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Educadores(as) da rede pública iniciam greve por tempo indeterminado na segunda-feira

Paralisação visa pressionar o governo Ratinho Jr a desistir de privatizar a educação pública do Paraná com o projeto Parceiro da Escola


@ APP-Sindicato

Os(as) educadores(as) da rede pública iniciam na segunda-feira (3) greve por tempo indeterminado, para pressionar o governo Ratinho Jr a desistir de privatizar a educação pública do Paraná com o projeto Parceiro da Escola. 


Foto: Joka Madruga | APP-Sindicato

Além da suspensão das privatizações, a pauta da greve inclui o pagamento da data-base deste ano (3,69%) e o zeramento das perdas salariais dos educadores, que já supera os 39%.


Milhares de pessoas devem participar de mobilizações em todo o Paraná. Em Curitiba, haverá concentração na Praça Santos Andrade a partir das 8h, seguida de marcha coletiva até o Centro Cívico, onde acompanharão a votação na Assembleia Legislativa do PL 345, que privatiza a gestão de 200 escolas, inicialmente.


Haverá manifestações também nos 29 Núcleos Sindicais da APP-Sindicato espalhados pelo Estado. Em Curitiba, a mobilização terá a participação de estudantes e de trabalhadores(as) da UFPR, ITFPR e IFPR.


A APP recomenda aos pais, mães e responsáveis que não enviem suas crianças e jovens à escola, pois não haverá educadores(as) para acolhê-los(as). 


Operação bilionária


As 200 escolas sob risco imediato de privatização têm cerca de 175 mil matrículas. As empresas escolhidas devem receber R$ 800 por mês por estudante matriculado(a). Por mês, as empresas devem receber R$ 140,5 milhões, o que soma R$ 1,7 bilhão por ano. 


Com base no que aconteceu nas duas escolas do programa piloto, 5% dos valores repassados são “taxa de administração” e 7% são “lucro” das empresas. Isso dá cerca de R$ 17 milhões por mês e R$ 200 milhões por ano a menos aplicados nas escolas pelo governo.


A APP avalia que esses valores que vão beneficiar as empresas deveriam ser investidos em toda a rede estadual, incluindo as escolas que não integram o Parceiro da Escola. 


O Sindicato aponta o risco de que, se o PL 345 for aprovado, Ratinho Jr decida expandir a privatização para todas as mais de 2,1 mil escolas da rede pública estadual.  


União, coragem e luta

A greve foi aprovada no dia 25 de maio, em assembleia geral extraordinária com a participação de mais de 4,5 mil educadores(as) indignados(as) com a privatização da educação básica do Paraná.


O momento histórico exige coragem e luta dos(as) educadores(as) para reagir e enfrentar mais esse ataque do governo Ratinho Jr à educação. A ameaça de vender escolas públicas impõe a necessidade de mobilização de professores(as), pedagogos(as) e funcionários de escola.


A greve foi aprovada após intenso debate devido à falta de diálogo do governo sobre pautas importantes para a categoria, como o pagamento da Data-Base neste ano e também da dívida de mais 39% em defasagem salarial acumulada nos últimos anos.


Só a união da categoria é capaz de desmontar a estratégia de um governo que impõe seus desmandos ameaçando e chantageando os(as) trabalhadores(as).


A assembleia geral extraordinária se manterá permanentemente para avaliar a movimentação do governo Ratinho Jr.


Em um primeiro momento de luta, professores(as) e funcionários(as) de escola lutam para que o projeto seja retirado da pauta. Caso o projeto seja mantido, a luta será para organizar as comunidades escolares e rejeitar a medida.

Não são 200, “Parceiro da Escola” autoriza privatizar praticamente TODAS as escolas da rede estadual do Paraná

Projeto do governador Ratinho Jr. também autoriza interferência de empresários na gestão pedagógica das escolas e acaba com eleição de diretores(as)



O governador Ratinho Jr. (PSD) quer vender as escolas públicas do Paraná. Mas não são só 200 estabelecimentos de ensino, como o governo tem divulgado para a sociedade. O Projeto de Lei 345/2024, que institui o programa Parceiro da Escola, autoriza a privatização de praticamente todas as escolas regulares da rede estadual. E não é só essa informação que Ratinho Jr. está escondendo da população. O programa também prevê ingerência das empresas na parte pedagógica, acaba com eleição para diretores(as) e ainda submete os(as) servidores(as) do Estado às ordens dos(as) empresários.

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