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Projeto Através das Cores em Curitiba

Cultura urbana, arte do grafitti e reciclagem são as ferramentas das artistas curitibanas que vão colorir a cena e o empoderamento feminino na cidade  



Cores e valores é a proposta de projeto 100% feminino que vai ressignificar 60m² de muro em cooperativa de catadores de materiais recicláveis, em Curitiba. A busca pelo empoderamento feminino é uma realidade para muitas mulheres que desejam uma sociedade mais justa e viável. 


Ao levar essa possibilidade para comunidades mais distantes do centro da cidade, são criados mecanismos de suporte para a difusão da arte. Pensando nisso, as artistas urbanas Eloá Cruz e Thaís Fogaça, da produtora Somos Cores, criaram e desenvolveram o projeto “Através das Cores”.

A sororidade (empatia, confiança, cooperação e acolhimento entre mulheres) faz parte da proposta, que é um trabalho executado somente por elas visando ação e transformação. 


“O objetivo é enaltecer grafiteiras, produtoras culturais e artistas, ao colorir a cidade, dividindo histórias de vida e conhecimento, espalhando cores e sentimentos positivos com o graffiti”, diz Eloá.


Através das Cores, já tem dia e hora para acontecer. Localizada no Boqueirão, a CATAMARE - Cooperativa de Catadores de Material Reciclável, vai receber o projeto nos dias 25 e 26 de março (sábado e domingo), a partir das 10 horas da manhã. 


Para Lia de Oliveira Santos, presidente da cooperativa, incentivar o projeto é estimular a criatividade e a potência de mais pessoas dentro da comunidade. “Para nós que trabalhamos com reciclagem é muito gratificante a harmonia que cada arte traz para o espaço, até porque passamos muito tempo no trabalho”. 


De acordo com Eloá, a escolha do local aconteceu de forma acolhedora: “A Lia transmite muita força e amor. Ela sempre recebe com muito carinho todos os artistas que aparecem por lá”, conta. No encontro, sete grafiteiras curitibanas vão desenvolver individualmente seus trabalhos e, de forma coletiva, encontrar o diálogo de cada obra num painel de 60m². 


As artistas se conheceram pelo graffiti e suas histórias se conectaram na arte. Elas se tornaram amigas e movimentam a cultura urbana há muitos anos. “Somos uma rede de apoio, valorizamos muito a amizade e nos incentivamos a realizar sonhos ”, conta Eloá. O projeto Através das Cores engloba também oficinas de graffiti, com a artista Julie Pietra e Arte e Lettering com Giz, ministrado por Cristina Pagnoncelli. 

A iniciativa também oferecerá um minicurso sobre a Mulher na Arte Contemporânea, com Milena Costa. São 20 vagas  oferecidas para cada turma, com inscrições gratuitas pelo link na bio da 

  • @somoscores_ .
  • Através das Cores é realizado com recursos do Programa de Apoio de Incentivo à Cultura - Fundação Cultural de Curitiba e Prefeitura Municipal de Curitiba, e incentivo Ebanx. Um projeto da Somos Cores Produções, em parceria com a Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis (CATAMARE), com apoio Ilovecwbeats, MTN ( Montana Colors ) e Galeria Ponto de Fuga.



Sobre as artistas:

  • @eloacruz_
  • Eloá Cruz (32) é natural de Curitiba e apaixonada por arte desde a infância. Em 2007 conheceu o graffiti e se identificou com o estilo personagem. Busca com arte e cores transmitir bons sentimentos ao estimular reflexões sobre o autoconhecimento e a relação com o mundo. Atualmente trabalha como produtora cultural na Somos Cores, ministra oficinas de graffiti e espalha suas pinturas em muros e telas da cidade.

  • @camiart.pinturas
  • Camilli Rosa tem 37 anos, é mãe e apaixonada por arte. A pintura e o desenho fazem parte da sua trajetória. São mais de 10 anos como caricaturista, 2 anos no graffiti de rua, trabalhos comerciais e hoje tem seu ateliê em casa. “O trabalho manual faz parte da minha vida e eu tenho muito orgulho de ser artista”, conta a Camili que hoje se dedica ao retrato de personas femininas na madeira, incluindo frases cristãs.

  • @brumaluka
  • Bruna é psicóloga e pós-graduanda em Produção Cultural. Já atuou em projeto envolvendo cultura e redução de danos. Em 2018 iniciou sua trajetória no graffiti, com foco na criação e variedade de letras. Em 2019, cursou serigrafia no Solar do Barão, ondeproduziu gravuras com texturas em spray. Durante a pandemia, explorou as artes gráficas,com ilustrações e pinturas em tela. Atualmente estuda novas linguagens além da arte de rua, na pesquisa, experimentação e mixagem de vídeos.

