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Exposição na Universidade de Coimbra resgata laços históricos e afetivos com a independência do Brasil


Por: Adriana Moysés- rfi


Até 30 de setembro, a exposição “A Universidade de Coimbra e a Independência do Brasil” reúne registros documentais e bibliográficos da relação histórica entre os brasileiros e a instituição, fundada há 732 anos. As peças podem ser vistas na Sala de São Pedro da Biblioteca Geral.


O corpo docente de Coimbra acredita ter desempenhado um papel relevante na formação do Brasil como nação, uma vez que a universidade formou estudantes de grande parte da elite brasileira que esteve envolvida na independência, entre eles o patriarca José Bonifácio de Andrada e Silva, aluno e professor da instituição.


A exposição que retraça esta história está dividida em oito blocos e propõe ao visitante textos da imprensa do século 19, anteriores e posteriores à independência, poemas épicos e documentos cuidadosamente conservados, como a matrícula do primeiro estudante brasileiro, o pernambucano Manuel de Paiva Cabral. Ele frequentou o curso de Leis da UC entre 1574 e 1586. Daquele período até 1910, cerca de 3 mil estudantes brasileiros frequentaram a universidade portuguesa. Entre tantos outros, o diplomata Alexandre de Gusmão, o poeta António Golçalves Dias e o naturalista João da Silva Feijó.


De acordo com António Eugénio Maia do Amaral, um dos curadores da exposição, “a saudade que os estudantes sentiam do Brasil e a atmosfera de debate que existia em Coimbra fizeram emergir uma literatura brasileira plena de brasilidade”.


Efervecência literária e política

Poemas épicos como "O Uruguai", de Basílio da Gama, publicado em 1769, e "Caramuru", do frei Santa Rita Durão, de 1781, foram escritos em Coimbra e mostram quanto “a brasilidade literária se traduziu em consciência política”, destaca Maia do Amaral. “Foi em Coimbra que estudantes brasileiros passaram a discutir o conceito de pátria, definiram as primeiras vontades de emancipação e do que viria a ser uma nação brasileira”, conta o bibliotecário.


A mostra cobre o período pré-independência, no qual a Revolução Liberal do Porto, em 1820, extinguiu a censura e o tribunal da Inquisição, dando aos portugueses e brasileiros grande liberdade de pensamento. “O debate de opiniões que acontecia em Lisboa sobre a independência do Brasil está registrado em documentos escritos e manifestações ocorridas em Coimbra”, enfatiza o curador português.


A imprensa da universidade passou os anos de 1820, 1821 e 1822 a publicar obras poéticas em louvor ao Brasil. “Não sou historiador, mas através de documentos aqui arquivados fica evidente que não havia resistência ou oposição à independência do Brasil.” 


Não há notícias de tumultos, afirma Maia do Amaral. “Ao contrário, a imprensa vai publicando os autores brasileiros, faz menção sobre a nacionalidade deles na capa das publicações, para reforçar que se tratava de um assunto brasileiro. Virou um argumento de venda”, observa ele.


Outros documentos testemunham a homogeneidade ideológica que se formou em Coimbra entre os estudantes brasileiros e personalidades que tiveram importância para a independência do país, declarada por D. Pedro I em 7 de setembro de 1822. Maia do Amaral faz questão de evocar na exposição as primeiras tentativas de criação do ensino superior no Brasil, com iniciativas produzidas em Coimbra, e a criação da Sala do Brasil, em 1925, que permanece até hoje como o único instituto dedicado apenas a estudos brasileiros em universidades portuguesas.


O último bloco recorda os títulos de doutor honoris causa oferecidos a ex-presidentes brasileiros e outras personalidades, como ao sociólogo e antropólogo Gilberto Freyre, em 1962, e mais recentemente ao historiador José Murilo de Carvalho, em 2015.


As visitas devem ser agendadas previamente.


Brasileiros marcam história quase milenar da universidade 

A UC é a mais brasileira das universidades europeias. A Sala do Senado, onde acontecem as cerimônias de posse dos reitores e entregas de prêmios, guarda a imagem do padre D. Francisco Lemos de Faria Pereira Coutinho. Apesar de ter a nacionalidade portuguesa, ele é conhecido como “o reitor brasileiro” da instituição.


Lemos nasceu no Brasil em 1735, no engenho de Marapicu, em Iguaçu, na atual Baixada Fluminense. Ele foi o reitor que mais tempo esteve à frente da UC, durante 31 anos, em dois períodos distintos. Francisco Lemos marcou a vida acadêmica por liderar a reforma educativa proposta pelo então ministro Marquês de Pombal.


Influenciada pelo Iluminismo, a reforma pombalina introduziu o ensino experimental na universidade, recorda o ex-reitor João Gabriel Silva, membro fundador da Associação Portugal Brasil 200 anos. Segundo Silva, até a reforma pombalina, as discussões, as dúvidas existentes sobre questões variadas, desde o comportamento da natureza ao comportamento físico dos objetos, tinham como ponto de partida o conhecimento clássico e a teologia. Ao instituir a experimentação em matérias científicas, a UC se alinhou ao ensino europeu mais avançado da época.


Brasileiros participaram ativamente dessa reforma do ensino. O carioca José Francisco Leal projetou o primeiro laboratório de química da universidade, em 1773. Na faculdade de Medicina, despontaram vários nomes brasileiros, enquanto em História Natural surgiram as “viagens filosóficas”. O baiano Alexandre Rodrigues Ferreira, que começou estudando Direito em Coimbra e depois Filosofia, tornou-se aos 22 anos o primeiro naturalista português a liderar uma expedição para a Amazônia, em 1783.


Esta presença brasileira marcante pontua a história da universidade ao longo dos séculos. Duzentos anos após a declaração de independência do Brasil, Coimbra ampliou seu reconhecimento internacional e recebe estudantes de uma centena de nacionalidades, para cursos de licenciatura, mestrado e doutorado. Dos 25 mil alunos que formam essa comunidade multicultural, 20% são estrangeiros e a metade, brasileiros.

Curitiba: Escultura de Dom Pedro I marca os 200 anos da Independência do Brasil



Rafael Sartori, com um time de artistas da Fundação Cultural de Curitiba, esculpiu em bronze o alto relevo de Dom Pedro I pelas comemorações de 200 Anos da Independência. Aprecie os detalhes no vídeo da Prefs.

