Os comerciantes de materiais de construção da Regional Tatuquara estão sendo convidados a se tornar parceiros da Prefeitura para divulgar o descarte correto de materiais inservíveis, como restos de construção, nos dez Ecopontos existentes na cidade, um deles no bairro Campo de Santana.
Este equipamento fica na Rua Teresa de Freitas Tavares, 331, e entrou em operação em outubro de 2020. Desde então, para estimular a população a descartar corretamente entulhos e outros materiais, a Administração Regional tem feito ações para divulgar sua existência e como utilizá-lo.
Apoio dos comerciantes
De acordo com o funcionário da administração regional Antônio Damazo, a ideia surgiu quando ele foi comprar material de construção para uma pequena reforma em sua casa e surgiu a preocupação natural de dar o destino correto para o entulho.
“A maioria das pessoas que compra material de construção vai quebrar alguma coisa em casa então surgiu a ideia de fazer esta parceria para ajudar a divulgar o Ecoponto, que é o local correto para descarte”, explicou.
Por enquanto, 15 lojistas da região estão engajados na iniciativa. Edson de Souza, proprietário da loja Ludonorte Materiais de Construção, disse que sempre incentivou o descarte responsável dos entulhos de construção.
“Sempre orientamos os clientes a fazer a destinação correta do material resultante de reformas. É o mesmo comportamento que eu tenho quando faço reformas na minha casa”, exemplificou.
Edson disponibiliza até uma caçamba aos clientes para coletar, que ele aluga por um valor abaixo do encontrado no mercado. Depois, um caminhão da sua empresa recolhe o material e destina para o descarte correto. Sobre a aceitação dos clientes para as orientações, Edson disse que varia muito conforme a pessoa.
“Tem gente que aceita outros não aceitam. Mas a gente tem que insistir até que isso se transforme numa cultura. Eu acho que o respeito à natureza deveria ser ensinado na escola para aprender nos primeiros anos a importância de preservar o meio ambiente”, sugeriu.
Exemplo a ser seguido
O administrador regional do Tatuquara, Marcelo Ferraz, ressaltou a importância de poder contar com os comerciantes como parceiros nesta ação. “Cidadãos como Edson e os demais parceiros que compraram esta ideia são atores fundamentais nesse processo de conscientização das pessoas a não jogar lixo em rios e em locais públicos”, elogiou.
Marcelo Ferraz deu um exemplo prático do que acontece quando o lixo vai parar no lugar errado.
“Na dragagem que a Prefeitura fez do Arroio Dom Bosco foram retiradas 9 toneladas de lixo e boa parte delas era de restos de material de construção. É o tipo de atividade que nós temos que fazer para evitar que o rio não transborde nos dias de chuva, mas o custo de uma operação dessas poderia ser empregado em outras áreas”, exemplificou o administrador.
“Ideia excelente”
Luiz Carlos Cavicchiolo, comerciante da TCA Materiais de Construção, também está apoiando a iniciativa. “É uma ideia excelente ter esta parceria entre a Prefeitura e as lojas de material de construção porque aí a gente pode orientar os clientes a fazer a destinação correta do refugo da obra”, disse.
Quem coloca a mão na massa, literalmente, também demonstrou que gostou da novidade. O pedreiro João Mauro Lima Machado, que atua há 25 anos no ramo, disse que é muito bom ter um lugar para destinar os entulhos de construção. “Ficou melhor para nós que trabalhamos fazendo reforma. Já sabemos para onde destinar este material que é retirado para dar lugar ao novo projeto”, disse.
O que são os Ecopontos
Os Ecopontos são contêineres para o descarte de restos de construção civil, madeira, poda e limpeza de jardins, mobiliário e eletroeletrônicos inservíveis. Pode ser entregue, gratuitamente, até um metro cúbico por pessoa e por dia de resíduos da construção civil e resíduos de podas e limpeza de jardins.
Se jogados à beira de rios e fundos de vale, os resíduos causam desde problemas de saúde a enchentes, além de aumentar os gastos com a limpeza pública. A Prefeitura de Curitiba ainda coleta, em média, mais de 4,7 mil toneladas por mês de resíduos descartados indevidamente. São sofás e móveis inservíveis, caliça, madeira, entulhos e outros materiais que são despejados em ruas, praças, fundos de vale e nas margens dos rios.
Boa procura
O funcionário do Ecoponto Campo de Santana Emerson Félix da Silva, explicou que o dia de maior movimento ali é o sábado. “Aumentou bastante a procura da população para trazer restos de construção e vegetal”, contou.
Além de fazer a separação do material recebido e manter tudo organizado, Silva cultiva uma horta nas horas vagas no entorno do Ecoponto. “Colhi 5 quilos de feijão este ano”, comemorou. Ele também plantou milho verde, cebolinha alface, couve e abobrinha.
- Serviço:
- Ecoponto Campo de Santana
- Endereço: Rua Teresa de Freitas Tavares, 331
- Horário de funcionamento: de segunda a sábado, das 8h às 12h e das 13h às 17h
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