A Audi vai retomar a linha de montagem em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, com a produção dos modelos Audi Q3 e Audi Q3 Sportback a partir de 2022. O governador Carlos Massa Ratinho Junior acompanhou o anúncio, feito nesta terça-feira (14) em São Paulo, pelo CEO e presidente da Audi do Brasil, Johannes Roscheck. Na ocasião, foi apresentado o modelo pré-série do Q3 Sportback, já montado no Paraná.
O governador afirmou que a volta da produção da Audi no Paraná representa mais um passo no momento de retomada da economia do Estado após os impactos da pandemia de Covid-19, com a conquista de bons índices de crescimento industrial e na geração de empregos. Entre janeiro e outubro, lembrou ele, cerca de 176 mil vagas formais foram abertas no Estado.
“A Audi tem uma presença importante em um nicho de mercado, o que ajuda a consolidar o Paraná como um dos importantes polos automotivos do Brasil e do mundo, com a presença de grandes indústrias do setor”, afirmou Ratinho Junior. “Estamos trabalhando há bastante tempo para a retomada da produção da montadora, dentro de uma estratégia de atração de investimentos para ampliar nosso parque industrial e gerar mais empregos no Estado”.Ratinho Junior também destacou o anúncio feito nesta semana de ampliação dos investimentos da DAF, que fará da fábrica em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, uma unidade de exportação de caminhões, atendendo não apenas o mercado interno, mas também o internacional. “O aumento da produção automotiva reflete não apenas nos empregos diretos dessas montadoras, mas também em outras indústrias da cadeia”, ressaltou.
NOVOS VEÍCULOS – Única fábrica da multinacional na América do Sul, a Audi tinha paralisado a produção em São José dos Pinhais em dezembro de 2020, para adequar a linha de montagem para os novos veículos. A produção deve iniciar em meados do ano que vem. “Mesmo em um momento desafiador, a empresa sempre trabalhou para viabilizar a fabricação nacional por acreditar no potencial do País e na credibilidade que a marca ganha na visão dos nossos clientes”, salientou Roscheck.
A montadora está negociando com o governo federal a liberação de créditos de IPI do programa Inovar-Auto, com a possibilidade de usar os recursos para aumentar o volume de produção. “Estamos em um processo positivo de negociação com o governo federal. O maior desafio é com relação ao instrumento legal para essa negociação, mas o governador Ratinho Junior tem nos auxiliado no diálogo junto ao Ministério da Economia. A perspectiva é que essa questão seja resolvida nos próximos meses”, explicou Antônio Calcagnoto, diretor de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Audi do Brasil.
LINHA – A produção do Audi Q3 com motor 2.0 em suas duas carrocerias, ambos com a tecnologia de tração quattro – utilizada pela primeira vez pela Audi na fabricação nacional – será feita em uma linha de montagem exclusiva, a mesma que produziu a geração anterior do SUV até 2019. O método adotado nesta fase será o SKD ou Semi Knocked-Down, em que o veículo desembarca no País parcialmente desmontado.
Os modelos serão inicialmente fabricados em Györ, na Hungria, e chegarão ao Porto de Paranaguá divididos em conjuntos de peças para a montagem final em São José dos Pinhais. As etapas de produção concluídas no Brasil contemplam a união da carroceria com motor, transmissão e eixos, conexão do sistema de escapamento, montagem das rodas e inclusão da bateria e líquidos de arrefecimento.ELÉTRICOS – A Audi do Brasil anunciou também investimento de R$ 20 milhões para ampliar a rede de recarga ultrarrápida de veículos elétricos no País. Em 2022, a empresa instalará estações DC de 150 kW em quase todas as concessionárias da marca no Brasil. Nesses carregadores, o 100% elétrico Audi e-tron pode recarregar a bateria de 0% a 80% em menos de 25 minutos.
HISTÓRIA – A Audi iniciou sua operação no Brasil em 1999, com a inauguração da unidade de São José dos Pinhais, onde foram produzidos os Audi A3 de primeira geração nacionais. A produção do modelo seguiu até 2006, quando a Audi decidiu interromper a fabricação local.
A montadora resolveu, então, retomar a linha de montagem no País em 2012, quando o governo brasileiro instituiu o Inovar-Auto, programa de Incentivo à Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia Produtiva de Veículos Automotores. Para isso, a empresa investiu cerca de 150 milhões de euros na unidade paranaense, valor próximo de R$ 500 milhões na época.
A produção teve início em 2015 com o A3 Sedan – até hoje o único modelo com motor flex feito pela Audi em todo o mundo – e, em 2016, passou a produzir também o Q3. A fabricação do SUV seguiu até 2019, com o fim do ciclo de vida da geração anterior. O A3 Sedan foi fabricado até 2020, também com o fim do ciclo de vida da geração.
Após um hiato de pouco mais de um ano para preparação da linha para os novos modelos, entre fim de 2020 e março de 2022, a Audi deve iniciar a montagem dos veículos na fábrica do Paraná.HOUSE OF PROGRESS – O anúncio da retomada da produção foi feito durante a ação House of Progress, que é promovida pela Audi do Brasil, em São Paulo, desde o dia 17 de novembro e segue até o próximo domingo (19). Para o projeto, a multinacional traz direto da Alemanha dois carros-conceito da marca, que estão expostos na Casa Fares, na Avenida Europa, mesmo espaço que abrigou o primeiro showroom da Audi no País.
A iniciativa conta com uma série de ações, lançamentos, experiências, conteúdo e exibição de veículos para clientes, convidados e fãs da marca. Entre os principais destaques da House of Progress estão a apresentação dos carros-conceito, que fazem sua primeira aparição no Brasil: o Audi e-tron Vision GT, veículo originalmente criado para o jogo de PlayStation Gran Turismo e que depois ganhou vida como um carro de verdade, e o Audi Q4 e-tron Concept, veículo da família dos 100% elétricos da marca.Além deles, os recém-lançados Audi RS e-tron GT, esportivo totalmente elétrico, e os novos modelos Audi A3 Sedan e Audi A3 Sportback também estão em exposição. A ação conta, ainda, com experiências gastronômicas comandadas pelos chefs Alex Atala e Leonardo Paixão.
Fonte: AEN