Sobre a escultura: Agora patrimônio histórico da nossa Capital, a obra foi constituída a partir de estudos históricos - desde a altura do Dom Pedro I, os cavalos que existiam no Brasil, os arreios, vestimentas baseadas numa imagem do monarca. 

A escultura também representa cada região do país com os aspectos naturais: a composição da obra começa com rosácea de pinhões, a erva-mate, a mata de araucárias, pequi, folhas e fruto da seringueira, guaraná, açaí, caju, cana de açúcar, carnaúba, cacau e, fechando o entorno, a jabuticaba. 

Visite a obra no Memorial de Curitiba Rua Dr. Claudino dos Santos, 79 - São Francisco, Terça a sexta-feira: 9h às 12h e 13h às 18h Sábado, domingo e feriado: 9h às 15h Entrada gratuita.

Informações da SMCS

Restos mortais de D. Pedro I foram recebidos com honras em 1972

Edição de video: Aguinaldo Abreu

Há 50 anos, a palavra “sesquicentenário” passou a fazer parte do dia a dia dos brasileiros. Ela significa 150º aniversário. A popularização de um termo tão incomum e empolado se deu por força dos 150 anos da Independência do Brasil. Ao longo de 1972, festividades alusivas ao grito do Ipiranga se espalharam pelo país inteiro, organizadas majoritariamente pelo governo e com grande participação popular.

A estrela do sesquicentenário foi D. Pedro I. Encabeçada pelo general Emílio Garrastazu Médici, a ditadura militar conseguiu trazer para o Brasil os ossos do imperador, após negociações diplomáticas com a ditadura de Portugal, onde ele estava sepultado. A bordo de um navio, os restos mortais de D. Pedro I atravessaram o Oceano Atlântico e em 22 de abril (justamente o Dia do Descobrimento) chegaram à Baía de Guanabara, trazidos pelo presidente português, almirante Américo Tomás.

Do Rio de Janeiro, o caixão foi levado para todas as demais capitais brasileiras. Em cada cidade, participou de desfile e ficou exposto em algum prédio público para a visitação das pessoas. As comemorações do sesquicentenário foram encerradas em São Paulo. Em 7 de setembro, o monarca foi sepultado com todas as honras na Cripta Imperial, às margens do riacho onde, exatos 150 anos antes, ele gritou “independência ou morte”.

— É com júbilo, orgulho e incontida emoção que recebemos os restos mortais de D. Pedro I, para que descansem para sempre nas terras brasileiras, que ele tanto amou ao ponto de, no gesto heroico do Ipiranga, proclamá-las independentes — discursou o senador Lourival Baptista (Arena-SE) no Plenário do Senado. — Nenhuma dúvida tenho que o estado de espírito de que ora sou possuído é o mesmo que envolve 90 milhões de brasileiros.

— Portugal nos transfere agora os desejados despojos de nosso primeiro monarca, como nos transladou um dia seu gênio, sua cultura, seu espírito e sua fé, para que esses valores, bafejados de sol tropical, construíssem o nosso mundo — acrescentou o senador Guido Mondin (Arena-RS). — Aqui temos para todo o sempre o galhardo [corajoso] Bragança, mas ficará em Portugal, numa de suas cidades [no Porto], o coração que outrora pulsara por entre mil emoções.

Os dois discursos fazem parte do Arquivo do Senado, em Brasília. Outros documentos do mesmo acervo histórico mostram que a Independência foi um dos temas predominantes no Parlamento em 1972.

(Imagem: Correio da Manhã/Biblioteca Nacional Digital)

Jornal noticia em 1972 o início dos festejos do sesquicentenário 

Em pronunciamentos sobre a Independência, os senadores da Arena, o partido governista, tentaram demonstrar que o regime militar iniciado em 1964, chamado por eles de “revolução”, era uma continuidade do reinado de D. Pedro I.

— O nosso esforço de modernização do país tem sido impulsionado pelos estadistas da revolução, na continuidade das ações de outros grandes brasileiros da história, como o príncipe que se transformou no imperador e fundou o Estado brasileiro — afirmou o senador José Lindoso (Arena-AM).

— Nos acontecimento históricos, não há nunca uma data apenas. Existem muitas, anteriores e seguintes, que constituem os elos da imensa corrente espiritual do pensamento e do idealismo — discursou o senador Heitor Dias (Arena-BA). — Antes de 1822, houve 1789 [Inconfidência Mineira] e 1792 [enforcamento de Tiradentes]. Depois, houve 1823 [derrota dos portugueses no Piauí e na Bahia], 1888 [Lei Áurea], 1889 [Proclamação da República], 1922 [Revolta dos 18 do Forte], 1924 [Revolta Paulista], 1930 [Revolução de 30] e 1964. Voltando a minha imaginação para o passado e fixando o meu olhar no presente, contemplo desvanecido, como brasileiro, o acervo das realizações que marcam o nosso progresso e testemunham o nosso desenvolvimento.

Os discursos governistas no Senado em 1972 trouxeram com frequência expressões como “patriotismo” e “civismo”.

— O ano do sesquicentenário tem sido até agora uma permanente demonstração de júbilo público. Estão o governo e o povo irmanados numa inequívoca demonstração de patriotismo, mantendo acesa aquela chama cívica que surgiu no Ipiranga ao ecoar o grito varonil de Pedro I — disse o senador Wilson Campos (Arena-PE). 

— As cerimônias extrapolaram todas as alçadas burocráticas e se constituíram num sentimento espontâneo de contentamento nacional. Houve a participação vigorosa e unânime do povo brasileiro nas celebrações, não apenas porque as lições da moral e do civismo se arraigaram na alma popular, mas também porque o sesquicentenário, por si só, foi a página mais importante a caracterizar o encontro definitivo do governo com o povo brasileiro — concordou o senador Eurico Rezende (Arena-PE).

Fotos: Agência Nacional/Arquivo Nacional

O caixão com os ossos de D. Pedro I no Rio de Janeiro, onde ficou exposto no Museu Nacional para visitação pública

Viviam-se os anos de ouro da economia. Era o auge do chamado milagre econômico brasileiro, período em que o país registrou taxas de crescimento extraordinariamente altas e sem precedentes. Num pronunciamento, o senador Virgílio Távora (Arena-CE) lembrou que o crescimento do produto interno bruto (PIB) em 1971 havia ficado na impressionante casa dos 11%:

— Esta é a mais expressiva experiência de crescimento da nossa economia no pós-guerra. Achamos ser um exagero. Isto é apenas fruto de um trabalho racional e uma continuidade administrativa que não se conhecia em decênios passados. Não procedem as críticas quanto ao crescimento do PIB à custa de concentração de riquezas. O Brasil de 1972 é bem diferente daquele do início da década anterior. Nele impera um clima de paz, trabalho construtivo, progresso e confiança no porvir. Nós, seus filhos, dele devemos estar ufanos neste ano do sesquicentenário de sua Independência.

