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O Papa no Angelus: a Eucaristia é necessária a todos nós

 

Francisco iniciou a alocução que precedeu a oração mariana do Angelus, com as palavras ditas com simplicidade por Jesus: “Eu sou o pão vivo, descido do céu”. “O pão celestial, que vem do Pai, é o Filho que se fez carne por nós. Esse alimento é mais do que necessário para nós, porque sacia a fome de esperança, a fome de verdade, a fome de salvação que todos nós sentimos, não no estômago, mas no coração”, frisou o Papa.

Mariangela Jaguraba - Vatican News


O Papa Francisco rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo (18/08), com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.


O Pontífice iniciou a alocução, que precedeu a oração, com as palavras ditas com simplicidade por Jesus: “Eu sou o pão vivo, descido do céu”.


“Diante da multidão, o Filho de Deus se identifica com o alimento mais comum e cotidiano. Entre os que ouvem, alguns começam a discutir: como Jesus pode nos dar sua própria carne para comer? Hoje, também nos fazemos essa pergunta, mas com admiração e gratidão”, disse o Papa, propondo duas atitudes sobre as quais refletir. “Admiração e gratidão diante do milagre da Eucaristia”, sublinhou Francisco.


As palavras de Jesus nos surpreendem

A primeira atitude é “maravilhar-se, porque as palavras de Jesus nos surpreendem. Ainda hoje, Jesus sempre nos surpreende em nossa vida”.


“O pão do céu é um dom que supera todas as expectativas.”


Quem não entende o estilo de Jesus permanece desconfiado: parece impossível, até mesmo desumano, comer a carne de um outro. Carne e sangue, ao contrário, são a humanidade do Salvador, sua própria vida oferecida como alimento para a nossa. 


Reconhecer Jesus onde ele se faz presente 

“Isso nos leva à segunda atitude: a gratidão, porque reconhecemos Jesus ali onde ele se faz presente para nós e conosco. Ele se faz pão por nós”, sublinhou Francisco, destacando as palavras de Jesus: “Quem come a minha carne permanece em mim e eu nele”.


O Cristo, verdadeiro homem, sabe muito bem que é preciso comer para viver. Mas ele também sabe que isso não é suficiente. Depois de ter multiplicado o pão terreno, Ele prepara um dom ainda maior: Ele mesmo se torna verdadeira comida e verdadeira bebida. Obrigado, Senhor Jesus!


Jesus cuida da maior necessidade

“O pão celestial, que vem do Pai, é o Filho que se fez carne por nós. Esse alimento é mais do que necessário para nós, porque sacia a fome de esperança, a fome de verdade, a fome de salvação que todos nós sentimos, não no estômago, mas no coração. A Eucaristia é necessária a todos nós”, disse o Papa, acrescentando:


Jesus cuida da maior necessidade: ele nos salva, alimentando a nossa vida com a sua, para sempre. Graças a Ele, podemos viver em comunhão com Deus e entre nós.


“O pão vivo e verdadeiro não é, portanto, algo mágico que resolve repentinamente todos os problemas, mas é o próprio Corpo de Cristo, que dá esperança aos pobres e vence a arrogância de quem se empanturra em detrimento deles.”


A seguir, Francisco convidou todos a se perguntar: “Tenho fome e sede de salvação, não apenas para mim, mas para todos os meus irmãos e irmãs? Quando recebo a Eucaristia, que é o milagre da misericórdia, sou capaz de me maravilhar com o Corpo do Senhor, que morreu e ressuscitou por nós?”


“Rezemos juntos à Virgem Maria para que nos ajude a acolher o dom do céu no sinal do pão”, concluiu o Papa.


Papa: as coisas materiais não preenchem a vida, seguir o caminho da caridade


O Papa Francisco rezou ao meio-dia deste domingo a oração do Angelus, diante dos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo na Praça São Pedro. “Se cada um der aos outros o que tem, com a ajuda de Deus, mesmo com pouco, todos podem ter algo", afirmou.


Silvonei José – Vatican News

"As coisas materiais não preenchem a vida: somente o amor pode fazer isso. E para que isso aconteça, o caminho a seguir é o da caridade, que não guarda nada para si, mas compartilha tudo": foi o que disse o Papa, antes do Angelus, diante dos fiéis e peregrinos reunidos neste domingo na Praça São Pedro.

"Hoje, o Evangelho nos fala de Jesus que, depois do milagre dos pães e dos peixes, convida as multidões, que o procuram, a refletir sobre o que aconteceu, para entender seu significado. Eles haviam comido aquele alimento compartilhado e puderam ver como, mesmo com poucos recursos, graças à generosidade e coragem de um jovem, que colocou à disposição dos outros o que ele tinha, todos foram alimentados até a saciedade”.

O sinal era claro, destacou o Papa: “se cada um der aos outros o que tem, com a ajuda de Deus, mesmo com pouco, todos podem ter algo".

E, em vez disso, eles não entenderam – completou o Santo Padre: “confundiram Jesus com uma espécie de mágico, e voltaram para procurá-lo, esperando que repetisse o prodígio como se fosse uma magia".

"Eles foram protagonistas de uma experiência para seu caminho, mas não compreenderam o significado dela: sua atenção estava voltada apenas para os pães e peixes, para o alimento material, que acabou imediatamente – continuou o Papa. Eles não perceberam que isso era apenas um instrumento, que o Pai, enquanto saciava a fome deles, lhes revelava algo muito mais importante: o modo de vida que dura para sempre e o sabor do pão que sacia para além da medida".

O verdadeiro pão, em resumo, - disse o Papa - "era e é Jesus, seu Filho amado feito homem, que veio para compartilhar nossa pobreza para nos conduzir, por meio dela, à alegria da plena comunhão com Deus e com nossos irmãos e irmãs, em dom".

"As coisas materiais não preenchem a vida: somente o amor pode preenchê-la. E para que isso aconteça, o caminho a ser seguido é o da caridade que não guarda nada para si, mas compartilha tudo", observou o Santo Padre.

"Isso não acontece também em nossas famílias? Pensemos naqueles pais que lutam a vida inteira para educar bem seus filhos e deixar-lhes algo para o futuro. Como é bonito quando essa mensagem é compreendida, e os filhos são gratos e, por sua vez, tornam-se solidários uns com os outros como irmãos! E como é triste, ao contrário, quando eles brigam por herança, e talvez não se falem por anos", enfatizou.

A mensagem da mamãe e do papai, seu legado mais precioso, não é o dinheiro, - enfatizou o Papa - "mas o amor com o qual eles dão a seus filhos tudo o que têm, assim como Deus faz conosco, e dessa forma eles nos ensinam a amar".

"Vamos nos perguntar, então: qual é a minha relação com as coisas materiais? Eu sou escravo delas ou as uso livremente, como instrumentos para dar e receber amor? Sei dizer "obrigado" a Deus e a meus irmãos e irmãs pelos dons recebidos e compartilhá-los?

Francisco concluiu pedindo a Maria, que deu a Jesus toda a sua vida, que nos ensine a fazer de todas as coisas um instrumento de amor.

