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Mensagem da CNBB por ocasião da COP26

COP26 em Glasgow  (REUTERS)

A Igreja Católica no Brasil, no horizonte da Doutrina Social da Igreja e em comunhão com o Papa Francisco, reafirma o seu compromisso com a justiça socioambiental, na perspectiva da Ecologia Integral – reconhecendo a dignidade da pessoa humana, o destino universal dos bens e o direito inegociável à vida para as presentes e futuras gerações.

Vatican News

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), pastorais e organismos da Igreja do Brasil divulgam nesta quarta-feira, 10 de novembro, uma mensagem por ocasião da COP26, a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas que acontece em Glasgow, na Escócia. A mensagem foi apresentada e referendada pela presidência da CNBB durante a reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep), realizada na manhã desta quarta-feira (10).


No texto, os bispos pedem que os organismos internacionais, governos e todos os segmentos da sociedade civil “combatam as mudanças climáticas e garantam a continuidade de todas as formas de vida, investindo na vida - dom maior e inviolável”. 


MENSAGEM DA CNBB POR OCASIÃO DA COP26

Estamos atentos aos debates, acordos e deliberações da Conferência da ONU (COP26), realizada em Glasgow, na Escócia. A COP26 se apresenta ao mundo como esperança. Espera-se que os organismos internacionais, governos e todos os segmentos da sociedade civil, no atual contexto socioambiental que demanda ações urgentes, audaciosas e eficazes, combatam as mudanças climáticas e garantam a continuidade de todas as formas de vida, investindo na Vida - dom maior e inviolável. Essa Conferência do Clima desafia o mundo inteiro e precisa interpelar particularmente o Brasil, que tem territórios e biomas ameaçados. O mais recente informe do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que o aumento da emissão de gases de efeito estufa provoca irreversíveis transformações no Brasil, principalmente no Semiárido, no Cerrado e na Amazônia, com consequências diretas no regime climático de outras regiões do país e da América Latina. Com a aceleração do desmatamento e das queimadas, o Brasil contribui também com o aquecimento do planeta - contaminando a atmosfera em cerca de 2,17 bilhões de toneladas de dióxido de carbono, segundo dados de 2019, apresentados pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).


As previsões do IPCC indicam que o Nordeste brasileiro, o Centro-Oeste e a região Norte se tornarão mais secos e quentes nas próximas décadas, caso a emissão de carbono não seja zerada ainda na atual década. Tal cenário agravará ainda mais a aguda crise socioambiental em que estamos imersos, com a ampliação de desigualdades sociais, degradação de territórios, fazendo desaparecer espécies animais e vegetais. A humanidade poderá ter de conviver com ambientes inóspitos que ameaçam a continuidade da vida.


A Igreja Católica no Brasil, no horizonte da Doutrina Social da Igreja e em comunhão com o Papa Francisco, reafirma o seu compromisso com a justiça socioambiental, na perspectiva da Ecologia Integral – reconhecendo a dignidade da pessoa humana, o destino universal dos bens e o direito inegociável à vida para as presentes e futuras gerações.


Preocupa-nos que, diante das ameaças aos povos tradicionais e seus territórios, estes mesmos estejam alijados dos espaços e processos de reflexão e deliberação sobre suas vidas. A humanidade ainda carece de processos capazes de levá-la à reflexão sobre a sua própria existência. É ilusório acreditar que apenas as tecnologias conseguirão solucionar a catástrofe ambiental em curso, ou que as estratégias de mercado bastem para proteger e garantir um meio ambiente justo e sustentável para todas as pessoas, desconsiderando as indicações de organizações e instituições com presença histórica junto às comunidades do campo e da cidade.


A COP26 é, assim, decisiva, pelo dever ético de oferecer aos governos inspirações para suas políticas locais no enfrentamento das mudanças do clima, bem como o fortalecimento da solidariedade internacional, porque as crises experimentadas com o aquecimento global devem ser solucionadas coletivamente. Além disso, por seus acordos e deliberações, permitirá acompanhar e saber quais os organismos, governos, empresas e organizações estão dispostos a promover rupturas, transformar radicalmente estruturas de produção, consumo e priorizar nas suas agendas a defesa dos pobres e da Casa Comum, adotando medidas fortes.


