Com a evolução da medicina e da tecnologia, a expectativa de vida das pessoas está cada vez mais alta. Mas a população não está apenas vivendo por mais tempo, está também ficando cada vez mais ativa e conectada até nas idades mais avançadas.
Mesmo assim, quem já passou dos 60 anos já deve ter ouvido frases como “você não tem mais idade para isso”. Esse tipo de discriminação é conhecido como etarismo ou idadismo e é sofrido por pessoas por causa da idade, sobretudo as pessoas idosas, o que pode prejudicar diretamente a saúde física e mental de quem sofre o preconceito.
“O etarismo provoca um sentimento de baixa autoestima e desamparo, o que pode levar ao isolamento e à depressão”, explica a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa (CMDPI), Tatiana Possa Schafachek.
A exclusão da pessoa idosa também provoca comportamentos como a falta de cuidado com a alimentação e o consumo excessivo de álcool, cigarros e remédios, ampliando o risco de doenças cardiovasculares.
Campanha
Para combater o etarismo e valorizar a pessoa idosa, o CMDPI, em conjunto com a Fundação de Ação Social (FAS) e a Prefeitura de Curitiba, lançou este mês a campanha “Minha idade não me limita”.
O material reúne histórias reais de pessoas idosas curitibanas que são exemplos de profissionalismo, criatividade e alegria. É o caso da professora Jane Hir, 66 anos, graduada em Letras. Foi depois dos 60 anos que Jane se tornou mestre em Educação e o que é ainda melhor: aventureira no universo da tecnologia, criou um canal no YouTube para compartilhar estudos do educador e filósofo Paulo Freire.
Além da professora Jane, a campanha traz ainda outros personagens como a dra. Ivete, 68 anos, presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia; Paula, que aos 91 anos segue a carreira de cabeleireira, manicure e pedicure; Antônio, 63, que passou a dançar e fazer ginástica depois de sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC); e Manoel, 70, que é colecionador de livros.
Todos podem ser vistos em cartazes nos pontos de ônibus da cidade, nas redes sociais, painéis digitais e nas TVs do transporte público. Um filme também mostra diversas pessoas que desenvolvem suas atividades profissionais e pessoais, homens e mulheres de várias etnias e classes sociais, todos com atitude positiva e ativa em relação à vida. A campanha também poderá ser conhecida por meio das rádios.