O Papa: a literatura educa o coração e a mente e abre à escuta dos outros

Francisco dirige uma carta aos candidatos ao sacerdócio, mas também aos agentes pastorais e a todos os cristãos, para sublinhar o "valor da leitura de romances e poemas no caminho do amadurecimento pessoal", porque os livros abrem novos espaços interiores, enriquecem, ajudam a enfrentar a vida e a compreender os outros.


Papa Francisco  (
VATICAN MEDIA Divisione Foto)


Tiziana Campisi – Vatican News

Um bom livro abre a mente, estimula o coração, treina para a vida. Palavra do Papa Francisco, que pegou caneta e papel para fazer com que os futuros sacerdotes, mas também "todos os agentes pastorais" e "qualquer cristão" entendam o "valor da leitura de romances e poemas no caminho do amadurecimento pessoal". Com a "Carta sobre o papel da literatura na educação", escrita em 17 de julho e publicada neste dia 4 de agosto, o Pontífice pretende "despertar o amor pela leitura" e, sobretudo, "propor uma mudança radical de ritmo" na preparação dos candidatos ao sacerdócio, de modo que se dê mais espaço à leitura de obras literárias. Como a literatura pode "educar o coração e a mente do pastor" para "um exercício livre e humilde da própria racionalidade" e para o "reconhecimento frutífero do pluralismo das línguas humanas", ela pode ampliar a sensibilidade humana e levar a "uma grande abertura espiritual". Além disso, a tarefa dos fiéis, e dos sacerdotes em particular, é "tocar o coração dos seres humanos contemporâneos para que eles possam se comover e se abrir diante da proclamação do Senhor Jesus", e em tudo isso "a contribuição que a literatura e a poesia podem oferecer é de valor inigualável".


Os efeitos benéficos da leitura

No texto, Francisco enfatiza primeiramente os efeitos benéficos de um bom livro que, "muitas vezes no tédio das férias, no calor e na solidão de alguns bairros desertos", pode ser "um oásis que nos distancia de outras escolhas que não são boas para nós" e que, em "momentos de cansaço, raiva, decepção, fracasso e quando nem mesmo na oração conseguimos encontrar a quietude da alma", pode nos ajudar a superar momentos difíceis e "ter um pouco mais de serenidade". Porque talvez "essa leitura abra novos espaços interiores" que nos ajudem a não nos fecharmos "naquelas poucas ideias obsessivas", que depois "nos prendem de maneira inexorável". As pessoas costumavam se dedicar à leitura com mais frequência "antes da onipresença da mídia, das redes sociais, dos telefones celulares e de outros dispositivos", observa o Papa, que ressalta que, em um produto audiovisual, embora "mais completo", "a margem e o tempo para 'enriquecer' a narrativa ou interpretá-la são geralmente reduzidos", enquanto a leitura de um livro "o leitor é muito mais ativo". Uma obra literária é "um texto vivo e sempre fértil". Acontece, de fato, que "ao ler, o leitor é enriquecido com o que recebe do autor", e isso "permite que ele faça florescer a riqueza de sua própria pessoa".


Dedicar tempo à literatura nos seminários

Embora seja positivo que "em alguns seminários se ultrapasse a obsessão dos ecrãs - e pelas fake news venenosas, superficiais e violentas - e se dedique momentos à literatura", à leitura, a falar sobre "livros, novos ou antigos, que continuam a nos dizer muitas coisas", reconhece Francisco, em geral, "no caminho de formação daqueles que estão a caminho do ministério ordenado" não há um espaço adequado para a literatura, considerada "uma expressão menor da cultura que não pertence ao caminho de preparação e, portanto, à experiência pastoral concreta dos futuros sacerdotes". "Tal abordagem não é boa", diz o Papa, levando a "uma forma de grave empobrecimento intelectual e espiritual dos futuros sacerdotes", que assim não têm "acesso privilegiado, precisamente através da literatura, ao coração da cultura humana e, mais especificamente, ao coração do ser humano". Porque, na prática, a literatura tem a ver "com o que cada um de nós deseja da vida" e "entra em uma relação íntima com nossa existência concreta, com as suas tensões essenciais, com os seus desejos e os seus  significados".


Livros como companheiros de viagem

Relembrando os anos em que lecionou em uma escola jesuíta em Santa Fé, entre 1964 e 1965, o Papa conta que, como professor de Literatura, os alunos deveriam estudar El Cid, enquanto eles "pediam para ler García Lorca". "Por isso, decidi: em casa estudariam El Cid, e, durante as aulas, abordaria os autores de que os jovens mais gostavam", recorda Francisco, acrescentando que eles preferiam "obras literárias contemporâneas"; porém, à medida que fossem lendo o que os atraía no momento, iriam adquirindo em geral o gosto pela literatura, pela poesia, e depois passariam a outros autores, porque "no fim, o coração busca mais, e cada um encontra seu próprio caminho na literatura". A esse respeito, o Papa confessa que ama "os artistas trágicos, porque todos nós poderíamos sentir suas obras como nossas, como uma expressão de nossos próprios dramas". O Pontífice adverte que não se deve "ler algo por obrigação", pelo contrário, deve-se selecionar as próprias leituras "com abertura, surpresa, flexibilidade".


Fazer encontrar Jesus feito carne

Hoje, para "responder adequadamente à sede de Deus de muitas pessoas, para que não busquem saciá-la com propostas alienantes ou com um Jesus Cristo sem carne", os crentes e os sacerdotes, ao anunciar o Evangelho, devem se comprometer para que "todos possam se encontrar com um Jesus Cristo feito carne, feito humano, feito história". Nunca se deve perder de vista "a 'carne' de Jesus Cristo", recomenda o Pontífice, "aquela carne feita de paixões, emoções, sentimentos, histórias concretas, mãos que tocam e curam, olhares que libertam e encorajam, de hospitalidade, de perdão, de indignação, de coragem, de intrepidez: em uma palavra, de amor". Por essa razão, enfatiza Francisco, "uma assídua frequência à literatura pode tornar os futuros sacerdotes e todos os agentes pastorais ainda mais sensíveis à plena humanidade" de Cristo, "na qual se derrama toda a sua divindade".


O hábito da leitura tem resultados positivos

Na carta, o Papa também enuncia as consequências positivas que, segundo os estudiosos, decorrem do "hábito de ler", que ajuda a "adquirir um vocabulário mais amplo", "a desenvolver vários aspectos" da própria inteligência, "também estimula a imaginação e a criatividade", "permite que as pessoas aprendam a exprimir as suas narrativas de uma forma mais rica", "melhora também a capacidade de concentração, reduz os níveis de deficit cognitivo, e acalma o stress e a ansiedade". Em termos concretos, a leitura "prepara-nos para compreender e, assim, enfrentar as várias situações que podem surgir na vida", continua Franciso, "ao ler, mergulhamos nas personagens, nas preocupações, nos dramas, nos perigos, nos medos de pessoas que acabaram por ultrapassar os desafios da vida". E com Borges podemos chegar ao ponto de definir literatura como "ouvir a voz de alguém".


Reduzir, contemplar, escutar

A literatura serve, “em suma, a fazer eficazmente a experiência da vida”. E se a nossa visão ordinária do mundo é como que “reduzida” e limitada pela pressão que os objetivos operacionais e imediatos do nosso agir exercem sobre nós “e também o serviço – cultual, pastoral, caritativo – pode tornar-se” somente algo a fazer, o risco passa a ser o cair na busca duma “eficiência que banaliza o discernimento, empobrece a sensibilidade e reduz a complexidade”.