A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, organismos eclesiais e outras instituições católicas, em sintonia com instituições e organizações da sociedade civil, continuarão acompanhando as agendas socioambientais no Brasil, promovendo a dignidade da pessoa humana, o cuidado com a Casa Comum, no horizonte de uma Ecologia Integral.


Inspirados pela Mãe de Deus e nossa, discípula exemplar, acompanharemos e exigiremos o cumprimento das deliberações da COP26, comprometidos com a justiça, dignidade e direitos aos povos e respeito à Casa Comum.


Brasília – DF, 10 de novembro de 2021.

Dom Walmor Oliveira de Azevedo Presidente da CNBB

Cardeal Dom Cláudio Hummes Presidente da Comissão Episcopal para a Amazônia - CNBB

Dom Sebastião Lima Duarte Presidente da Comissão Episcopal Especial para a Ecologia Integral e Mineração - CNBB Dom José Valdeci Santos Mendes Presidente da Comissão Episcopal para a Ação Sociotransformadora - CNBB Presidente do Conselho Pastoral dos Pescadores (CPP)


Dom Erwin Kräutler Presidente da Rede Eclesial Pan-Amazônica (REPAM-Brasil)

Dom Mário Antônio da Silva Presidente da Cáritas Brasileira

Dom Roque Paloschi Presidente do Conselho Indigenista Missionário (CIMI)

Dom José Ionilton Lisboa de Oliveira Presidente da Comissão Pastoral da Terra (CPT)

Ministro do Meio Ambiente chega na reta final da COP26 e cobra mais dinheiro dos países ricos

Ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, conversa com setor privado no estande oficial do Brasil na COP26. © Lúcia Müzell

Texto por: Lúcia Müzell RFI    ⌚3 min

Na etapa decisiva das negociações na Conferência do Clima de Glasgow, na Escócia, o Brasil parece determinado a cobrar mais financiamento dos países ricos para que as nações em desenvolvimento e emergentes consigam realizar a transição para uma economia verde.


O ministro brasileiro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, encerrou nesta terça-feira (9) o seu primeiro dia de participação na COP26 e insistiu que o volume de recursos disponíveis terá de ser multiplicado – apesar de, na prática, o país estar se afastando das suas metas de redução de emissões de gases de efeito estufa, devido a sucessivos aumentos do desmatamento nos últimos anos, em especial no governo de Jair Bolsonaro.


Leite chega a Glasgow com a difícil missão de convencer o resto do mundo de que Brasília agora está comprometida com a crise climática. No começo do governo, Bolsonaro chegou a ameaçar retirar o país do Acordo de Paris sobre o Clima. Agora, apesar da mudança do discurso desde a saída do ex-ministro Ricardo Salles da pasta do Meio Ambiente, o presidente não compareceu à COP26 – ao contrário de diversos líderes mundiais, como o americano Joe Biden, o francês Emmanuel Macron ou o anfitrião do evento, o britânico Boris Johnson.


Em uma entrevista coletiva, Leite minimizou a ausência do presidente e ressaltou que o Brasil apresentou, nos primeiros dias da conferência, uma nova meta de redução de emissões, passando de 43% para 50% até 2030, em relação aos índices de 2005.


Meta duvidosa

“As nossas políticas nacionais já vão na linha do que está sendo discutido aqui”, afirmou o ministro. “É importante que o mundo venha na mesma direção que o Brasil já tem, de políticas de redução de emissões de desmatamento e redução de emissões, tanto na atividade industrial quanto na atividade agropecuária”, disse Leite, sem mencionar que a base de cálculo para esse corte maior de emissões também foi atualizada para cima pelo governo – o que significa, na prática, que a meta apresentada não representa um avanço em termos de toneladas de CO2 despejados na atmosfera.


"Qual o grande desafio nessa segunda semana? Recursos. E os US$ 100 bilhões não serão suficientes”, sublinhou, mencionando cifras como US$ 700 bilhões ou até US$ 1 trilhão.


“O Brasil contribuiu sendo mais ambicioso nos primeiros dias [da COP] e colocando pressão agora aos países mais emissores que o Brasil. Falta mais ambição financeira dos países industrializados”, frisou.


Mercado de carbono

O ministro garantiu que Brasília entende a transição ecológica como uma "oportunidade de geração de empregos verdes” e reconheceu que o desafio do governo é que projetos verdes sejam acelerados, na política do governo federal.


