O Papa Francisco criou nesta quarta-feira (20) a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA), um organismo permanente e representativo da Igreja Católica, com o objetivo de promover a ação pastoral na Amazônia, informou a Santa Sé.
A criação da conferência eclesial foi um dos pedidos feitos pelos bispos da região, reunidos em 2019 no Vaticano para o primeiro sínodo sobre a Amazônia, região que engloba nove países da América do Sul e tem 7,5 milhões km², cujas florestas tropicais estão sendo devastadas.
Francisco instituiu canonicamente a Conferência Eclesial da Amazônia como "pessoa jurídica pública eclesiástica", dando-lhe a finalidade de "promover a ação pastoral comum das circunscrições eclesiásticas da Amazônia e de incentivar uma maior inculturação da fé no território", informa a nota da Congregação para os Bispos.
O estatuto do novo organismo será apresentado em breve ao pontífice para sua aprovação. O Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM) celebrou a criação do organismo, que reúne todas as entidades dependentes da igreja na bacia do Amazonas e não apenas as dioceses.
“Pecado ecológico”
"A decisão do Santo Padre nos enche de alegria em um momento em que a Igreja latino-americana e caribenha acentua sua opção pela sinodalidade, na colegialidade, conversão integral, com voz profética, olhar integrador e incidência, articulando e integrando redes, promovendo a descentralização, e acolhendo o magistério do Papa Francisco", escreveu o CELAM em uma mensagem.
A defesa da Amazônia, de seu equilíbrio ecológico e principalmente de seus habitantes, é uma das grandes batalhas de Francisco, o primeiro papa latino-americano da história. O pontífice acolheu o conceito de "pecado ecológico" e reconheceu o rito amazônico, com estátuas e símbolos das populações daquela região, o que para alguns foi uma heresia.
(Com informações da AFP)