Assim, em "nossa vida cotidiana", devemos aprender “a distanciarmo-nos do imediato, a reduzir a velocidade, a contemplar e a escutar. Isto pode acontecer quando, de modo desinteressado, uma pessoa se detém para ler um livro.


É necessário “recuperar formas hospitaleiras e não estratégicas de relacionamento: ocorre distância, lentidão, liberdade para uma abordagem da realidade, em palavras simples, a literatura nos permite "treinar nosso olhar para buscar e explorar a verdade das pessoas e das situações", "nos ajuda a dizer nossa presença no mundo". Além disso, insiste o Papa, "lendo um texto literário" vemos através dos olhos dos outros, desenvolvemos "o poder empático da imaginação", "descobrimos que o que sentimos não é só nosso, é universal, e, por isso, até a pessoa mais abandonada não se sente só”.

Francisco: que o espírito olímpico e paraolímpico favoreça relações de paz

 O Papa lança um novo post de sua conta na rede social X reafirmando que as Olimpíadas, que começam hoje, e as Paraolimpíadas no final de agosto, são um antídoto para não cair na tragédia da guerra e acabar com as violências". Que o esporte construa pontes e derrube barreiras. 


Paris, a Torre Eiffel com os anéis olímpicos  (ANSA)


Alessandro De Carolis - Cidade do Vaticano

"Possa o esporte construir pontes, abater barreiras e favorecer relações de paz." O Papa acende e reacende a chama do "autêntico espírito olímpico e paralímpico" no dia em que os Jogos de Paris estão prestes a começar oficialmente, com a abertura programada para a noite desta sexta-feira, 26 de julho. Com um post em sua conta na rede social X @Pontifex_pt, o Santo Padre reafirma que as Olimpíadas e as Paraolimpíadas que começarão em 28 de agosto são "um antídoto para não cair na tragédia da guerra e para acabar com as violências".


Esporte, oportunidade de diálogo

Ontem também a Athletica Vaticana havia lembrado esse desejo do Papa em uma carta enviada às atletas e aos atletas na véspera da abertura dos Jogos, que "são antes de tudo histórias de mulheres e homens que hoje não conseguem parar «a terceira guerra mundial aos pedaços» (como define Francisco), mas sugerem - lê-se na carta - a possibilidade de uma humanidade mais fraterna. Através da linguagem do diálogo esportivo, popular e compreensível para todos."

Grande revezamento

"Sem nunca recorrer a atalhos e com lealdade", escreve ainda a Athletica Vaticana, os Jogos "podem ser oportunidades de esperança, nas pequenas e grandes questões de cada pessoa e da humanidade. Sim, as Olimpíadas e as Paraolimpíadas podem ser estratégias de paz e antídoto aos jogos de guerra." O que importa é encarnar "os verdadeiros valores do esporte: paixão, inclusão, fraternidade, espírito de equipe, lealdade, redenção, compromisso e sacrifício". Sabendo que "o esporte não é só vitória ou derrota, o esporte é uma jornada na vida que nunca se faz sozinho". 


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O Papa: reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas

 A catequese de Francisco, na Audiência Geral, foi dedicada à trágica realidade da dependência de drogas no âmbito do Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas celebrado nesta quarta-feira, 26 de junho. Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão". O Pontífice definiu os traficantes como "assassinos e traficantes de morte".

Mariangela Jaguraba - Vatican News


Nesta quarta-feira (26/06), Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, o Papa Francisco dedicou sua catequese, na Audiência Geral, a este tema.


O Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas foi instituído pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1987. O tema deste ano é "A evidência é clara: investir na prevenção".


João Paulo II e Bento XVI sobre as drogas

São João Paulo II afirmou que "o abuso de drogas empobrece todas as comunidades onde está presente. Diminui a força humana e a fibra moral. Isso prejudica os valores estimados. Destrói o desejo de viver e contribuir para uma sociedade melhor". Francisco recordou que quem faz uso de drogas "traz consigo uma história pessoal diferente, que deve ser ouvida, compreendida, amada e, na medida do possível, sanada e purificada". Os usuários de drogas "continuam tendo uma dignidade enquanto pessoas filhas de Deus”. "Todo mundo tem dignidade", acrescentou o Papa.


"No entanto, não podemos ignorar as intenções e más ações dos distribuidores e traficantes de drogas. Eles são assassinos", sublinhou Francisco, recordando que o Papa Bento XVI usou palavras severas durante sua visita à comunidade terapêutica "Fazenda da Esperança", no Brasil, em 12 de maio de 2007. Assim disse Bento XVI: “Digo aos que comercializam a droga que pensem no mal que estão provocando a uma multidão de jovens e de adultos de todos os segmentos da sociedade: Deus vai exigir de vocês satisfações. A dignidade humana não pode ser espezinhada desta maneira”.


Pôr fim à produção e ao tráfico

Segundo o Papa, "a redução da dependência de drogas não pode ser alcançada através da liberalização do seu consumo, isto é uma ilusão, como foi proposto por alguns, ou já implementado, em alguns países. Se for liberalizada o consumo será maior".


“Tendo conhecido muitas histórias trágicas de usuários de drogas e suas famílias, estou convencido de que é moralmente necessário pôr fim à produção e ao tráfico destas substâncias perigosas.”


Quantos traficantes de morte existem, porque os traficantes de drogas são traficantes de morte! - quantos traficantes de morte existem, movidos pela lógica do poder e do dinheiro a qualquer custo! Esta praga, que produz violência e semeia sofrimento e morte, exige um ato de coragem de toda a nossa sociedade.


A prevenção para combater o abuso e o narcotráfico

"A produção e o tráfico de drogas também têm um impacto destrutivo na nossa casa comum", disse ainda o Papa, sublinhando que "isto tem se tornado cada vez mais evidente na bacia amazônica".


“Outra forma prioritária de combater o abuso e o narcotráfico é a prevenção, que se faz promovendo maior justiça, educando os jovens para os valores que constroem a vida pessoal e comunitária, acompanhando quem está em dificuldade e dando esperança para o futuro.”


O trabalho da Igreja

O Pontífice disse que em suas viagens em várias dioceses e países ele visitou "diversas comunidades de recuperação inspiradas no Evangelho". "São um testemunho forte e esperançoso do compromisso dos sacerdotes, das pessoas consagradas e dos leigos em pôr em prática a parábola do Bom Samaritano. Do mesmo modo, sinto-me confortado pelos esforços empreendidos por diversas Conferências Episcopais para promover legislação e políticas justas relativas ao tratamento das pessoas dependentes do consumo de drogas e à prevenção para deter este flagelo", disse ainda Francisco.


O Papa citou como exemplo a rede da Pastoral latino-americana de Acompanhamento e Prevenção das Dependências (PLAPA). "O estatuto desta rede reconhece que 'a dependência do álcool, das substâncias psicoativas e de outras formas de dependência (pornografia, novas tecnologias, etc.) é um problema que nos afeta indistintamente, para além da diversidade dos contextos geográficos, sociais, culturais, religiosos e etários. Apesar das diferenças, queremos organizar-nos como rede: partilhar experiências, o entusiasmo e as dificuldades'".


