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Curitibacraft: descobrindo o Centro de Curitiba na temporada “Centro Vivo”

 O programa Curitibacraft é inspirado na Comissão de Urbanismo, Obras Públicas e TI.


Paço da Liberdade, ponto turístico do Centro Histórico de Curitiba (Foto: Rodrigo Fonseca/CMC)


por Ricardo Marques | Revisão: Alex Gruba — publicado 06/05/2024 16h00, última modificação 06/05/2024 16h00  |  © Câmara Municipal de Curitiba

O programa Curitibacraft, do CMC Podcasts, apresenta a sua primeira temporada, em que mergulha no coração da cidade: o Centro de Curitiba. Com três episódios com muita informação, a temporada Centro Vivo não apenas celebra a rica história desta região icônica, mas também investiga os desafios contemporâneos que enfrenta e as perspectivas futuras para sua revitalização e crescimento. Inspirado na Comissão de Urbanismo e produzido pela Diretoria de Comunicação da Câmara Municipal de Curitiba, o "Curitibacraft" traz à mesa do CMC Podcasts especialistas de diversas áreas para explorar e discutir os temas cruciais que moldam o desenvolvimento urbano de Curitiba.

Centro Vivo: Resgatando as memórias do Centro (T1.E1)

No primeiro episódio da temporada Centro Vivo, os convidados falam sobre o restauro de prédios antigos como o Cine Passeio, a recuperação das ruas São Francisco e Barão do Rio Branco e as estratégias imobiliárias para revitalizar o Centro. Clarissa Grassi, renomada pesquisadora cemiterial responsável pelas visitas guiadas ao Cemitério São Francisco de Paula, Rogério Bealpino, experiente arte-educador e educador patrimonial, e Jefferson Dantas Navolar, arquiteto mestre em Conservação e Restauro e autor do livro “A arquitetura resultante da preservação do patrimônio edificado em Curitiba”, oferecem uma perspectiva profunda sobre a evolução histórica e a importância cultural desta área única da cidade. Resgatando um pouco da história do passado vivo do Centro de Curitiba, os debatedores falam sobre a importância da educação patrimonial e do diálogo com diferentes agentes do setor histórico e cultural, além de destacarem a necessidade de atualização das leis para viabilizar a revitalização de espaços arquitetônicos da cidade.


Centro Vivo: O futuro do Centro de Curitiba (T1.E2)

No segundo episódio, a temporada Centro Vivo continua sua busca por ideias e soluções para a preservação da identidade, a revitalização das ruas e o futuro do Centro de Curitiba. Ilan Kriger, conhecido como o influencer do "Te Amo" e também reconhecido por seu canal "Next Level DJ" no YouTube, e Jean Brasil, superintendente de Obras e Serviços da Secretaria do Meio Ambiente,  destacam aspectos culturais e históricos e analisam oportunidades de desenvolvimento, desafios urbanísticos e iniciativas de revitalização, como o programa Rosto da Cidade. Eles ainda discutem iniciativas para contornar o esvaziamento social, a poluição visual e o vandalismo, a exemplo dos apartamentos retrofit, uma solução imobiliária para revitalizar espaços com estruturas antigas, transformando-os em ambientes modernos e auxiliando na reocupação do Centro curitibano.


Centro Vivo: Visão legislativa sobre o Centro (T1.E3)

No terceiro episódio da temporada Centro Vivo, os espectadores do CMC Podcasts terão a oportunidade de ouvir a perspectiva dos vereadores Rodrigo Reis (PL) e Herivelto Oliveira (Cidadania). Os parlamentares da Câmara Municipal de Curitiba (CMC) debatem as informações e as ideias apresentadas nos dois primeiros episódios, oferecendo uma visão legislativa sobre o passado e o futuro do Centro de Curitiba. Com foco nas políticas públicas para a cidade e na atividade legislativa como promotora de estratégias de desenvolvimento urbano, o Curitibacraft encerra sua primeira temporada com uma discussão esclarecedora sobre o papel do governo local na transformação e preservação do Centro de Curitiba.