O senador Franco Montoro (MDB-SP), da oposição, fez uma análise diferente:

— A população brasileira está ficando mais pobre. Houve perda do poder aquisitivo. Esse fato é rigorosamente real. A má distribuição de rendas é uma consequência necessária do desenvolvimento econômico? Sim, dizem os porta-vozes da política oficial. Não, respondem autorizados economistas, sociólogos e professores brasileiros.

Foto: Correio da Manhã/Arquivo Nacional
Criança participa dos festejos da Independência no Rio de Janeiro em 1972. 

Ao mesmo tempo, vivia-se o período que os historiadores chamam de “anos de chumbo”. Os militares governavam amparados em instrumentos legais como o Ato Institucional 5 (AI-5), de 1968, que permitia ao presidente fechar o Congresso, cassar mandatos parlamentares, retirar direitos políticos, intervir em estados e municípios e suspender a garantia do habeas-corpus. Nesse momento, segundo a Comissão Nacional da Verdade, as torturas se intensificaram. Mas, na opinião de senadores governistas como Carlos Lindenberg (Arena-ES), o cenário político do país era outro:

— Nestes oito anos, a revolução, com o apoio geral do povo trabalhador deste país, conseguiu colocá-lo entre aqueles que mais se desenvolvem no mundo, além de preservar nossa liberdade, nosso sistema de vida, nossos princípios e religião, nossa soberania e autodeterminação, ameaçados que estavam pela infiltração em marcha acelerada da ideologia comunista, exercida, é verdade, por um pequeno grupo, porém exatamente como tem acontecido a outras nações que eram povos livres.

A situação econômica favorável criou no país um ambiente de otimismo e autoestima nas alturas. Isso se refletiu na grande adesão popular às comemorações oficiais.

— Outros países do mundo estão assinalando os festejos do sesquicentenário. Esses registros da imprensa universal valem como uma afirmação do Brasil perante o mundo — orgulhou-se o senador amazonense José Lindoso.

Apesar de o aniversário da Independência ser um momento propício para um balanço público das grandes questões nacionais, em 1972 não foram discutidas as mazelas sociais que o Brasil não havia conseguido derrotar mesmo completando 150 anos como nação soberana. Lindoso prosseguiu:  

— Não somos hoje somente uma nação que se moderniza. Somos uma nação que representa uma nova civilização, a civilização brasileira, com a democracia racial, com um toque de humanização profundo e inspirada nos princípios da justiça social.

O senador gaúcho Guido Mondin contou aos colegas que certa vez um holandês lhe perguntou se o Brasil teria se transformado num país desenvolvido caso os invasores holandeses do Nordeste colonial tivessem permanecido e conquistado o restante do território. Ele respondeu que não e derreteu-se em elogios a portugueses e brasileiros:

— O tempo e a história demonstraram que dificilmente outro povo, outra cultura e outros valores poderiam nos legar tanto quanto o fizeram os portugueses. Invoco aspectos como a docilidade, a cortesia, a hospitalidade, os sentimentos, a ausência de preconceitos raciais, os costumes e a universalidade que integram o caráter brasileiro e que se teriam decomposto ou pelo menos não seriam tão marcantes sob outras influências.

No alto, os presidentes de Portugal, Américo Tomás, e do Brasil, Emílio Médici, no Rio; abaixo, moeda comemorativa traz as imagens de D. Pedro I e Médici (fotos: Agência Nacional e reprodução)

A euforia nacional também fervilhava no mundo esportivo. Fazia apenas dois anos que o Brasil havia se tornado tricampeão nas Copas do Mundo. A ditadura militar soube se associar à vitória no México. 

Desejando os mesmos dividendos em 1972, organizou a Taça Independência, com 20 seleções de futebol de todo o mundo. O torneio foi popularmente chamado de “Minicopa”. A final, num Maracanã com 100 mil torcedores, foi disputada justamente pelos protagonistas dos eventos históricos de 1822. O Brasil venceu Portugal por 1 a 0, com gol de Jairzinho.

— Desdobrando-se pelas principais cidades do nosso país, a Taça Independência exigiu extraordinário esforço de organização e disciplina — analisou o senador Antônio Carlos Konder Reis (Arena-SC). — Creio, por isso, digno de registro o empreendimento, ao qual deu o melhor de sua capacidade de trabalho, coragem e dedicação o Sr. João Havelange, presidente da Confederação Brasileira de Desportos. Quero também congratular-me com o presidente do Conselho Nacional de Desportos, brigadeiro Jerônimo Bastos, a quem o Brasil fica a dever mais um grande serviço.

Além do velório de D. Pedro I em todas as capitais e do torneio internacional de futebol, os festejos oficiais incluíram atividades cívicas em escolas, universidades, bibliotecas, clubes esportivos, igrejas, quartéis, tribunais, prefeituras e governos estaduais. No Congresso Nacional, celebrou-se em 7 de setembro uma missa com a presença do presidente Médici.

— Talvez, dentro do espírito do tempo, melhor fosse que tivéssemos efetuado também um culto ecumênico — disse o senador Guido Mondin. — Mas vale o Te Deum [cântico cristão de louvor a Deus] por nós efetivado como um acolhimento de todas as religiões. O Congresso, nessa manifestação pública, fez sentir ao povo brasileiro que aqui dentro não apenas cultuamos o civismo, também o fazemos com a nossa crença em Deus. No binômio Deus e pátria, o Congresso fez, assim, uma afirmação extraordinária.

 Imagem: Arquivo do Senado

Em 1972, Senado aprovou voto de congratulações para o general que organizou as festas oficiais do sesquicentenário

Grupos da sociedade civil, como o Clube de Engenharia da Guanabara e a Sociedade Brasileira dos Filósofos Católicos, realizaram seus próprios eventos. Jornais, revistas, emissoras de rádio e TV e editoras de livros também entraram no clima do sesquicentenário.

