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Nova rota do açaí: polpa pura chega para ficar na região Sul do país

Conhecido como "ouro roxo", graças a sua cor de um bom vinho tinto e sem adição de aditivos químicos, produto pode ser consumido na versão doce ou salgada

De Porto Velho a Curitiba são mais de 3.100 quilômetros de estrada, percorridos, em média, de 42 a 50 horas. É essa distância que separa cinco irmãos de uma família paranaense que vai e vem, do Norte para o Sul, e do Sul para o Norte, incansavelmente, transportando o mais puro açaí comercializado no país até então. Trata-se de um produto 100% raiz, sem nenhum tipo de açúcar, aditivo químico ou conservante, e que vem ganhando cada vez mais adeptos graças a sua versatilidade de gourmetização. Com ele, é possível preparar pratos gelados, como o tradicional açaí na tigela ou açaí com leite ninho, e também sobremesas frias, como pudins, brigadeiros e até bombons, sem deixar de lado os famosos milk-shakes ou sucos... Mas o que vem mesmo chamando atenção dos adeptos são as opções salgadas, que acompanham carnes magras, como peixes e camarão, além dos mais variados tipos de molho.

A ideia de comercializar a pura polpa nasceu na mente de Áureo, Ivan, Angélica, Marcia e Josenia, da família Bordignon. Apaixonados pelo fruto, eles não se conformavam por não encontrar a versão 100% natural nas ruas paranaenses. Até então, para consumir o produto, o jeito era encarar a versão “açaí na tigela”, com banana ou morango, granola, leite condensado e muita... muita sacarose.

Então, como um dos irmãos morava em Rondônia (o Ivan) e, desde que chegou por lá, passou a ter contato com o fruto, acumulando uma experiência de mais de 30 anos em assuntos sobre plantio, colheita e comercialização, por que não colocar a teoria em prática? Claro, porque, além de satisfazer a si mesmos, beneficiariam outras pessoas com as mesmas dificuldades.

Deu certo. “Estamos percebendo que o interesse no produto se dá por esportistas, indivíduos com comorbidades, e até mesmo por quem quer restringir o consumo do açúcar, o ‘doce veneno’... Mas o que chama atenção mesmo é a versatilidade que o produto oferece, dando às pessoas a chance de criar novidades, preparando diferentes tipos de pratos”, comentou Josenia Bordignon, uma das sócias da empresa.

De acordo com Áureo Bordignon, a inovação do ouro roxo dá-se por vários aspectos; dentre eles, destaque para o processo de colheita do fruto: “Não conseguiríamos esse resultado se não fosse a experiência do Ivan, que sabe diferenciar o açaí que pode ser vendido na sua forma natural do que necessita de aditivos para comercialização”. Tal observação, segundo ele, acontece antes mesmo do plantio da palmeira, visto que a área do açaizeiro deve estar em uma região de temperatura adequada, com precipitação pluviométrica e umidade relativa do ar propícias ao amadurecimento perfeito. “Fato é que, para trabalhar com o açaí 100% natural, de nada adianta sair derrubando tudo que é árvore e degradar a mata nativa. O resultado não é bom”, afirma.

É por isso que, na indústria da Kiloton Amazônia, só entra produto adquirido diretamente das populações indígenas e ribeirinhas, que têm acesso às palmeiras nativas... O fruto, de cor violácea bem escura, semelhante ao roxo, e que lembra um vinho tinto de primeira, vem do Amazonas, do Acre e até da Bolívia, e o pico da safra ocorre de fevereiro a maio. Agora, se o produtor não se atentar a esses detalhes, o resultado é um açaí roxo claro ou cinza, que demandará açúcar e muitas substâncias químicas para modificar, preservar e intensificar as características físicas, sensoriais, químicas e biológicas do alimento.

Vale lembrar: os aditivos químicos fazem mal à saúde humana e, se consumidos em excesso, podem causar gastrite; úlcera; alergias; câncer; hipersensibilidade alimentar; e déficit de atenção com hiperatividade.



A princípio, a Kiloton Amazônia comercializa seu açaí — em embalagens de 1 kg cada, com capacidade de manter a temperatura ideal e as condições certas de qualidade e armazenamento — para sorveterias, açaiterias, restaurantes, quiosques e lanchonetes, mas, graças à alta demanda, a ideia é em breve disponibilizá-lo para os consumidores pessoas físicas. Saiba mais em: Kiloton, o melhor açaí (kilotonamazonia.com.br)



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