Francisco mencionou também os Bispos da África Austral, que em novembro de 2023 convocaram um encontro sobre o tema “Capacitar os jovens como agentes de paz e de esperança”. Os representantes da juventude presentes na reunião reconheceram aquela assembleia como um “marco significativo para uma juventude saudável e ativa em toda a região”. Prometeram ainda: “Aceitamos o papel de Embaixadores e Defensores que vão lutar contra o uso de substâncias. Pedimos a todos os jovens que tenham empatia uns com os outros em todos os momentos”.


Não ficar indiferentes

“Queridos irmãos e irmãs, perante a trágica situação da dependência de drogas de milhões de pessoas em todo o mundo, perante o escândalo da produção e do tráfico ilícito de drogas, “não podemos ficar indiferentes. O Senhor Jesus parou, fez-se próximo, curou as feridas.”


Seguindo "o estilo da sua proximidade, também nós somos chamados a agir, a parar diante de situações de fragilidade e de dor, a saber escutar o grito da solidão e da angústia, a inclinar-nos para levantar e reconduzir a uma nova vida aqueles que caem na escravidão das drogas". "Rezemos também pelos criminosos que gastam e fornecem drogas aos jovens: são criminosos, são assassinos. Rezemos por sua conversão", disse ainda o Papa.


Por fim, neste Dia Internacional contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Drogas, Francisco convidou a renovar "como cristãos e comunidades eclesiais o nosso compromisso de oração e de combate às drogas".


Mães e esposas de prisioneiros ucranianos com o Papa

 Tetyana, Tamara, Alla, Vialyetta presentes na Audiência Geral na Praça de São Pedro para contar a Francisco sobre o sofrimento que sentem pelos seus familiares, combatentes de Azov, condenados à prisão perpétua: “Ele é o único que pode nos ajudar, gostaríamos que ele pedisse a libertação de todos os prisioneiros." Os últimos contactos com os familiares são de meses ou mesmo anos atrás: “Não recebemos cartas nem telefonemas e nem nos dizem nem mesmo onde estão, só temos informações da mídia”


As mulheres entregam seus presentes ao Papa Francisco 
(Vatican Media)


Salvatore Cernuzio – Cidade do Vaticano

A última vez que Tetyana viu seu filho foi em 6 de dezembro de 2021, ela ouviu sua voz em 9 de maio de 2022 e a última mensagem de texto que recebeu dele data de 17 de maio de 2022. Em março passado, por um canal de TV russo, ela soube que ele foi julgado e condenado a vinte e dois anos. Tamara espera pelo marido há mais de dois anos e tudo o que sabe sobre ele é que está na Sibéria, na colônia "Severny Volk", onde também esteve detido o dissidente Alexei Navalny. Alla não vê o marido desde 21 de fevereiro de 2022, ela falou com ele no dia 18 de maio de 2022 e ele contou que havia se ferido no braço, ao sair da siderúrgica Azovstal, em Mariupol. Através de um companheiro de prisão libertado, soube que seu braço funcionava com 30% de sua capacidade devido a uma infecção. Vialyetta, Violetta em italiano, vive todos os dias com o terror constante de receber a notícia da morte do marido, preso há dois anos e com um tumor na cabeça. Ela recebeu informações sobre ele e a sentença que recebeu, por meio de telegramas de canais russos e da autoproclamada República de Donetsk.


O Papa, o único que pode nos ajudar

 

Tetyana, Tamara, Alla e Vialyetta foram com grande carga de sofrimento e preocupações à Praça de São Pedro para a Audiência Deral deste 26 de junho. Fizeram tudo para estar ali porque queriam ter contacto com o Papa Francisco, o único - dizem - capaz de desbloquear esta situação complicada e muito delicada dos seus filhos e maridos, combatentes do batalhão Azov, primeiramente barricados na siderúrgica Azovstal em Mariupol e agora prisioneiros e condenados na Rússia à prisão perpétua – “injustamente” e “ilegalmente”, afirmam – juntamente com outros 101 ucranianos.


“Por que o Papa? Porque é a última possibilidade, ele está perto de Deus. Ele é o único que pode ajudar. Acredito que nos ajudará”, afirmam as quatro mulheres ao microfone de Svitlana Dukhovich da seção ucraniana da Rádio Vaticano/Vaticano News. As mulheres têm bem fixas na mente as datas, horas e circunstâncias muito precisas de quando viram e ouviram os familiares ou as informações recolhidas dos meios de comunicação social e companheiros de prisão sobre o que estão vivendo. “Sabemos as coisas deles... A Cruz Vermelha prometeu-nos que teríamos tido contacto, mas não recebemos cartas nem telefonemas e eles nem sequer nos dizem onde estão.”


O temor de que nunca mais voltem para casa

 

“Há 101 pessoas de Azov condenadas ilegalmente e gostaríamos realmente que o Papa pedisse a Putin para libertar todas elas, porque podem ser trocadas somente por meio de anistia ou perdão”, afirmam elas. O receio é que a Rússia não deixe regressar os seus familiares, porque foram condenados, numa possível troca “de todos por todos”, como pediu o Papa em muitos dos seus apelos. “Temos cada vez menos possibilidades”, explicam. “Eles podem simplesmente ser retirados da lista de trocas e pronto. E eles nunca voltarão para casa."


“Como parentes, estamos indefesos”

 

“A prisão perpétua é terrível”, sublinha Alla, de 23 anos, até o início do conflito gerente de uma loja de tecnologia. “Tentamos todas as opções e batemos em todas as portas possíveis. Tentamos transmitir a nossa dor e o sofrimento dos nossos entes queridos a todos que encontramos e pedimos ajuda. Hoje, infelizmente, como parentes estamos desamparados. É por isso que estamos aqui e fazemos tudo para que o Papa nos ouça, ouça as nossas histórias, ouça os nossos filhos, entenda quanto tempo eles estiveram lá e que sofrimento eles passaram”.  O seu Oleksiy, de 26 anos, foi condenado duas vezes depois da saída de Azovstal. “Não tenho contato com ele há muito tempo”, diz ela. “No dia 6 de maio de 2023, quando ocorreu a troca de prisioneiros de Azov, o companheiro de prisão do meu marido foi libertado e me contatou informando que estava na mesma cela que ele. Perguntei-lhe sobre o braço lesionado e ele disse-me que sempre havia uma infecção e que só funcionava com 30%. de sua capacidade".


Na prisão com um tumor na cabeça

 

O marido de Vialyetta, uma estudante, também se chama Oleksiy; o seu estado de saúde é significativamente pior devido a um tumor na cabeça, que é “benigno”, mas que “deve ser examinado de quatro em quatro meses para poder ser removido a tempo”. Em fevereiro de 2024, Oleksiy foi condenado à prisão perpétua por um tribunal de Donetsk, tendo sido interposto recurso no tribunal em junho, mas a sentença foi mantida. Ele está preso há mais de dois anos. “Em 17 de maio de 2022, ele se rendeu por ordem do Alto Comando ucraniano e agora não há mais contato com ele. A única informação que consigo encontrar, bem como a forma como tomei conhecimento da sua condenação, são telegramas de canais russos e da autoproclamada República de Donetsk, onde o vi pela primeira vez depois dois anos. Ele estava absolutamente péssimo, havia perdido pelo menos 15kg, pelo que pude ver. Lá não há atendimento médico, ninguém pode examinar o tumor dele, apesar de saber disso”.