A Bloch Editores, por exemplo, lançou três livros ilustrados sobre a história do Brasil. Os leitores puderam comprá-los em fascículos semanais nas bancas de jornal. Quando cada volume se completava, a cada 16 semanas, vendia-se a respectiva “capa luxuosa” para a encadernação. No Senado, o parlamentar Eurico Rezende parabenizou a editora por “ofertar ao país um dos instrumentos mais úteis, valiosos e cativantes da celebração do sesquicentenário”:

— Não se exalta nessa obra apenas o seu aspecto de didatismo literário, de valor gráfico ou de beleza ilustrativa. O que se deve acentuar também na iniciativa de Adolpho Bloch é o conteúdo cívico da publicação. A empresa Bloch Editores aquiesceu à cruzada empreendida pelo governo federal no sentido de reforçar, de tornar mais vivo, mais palpitante e mais refulgente o civismo, de modo a irrigar um grande sistema de vasos comunicantes por toda a alma nacional.

O senador Mondin, que era pintor, também elogiou a coleção de livros da Bloch e aproveitou para espinafrar outra espécie de publicação vendida em bancas de jornal:

— Detesto as histórias em quadrinhos, embora hoje estejam sendo consagradas. Acho que elas desserviram à instrução, à cultura brasileira, não obstante até o próprio Ministério da Educação esteja a louvá-las. Muito diferentes são essas publicações em fascículos. O seu texto é da melhor qualidade, muito cuidado e mesmo aprofundado, e se faz a simbiose da parte literária com a parte artística. Quero dizer que se está fazendo realmente cultura ao alcance de todos, mas não aquela cultura superficial. Tenho comigo variadas coleções formadas assim, com fascículos semanais. Entusiasmado, já estou hoje a começar uma nova coleção.

Às vésperas do 7 de setembro, entrou em cartaz o filme Independência ou Morte, com o casal Tarcísio Meira e Glória Menezes nos papéis de D. Pedro I e Marquesa de Santos. Quase 3 milhões de pessoas foram vê-lo no cinema. O filme foi uma produção privada, e não do governo militar.

Animado com a participação da iniciativa privada nas celebrações, o senador pernambucano Wilson Campos usou um de seus discursos no Senado para solicitar à empresa portuguesa de aviação, na época estatal, que também desse sua gentil contribuição:

— Aproxima-se o mês de setembro, quando os festejos chegarão ao clímax. Seria o momento de convidar a essa comunhão cívica figuras representativas de Portugal, os intelectuais, os estudantes, os trabalhadores. Endereçamos um apelo à Transportes Aéreos Portugueses [TAP] no sentido de patrocinarem a viagem de uma delegação das classes representativas da gente lusitana ao nosso país. Tenho certeza de que o engenheiro Vaz Pinto, presidente da TAP, com o desprendimento cívico e a estima que vota ao Brasil , encontrará meios para essa rápida mobilização.

(imagem: reprodução)

Tarcísio Meira interpreta D. Pedro I no filme Independência ou Morte, de 1972

Os adversários da ditadura militar no Congresso Nacional, embora acuados desde a assinatura do AI-5, não ficaram calados. Os senadores do MDB, o partido oposicionista, aproveitaram o sesquicentenário para criticar o autoritarismo dos generais no poder.

O senador paulista Franco Montoro afirmou que o 150º aniversário da Independência era o momento perfeito para a ditadura sair de cena: 

— Estamos num momento de exceção. A exceção, por definição, é transitória  O Brasil, no ano do sesquicentenário, poderá, talvez, ter a grande glória de ver normalizada a sua vida pública. Não com a volta ao passado, com a restauração de processos superados, mas por meio de fórmulas jurídicas e políticas. Para combater os inimigos da democracia, não precisamos eliminar a nossa vida democrática. A democracia não é um luxo. A Constituição brasileira diz: “Todo poder emana do povo”. Não se trata de uma fórmula vaga. Trata-se do reconhecimento de que é preciso que o povo participe da vida pública.

O senador Danton Jobim (MDB-RJ) disse que José Bonifácio de Andrada e Silva, conselheiro e ministro de D. Pedro I na época da Independência, poderia ser considerado um dos pais da democracia brasileira, por ter proposto a “solução monárquico-constitucional” de 1822. E, citando o Brasil dos generais, continuou:

— Um caule brotou da semente de 1964. A planta só se tornará árvore e deitará raízes no coração de todos os brasileiros quando emergir do subterrâneo da exceção para o ar puro da normalidade democrática, onde possa aquecer-se ao sol das liberdades políticas sonhadas e conquistadas pelos heróis da nossa Independência.

O desejo dos senadores da oposição só se realizaria 13 anos mais tarde.

Ditadura publicou em jornais e revistas propaganda sobre o sesquicentenário (imagem: Biblioteca Nacional Digital)



A historiadora Janaina Martins Cordeiro, professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) e autora do livro Ditadura em Tempos de Milagre – comemorações, orgulho e consentimento (Editora FGV), diz que o governo militar explorou ao máximo no sesquicentenário a figura de D. Pedro I por uma razão:

 — Para celebrar a pátria, a ditadura militar escolheu uma representação específica de D. Pedro: a do governante que tinha pulso firme e transpirava autoridade e autoritarismo. Essa era, não por acaso, a síntese da própria ditadura. Ao mesmo tempo, difundiu a ideia de que, enquanto 1822 fora a conquista da independência política, 1972 seria a conquista da independência econômica, em razão do milagre econômico brasileiro. Isso tudo transmitia à sociedade a imagem da ditadura como um desdobramento quase natural do grito do Ipiranga, um capítulo histórico tão revolucionário e necessário quanto a Independência.

A imprensa chegou a publicar críticas ao ufanismo do sesquicentenário, mas não foram muitas. Da tribuna do Senado, parlamentares da Arena atacaram o pensador Alceu Amoroso Lima, que, “divorciado do sentimento nacional”, fez em sua coluna no Jornal do Brasil “restrições àquelas admiráveis celebrações”. A historiadora diz que críticas como as dele não tiveram eco:

— O fato é que aquele momento era de euforia generalizada, seja porque a economia ia de vento em popa, seja porque se vivia aquele nacionalismo do "Brasil grande". Parecia que o futuro que tanto se desejava havia finalmente chegado. A maior parte das pessoas não estava interessada em protestar ou encarar o presente e o passado de forma crítica. O que se queria era festejar, e a ditadura aproveitou o momento para incentivar o clima de comemoração.