Quanto ao polêmico artigo 6 do Acordo de Paris, relativo à regulamentação de um mercado internacional de carbono, Leite reiterou que o Brasil adota uma "posição construtiva” na mesa de negociações, da qual participam 196 países. "O artigo 6 é do interesse de todos e especialmente do Brasil, que será provavelmente um exportador de créditos de carbono para o mundo emissor, que tem mais dificuldades para reduzir as suas emissões. O Brasil tem uma condição natural e econômica de conseguir ser um player nesse jogo do clima”, disse.


Os benefícios potenciais com esse mercado, entretanto, só se confirmarão se o país voltar a controlar o desmatamento, responsável por cerca de 45% das emissões brasileiras. No ano passado, enquanto a pandemia levou o restante do mundo a um recuo nos índices, o Brasil teve o maior aumento da devastação da Amazônia em 12 anos e foi um dos raros casos a ter aumento das emissões de CO2, de 9,5%, conforme estimativas do Global Carbon Project. 

Combate às mudanças climáticas será prioridade de "segurança nacional" em Israel

Texto por: RFI   3 min
O governo de Israel estabeleceu neste domingo (24) que o combate às mudanças climáticas passa a ser uma prioridade de "segurança nacional" no país. Em um comunicado, o primeiro-ministro Naftali Bennett se compromete a "facilitar" investimentos em energias renováveis, às vésperas da abertura da COP26, em Glasgow.


"A luta contra as mudanças climáticas é um novo interesse de segurança nacional para Israel", informa a nota oficial. Em junho passado, a nova coalizão de governo israelense fixou a meta de reduzir em 27% as emissões de gases de efeito estufa até 2030 e em 85% até 2050 em relação aos níveis de 2015. Para isso, o país, que é um dos que menos investem no transporte público entre todos os Estados da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico), prevê promover transportes que consumam menos energia.


"Hoje, o governo aprovou muitas decisões para fomentar transportes limpos e de baixo consumo de carbono", disse Bennett, que pretende participar da COP26. A Conferência da ONU sobre mudanças climáticas acontece de 31 de outubro a 12 de novembro na Escócia.


"Queremos promover a inovação e facilitar [o trabalho] dos empresários no setor das energias verdes", declarou a ministra de Energia, Karine Elharrar. Para alcançar seus objetivos, Israel quer aproveitar a experiência acumulada por várias empresas dos setores de cibersegurança, defesa e tecnologia financeira. O setor da alta tecnologia emprega pouco mais de 10% da população economicamente ativa de Israel.


A ministra israelense do Meio Ambiente, Tamar Zandberg, acusou os governos precedentes de terem adiado os investimentos na descarbonização da economia.


Premiê da Índia confirma participação na COP26

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, confirmou que vai comparecer à COP26, um sinal positivo para as negociações que não contarão com as presenças dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping. Fontes do governo em Nova Délhi indicaram que a Índia, terceiro maior poluidor mundial de gases do efeito estufa, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, fará uma nova proposta de redução de emissões, mas não revelaram detalhes.


A China informou neste domingo que deseja limitar a menos de 20% o uso de energias fósseis até 2060, de acordo com um plano que inclui vários objetivos. O presidente chinês deseja começar a reduzir as emissões poluentes até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono 30 anos depois, afirma o projeto publicado pela agência oficial de notícias Xinhua. O documento também inclui a meta de que, até 2030, 25% da energia total consumida na China seja procedente de fontes renováveis.


Em abril, Xi Jinping afirmou que o país controlaria de maneira rígida os projetos de centrais de energia elétrica que utilizam carvão e reduziria progressivamente o consumo desta matéria-prima. O carvão é uma fonte muito poluente e responsável por 60% da produção de energia elétrica na China.


Em setembro, na Assembleia Geral da ONU, o presidente chinês também se comprometeu a parar de construir centrais de carvão no exterior. Porém, em meio a uma grave escassez de energia elétrica causada pelo aumento do preço do carvão, do qual o país é muito dependente, a China está aumentando sua produção de carvão em 6%. No início da semana, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reformas (NDRC) informou que em setembro foram autorizadas 53 minas, com o objetivo de aumentar a capacidade de produção em 220 milhões de toneladas anuais.

Com informações da AFP

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