Consultor de imagem e estilo indica o que sai das passarelas da 57ª São Paulo Fashion Week para as ruas brasileiras

Rafael Flumingnam fala o que viu no evento mais prestigiado da moda brasileira e o que vai ser tendência no dia a dia 



Marrom, terceira peça, alfaiataria desconstruída, looks monocromáticos e nada de rente ao corpo vão ditar a moda além dos desfiles. 
Créditos: Reprodução/SPFW - Agência Fotosite/@agfotosite


  • @Franciele  
  • Optima Network

Desconstrução, brasilidade e ousadia. Estas são algumas das palavras que traduzem a 57ª edição do São Paulo Fashion Week (SPFW), segundo o consultor de imagem e estilo Rafael Flumingnam. O especialista esteve presente no último dia do evento, que aconteceu de 9 a 14 de abril, na capital paulista.


Com o tema ‘Sintonia’, o mais prestigiado evento de moda do Brasil propôs buscar uma conexão profunda entre diferentes elementos da moda e da vida cotidiana. Para Rafael Flumingnam, os desfiles não devem ser lidos de forma literal, mas muito do que se viu será adaptado à rotina diária. “O que é apresentado tem um ar mais teatral e dramático para que a mensagem da criação seja passada. Mas, veremos muitas informações saindo das passarelas para as ruas, como a cor marrom e peças de alfaiataria mais casuais e até street”, revela.


Com um olhar crítico, sempre voltado para o público em geral, o especialista captou algumas tendências que podem surgir a partir desta edição. Dentre as escolhas de Rafael para o dia a dia, estão as tonalidades da cor marrom e suas possibilidades, observada por ele em quase todos os desfiles; os casacos longos como terceira peça, sobreposição que ganha cada vez mais os brasileiros; formas menos rentes ao corpo, a nova onda é o ‘relaxed’, nada de peças skinny; looks monocromáticos e a desconstrução da alfaiataria, sendo introduzida em aspectos bem menos formais e com novas modelagens.


“Sou suspeito de falar sobre alfaiataria desconstruída. Venho de um mercado muito tradicional e masculino, ver essa técnica antiquíssima ganhar novas roupagens, além de representar um avanço social, também abre um novo mercado para desenvolver o setor feminino e a própria moda street style”, comenta o especialista. 


Nomes fortes 

Entre 27 desfiles diferentes, esta edição do SPFW reuniu desde estilistas e marcas mais suntuosas às mais minimalistas. Ao longo de seis dias de programação, alguns nomes foram destaques.


De acordo com Rafael, a alfaiataria desconstruída teve muita visibilidade, desta vez, nos nomes de Igor Dadona e Rafael Caetano, que deram um tempero e um novo jeito de ser chique para as peças que foram apresentadas. A brasilidade e ancestralidade de Maurício Duarte, com a coleção Piracema, foi uma explosão de emoções, conectando quem estava assistindo ao desfile com as raízes indígenas. 


Por fim, Flumingnam evidencia a ousadia e a sensualidade brasileira da marca Dendezeira, de Hisan Silva e Pedro Batalha, com roupas que refletem críticas sociais e a dicotomia entre o medo e a liberdade.


Mais uma edição do prestigiado evento acontece ainda neste ano, entre os dias 16 e 20 de outubro, com mais inovações para a moda brasileira. 


Sobre Rafael Flumingnam: 

Rafael Flumingam é consultor de imagem com sólida formação pela Panamericana Escola de Arte e Design, de São Paulo. Com 36 anos e natural de Praia Grande/SP, o especialista em consultoria de imagem pessoal e estilo, Rafael possui uma visão global da moda, construída através de cursos no Brasil e no exterior, incluindo um intercâmbio em Nova York. 


Dentro de seu escopo de trabalho, que vai do visagismo aos workshops de imagem pessoal, atua demonstrando que a imagem pessoal pode ser a chave para novas conquistas. Em 2024, Rafael estilizou o ator Caco Ciocler para o seu casamento, que aconteceu em São Paulo. 