Em uma das colônias mais duras da Sibéria

 

Tamara, educadora e tradutora do inglês antes da guerra, conta que a única coisa que sabe sobre Serhiy, seu marido de 26 anos, é que ele foi condenado à prisão perpétua e que hoje está na colônia siberiana Severnyj Volk, "uma dos mais duras da Rússia." “Recentemente soube pela mídia que durante a chamada 'acolhida' (a chegada de um novo preso) ele sofreu violência que lhe causou uma comoção cerebral, fratura nas costelas, hematomas e forte estresse”.


As últimas palavras ouvidas do marido datam de 16 de maio de 2022, quando ele disse: “Não se preocupe, vai dar tudo certo. Nos veremos em breve. Vamos nos preparar para um casamento de verdade." Os dois, aliás, casaram-se on-line em março de 2022 (na Ucrânia durante a guerra é possível casar com soldados à distância, ndr), quando ele já estava em Azovstal. Eles também gostariam de se casar “de verdade”, mas Tamara não tem todas essas esperanças. Ela as perdeu ao ver Serhiy no tribunal em um site: “Não o reconheci porque ele havia perdido muito peso, estava com uma aparência pálida e vazia. Lá ouvi a sentença de prisão perpétua." Ela chorou durante os três dias seguintes: “Depois do julgamento, pelo que eu sei, Serhiy desistiu, perdeu as esperanças. Também é muito difícil para mim continuar esperando."


Uma mãe que luta e lutará

 

Em vez disso, Tetyana, uma ex-vendedora de loja, espera contra todas as esperanças pelo retorno de seu filho Artem. Seu único filho. “Na época da invasão ele tinha 21 anos. Em 19 de junho ele comemorou seu terceiro aniversário em cativeiro”. O jovem ingressou na Azov em 2019. Os últimos contatos virtuais datam de há dois anos; ela também viu o rapaz na TV, foi julgado e condenado a 22 anos. “Ninguém me contatou”, diz ela. “Apenas uma vez, um mês após o ataque a Olenivka (uma instalação nos territórios da autoproclamada República de Donetsk, onde morreram dezenas de pessoas detidas como prisioneiros de guerra, ndr.), recebi um telefonema da Cruz Vermelha me perguntando se eu sabia alguma coisa sobre meu filho. Mas eu nem sabia se ele estava vivo." “Meu filho – acrescenta – sabe que sua mãe não ficará indiferente, sabe que sua mãe lutará. E isso me dá forças para lutar por ele, porque estou livre e ele não."


Presentes para o Papa

 

Todos os domingos, às 15h, as quatro mulheres se reúnem em manifestações em Kiev: “Há muita gente que participa e nos dá forças para continuar lutando”. “É muito importante para nós – responde Tamara – porque entendemos que não estamos sozinhos, que esta dor não é só nossa... Nos entendemos, podemos chorar e rir juntos”


Hoje choraram diante do Papa, a quem entregaram vários presentes: um desenho representando a condição dos presos ucranianos, um livreto fotográfico contendo a história de cada um deles, com imagens de quando eram felizes juntos com seus entes queridos antes o conflito e depois na trágica situação atual, uma escultura de gesso com as duas mãos amarradas por uma corda que o Papa segurou nas mãos, permanecendo em silêncio por alguns momentos.

O Papa: com a busca por poder e dinheiro, o homem se torna escravo

No habitual Angelus dominical, o Santo Padre convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro neste domingo a refletirem sobre a liberdade de Jesus, que era “completa e sem condicionamentos”.


Silvonei José – Vatican News

O homem deve sempre se perguntar se ainda é uma pessoa livre ou se, em vez disso, está se tornando “prisioneiro de mitos do dinheiro, do poder e do sucesso”. “Mitos” que, segundo o Papa Francisco, levam a sacrificar a serenidade e a paz, a minha e a dos outros". No habitual Angelus dominical, o Santo Padre convidou os fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro a refletirem sobre a liberdade de Jesus, que era “completa e sem condicionamentos”.



Papa Francisco  (Vatican Media)


“Jesus era um homem livre”, enfatizou o Pontífice, diante das riquezas, diante do poder e diante da busca pela fama e aprovação.



Fiéis na Praça São Pedro

Jesus era livre diante das riquezas: por isso, deixou a segurança de seu vilarejo, Nazaré, para abraçar uma vida pobre e cheia de incertezas, curando gratuitamente os doentes e qualquer pessoa que o procurasse para pedir ajuda, sem nunca pedir nada em troca.

Jesus era livre diante do poder, continuou o Papa: "de fato, embora chamasse muitos para segui-lo, nunca forçou ninguém a fazê-lo, nem procurou o apoio dos poderosos, mas sempre se colocou do lado dos últimos, ensinando seus discípulos a fazerem o mesmo".


“Por fim, era livre diante da busca de fama e da aprovação e, por isso, nunca desistiu de falar a verdade, mesmo ao custo de não ser compreendido, de se tornar impopular, até o ponto de morrer na cruz, não se deixando intimidar, nem comprar, nem corromper por nada e por ninguém".


“E isso também é importante para nós”, disse ainda o Papa, exortando os fiéis a sempre se perguntarem: “sou uma pessoa livre? Ou me deixo aprisionar pelos mitos do dinheiro, do poder e do sucesso, sacrificando a estes a serenidade e a paz minha e dos outros?" “Se nos deixamos condicionar pela busca do prazer, do poder, do dinheiro ou do sucesso, nos tornamos escravos dessas coisas”, destacou o Pontífice.


Concluindo: “que a Virgem Maria nos ajude a viver e amar como Jesus nos ensinou, na liberdade de filhos de Deus”.

Francisco: “é preciso muito mais coragem para a paz do que para a guerra”

 Após rezar a oração do Angelus o Santo Padre voltou a faltar da Terra Santa pedindo paz e recordou os 10 anos do encontro no Vaticano entre Shimon Peres e Abu Mazen. Jordânia sediará uma conferência internacional sobre a situação humanitária em Gaza. Não esquecer a Ucrânia.


Conflito em Gaza  (AFP or licensors)

Silvonei José – Vatican NewsVatican News

Após a oração mariana do Angelus o Papa Francisco recordou que neste sábado foi comemorado o 10º aniversário da Invocação pela Paz no Vaticano, que contou com a presença do presidente israelense, o falecido Shimon Peres, e do presidente palestino, Abu Mazen. Esse encontro – destacou o Santo Padre – “demonstrou que apertar as mãos é possível e que fazer a paz exige coragem, muito mais coragem do que fazer a guerra”.

“Portanto, incentivo as negociações em andamento entre as partes, mesmo que não sejam fáceis, e espero que as propostas de paz, para um cessar-fogo em todas as frentes e para a libertação dos reféns, sejam aceitas imediatamente para o bem dos palestinos e israelenses".


