou a ministra de Energia, Karine Elharrar. Para alcançar seus objetivos, Israel quer aproveitar a experiência acumulada por várias empresas dos setores de cibersegurança, defesa e tecnologia financeira. O setor da alta tecnologia emprega pouco mais de 10% da população economicamente ativa de Israel.
A ministra israelense do Meio Ambiente, Tamar Zandberg, acusou os governos precedentes de terem adiado os investimentos na descarbonização da economia.
Premiê da Índia confirma participação na COP26
O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, confirmou que vai comparecer à COP26, um sinal positivo para as negociações que não contarão com as presenças dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping. Fontes do governo em Nova Délhi indicaram que a Índia, terceiro maior poluidor mundial de gases do efeito estufa, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, fará uma nova proposta de redução de emissões, mas não revelaram detalhes.
A China informou neste domingo que deseja limitar a menos de 20% o uso de energias fósseis até 2060, de acordo com um plano que inclui vários objetivos. O presidente chinês deseja começar a reduzir as emissões poluentes até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono 30 anos depois, afirma o projeto publicado pela agência oficial de notícias Xinhua. O documento também inclui a meta de que, até 2030, 25% da energia total consumida na China seja procedente de fontes renováveis.
Em abril, Xi Jinping afirmou que o país controlaria de maneira rígida os projetos de centrais de energia elétrica que utilizam carvão e reduziria progressivamente o consumo desta matéria-prima. O carvão é uma fonte muito poluente e responsável por 60% da produção de energia elétrica na China.
Em setembro, na Assembleia Geral da ONU, o presidente chinês também se comprometeu a parar de construir centrais de carvão no exterior. Porém, em meio a uma grave escassez de energia elétrica causada pelo aumento do preço do carvão, do qual o país é muito dependente, a China está aumentando sua produção de carvão em 6%. No início da semana, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reformas (NDRC) informou que em setembro foram autorizadas 53 minas, com o objetivo de aumentar a capacidade de produção em 220 milhões de toneladas anuais.
Com informações da AFP