Em Portugal, os incêndios voltam a preocupar bombeiros e populações. Mais de dois mil operacionais combatiam, esta manhã, os 32 fogos florestais que estavam ativos. Ao início da tarde eram poucos os que estavam ainda por controlar. Sendo o de Pombal, que se deslocou para Ansião, o que precisava de mais atenção. As temperaturas extremamente elevadas, o vento forte,a seca severa propiciam este tipo de fogos.
António Costa cancela visita a Moçambique
A situação parece estar longe do fim. As "previsões meteorológicas que indicam um agravamento muito sério do risco de incêndio rural nos próximos dias", levou o primeiro-ministro, António Costa, a cancelar a visita a Moçambique, prevista para segunda e terça-feira.
O Governo declarou mesmo "situação de contingência" entre esta segunda e sexta-feira, como forma de permitir que a Proteção Civil mobilize "todos os meios de que o país dispõe" no combate os incêndios. Uma informação avançada pelo ministro da Administração Interna. Ontem, José Luís Carneiro lembrava que "os meios são sempre finitos à luz da escala das variáveis".
"(...) efetivamente as condições são muito exigentes, e vão exigir muito de todos nós, para conseguirmos evitar o pior nos próximos dias. Evitar o pior significa mesmo enfrentarmos uma conjugação de fatores que é talvez a pior conjugação de fatores que há desde Pedrógão Grande".
- José Luís Carneiro
- Ministro da Administração Interna de Portugal
Portugal ativa Mecanismo Europeu de Proteção Civil
De acordo com a Comissão europeia, em comunicado, “Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil para solicitar assistência de emergência para os incêndios na parte central do país”.
Um pedido que levou a instituição europeia a enviar dois aviões espanhóis para combater os incêndios. "Como resposta imediata, a Comissão Europeia mobilizou, esta manhã, dois aviões de combate a incêndios Canadair da sua frota localizada em Espanha", lia-se no referido documento.
Portugal está hoje mais bem preparado
Para o Presidente da República portuguesa a situação atual não é comparável a 2017, em termos de combate a incêndios. Marcelo Rebelo de Sousa afirmava que hoje a "informação disponível é muito melhor do que jamais foi".
"Sabemos mais e conhecemos melhor: isto permite prever melhor, planear melhor e prevenir melhor. (…) Hoje é possível acompanhar mais do que nunca, minuto a minuto, em todo o território nacional e nomeadamente território continental".
- Marcelo Rebelo de Sousa
- Presidente de Portugal
- 2017 um ano trágico para Portugal
2017 foi o ano mais trágico, para o país, em termos de incêndios e de perda de vidas humanas. Dois dias ficariam marcados na história como os mais dramáticos das últimas décadas.
A 17 de junho a situação era catastrófica, em termos de incêndios. Na noite desse dia que a população portuguesa gostaria de apagar da história, 66 pessoas morriam, a maioria numa tragédia inexplicável e impressionante, encurralados entre várias frentes de fogo, numa estrada entre Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos. Mais de 250 pessoas ficaram feridas.
Quatro meses depois, a 15 de outubro, mais de 400 incêndios ativos, 33 deles de grandes proporções, devastavam dezenas de milhares de hectares de floresta. Quarenta e oito pessoas morreriam, mais quatro na Galiza, na vizinha Espanha, também atingida pela vaga de incêndios.
- Editor de vídeo • Nara Madeira
- Outras fontes • RTP
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