Os documentos históricos do Arquivo do Senado mostram que alguns senadores acreditavam que, de tão magníficas e mobilizadoras, as celebrações do sesquicentenário certamente entrariam nos livros de história. O senador Eurico Rezende, por exemplo, descreveu os eventos de 1972 como “uma página que dificilmente desertará da memória agradecida e desvanecida do povo brasileiro”.

Não foi o que ocorreu. O 150º aniversário da Independência acabou se transformando numa página virada e esquecida da história brasileira, e a palavra “sesquicentenário” saiu do domínio público. De acordo com a historiadora Janaina Cordeiro, as festividades de 1972 começaram a se apagar da memória nacional em meados da década de 1980, na transição para a democracia:

— Como acontece em qualquer país que sai de ditadura, a transição exige a construção de novos consensos sociais para que a democracia se firme. No caso do Brasil, um consenso que se construiu foi o de que a ditadura fora imposta exclusivamente de cima para baixo. Isso não é verdade. Houve comportamentos da sociedade, desde a indiferença até o apoio explícito, que permitiram o golpe e a manutenção da ditadura. Como esse fato foi apagado na transição, hoje é difícil e desconfortável lembrar e aceitar que houve pessoas na rua celebrando com a ditadura por livre e espontânea vontade, que em certos momentos os militares desfrutaram de expressiva popularidade, que parte da sociedade dialogou, consentiu e conviveu harmoniosamente com o regime.


  • Fonte: Agência Senado
  • Reportagem: Ricardo Westin
  • Edição: André Falcão
  • Pesquisa histórica: Arquivo do Senado
  • Edição de fotografia: Pillar Pedreira
  • Edição de video: Aguinaldo Abreu
  • Foto de capa: Correio da Manhã/Arquivo Nacional


Brasil celebra 200 anos de independência com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa

Jair Bolsonaro com Marcelo Rebelo de Sousa   -   Direitos de autor  AP Photo/Eraldo Pere

© euronews

Música, hinos ao país e celebração. O Brasil celebra 200 anos de independência. O Palácio do Itamaraty em Brasília, a sala de visitas do país, encheu-se de representantes estrangeiros. O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, juntamente com a primeira dama Michelle Bolsonaro receberam os convidados e deram luz "verde e amarela" às comemorações.

Portugal associa-se às festividades e faz-se representar na antiga colónia com a presença de Marcelo Rebelo de Sousa. O Presidente português foi recebido pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, para uma cerimónia de boas-vindas na véspera destas celebração; participando igualmente no ponto alto destas comemorações do bicentenário da independência, nesta quarta-feira.

Marcelo Rebelo de Sousa aproveitou a reunião com o homólogo brasileiro para contar a história da vida de D. Pedro IV, primeiro imperador do Brasil e, mais tarde, também rei de Portugal.Para o chefe de Estado português, a reunião bilateral na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros,"correu muito bem, de acordo com a história de duzentos anos do Brasil".

Jair Bolsonaro, candidato à reeleição,assistiu ao desfile militar no início da manhã na Esplanada dos Ministérios e aproveitou a data para fazer um discurso de campanha. 

Para Bolsonaro o Brasil está a travar uma luta do "bem contra o mal" nas presidenciais de 2 de outubro - referindo-se ao rival e ex-presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.


Sessão solene do Congresso Nacional marcará os 200 anos da Independência do Brasil

Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado
A programação começa às 8h30, com a chegada dos militares que participarão da formação externa da cerimônia. A sessão está marcada para as 10h, no Plenário da Câmara dos Deputados

Há 200 anos, em setembro de 1822, foi proclamada a Independência do Brasil, então colônia de Portugal. Para comemorar o Bicentenário da Independência, uma sessão solene no Congresso Nacional reunirá os chefes de Estado do Brasil, de Portugal e de outras ex-colônias portuguesas, além de ex-presidentes do Brasil e dos presidentes do Congresso e da Câmara dos Deputados. A sessão está marcada para quinta-feira (8), às 10h.

A sessão será feita no Plenário da Câmara dos Deputados. Devem participar da mesa o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco; o presidente da República, Jair Bolsonaro; o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira; o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo; e o primeiro-secretário da Mesa do Congresso Nacional, deputado Luciano Bivar.

Além deles, devem estar presentes no Plenário ex-presidentes da República e chefes de Estado estrangeiros. Já confirmaram presença as comitivas de Cabo Verde, Guiné Bissau e Moçambique. Todos, assim como o Brasil, são ex-colônias portuguesas, mas só tiveram a independência reconhecida um século e meio depois, na década de 1970.

Durante a sessão, o Hino Nacional será interpretado pela cantora Fafá de Belém. Também haverá uma apresentação do Hino da Independência pelo Coral do Senado.

Responsável pela organização do evento, a diretora da Secretaria de Relações Públicas e Comunicação Organizacional, Ana Lucia Novelli, explicou que cerimônias como essa, com a recepção de chefes de Estado, têm protocolos a serem seguidos, como a presença dos Dragões da Independência e a subida da rampa com tapete vermelho.

— Do ponto de vista da área de Relações Públicas o maior desafio que tivemos na preparação do evento foi seguir e compatibilizar o nosso evento com as regras e normas de protocolo internacional. Trabalhamos em conjunto com o Itamaraty, mas também atuamos internamente — explicou.


Programação

A programação da sessão é extensa e começa antes, às 8h, com a chegada dos militares que participarão da formação externa da cerimônia. Às 8h45, chegam ao Palácio do Congresso os presidentes do Senado e da Câmara. Logo em seguida, às 8h55, começam a chegar os chefes de Estado estrangeiros e os ex-presidentes do Brasil. Já estão confirmados os presidentes de Portugal, Marcelo Rebelo; de Cabo Verde, José Maria Neves; e de Guiné Bissau, Umaro El Mokhtar Sissoco. Também deve comparecer um representante do presidente de Moçambique, Filipe Nyusi.

Eles serão recebidos pelos presidentes do Congresso e da Câmara e, após um café-da-manhã de boas-vindas, participarão da abertura da exposição 200 Anos de Cidadania: O Povo e o Parlamento, também parte das comemorações do Bicentenário da Independência.