Mostra Traços Curitibanos celebra uma década de divulgação do trabalho de desenhistas locais



Mostra Traços Curitibanos celebra uma década de divulgação de desenhistas locais. - Na imagem, Irmãos Wagner, precursoras da animação em Curitiba.
Foto: Divulgação


Traços Curitibanos, maior exposição de obras de desenhistas locais, completa uma década de valorização da cultura geek em uma edição comemorativa, que apresentará o cenário das produções atuais, a partir desta sexta (12/4), no Solar do Barão, no Centro. A entrada é gratuita. 


Realizada a cada dois anos, Traços Curitibanos está em sua 5ª edição bienal e traz neste ano dez exposições divididas entre a Gibiteca, Museu da Gravura e Museu da Fotografia, espaços que integram o Solar do Barão, complexo de artes visuais da Fundação Cultural de Curitiba. Entre as exposições estão A(u)rtistas, o Autismo por Artistas Autistas de Curitiba, A Cinemateca é Brasileira, Underground Ilustrado 3 e a mostra de originais e fotografias dos Irmãos Wagner, feitas pelo fotógrafo Luiz Pacheco. 


Mostra Traços Curitibanos celebra uma década de divulgação de desenhistas locais. Arte de Raphaela Corsi


Além do Solar, a Cinemateca e o Cine Passeio também participam da celebração. No dia 10 de maio, às 19h, a Cinemateca recebe uma mostra das animações dos irmãos Wagner, e para encerrar a Traços Curitibanos, no dia 5 de julho, o Cine Passeio realiza uma mostra de animação seguida de um debate, também às 19h. 


10 anos da Traços Curitibanos

Mostra Traços Curitibanos celebra uma década de divulgação de desenhistas locais. Arte de Renato Ventura


A mostra divulga o trabalho de ilustradores, quadrinistas, animadores e caricaturistas locais que contribuem para que Curitiba tenha a segunda maior produção de quadrinhos do país.


A proposta nasceu na Gibiteca de Curitiba em parceria com o Setorial de Ilustração e desde 2015 atrai diferentes públicos, totalizando quase 23 mil pessoas que passaram pelas edições da mostra. Em 2018, 2020 e 2023, a exposição concorreu ao Troféu HQMIX, o Oscar dos quadrinhos nacional, como melhor exposição do ano.  


A Traços Curitibanos é executada pela Fundação Cultural de Curitiba através da Gibiteca, com coordenação de Fulvio Pacheco, curadoria de Marcelo Lopes, Antônio Eder, Natan SS, Walkir Fernandes e Celina Pacheco, e produção de Tayná Miessa.


Mostra Traços Curitibanos celebra uma década de divulgação de desenhistas locais. Arte de Mariana Terleski


Serviço

  • 12/4 - Abertura da exposição Traços Curitibanos
  • Local: Solar do Barão, R. Presidente Carlos Cavalcanti, 533 - Centro
  • Horário: 19h 
  • Grátis


  • 10/5 - Mostra das animações dos irmãos Wagner
  • Local: R. Presidente Carlos Cavalcanti, 1174 - São Francisco
  • Horário: 19h
  • Grátis


  • 5/7 - Encerramento da Exposição Traços Curitibanos
  • Local: Cine Passeio, Rua Riachuelo, 410 - Centro
  • Horário: 19h
  • Grátis


Mostra Traços Curitibanos celebra uma década de divulgação de desenhistas locais.
Arte de Marcella Calado

Eclipse total do Sol acontece na segunda; saiba como ver pela internet

Observatório Nacional fará transmissão ao vivo do fenômeno astronômico



Brasília (DF) 05/04/2024 - Apartir das 12h30 (hora legal de Brasília) da tarde da próxima segunda-feira, dia 08/04, o Observatório Nacional promove uma nova edição do projeto "O Céu em sua Casa: observação remota".
Foto: Nasa - Nasa

Agência Brasil 🇧🇷 

O eclipse total do Sol em 2024, que acontece nesta segunda-feira (8), será visível nos três países da América do Norte (Canadá, Estados Unidos e México) e também poderá ser observado de forma parcial em quase toda a América Central e em uma faixa da Europa Ocidental. No Brasil, porém, o fenômeno astronômico não poderá ser visto nem parcialmente, porque a América do Sul não está na trajetória do eclipse.