  • @julie.pietra_
  • Julie Pietra iniciou seus trabalhos artísticos nas ruas de Curitiba em 2015, e encontrou no graffiti sua forma genuína de expressão. Desde então, a artista desenvolve personagens femininas e cria universos únicos, com traços delicados e detalhados. Suas obras tem o propósito de inspirar um olhar sensível sobre o mundo, pensando em aspectos além do visível. Atualmente concilia a produção artística com a graduação em Pedagogia.

  • @dejota
  • Dejota, 26 anos, iniciou na arte urbana em 2014 e, desde então, cria em várias superfícies e modalidades do grafitti. Apaixonada por adrenalina busca se expressar de diversas formas com seu vulgo, desde pinturas no papel até realizar sua arte em lugares desafiadores, como prédios de rapel. Sua arte tem o intuito de mostrar que as mulheres são corajosas e independentes e inspirar o público feminino a ocupar o espaço que é delas por direito.

  • @ton1nhaa
  • Tonon (23) é de Curitiba e seu primeiro contato com o graffiti foi em 2016 no colégio, quando seu interesse pelo tema foi despertado pelo movimento Hip-Hop. Mas foi ao ver outras mulheres pintando na rua, que se viu encorajada a expressar sua arte. A partir disso, começou a estudar e praticar variados estilos de letras, além de esculturas em argila e miniaturas com material reciclável. Para ela, o graffiti representa mais do que uma paixão, “é um estilo de vida onde a tinta se torna uma ferramenta de expressão, reafirmação e ocupação de locais”.

  • @istha_100horas
  • Istha (31) é curitibana e sempre gostou de explorar sua criatividade desde a infância. Em 2008 começou a se aventurar no graffiti e continua até hoje, mas as artes visuais em geral sempre estiveram presentes em sua vida. A fotografia é uma de suas paixões e ela adora documentar intervenções na cidade. Atualmente trabalha como designer visual e, como hobby, gosta de pintar quadros inspirados em mandalas utilizando técnicas de pontilhismo. Istha acredita no poder de energia da arte.


  • @crispagnoncelli @oficinadegiz
  • Designer e artista visual, Cristina Pagnoncelli atua como profissional independente há mais de 12 anos. Seu trabalho tem como protagonismo o desenho de letras seja para identidades visuais, ilustrações, stencils, cartazes e murais em giz ou tinta. Desde 2015 ministra cursos presenciais e online em lettering e murais na 'Oficina de Giz'. Integrou júris e realizou palestras em eventos de design e tipografia no Brasil e no exterior. Em 2019 e 2022 ministrou cursos na Argentina, Espanha, Portugal e Itália. Ela acredita no poder de transformação das artes visuais e considera muito importante usar seu trabalho para fortalecer narrativas e impactar as pessoas. “Por isso, sempre que possível, utilizo o design e lettering como forma de expressão e ferramenta de ativismo social”, afirma.


  • @milenacostafoto
  • Milena Costa é artista visual, curadora, pesquisadora e professora. Possui doutorado em Sociologia (UFPR) com período de doutorado sanduíche na USC. É mestre em sociologia (UFPR), graduada em artes visuais (Unespar-Embap) e especialista em história da arte (Unespar-Embap). Atua como curadora da Ponto de Fuga, espaço de reflexão em fotografia e arte contemporânea. Seus últimos projetos são: Núcleo de Artes Visuais do Sesi-PR (projeto pedagógico), Mulheres em Residência (Curadora de programação, editora e organizadora da mostra on-line) e a curadoria da exposição A Distância entre nós (Museu da Fotografia da Cidade de Curitiba). Suas pesquisas visuais e acadêmicas focam na linguagem fotográfica, estudos de gênero e interseccionalidade. Atualmente é professora da UFPR. Publicou diversos artigos com destaque para: "Gênero, sexualidade e as relações paradoxais da construção de arquivos no mundo da arte" e "Entre o Modernismo e a Arte Contemporânea: mulheres, gênero e sexualidade nas narrativas artísticas". Expôs seus trabalhos visuais em diversos espaços nacionais e internacionais com destaque para o Itaú Cultural (SP), Centro de Arte Contemporânea de Quito e Museu de Arte Contemporânea do Paraná.

SERVIÇO

  • 1 Pintura Painel
  • Data: 25 e 26 março
  • Local: CATAMARE
  • Rua Salvador Ferrante, 256 (Boqueirão)
  • 2 Oficina de Arte e Lettering com Giz (Cristina Pagnoncelli)
  • Data: 1 de abril
  • Local: Galeria Ponto de Fuga
  • Rua Saldanha Marinho, 1220 - Centro
  • 3 Curso sobre a Mulher na Arte (Milena Costa)

  • Data: 15 de abril
  • Local: Galeria Pontos de Fuga
  • Rua Saldanha Marinho, 1220 - Centro
  • 4 Oficina de Graffiti (Julie Pietra)
  • Data: 22 de abril
  • Local: Galeria Pontos de Fuga
  • Rua Saldanha Marinho, 1220 - Centro


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