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OMS considera um erro qualificar a ômicron de "leve" e alerta sobre novas variantes

A variante ômicron do coronavírus está matando pessoas ao redor do mundo e, por isso, não deveria ser qualificada como "leve", afirmou nesta quinta-feira (6) a Organização Mundial da Saúde (OMS). 


O diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou que o alto número de casos provocados pela ômicron, mais contagiosa do que a variante anterior, delta, tem pressionado os hospitais.


Embora a ômicron pareça menos grave em comparação com a delta, especialmente para as pessoas vacinadas, não significa que deva ser classificada como leve", disse o diretor da OMS em coletiva de imprensa. "Assim como as variantes anteriores, a ômicron causa hospitalizações e está matando pessoas", insistiu, acrescentando que o aumento exponencial dos contágios "está sobrecarregando os sistemas de saúde em todo o mundo".


Na semana passada, foram notificados à OMS cerca de 9,5 milhões de novos contágios pela Covid-19, um recorde. A cifra aumentou 71% em relação à semana anterior. No entanto, o diretor da OMS lembra que a cifra real provavelmente é superior.


Ele também aproveitou seu primeiro discurso de 2022 para criticar a forma como os países ricos monopolizaram as doses de vacinas disponíveis no ano passado, afirmando que se criou "um caldo de cultura perfeito para o aparecimento de variantes do vírus".


Concentração de vacinas é ideal para novas variantes

É "muito pouco provável que a ômicron seja a última variante de que se ouve falar, não será a última variante preocupante", alertou, por sua vez, a diretora técnica encarregada da Covid-19 na OMS, Maria Van Kerkhove. Esta tese tem sido evocada por autoridades da área da saúde.


Na França, por exemplo, o ministro Olivier Verán tem dito que o elevado nível de contaminações com a variante ômicron, associado à alta taxa de vacinação da população francesa, poderia provocar um efeito de imunidade coletiva e estancar a epidemia. 


Muitos virologistas e epidemiologistas criticaram essa interpretação do surto pandêmico feita pelo ministro da Saúde. A França continua registrando uma explosão de casos positivos: 261.481 novos infectados em 24 horas foram contabilizados nesta quinta-feira (6), contra 332.252 no dia anterior. A média diária nos últimos sete dias alcança 206 mil infecções.    


Por isso, o diretor da OMS instou o mundo a distribuir as doses de vacina de forma mais justa em 2022. O objetivo da organização era que todos os países tivessem 10% da sua população vacinada até o fim de setembro de 2021 e 40% até o fim de dezembro. Dos 194 Estados-membros da OMS, 92 não alcançaram a meta fixada e, de fato, 36 deles nem sequer tinham vacinado 10% de sua população, em grande parte devido à impossibilidade de acesso às doses.


"A desigualdade no acesso às vacinas mata pessoas e postos de trabalho e prejudica a recuperação econômica mundial", insistiu o chefe da OMS. "Uma dose de reforço atrás da outra em um pequeno número de países não acabará com uma pandemia enquanto bilhões continuam completamente desprotegidos", denunciou. Israel tem aplicado a quarta dose da vacina, ou segunda dose de reforço, em todas  as pessoas residentes no país com mais de 60 anos e profissionais da saúde.


Com informações da AFP  

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