Francisco recordou ainda que depois de amanhã, a Jordânia sediará uma conferência internacional sobre a situação humanitária em Gaza, convocada pelo rei da Jordânia, pelo presidente do Egito e pelo secretário-geral das Nações Unidas.

“Enquanto agradeço a eles por essa importante iniciativa, incentivo a comunidade internacional a agir com urgência, com todos os meios, para ajudar a população de Gaza, exausta pela guerra. A ajuda humanitária deve chegar aos necessitados, e ninguém pode impedi-la”.


Enfim, francisco mais uma vez pediu para não esquecermos do martirizado povo ucraniano, que mais sofre e que mais anseia por paz.

"Saúdo este grupo ucraniano com as bandeiras que estão ali. Estamos próximos de vocês. Este é um desejo de paz, por isso incentivo todos os esforços que estão sendo feitos para que a paz seja construída o mais rápido possível, com ajuda internacional. E não vamos nos esquecer de Mianmar".


Francisco ainda saudou os romanos e peregrinos provenientes de vários países presentes na Praça São Pedro, entre eles do Ginásio “São João Paulo II” de Kiev (Ucrânia) a quem encorajou em sua missão educacional neste momento difícil e doloroso. Saudou ainda os professores e os alunos da Escola Diocesana “Cardenal Cisneros” da Diocese de Sigüenza-Guadalajara, na Espanha; bem como os fiéis de Assemini (Cagliari), as crianças da escola “Giovanni Prati” de Pádua e os jovens da paróquia de Sant'Ireneo, em Roma.

Renovou, por fim, a sua saudação aos cantores que vieram a Roma de todas as partes do mundo – “cantem algo mais tarde!”, disse - para participar do Quarto Encontro Internacional de Coros. Caríssimos, com seu canto vocês sempre podem dar glória a Deus e transmitir a alegria do Evangelho!

Papa no Angelus: contra a lógica do egoísmo, tornemo-nos cristãos "eucarísticos"



 “Graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo. Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus”, disse o Papa Francisco no Angelus, referindo-se à festa de Corpus Christi, cuja solenidade a Igreja no Brasil celebrou na última quinta-feira.


Thulio Fonseca - Vatican News

Neste domingo, 2 de junho, diante de milhares de fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro, o Papa Francisco dedicou a meditação que precede a oração do Angelus à solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, celebrada hoje na Itália e em outros países. O Pontífice, em sua alocução, refletiu sobre o Evangelho da liturgia, que nos apresenta a Última Ceia de Jesus (Mc 14,12-26), durante a qual Ele realiza um gesto de entrega:


“No pão partido e no cálice oferecido aos discípulos, é Ele mesmo que se doa por toda a humanidade e se oferece pela vida do mundo.”


Tornar-se "pão partido" para o próximo

Francisco sublinhou que, no gesto de partir o pão, há um aspecto importante presente nas palavras de Jesus: "e lhes deu", e completou: "A Eucaristia, de fato, remete antes de tudo à dimensão do dom. O Senhor toma o pão não para consumi-lo sozinho, mas para parti-lo e dá-lo aos discípulos, revelando assim sua identidade e sua missão", pois, de toda a sua vida, Jesus fez um dom.


"Compreendemos, assim, que celebrar a Eucaristia e alimentar-se desse Pão, como fazemos especialmente aos domingos, não é um ato de culto desvinculado da vida ou um simples momento de consolação pessoal. Sempre devemos nos lembrar que Jesus tomou o pão, partiu-o e lhes deu e, portanto, a comunhão com Ele nos torna capazes de também nos tornarmos pão partido para os outros, de compartilhar o que somos e o que temos."


Cristãos “eucarísticos”

Segundo o Papa, este é o chamado de todo cristão: tornarmo-nos "eucarísticos", ou seja, pessoas que não vivem mais para si mesmas, na lógica da posse e do consumo, mas que sabem fazer de suas vidas um dom para os outros. Assim, graças à Eucaristia, nos tornamos profetas e construtores de um mundo novo:


"Quando superamos o egoísmo e nos abrimos ao amor, quando cultivamos laços de fraternidade, quando compartilhamos os sofrimentos de nossos irmãos e dividimos nosso pão e nossos recursos com os necessitados, quando colocamos à disposição de todos os nossos talentos, então estamos partindo o pão de nossas vidas como Jesus."


Dom de amor

Por fim, o Santo Padre convidou os fiéis a uma reflexão interior:


"Perguntemo-nos então: guardo minha vida somente para mim ou a dou como Jesus? Eu me gasto pelos outros ou estou fechado em meu pequeno eu? E, nas situações do dia a dia, sei como compartilhar ou busco sempre o meu próprio interesse?"


"Que a Virgem Maria, que acolheu Jesus, o Pão descido do Céu, e se doou inteiramente junto com Ele, ajude também a nós a nos tornarmos um dom de amor, unidos a Jesus na Eucaristia", concluiu Francisco.

Recitação do Regina Caeli e do Rosário da Santa Casa de Loreto

 

O Papa: a fé em Jesus, o vínculo com Ele, nos abre para receber a seiva do amor de Deus

Visita a Veneza - Papa Francisco, 28 de abril de 2024


Permanecer no Senhor significa crescer no relacionamento com Ele, dialogar com Ele, acolher sua Palavra, segui-lo no caminho para o Reino de Deus. Portanto, trata-se colocar-nos a caminho atrás d’Ele, de nos deixarmos provocar por seu Evangelho e de nos tornarmos testemunhas de seu amor: disse o Papa Francisco em seu último compromisso em terras venezianas, este domingo, 28 de abril, na Missa celebrada na Praça São Marcos


Raimundo de Lima – Vatican News

A fé em Jesus, o vínculo com Ele, não aprisiona nossa liberdade, mas, ao contrário, nos abre para receber a seiva do amor de Deus, que multiplica nossa alegria, cuida de nós com o cuidado de um bom vinhateiro e faz nascer brotos mesmo quando o solo de nossa vida se torna árido. Foi o que disse o Santo Padre na celebração da Eucaristia – centro e ápice da vida cristã –, ponto alto de sua visita pastoral a Veneza, este domingo, 28 de abril, numa Praça São Marcos repleta de fiéis e peregrinos, cerca de 10.500, de Veneza e das dioceses do Vêneto, norte da Itália.


Visita pastoral do papa Francisco a Veneza- celebração da Santa Missa na praça São Marcos 
(Vatican media)


Somente aquele que permanece unido a Jesus dá frutos. Em sua homilia, Francisco deteve-se sobre o Evangelho deste V Domingo do Tempo Pascal, que nos traz a parábola da videira.



Visita pastoral do papa Francisco a Veneza- celebração da Santa Missa na praça São Marcos
(Vatican media)

Eu sou a videira e vós sois os ramos

Jesus é a videira, nós somos os ramos. E Deus, o Pai misericordioso e bom, como um agricultor paciente, trabalha conosco com cuidado para que nossa vida seja repleta de frutos. É por isso que Jesus recomenda que conservemos a dádiva inestimável que é o vínculo com Ele, do qual dependem nossa vida e fecundidade.