Feita em conjunto pelo Museu do Senado e o Centro Cultural da Câmara dos Deputados, a mostra revisita a Independência para mostrar a evolução dos direitos civis, políticos, sociais, étnico-raciais e coletivos, até as conquistas legislativas mais recentes. A exposição estará aberta para visitação no Salão Negro do Congresso de 10 de setembro a 1º de dezembro, das 9h às 12h e das 13h às 18h nos dias de semana e das 9h às 17h nos fins de semana.

Após a inauguração da exposição no Salão Negro, os convidados seguirão para a sessão solene no Plenário da Câmara dos Deputados. O encerramento da sessão está previsto para o meio-dia.

Fonte: Agência Senado

Cartões-postais da cidade ficam iluminados de verde-amarelo

A partir desta segunda-feira (5/9), a estufa do Jardim Botânico, no bairro Jardim Botânico, e outros cartões-postais de Curitiba vão ficar iluminados nas cores verde e amarela para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil, no dia 7 de setembro. 

Cartões postais da cidade ficam iluminados em verde e amarelo. Foto: Divulgação

A iluminação especial permanecerá até a quinta-feira (8/9) e integra a programação pelo bicentenário, que a Prefeitura e a Fundação Cultural de Curitiba promovem em toda a cidade, unindo arte, cultura, educação e história.

Também vão estar destacadas com as cores da bandeira brasileira a Casa da Praça do Japão, o Parque Náutico (Torre de Cronometragem), o MuMA – Museu Municipal de Arte, a Praça 29 de Março (Monumento Chafariz), a Praça 19 de Dezembro (Obelisco) e as Ruas da Cidadania Pinheirinho, Portão e Boqueirão.


Setembro roxo

Logo na sequência, as cores na iluminação serão usadas para destacar uma causa social. De quinta (8/9) a domingo (11/9), a Casa da Praça do Japão, o monumento da Praça 29 de Março e o Obelisco da 19 de Dezembro estarão iluminados na cor roxa pela campanha de conscientização e informação sobre a fibrose cística.


Iluminação especial

Curitiba conta com 67 espaços, monumentos e prédios públicos com iluminação cênica, que usam a dramaticidade da luz para destacar os ambientes. Em 11 desses espaços, os equipamentos oferecem opções de troca de cores, dimerização e de destacar com brilho a mensagem ou campanha social de cada período do ano.  

A coordenação dos serviços é feita pelo Departamento de Iluminação Pública da Secretaria Municipal de Obras Públicas (Smop).

Informações da SMCS

Greca entrega escultura do bicentenário e enriquece acervo do Memorial de Curitiba

Greca entrega escultura do bicentenário e enriquece acervo do Memorial de Curitiba

O Memorial de Curitiba, no Setor Histórico, ficará até o fim do ano inteiramente dedicado ao Bicentenário da Independência do Brasil. O espaço cultural repleto de referências históricas de Curitiba, do Paraná e do País ganhou nesta quinta-feira (1º/9) mais uma imponente obra de arte: um grande monumento em bronze para eternizar os 200 anos da independência da pátria brasileira. 

A obra de 2 m de largura por 2,4 m de altura foi inaugurada pelo prefeito Rafael Greca, ao lado da primeira-dama Margarita Sansone, que fez a leitura de um manifesto ao artista curitibano Rafael Sartori, responsável pela escultura. A inauguração integra a celebração do Bicentenário da Independência do Brasil, promovida pela Prefeitura e Fundação Cultural de Curitiba em toda a cidade.

“Não podemos desistir do Brasil. Digam aos curitibinhas, aos curitibanos todos da grandeza do País. Na forja do Memorial de João Turin, o grande artista curitibano Rafael Sartori moldou essa linda obra que eternizará a memória da nossa independência”, disse o prefeito.

Produzido no Ateliê de Escultura do Memorial Paranista, o bronze tem como elemento central a figura de D. Pedro I a cavalo sobre o mapa do Brasil e está instalado na parede em frente ao palco da Praça Iguaçu, contrastando com o grande painel do artista Sérgio Ferro que remete ao descobrimento do Brasil.

Antes da inauguração, o tenor Vitório Scarpi cantou trecho de O Guarani, do compositor brasileiro Carlos Gomes (1836-1896), e depois o Hino Nacional Brasileiro, encantando a plateia formada por autoridades consulares e por curitibinhas e professores das escolas municipais Mirazinha Braga, Batel e Noely Simone de Ávila. 

A festa foi seguida da apresentação do Auto da Independência, encenação montada pela Fundação Cultural especialmente para as crianças da rede municipal de educação em todas as regionais. 

Além do espetáculo, elas conheceram e ganharam o livro ilustrado As Vidas da Independência, de André Caliman e Magnon Almeida. 

O monumento

O escultor Rafael Sartori começou a realizar a obra em abril, concluindo agora em agosto. Repleta de simbologias, a escultura ressalta a exuberância da flora brasileira, retratada sobre os contornos do mapa do Brasil. 

Como em uma viagem pelo país, os limites geográficos indicam elementos nativos regionais (araucárias, erva-mate, jabuticaba, café, cacau, caju). Ao Norte, destaque para a árvore da carnaúba, do açaí, do guaraná; ao Centro-oeste, os frutos do pequi. Peixes em cardumes formam os rios das maiores bacias hidrográficas brasileiras: Paraná, Iguaçu, São Francisco, Amazonas, Rio Negro e Madeira. 

Exposição 

No Memorial de Curitiba também está a exposição Debret 1822 – Independência do Brasil, inaugurada em setembro do ano passado para dar início às comemorações do bicentenário. A mostra reúne reproduções fotográficas de pinturas e desenhos do francês Jean-Baptiste Debret, que retratou o Brasil do início do século 19. 

Autoridades

Acompanharam o evento o vice-prefeito Eduardo Pimentel, a secretária municipal da Educação, Maria Silvia Bacila, a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro, a presidente do Instituto Municipal de Turismo, Tatiana Turra, a secretárria municipal de Meio Ambiente, Marilsa Dias, o secretário de governo e presidente do IPPUC, Luiz Fernando Jamur, a presidente da Agência Curitiba, Cris Alessi, a secretária municipal de Comunicação, Cinthia Genguini, o presidente do Instituto Curitiba de Arte e Cultura, Marino Galvão Júnior, o cônsul da Bélgica no Paraná, João Casillo, a cônsul de Portugal, Susana Pereira, o chefe do escritório do Itamaraty no Paraná, Paulo Fernando Pinheiro Machado, vereadores e autoridades religiosas.

