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Governo apresenta detalhes da proposta de concessão do Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi


A proposta da parceria de concessão do Parque Estadual do Guartelá, em Tibagi, nos Campos Gerais, foi apresentada nesta quarta-feira (20) a empresários de Curitiba. 

O evento é uma apresentação técnica, com diálogo direto entre representantes do Governo do Estado e a iniciativa privada para explanação do projeto. 

Outro roadshow acontecerá na semana que vem em Ponta Grossa. Os dois encontros antecedem a audiência pública, marcada para o dia 26.

A concessão foi apresentada pela Secretaria do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo (Sedest), por meio do Instituto Água e Terra (IAT) e da Superintendência Geral de Parcerias (SGPAR). 

A proposta integra o Projeto Parques Paraná. 

O objetivo é promover de forma sustentável o turismo de natureza do Estado, com melhorias na infraestrutura existente e oferta de mais atrativos.

O vice-governador Darci Piana afirmou que a região de Tibagi, além das belezas naturais, possui um forte foco no turismo religioso. “O Governo do Estado está com o olhar voltado para a mão de obra que o turismo é capaz de oferecer, com os lucros e investimentos necessários. 

O turista quer dormir bem, descansar e ter um local perto onde possa passear”, disse.

Segundo o secretário do Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, Márcio Nunes, o Paraná apresenta um grande potencial no turismo de natureza que precisa ser usufruído pelos paranaenses e por turistas de fora do Estado. 

Atualmente, além do Parque Estadual do Guartelá, estão em fase de análise para receber o projeto de concessão o Monumento Salto São João (Prudentópolis) e o Jardim Botânico de Londrina.

Para a seleção de Unidades de Conservação (UCs) ao projeto de parcerias do Governo do Estado, o IAT elaborou um diagnóstico de 70 parques, no qual 29 apresentaram condições como grande potencial e demanda de turismo.

O diretor-presidente do IAT, Everton Souza, disse que essa visão ao patrimônio natural do Estado apresenta benefícios para todos os envolvidos. “Temos a missão de viabilizar proteção desses espaços para que cumpram seu papel de Unidade de Conservação, sem perder o foco na geração de renda, emprego e impostos que o turismo alavanca na região”, disse.

PROPOSTA – De acordo com o diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, para fazer parte do projeto de parcerias, é preciso ter um atrativo mínimo de infraestrutura. “Hoje o ecoturismo e o turismo de aventura bem coordenados e planejados são instrumentos para a conservação da biodiversidade em um Estado com mais de 1,2 milhão de hectares de Unidades de Conservação”, afirmou. 

O Parque Estadual do Guartelá foi criado por Decreto em 1996 como área de proteção integral, com rico patrimônio natural e arqueológico da região do cânion do Rio Iapó. Localizado no município de Tibagi, sua área total é de 798 hectares. A proposta prevê a concessão de cerca de 170 hectares deste total.

Além disso, o local abriga cachoeiras, fontes, nascentes e espécies de fauna e flora nativas. Espécies como o lobo-guará, a jaguatirica, o veado, o gavião-pombo e a capivara podem ser observadas na área do parque.

Há, ainda, atrações como a cachoeira da Ponte de Pedra, com aproximadamente 180 metros de altura, e o Córrego Pedregulho, que forma cascatas e “banheiras” naturais. O local permite caminhada por trilhas interpretativas, contemplação da paisagem, visita a sítios pré-históricos, além de piscinas naturais conhecidas como “panelões” ou “panelas de sumidouros”.

O superintendente-geral de parcerias da Sedest, Ágide Meneguette, explicou os investimentos obrigatórios a serem feitos pela iniciativa privada e a viabilidade econômica que o local oferece. “Privatizar é uma coisa e conceder é outra. Em um, entregamos ao privado, e no outro apenas concedemos essa exploração por um período determinado e os benefícios retornam aos paranaenses”, disse.

De acordo com ele, a proposta segue a modelagem adotada em Vila Velha. “Aquele parque virou um modelo nacional de concessão. Então o Paraná foi o precursor nessa modelagem e estamos, inclusive, mostrando isso a outros Estados”, disse. O parque, com a concessão, passou de 25 mil visitantes para cerca de 70 mil visitantes em um ano.

“É um ato importante. Damos as mãos junto com o Estado e conseguimos dar as melhores tratativas e investimentos para transformar o parque numa área utilizada pelos paranaenses. É fundamental que o visitante tenha essa sensação de lazer e entretenimento junto com a preservação”, disse o diretor-executivo do Grupo Soul Parques, Carlos Eduardo Guimarães. O grupo administra os atrativos de Vila Velha pelo modelo de concessão desde 2019.

O processo licitatório será na modalidade concorrência, em duas fases: uma da classificação de propostas econômicas e outra da análise de documentação. É possível conhecer toda a proposta AQUI.

TURISMO – Para o diretor-presidente da Paraná Turismo, João Jacob Mehl, uma concessão no momento atual de retomada do turismo é uma vitória. 

“A oferta de serviços, o conforto e a hospitalidade passarão sempre pelos recursos da iniciativa privada. Precisamos ter o investidor, que é aquele que pode fazer de um parque um local de conforto e hospitalidade”, afirmou.

Para o membro do Conselho do Grupo Cataratas, Roberto Trauczynski, o uso público de áreas de conservação é a melhor ferramenta de conservação pelos monitores e turistas. “É o grande caminho para proporcionar que a população utilize essas áreas. 

O Governo do Estado está acertando em dar liberdade à criatividade empresarial e todo o processo tem a proteção de legislação e Plano de Manejo do que pode ou não fazer”, destacou.

Fonte: AEN

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