A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Curitiba recebeu nesta segunda feira (13/12) uma comitiva de representantes do Ministério da Saúde da República Dominicana. O grupo veio conhecer projetos do município voltados ao controle de HIV/Aids e infecções sexualmente transmissíveis (IST).
Foto: Ricardo Marajó/SMCS
A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, recebeu o grupo e disse que Curitiba colabora com sua experiência na prevenção e tratamento da doença para projetos no setor do país caribenho.
“Temos em Curitiba uma equipe muito competente na prevenção e tratamento do HIV, que entre outras conquistas, tornou a nossa cidade a primeira no Brasil a receber o certificado de eliminação da transmissão do HIV de mãe para filho”, contou a secretária.
Para conhecer a expertise curitibana, a agenda do grupo se estenderá nesta terça-feira (14/12), em dois dias de programação que incluíram a ida até o Laboratório Municipal; visita às instalações dos testes solicitados via internet; e visita ao armário eletrônico para dispensação de auto teste para HIV na Rodoviária de Curitiba. A comitiva também vai conhecer o Centro de Orientação e Aconselhamento (COA) e a clínica de acompanhamento e-COA.
A coordenadora do Programa de Prevenção de ISTs, HIV e Hepatites do Ministério de Saúde Pública e Assistência Social da República Dominicana, Mónica Thormann, disse que a experiência curitibana no diagnóstico, prevenção e tratamento do HIV são exemplares.
“Curitiba vem desenvolvendo um trabalho digno de admiração, que vem sendo realizado há 20 anos com ações para captação de pacientes e acompanhamento contínuo, em um serviço humanizado. Vimos muitas propostas interessantes e temos de tentar fazer o que é possível dentro da nossa realidade”, destacou a coordenadora dominicana.
Ela disse que o país tem desafios, como tornar o serviço de tratamento mais amigável aos pacientes, para conseguirem uma redução nas taxas de abandono e que, assim como Curitiba fez, está reestruturando o atendimento na Atenção Básica para que as Unidades de Saúde sejam a porta de entrada ao cuidado para a pessoa portadora do HIV.
A hora é Agora
A comitiva, composta também por representantes do Ministério da Saúde brasileiro, da Fiocruz e da agência de saúde norte-americana, o Center Disease Control (CDC), conheceu detalhadamente o Programa A Hora é Agora, que teve Curitiba como cidade pioneira e se expandiu recentemente para outras três capitais (Florianópolis e Campo Grande, Porto Alegre).
O projeto nasceu com o objetivo de ampliar o acesso à prevenção, diagnóstico e tratamento imediato do HIV/Aids para populações mais vulneráveis à contaminação com a oferta da testagem rápida, gratuita e eficaz, que pode ser solicitados pelo site do projeto (www.ahoraeagora.org).
Em sua segunda fase, apresentada em 2018, o programa lançou a clínica e-COA, que oferece atendimentos noturnos ao público-alvo, para avaliação, detecção, prevenção e tratamento do HIV e outras outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
Boletim epidemiológico
Segundo o boletim epidemiológico sobre a situação do HIV e da Aids em Curitiba, com dados até dezembro de 2020, a cidade contabiliza 17.369 pessoas vivendo com o vírus. Os homens representam 71,7% dessa população, enquanto em 2015 eles representavam 69% do total (12.463). As mulheres representam 28,2% (4.906). Em 2020, foram diagnosticados 228 novos casos de Aids e 336 novas Pessoas Vivendo com HIV.
Esse ano a publicação ganhou um novo capítulo, com dados sobre a coinfecção tuberculose HVI. Pessoas Vivendo com HIV tem 28 vezes mais chances de desenvolver a tuberculose se tiver contato com o vírus do que a população geral.
Presenças
Integram a comitiva da República Dominicana em Curitiba os representantes do Conselho Nacional para HIV e Aids (Conavihsida), Melvin Brioso, Leticia Coss, Clotilde Peña e Santiago de Aza; os representantes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) Rubelina Santos, Merary Encarnación, Joanny Arias e Ivan Lora. Também participam a coordenadora do projeto A Hora é Agora na Fiocruz, Marly Cruz; a representante do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) do Ministério da Saúde, Alexsandra Freire; os representantes do CDC, Laura Tison e Filipe de Barros Perini.