Informações da SMCS

Filme A Viagem de Pedro estreia no Cine Passeio e terá sessão grátis na CIC

A Viagem de Pedro: filme sobre imperador estreia no Cine Passeio e terá sessão grátis na CIC. Foto: Divulgação

A celebração dos 200 anos de independência do Brasil, declarada por D. Pedro I no dia 7 de setembro de 1822, também estará nas telas dos cinemas da Prefeitura de Curitiba. A Viagem de Pedro, que tem o imperador como personagem central em trama de ficção e fato, estreia nesta quinta-feira (1º/9), no Cine Passeio, às 20h. 


O filme também terá uma sessão especial no sábado (3/9), às 18h30, na Sala Luz, com a participação de Laís Bodanzky (Bicho de Sete cabeças; Como Nossos Pais), diretora do filme. A exibição será seguida de um bate-papo da diretora com o público, mediado por Marden Machado, um dos curadores do Cine Passeio.

A Viagem de Pedro: filme sobre imperador estreia no Cine Passeio e terá sessão grátis na CIC. Foto: Divulgação

No cinema da CIC

Já na quarta-feira (7/9), às 15h, será realizada a sessão de A Viagem de Pedro no cinema digital do Teatro da Vila, na CIC. A entrada é gratuita e os ingressos devem ser retirados na bilheteria do cineteatro uma hora antes da sessão.


A Viagem de Pedro

O longa se passa em 1831 e acompanha Pedro depois de abdicar do trono em favor de seu filho. A história se passa durante a sua travessia do Atlântico em uma fragata inglesa rumo à Europa. Nessa viagem, ele busca forças físicas e emocionais para enfrentar seu irmão, Miguel, que usurpou seu reino em Portugal. 


Sem nenhum de seus reinos, Pedro entra na embarcação também em busca de si mesmo, refletindo sobre sua vida, seus erros e acertos enquanto monarca no Brasil. Visto em Portugal como um traidor e enfrentando doenças que afetam a sua sanidade, D. Pedro é interpretado por Cauã Reymond em uma visão mais humana deste personagem histórico. 


Também fazem parte do elenco Luise Heyer, como Maria Leopoldina, e Victoria Guerra, no papel de Amélia de Leuchtenberg. O longa foi vencedor do prêmio de melhor filme da América no Septimus Awards, e de melhor ator coadjuvante (para Sérgio Laurentino) e melhor diretor de ficção no Festival do Rio.

Serviço: A Viagem de Pedro

  • Local: Cine Passeio
  • (Rua Riachuelo 410, Centro)
  • Estreia: quinta-feira (1º/9), às 20h
  • Sábado (3/9), às 18h30: sessão com presença da diretora e bate-papo
  • Ingressos: na bilheteria do cinema ou no ingresso.com
  • Valores: R$ 20 e R$ 10 (meia)


Local: Teatro da Vila

  • (Rua Davi Xavier da Silva, 451 - Cidade Industrial de Curitiba)
  • Quarta-feira (7/9), às 15h
  • Entrada é gratuita. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria uma hora antes da sessão
Informações da SMCS

Tenor Vitorio Scarpi abre série de concertos pelos 200 Anos da Independência

A série de recitais e concertos programados pela Prefeitura e pela Fundação Cultural de Curitiba para celebrar os 200 anos da Independência do Brasil começa nesta quarta-feira (31/8), às 19h, na Capela dos Fundadores, no Memorial de Curitiba.

Tenor Vitorio Scarpi abre série de concertos pelos 200 Anos da Independência na Capela dos Fundadores, no Memorial de Curitiba. Foto: Divulgação

O recital de estreia será com o tenor Vitorio Scarpi e com o pianista Thiago Plaça Teixeira. No programa, entre outros compositores, estão Carlos Gomes e Heitor Villa-Lobos.

A Capela dos Fundadores, espaço que abriga os altares retábulos da antiga Matriz de Curitiba, ornamentado com pinturas do artista plástico Sérgio Ferro, será o palco de outros dois concertos com músicas do período colonial, do Brasil Império até o início do século 20. Eles serão realizados nos dias 1º e 6 de setembro, às 19h, pelo Ensemble Música Barroca Curitiba.

A Camerata Antiqua de Curitiba também fará um concerto comemorativo do bicentenário da independência, com apresentações nos dias 2 e 3 de setembro, na Capela Santa Maria Espaço Cultural.

Os concertos integram a programação comemorativa dos 200 anos da Independência do Brasil, que a Prefeitura e a Fundação Cultural de Curitiba promovem em toda a cidade, unindo arte, cultura, educação e história. Nesta quarta, além do recital de canto e piano, acontece também a encenação do Auto da Independência na Rua da Cidadania Boa Vista (10h30). Até a próxima semana, o auto será encenado em todas as regionais da cidade. Duo de tenor e piano

No programa desta quarta-feira, o duo formado pelo premiado cantor lírico curitibano Vitorio Scarpi e pelo também premiado pianista Thiago Teixeira apresentará temas da ópera O Guarany, de Carlos Gomes, e obras de Alberto Nepomuceno, Heitor Villa-Lobos, Francisco Mignone, Claudio Santoro e Ernani Braga, todos compositores da música clássica brasileira produzida nos séculos 19 e 20.

Scarpi coleciona em seu currículo diversos títulos e premiações dos maiores concursos de canto do Brasil e do exterior. Foi o melhor tenor do concurso brasileiro de canto Maria Callas, o primeiro lugar geral do concurso internacional de canto lírico Galina Pysarensko, na cidade de Novyi Horod, na Rússia, e vencedor do concurso de canto lírico da cidade de San Luis Potosí, no México. 

O pianista Thiago Teixeira foi premiado em concursos de piano e atuou com diversos instrumentistas, cantores e coros em concertos, óperas e festivais. Trabalhou em instituições de ensino superior no Paraná ministrando disciplinas teóricas e práticas. Atua como pianista correpetidor e é professor colaborador na Unespar.

Música barroca

O Ensemble Música Barroca Curitiba, com direção artística de Matheus Prust, fará duas apresentações na Capela dos Fundadores com formação e programas diferentes.

O primeiro concerto, no dia 1º de setembro, às 19h, terá duas composições de D. Pedro I: o Hino da Independência, com letra de Evaristo da Veiga, e a Marcha Imperial, do padre José Maurício Nunes Garcia (1767-1830). O grupo formado por Prust (violino), Paulo Hübner (violino), Thomas Jucksch (violoncelo), Roger Burmester (guitarra barroca), Sidney Gomes (tenor), além de um orador, Walter Lima Torres.

