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Após disputa acirrada entre Lula e Bolsonaro, analistas dizem que 2° turno será imprevisível

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro disputarão o segundo turno da eleição presidencial em 30 de outubro. © RFI


A performance de Jair Bolsonaro (PL) surpreendeu neste domingo (2) e levou decisão da eleição presidencial para o segundo turno. A diferença entre o Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual chefe de Estado foi bem menor que do apontavam pesquisas e vitória de conservadores em todo o país mostra força do presidente para o próximo 30 de outubro.


Raquel Miura, correspondente da RFI em Brasília


Em torno das 21 horas e 30 minutos em Brasília, o resultado do 1° turno estava matematicamente definido, segundo anunciou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 98,67% das urnas apuradas, no final da noite de domingo, Luiz Inácio Lula da Silva contabilizava 49,17% dos votos e Bolsonaro tinha 43,14%. 


Em terceiro lugar, vinha Simone Tebet (MDB) com 4,26% dos votos, seguida por Ciro Gomes (PDT) com 2,19%, Soraya Thronicke (União) com 0,83%, e Felipe D'Avila (Novo) com 0,26%. Nas últimas colocações, estavam Padre Kelmon (PTB) com 0,07%, Léo Péricles (UP), Sofia Manzano (PCB) e Vera Lúcia (PSTU) com 0,02%, e Constituinte Eymael com 0,01%. Os votos nulos contabilizaram 1,78% e os brancos 0,94%.


Até sábado (1°), as pesquisas de intenção de voto apontavam o líder petista como o grande favorito para voltar ao Palácio do Planalto, incluindo a possibilidade de vencer no primeiro turno. No entanto, Brasil só vai conhecer seu presidente da República em 30 de outubro e a essa altura não é possível mais apontar um favorito. Jair Bolsonaro liderou boa parte da apuração, quando os Estados do sul e sudeste estavam com contagem mais avançada.

Luiz Inácio Lula da Silva virou o placar quando o total apurado já estava em 70% das urnas e os votos no nordeste e norte começaram a avançar. Os dois mantiveram uma margem muito próxima de votos quase todo o tempo. 


Resultados inesperados


“O resultado do primeiro turno da eleição surpreendeu muita gente. A imprensa, os institutos de pesquisa, políticos e analíticos. Não só pelos votos que Bolsonaro alcançou, mas pelas votações estaduais onde representantes do bolsonarismo mais puro sangue ganharam já no primeiro turno”, disse à RFI o historiador Francisco Teixeira. “O centro do Brasil ruiu. O PT e seus aliados conseguiram uma sobrevida, mas uma sobrevida muito difícil”, reiterou.


Mostra de como os bolsonaristas abocanharam mais votos do que diziam os institutos de pesquisa está no Sudeste. Em São Paulo, por exemplo, o ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ficou na frente de Fernando Haddad (PT). Os dois vão disputar o segundo turno. No senado por São Paulo, contrariando as expectativas, venceu o astronauta e ex-ministro Marcos Pontes (PL), derrotando o até então favorito Márcio França (PSB). No Rio de Janeiro, o atual governador Cláudio Castro (PL) foi reeleito no primeiro turno.


Para o historiador, a campanha pelo voto útil fez migrar votos para o PT e, assim, é de se esperar que os que ainda votaram em outros candidatos deem uma vantagem a Bolsonaro na segunda fase. “Teremos uma eleição entre dois polos, sem nenhum centro. O centro não existe mais. E há possibilidade de que grande parte dos votos que ainda foram para Ciro Gomes, Simone Tebet e mesmo para alguns nanicos migrem agora para Jair Bolsonaro. O Brasil nesse momento vive a real chance de ter a continuidade desse governo”, analisa Teixeira.


No Senado, alguns destaques: o ex-ministro e ex-juiz Sérgio Moro foi eleito representante do Paraná. A ex-ministra de Bolsonaro, Damares Alves levou a vaga pelo Distrito Federal. O vice-presidente, Hamilton Mourão, venceu a disputa  no Rio Grande do Sul com o petista Olívio Dutra. Em São Paulo, contrariando pesquisas, venceu o ex-ministro de Bolsonaro, o astronauta Marco Pontes.

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