Assim, a metáfora da videira, ao mesmo tempo em que expressa o cuidado amoroso de Deus por nós, por outro lado nos adverte, pois se rompermos esse vínculo com o Senhor, não poderemos gerar frutos de boa vida e nós mesmos corremos o risco de nos tornarmos ramos secos, que serão jogados fora.


Tendo como pano de fundo a imagem usada por Jesus, continuou o Pontífice, penso também na longa história que liga Veneza ao trabalho das videiras e à produção de vinho, no cuidado de tantos viticultores e nos numerosos vinhedos que surgiram nas ilhas da Lagoa e nos jardins entre as calas da cidade, e naqueles que engajaram os monges na produção de vinho para suas comunidades.


Isso é o que conta, permanecer no Senhor, habitar n’Ele

Mas a metáfora que saiu do coração de Jesus também pode ser lida ao pensarmos nessa cidade construída sobre a água e reconhecida por essa singularidade como um dos lugares mais evocativos do mundo. Veneza é uma só com as águas sobre as quais está situada e, sem o cuidado e a proteção desse ambiente natural, poderia até deixar de existir. Assim também é nossa vida: nós também, imersos para sempre nas fontes do amor de Deus, fomos regenerados no Batismo, renascemos para uma nova vida pela água e pelo Espírito Santo e fomos inseridos em Cristo como ramos na videira. Em nós flui a seiva desse amor, sem o qual nos tornamos ramos secos que não dão frutos.


Francisco deteve-se sobre uma das palavras-chave dadas por Jesus aos seus apóstolos antes de concluir sua missão terrena: trata-se da palavra “permanecei”, exortando os apóstolos a manter vivo o vínculo com Ele, a permanecer unidos a Ele como os ramos à videira.


Irmãos e irmãs, isso é o que conta: permanecer no Senhor, habitar n’Ele. E esse verbo - permanecer - não deve ser interpretado como algo estático, como se quisesse nos dizer para ficarmos parados, estacionados na passividade; na realidade, ele nos convida a nos colocarmos em movimento, porque permanecer no Senhor significa crescer no relacionamento com Ele, dialogar com Ele, acolher sua Palavra, segui-lo no caminho para o Reino de Deus. Portanto, trata-se colocar-nos a caminho atrás d’Ele, de nos deixarmos provocar por seu Evangelho e de nos tornarmos testemunhas de seu amor.


Produzir os frutos do Evangelho em nossa realidade

E nós, cristãos, disse Francisco, que somos ramos unidos à videira, a videira do Deus que cuida da humanidade e criou o mundo como um jardim para que possamos florescer nele e fazê-lo florescer, como respondemos?

Permanecendo unidos a Cristo, seremos capazes de produzir os frutos do Evangelho na realidade em que vivemos: frutos de justiça e paz, frutos de solidariedade e cuidado mútuo; escolhas de cuidado com o meio ambiente, mas também com o patrimônio humano: precisamos que nossas comunidades cristãs, nossos bairros, nossas cidades se tornem lugares hospitaleiros, acolhedores e inclusivos. E Veneza, que sempre foi um lugar de encontro e de intercâmbio cultural, é chamada a ser um sinal de beleza acessível a todos, a começar pelos últimos, um sinal de fraternidade e de cuidado com a nossa casa comum. Veneza, terra que faz irmãos. Obrigado!

Concluída a celebração eucarística - último compromisso da visita pastoral do Papa a Veneza -, Francisco visitou de forma privada a Basílica de São Marcos para venerar as relíquias do Santo Evangelista, detendo-se por um breve momento em oração.


Última atualização às 12h36



 
Visita pastoral do papa Francisco a Veneza- celebração da Santa Missa na praça São Marcos (Vatican media)


Presidente do Banco dos Brics, Dilma Rousseff recebida pelo Papa no Vaticano


À frente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) dos Brics deste 13 de abril de 2023, a ex-mandatária do Brasil foi o primeiro chefe de Estado a ser recebido no Vaticano por Francisco após o início do seu ministério petrino e a anfitriã do Pontífice em 2013, quando esteve no Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude



Presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (dos Brics), Dilma Rousseff com o Papa Francisco 
(Vatican Media)

@Vatican News


"Bem-vinda! Que prazer revê-la!"

Assim o Papa acolheu a presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como “banco dos Brics”, Dilma Rousseff. A ex-mandatária do Brasil foi o primeiro chefe de Estado a ser recebido no Vaticano por Francisco após o início do seu ministério petrino e a anfitriã do Pontífice em 2013, quando esteve no Rio de Janeiro para a Jornada Mundial da Juventude.

Troca de presentes
Visivelmente emocionada, Dilma presenteou o Papa com o livro "Theodoro Sampaio. Nos sertões e na cidade", obra de Ademir Pereira dos Santos sobre o engenheiro civil, geógrafo, cartógrafo, historiador, etnógrafo, arquiteto e urbanista nascido em 1855, filho de uma escrava na zona rural de Santo Amaro da Purificação (BA).

Por sua vez, Francisco deu de presente a Dilma alguns de seus documentos, como a encíclica "Laudato si'" e a exortação apostólica "Laudate Deum", e uma escultura em bronze com as escritas "amar" e "ajudar". O Pontífice explicou o significado da obra, de que só é lícito olhar uma pessoa de cima para baixo para ajudá-la a se levantar.

No final do encontro, o Pontífice disse: "Reze por mim, que eu rezo pela senhora".

Papa participará da sessão do G7 sobre Inteligência Artificial



Sala de Imprensa da Santa Sé confirmou participação do Pontífice 


É a primeira vez que um Pontífice participa da reunião de cúpula do grupo, que é integrado também, além da Itália, por Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha e Japão.


Vatican News

O Papa Francisco participará do G7 liderado pela Itália, que será realizado de 13 a 15 de junho em Borgo Egnazia, na Apúlia, sul do país. A informação foi confirmada pela Sala de Imprensa da Santa Sé após o anúncio da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que, em vídeo, especificou que o Pontífice falará na sessão dedicada à inteligência artificial aberta a países não membros. 


É a primeira vez que um Pontífice participa da  reunião de cúpula do grupo, que é integrado também, além da Itália, por Estados Unidos, Canadá, França, Reino Unido, Alemanha e Japão. 


"Agradeço sinceramente ao Santo Padre por ter aceito o convite da Itália. Sua presença dá brilho à nossa nação e a todo o G7", afirmou Meloni, enfatizando como o governo italiano pretende valorizar a contribuição dada pela Santa Sé sobre a questão da inteligência artificial, em particular com o "Rome call for Ai ethics in 2020", promovido pelo Pontifício Conselho para a Vida, em um caminho "que leva a dar aplicação concreta ao conceito de algorética, ou seja, dar ética aos algoritmos".


"Estou convencida de que a presença do Papa contribuirá decisivamente para a definição de um marco regulatório, ético e cultural, para a inteligência artificial", acrescentou Meloni.


Para a premiê, a inteligência artificial será "o maior desafio antropológico desta era", "uma tecnologia que pode gerar grandes oportunidades, mas que também traz consigo enormes riscos, além de afetar inevitavelmente os equilíbrios globais". 


