A África do Sul entrou no ano novo a despedir-se de uma das figuras mais marcantes da sua história. O funeral de Desmond Tutu teve lugar na manhã de um de janeiro na Catedral de São Jorge, na Cidade do Cabo, um local de culto que o arcebispo tinha usado para acolher refugiados perseguidos pelo regime do apartheid, na década de 80.
A vontade de ter uma cerimónia simples e sem ostentação foi respeitada, ainda assim o funeral de Desmond Tutu teve naturalmente honra de Estado e Cyril Ramaphosa não podia faltar.
O Presidente sul-africano lembrou a boa disposição de Tutu e disse que "se estivesse aqui, diria "porque é que estão tão sérios, tão infelizes?" e "tentaria provocar um sorriso ou uma gargalhada em cada um dos presentes".
A morte de Desmond Tutu, aos noventa anos, deu origem a uma série de homenagens pelo mundo inteiro. Vencedor do Prémio Nobel da Paz em 1984, o arcebispo foi um dos principais rostos na luta contra o apartheid na África do Sul.
Além de desafiar a liderança política, Desmond Tutu não hesitava em afrontar a hierarquia religiosa e nunca deixou de lutar pelas causas em que acreditava, como o casamento entre pessoas do mesmo sexo ou o direito à morte medicamente assistida.