À terceira foi de vez; depois de duas tentativas falhadas o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, chegou finalmente à Ucrânia. Mas cedo viu os planos da visita serem alterados. Numa deslocação à cidade de Koryukivka, no norte do país, o alarme das sirenes antiaéreas soou e, na iminência de um ataque, toda a comitiva viu-se obrigada a refugiar-se num abrigo subterrâneo.
O momento foi aproveitado para falar com os habitantes locais sobre as dificuldades de um dia a dia em guerra,
Já em Kiev, o presidente alemão, que até já tinha sido desconvidado pelo presidente Volodymyr Zelenskyy por alegadas ligações à Rússia, acabou por se sentar à mesa com o homólogo ucraniano.
Frente a frente, Steinmeier reforçou o apoio da Alemanha à Ucrânia, através da entrega de sistemas de defesa aérea, numa altura em que as infraestruturas energéticas do país se encontram sob ataque dos mísseis russos.
" Estamos do vosso lado, apoiamos-vos, vamos continuar a apoiar-vos, economicamente, politicamente, militarmente, pelo tempo que for necessário. A Alemanha, senhor presidente, condena as medidas de escalada da Rússia, que incluem a mobilização parcial e a retórica nuclear irresponsável", declarou o chefe de Estado germânico, em conferência de imprensa.
A Ucrânia tem visto os ataques de mísseis russos intensificar-se nos últimos dias, com Moscovo a acusar Kiev de se estar a preparar para lançar a chamada "bomba suja", um dispositivo que combina explosivos convencionais com material radioativo.
As autoridades ucranianas negam e ao lado do Ocidente acusam o Kremlin de querer um pretexto para manter a "agressão russa". A pedido de Kiev, que espera desmentir as acusações russas, uma equipa de peritos da Agência Internacional de Energia Atómica é aguardada na Ucrânia .
Do lado russo, uma explosão no exterior de uma estação de televisão na cidade ocupada Melitopol foi considerada pela Rússia um ataque terrorista.