O outro concerto do grupo, no dia 6 de setembro, reúne o contratenor Paulo Mestre, o tenor Sidney Gomes, o violinista Matheus Prust, a flautista Zélia Brandão (traverso) e o violonista Roger Burmester (guitarra barroca). O grupo apresentará canções, modinhas e lundus do período colonial brasileiro.

O ensemble Música Barroca Curitiba é especializado na pesquisa e interpretação da música dos séculos 17 e 18. Sediado em Curitiba, homenageia a capital paranaense, reunindo intérpretes da música antiga de diversas partes do país e do mundo. 

O grupo tem um enfoque no repertório pouco explorado na atualidade, o que tem permitido ao público conhecer obras ainda inéditas.

Camerata

Com regência de Ricardo Kanji, as apresentações da Camerata Antiqua de Curitiba na Capela Santa Maria terão o Hino da Independência, com música de D. Pedro, e o Hino Nacional Brasileiro, de Francisco Manoel da Silva e Joaquim Osório Duque-Estrada. Completam o programa obras de autoria de José Maurício Nunes Garcia.

Memorial de Curitiba. Foto: Lucilia Guimarães/SMCS

Concertos dos 200 Anos da Independência

Capela dos Fundadores – Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 - São Francisco)

  • Dia 31/8, às 19h – Duo de Canto e Piano com Vitorio Scarpi e Thiago Plaça Teixeira
  • Dia 1º/9, às 19h – Ensemble Música Barroca Curitiba
  • Dia 6/9, às 19h – Ensemble Música Barroca Curitiba
  • Gratuito


Capela Santa Maria – Espaço Cultural (R. Conselheiro Laurindo, 279 – Centro)

  • Dia 2, às 20h, e dia 3, às 18h30 – Camerata Antiqua de Curitiba, regência de Ricardo Kanji
  • Ingressos: R$ 35 e R$ 17,50 (pelo site minhaentrada.com.br)
Informações da SMCS
Capela Santa Maria Espaço Cultural


Curitiba: Auto da Independência para crianças abre programação especial pelo bicentenário

A Prefeitura e a Fundação Cultural de Curitiba promovem a partir desta terça-feira (30/8) uma extensa programação em comemoração aos 200 anos da Independência do Brasil. O prefeito Rafael Greca estará na estreia do Auto da Independência, que ocorre às 10h30, na Rua da Cidadania do Pinheirinho, e às 15h30, na Rua da Cidadania do Tatuquara.

Foto: Daniel Castellano / SMCS

Auto da Independência para crianças abre programação especial pelo bicentenário. 

“Nestes 200 anos da pátria brasileira estamos fazendo o maior programa didático de arte educação, compreendendo música, iconografia, leitura e teatro, reforçando o nosso compromisso de fazer de Curitiba uma cidade educadora, que valoriza a memória e o conhecimento”, destaca Greca.

O Auto da Independência é um produção dirigida às crianças, tem cenários, figurinos e trilha sonora especial. Produzida pela Fundação Cultural de Curitiba, a encenação retrata os principais momentos que levaram à separação entre Brasil e Portugal no dia 7 de setembro de 1822, destacando o papel da princesa Leopoldina no processo da independência.

Naquele ano, era forte a pressão das cortes portuguesas para que o príncipe regente, D. Pedro, retornasse à Europa com a sua família. Enquanto isso, internamente, cresciam os movimentos separatistas, descontentes com a possibilidade do Brasil, que havia conquistado a condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, retornar à sua condição de colônia.


A carta

“A peça destaca o momento em que Dona Leopoldina, aconselhada por José Bonifácio, escreve uma carta a D. Pedro em favor da causa brasileira, o que convence o príncipe regente a permanecer no Brasil”, conta o diretor Edson Bueno.

Cinco atores estarão em cena com figurinos de época – D. Leopoldina, D. Pedro e José Bonifácio. No enredo, a história é contada por uma professora para o seu aluno, o Curitibinha. O cenário tem ao fundo, em grandes dimensões, o famoso quadro de Pedro Américo que retrata a cena do grito da independência às margens do riacho do Ipiranga.

O ponto alto da encenação é a entrada de D. Pedro I a cavalo, dando o grito “Independência ou Morte”. Em seguida, D. Pedro I e a imperatriz Leopoldina cantam o Hino da Independência.

As apresentações das regionais acontecem nesta semana e vão até o dia 6 de setembro. O auto será apresentado também no Memorial de Curitiba e no Teatro da Vila, sempre com entrada gratuita.


Datas e os locais das apresentações

  • Dia 30, às 10h30 – Rua da Cidadania do Pinheirinho (Av. Winston Churchill, 2.033 – Capão Raso)

  • Dia 30, às 15h30 – Rua da Cidadania do Tatuquara (R. Olivardo Konoroski Bueno, s/n – Tatuquara)

  • Dia 31, às 10h30 – Rua da Cidadania do Boa Vista (Av. Paraná, 3.600 – Bacacheri)
  • Dia 1º/9, às 10h30 – Rua da Cidadania do Boqueirão (Av. Marechal Floriano Peixoto, 8.430 – Hauer)

  • Dia 1º/9, às 15h30 – Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco)

  • Dia 2, às 10h30 – Rua da Cidadania da Fazendinha/Portão (R. Carlos Klemtz, s/nº - Fazendinha)

  • Dia 2, às 15h30 – Rua da Cidadania de Santa Felicidade (R. Santa Bertilla Boscardin, 213 – Santa Felicidade)

  • Dia 3, às 16h – Teatro da Vila (R. Davi Xavier da Silva, 451)

  • Dia 4, às 12h – Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco)

  • Dia 5, às 11h – Parque dos Tropeiros – (R. Maria Lúcia Locher de Athayde – CIC)

  • Dia 5, às 15h – Rua da Cidadania do Cajuru (Av. Prefeito Maurício Fruet, 2.150 – Cajuru)

  • Dia 6, às 15h – Rua da Cidadania do Bairro Novo (R. Tijucas do Sul, 1.700 – Sítio Cercado)

  • Dia 11, às 12h – Memorial de Curitiba (R. Claudino dos Santos, 79 – São Francisco)

Informações da SMCS

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