O Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) traz em destaque em seu portal (www.ippuc.org.br) publicações de suporte aos projetos estruturantes de evolução do transporte nos corredores Norte-Sul, Leste-Oeste e de consolidação de centralidades funcionais, que envolve a promoção da mobilidade ativa, da ciclomobilidade e acessibilidade, integrantes também do projeto do Novo Inter 2.
Produzidas pelo setor de Monitoração da diretoria de Informações do Ippuc, as publicações fazem parte da coleção Cadernos Urbanos que, nos três primeiros volumes lançados, têm como temas Centralidades Funcionais de Curitiba; Estudo demográfico e de atração de viagens Eixo Norte-Sul e Estudo demográfico e de atração de viagens Eixo Leste-Oeste.
O volume Centralidades Funcionais de Curitiba – perfil de distribuição territorial segundo as regionais administrativas - aponta a dinâmica dos deslocamentos nas dez regionais, destacando centros de bairro e o centro expandido, cada qual dentro das suas especificidades.
Nos cadernos Estudo demográfico e de atração de viagens nos eixos Norte-Sul e Leste-Oeste são feitas estimativas de ocupação e demanda por transporte com projeções para os anos 2020, 2030 e 2040. A análise considera o equilíbrio entre moradia, emprego e serviços definido na atualização do Zoneamento da cidade, que prevê incentivos aos usos não habitacionais nas pontas dos setores estruturais e o aumento do uso habitacional na região central da cidade, para fortalecer o transporte, o uso de áreas infraestruturadas e consolidar novas centralidades.
“A revisão do zoneamento de 2019 ajustou os coeficientes de aproveitamento dentro da realidade da expansão da cidade. Nas pontas do Eixo Estrutural Norte-Sul, por exemplo, verificou-se a predominância de usos habitacionais e menor oferta de empreendimentos comerciais e de serviços geradores de empregos. A diversificação de usos é necessária para o equilíbrio da operação de transporte com mais embarques e desembarques ao longo do eixo”, explica a diretora de Informações do Ippuc, Liana Vallicelli.
Todo esse processo tem por referência o princípio da expansão linear da cidade, adotado a partir do Plano Preliminar de Urbanismo de 1965, como estratégia de alinhamento adequado entre densidade demográfica e de empregos, intensidade construtiva e desenho de mobilidade integrada e reforçado no Plano Diretor e em suas revisões e atualizações definidas pelo Estatuto da Cidade.
Metodologia
Para os eixos Norte-Sul e Leste-Oeste, os indicadores demográficos foram calculados tendo por bases as malhas dos setores censitários 2000 e 2010, os relatórios de alvará de construção da Secretaria Municipal de Urbanismo e dados extraídos das bases da Secretaria Municipal de Finanças. Os cálculos foram realizados por três métodos: método de tendência, método de taxa média geométrica e método de cenário urbanístico.
Para os dois primeiros métodos, considerou-se como variáveis a população, a densidade demográfica e a área do setor censitário, recortado ou em sua integralidade. Foram consideradas as variações demográficas entre 2000 e 2010 e as estimativas e projeções para os anos 2020, 2030 e 2040.
O método de cenário urbanístico considerou dados históricos da produção imobiliária – principalmente no que se refere à área construída por uso e à área média das unidades imobiliárias lançadas –, parâmetros de uso e ocupação do solo definidos nas normativas vigentes, informações consolidadas sobre o mercado de terras de Curitiba e indicadores demográficos do Censo Demográfico 2010. Também foram levados em conta a distribuição da produção imobiliária prevista para os próximos 10 e 20 anos nos terrenos com maior potencial de transformação, a estimativa do número de unidades residenciais a serem produzidas nesses terrenos e o respectivo acréscimo populacional.
Financiamentos externos
As intervenções no transporte público, com a operação de ônibus elétricos e estações autossustentáveis, entre outras melhorias, contam com financiamentos do New Development Bank (NDB), para o Projeto de Aumento da Capacidade e Velocidade do BRT (Ligeirão) Leste-Oeste e Sul, e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para o Novo Inter 2.
Para o Ligeirão Leste-Oeste, cujo contrato de financiamento com o NDB foi assinado pelo prefeito Rafael Greca no último dia 28 de dezembro, e os investimentos somam US$ 93,75 milhões, dos quais US$ 75 milhões financiados pelo banco e US$ 18,75 milhões de contrapartida municipal.
Já o Projeto de Aumento da Capacidade e Velocidade da Linha Direta Inter 2 terá investimentos somados de US$ 133,4 milhões, dos quais US$ 106,7 milhões financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e US$ 26,7 milhões em contrapartidas municipais. A assinatura do contrato com o BID ocorreu em 2 de dezembro de 2020.