Texto por: RFI
Para conter a alta de casos de Covid-19, o chanceler austríaco, Alexander Schallenberg, anunciou, nesta sexta-feira (19), que um novo lockdown será instaurado no país a partir de segunda-feira (22). A medida atingirá toda a população, incluindo os imunizados contra o coronavírus. A vacinação contra a doença será obrigatória a partir de 1º de fevereiro de 2022.
Depois de ter instaurado, há poucos dias, o bloqueio para os não vacinados, a Áustria se torna o primeiro país da União Europeia (UE) a adotar as duas medidas. "Vocês têm que olhar a realidade de frente", disse o chanceler.
"Não conseguimos convencer as pessoas o suficiente para se vacinarem", afirmou, explicando que as UTIs (unidades de terapia intensiva) já estão em situação crítica.
"Aumentar o número de vacinados é a única maneira de sair deste círculo vicioso", justificou. Desde segunda-feira (15), na Áustria, as pessoas não vacinadas não podem sair de casa, exceto para fazer compras, praticar esportes e receber atendimento médico.
A partir de segunda, restaurantes, hotéis e comércios não essenciais deverão fechar suas portas.
Neste sábado (20), o partido de extrema direita FPÖ convocou uma manifestação em Viena. Seu líder, um convicto militante antivacinas, testou positivo para o coronavírus e não poderá participar.
"A Áustria agora é uma ditadura", disse Herbert Kickl nesta sexta-feira sobre as novas medidas anunciadas pelo governo.Dos 8,9 milhões de habitantes do país, 66% estão totalmente imunizados, um percentual ligeiramente inferior à média europeia, apesar de o país ter adotado o passaporte sanitário em abril.
As recentes medidas adotadas pelo governo já tiveram um efeito positivo, com o aumento do número de pessoas que agendaram um horário para receberem uma dose.
Mesmo assim, o número de casos de Covid-19 continua crescendo, com 15 mil novas infecções nas últimas 24 horas.Taxas de vacinação na Europa são baixas, diz agência
A Europa deve diminuir a lacuna entre vacinados e não vacinados contra Covid-19 para impedir uma nova onda da doença, anunciou nesta quinta-feira (18) a Agência Europeia de Medicamentos (EMA).
"Estamos vendo um número excessivo de casos, especialmente entre os não vacinados", disse Marco Cavaleri, diretor de estratégia da EMA, durante uma entrevista coletiva.
As taxas de imunização em alguns países europeus são "inaceitavelmente baixas", disse Cavaleri. "Temos que fechar essa lacuna e trabalhar para que o maior número possível de pessoas sejam vacinadas", acrescentou. Vários países tomaram ou estão considerando tomar medidas visando os relutantes à vacina.
Esforços também estão sendo feitos para estimular a campanha e em busca de novos tratamentos para a Covid-19. Diante do crescente número de casos em crianças, a EMA planeja decidir, na próxima semana, se aprova o produto da Pfizer-BioNTech para crianças de 5 a 11 anos.
Além disso, "em vista da situação crítica em muitos estados membros", o órgão estudará a aprovação da nova pílula contra o coronavírus da Pfizer, que mostra resultados preliminares "promissores", disse.
A revisão completa para a autorização do medicamento está prevista para começar na próxima semana, um processo que pode levar vários meses. O medicamento da gigante farmacêutica Merck, por sua vez, pode ser aprovada até o final do ano.
(Com informações da AFP)