"Nosso compromisso é desenvolver mecanismos de governança para garantir que a inteligência artificial seja centrada no ser humano e controlada pelo ser humano, ou seja, que mantenha a pessoa no centro e tenha a pessoa como seu fim último".

Papa: dom e perdão são a essência da glória de Deus

Papa da janela do apartamento pontifício para o Angelus (VATICAN MEDIA Divisione Foto)



Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

"Para Deus, a glória é amar até dar a vida. Glorificar-se, para Ele, significa doar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor (...). Dom e perdão são a essência da glória de Deus."


Chegamos ao V Domingo da Quaresma. E ao nos aproximarmos da Semana Santa, o Papa nos recorda que Jesus diz-nos algo importante no Evangelho: que na Cruz veremos a sua glória e a do Pai.


Para Deus, a glória é amar até dar a vida

 

Dirigindo-se aos milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro para o Angelus dominical, Francisco pergunta "como é possível que a glória de Deus se manifeste precisamente ali, na Cruz?". "Poder-se-ia pensar que isto acontece na Ressurreição, não na Cruz, o que é uma derrota, um fracasso", observa, mas ao invés disso, hoje Jesus, falando da sua Paixão, diz que "chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado". Mas, que exatamente Ele quer nos dizer ao afirmar isso?


Ele quer dizer-nos que a glória, para Deus, não corresponde ao sucesso humano, à fama ou à popularidade: não tem nada de autorreferencial, não é uma manifestação grandiosa de poder seguida de aplausos do público. Para Deus, a glória é amar até dar a vida. Glorificar-se, para Ele, significa doar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor. E isto aconteceu de forma culminante na Cruz, onde Jesus manifestou ao máximo o amor de Deus, revelando plenamente o seu rosto de misericórdia, dando-nos vida e perdoando os seus crucificadores.


Verdadeira glória de Deus feita de dom e perdão

 

Da Cruz, “cátedra de Deus” - disse o Santo Padre - "o Senhor ensina-nos que a verdadeira glória, aquela que nunca se apaga e nos faz felizes, é feita de dom e perdão":


Dom e perdão são a essência da glória de Deus. E são para nós o caminho da vida. Dom e perdão: critérios muito diferentes do que vemos ao nosso redor, e também em nós, quando pensamos na glória como algo a ser recebido mais do que dado; como algo a ser possuído em vez de oferecido. Mas a glória mundana passa e não deixa alegria no coração; nem mesmo leva ao bem de todos, mas à divisão, à discórdia, à inveja.


Quando damos e perdoamos, resplandece em nós a glória de Deus

 

E então, o Papa propõe que nos perguntemos:


Qual é a glória que desejo para mim, para a minha vida, que sonho para o meu futuro? A de impressionar os outros pelo meu valor, pelas minhas capacidades ou pelas coisas que possuo? Ou o caminho do dom e do perdão, o de Jesus Crucificado, o caminho de quem não se cansa de amar, confiante de que isto testemunha Deus no mundo e faz brilhar a beleza da vida? Recordemo-nos, de fato, que quando damos e perdoamos, resplandece em nós a glória de Deus.


Que a Virgem Maria, que seguiu com fé Jesus na hora da Paixão - disse ao concluir - nos ajude a ser reflexos vivos do amor de Jesus.


Papa destaca dedicação do bispo Faresin aos últimos no Brasil


Francisco encontra a Fundação dedicada ao bispo missionário que viveu no Brasil no século passado e destaca o amor incansável do prelado pelos pobres e necessitados. Seu nome está incluído no “Jardim dos Justos” em Jerusalém, pelo seu esforço, com caridade e coragem, em favor dos judeus perseguidos.


Tiziana Campisi – Cidade do Vaticano

Um compromisso incansável ao lado dos últimos: aspecto que caracterizou a existência de dom Camillo Faresin, durante muito tempo bispo de Guiratinga no Mato Grosso, exemplo de sensibilidade missionária e de fé na Providência, que junto com seus dois irmãos sacerdotes - padre Santo, salesiano, e padre Giovanni Battista, sacerdote diocesano - dedicou-se sem reservas entre os pobres e necessitados do Brasil.



Francisco sublinha isto no seu discurso à Fundação dedicada ao prelado que viveu no século passado, lido por monsenhor Filippo Ciampanelli, da Secretaria de Estado, devido às persistentes sequelas de um resfriado. No texto, o Papa explica que os três irmãos “aprenderam o valor da caridade e do fervor missionário no contexto de uma família simples, devota, modesta e digna”, um ambiente em que “souberam captar, com a graça de Deus, uma mensagem e um convite para o seu futuro a estar entre os últimos para ajudar os últimos”, o que “fizeram com amor incansável, com generosidade e inteligência, mesmo no meio a grandes dificuldades”.


Seguindo seus passos está a Fundação Faresin, que há vinte anos, no Brasil, na Itália e em outras partes do mundo, oferece formação, assistência social, cuidados de saúde e oportunidades de emprego para muitas pessoas.


Um humilde servo dos humildes

O Papa recorda que dom Camillo Faresin está incluído, em Jerusalém, no “Jardim dos Justos”, porque, antes de partir para o Brasil, “bloqueado em Roma devido à Segunda Guerra Mundial, não se deixou deter pelas circunstâncias, fazendo o máximo com caridade e coragem na assistência aos judeus perseguidos”. E acrescenta que “por toda a sua vida, como sacerdote e depois como bispo, com um impulso irresistível” fez-se próximo dos mais desafortunados, sem os abandonar uma vez terminado o seu mandato episcopal. Na verdade, permaneceu “entre seu povo, no Mato Grosso, até sua morte, como humilde servo dos humildes, continuando assim no escondimento, como amigo e companheiro de caminho, o mesmo ministério que durante muitos anos exerceu como guia e pastor”.


O que ele nos deixou é um grande exemplo a imitar: estar com os últimos, sempre! Como? Escolhendo e privilegiando, nos vossos projetos, as realidades mais pobres e desprezadas como lugares especiais onde permanecer, e como “terras prometidas” para as quais podeis partir e onde podeis “montar as vossas tendas” para iniciar novas obras. E fazê-lo com uma presença concreta e próxima das comunidades que servem, a partir de dentro, no local, trabalhando entre os pobres e partilhando com eles as suas vidas tanto quanto possível.


Agir juntos e crescer unidos no bem

Às pessoas comprometidas na Fundação Faresin, Francisco recomenda “buscar sempre criar sinergias”, também com outras realidades religiosas e associativas, porque trabalhar em conjunto “já é em si um anúncio do Evangelho vivido”, e “além de uma forma inteligente de otimizar os recursos é um caminho de formação na caridade e na comunhão”. Agir juntos, de fato, sublinha o Papa, não significa apenas fazer o bem, mas também «crescer unidos no bem, uns servindo e apoiando os outros»:


Os recursos mais importantes para as obras do Senhor não são as coisas, mas somos nós, sabiamente colocados próximos uns dos outros porque partilhamos o que somos: a nossa paixão, a nossa criatividade, as nossas capacidades e experiências, e também as nossas fraquezas e fragilidades. Desta partilha paciente, na valorização do contributo de todos, nascem frutos de grande dinamismo e concretude, como testemunha a história passada e presente da vossa Fundação.

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