Um eclipse total ocorre quando a Lua passa entre a Terra e o Sol, bloqueando completamente a luz solar e projetando uma sombra sobre o planeta. De acordo com o site especializado em horários, fusos horários e astronomia Time and Date, o eclipse solar total deste ano começará às 12h42, atingirá o máximo às 15h17 e terminará às 17h52, no horário do Brasil. os melhores lugares do mundo para vê-lo serão no norte do México; no Texas, no sul dos EUA; e o leste do Canadá.


Transmissão ao vivo

A próxima vez que o Brasil perceberá o dia virar noite completa será somente em 12 de agosto de 2045. Para que os brasileiros possam acompanhar as fases do fenômeno desta segunda-feira, o Observatório Nacional (ON), vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, fará uma transmissão ao vivo a partir de 12h30, pelo seu canal no YouTube.  


A previsão é que a transmissão em tempo real mostre todas as fases parciais do espetáculo da natureza até o alinhamento total da Lua, da Terra e do Sol, mas dependerá apenas das condições climáticas, em cada localidade.


Além de exibir o fenômeno, os astrônomos amadores e profissionais que fazem parte do projeto conversarão com o público sobre astronomia, astrofísica, telescópios e captura de imagens astronômicas, como habitualmente é feito durante observações públicas presenciais promovidas.


Caminho da Sombra do Eclipse 👇


Segurança

O Observatório Nacional alerta que os eclipses nunca devem ser encarados diretamente sem a proteção adequada, pois podem causar danos permanentes à visão, como a queima da retina. E, ao contrário do que muitos pensam, óculos de sol comuns, mesmo os muito escuros, chapas de raio-X não são apropriados para esse fim, muito menos lentes, binóculos, telescópios ou qualquer instrumento óptico sem os filtros corretos, pois não são seguros. O uso de acessórios inadequados para observação de eclipses pode causar perda da visão temporária ou em definitivo.


A orientação do Observatório Nacional é que sejam usados filtros apropriados e mesmo assim não se pode olhar por muito tempo seguidos. Somente por cerca de 20 segundos para garantir a segurança.


Portanto, não há momento em que seja seguro olhar diretamente para o Sol durante um eclipse sem usar um filtro solar especial, por exemplo, em óculos de eclipse.


Próximos eventos

Os próximos eclipses solares parciais visíveis no Brasil acontecerão em 6 de fevereiro de 2027, 26 de janeiro de 2028 e 20 de março de 2034. Porém, o eclipse solar total será visto pelos brasileiros em 12 de agosto de 2045, com ápice previsto para ocorrer às 16h19, com o disco solar coberto em sua totalidade por 2 minutos e 44 segundos. Depois desse, o próximo eclipse total visível no Brasil ocorrerá em 2125.


Em abril deste ano, o planeta ainda testemunhará no dia 8 a Super Lua Nova; e uma chuva de meteoros que deve atingir o pico entre 21 e 22 de abril, dependendo da localização do observador.

Curitiba recebe o 6º Festival Esotérico e Místico Universo


Evento ocorre nos dias 20 e 21 de abril no Clube Dom Pedro II, com entrada solidária e programação para toda a família



O Clube Dom Pedro II, no Água Verde, será palco do 6º Festival Esotérico e Místico Universo (FEMU), nos dias 20 e 21 de abril. O evento convida o público a embarcar em uma jornada de autoconhecimento e conexão com o universo esotérico e místico, com mais de 120 expositores, diversas atividades e experiências.


A entrada do festival é solidária, basta doar 1kg de alimento ou itens de higiene pessoal para contribuir com as instituições beneficentes CRENVI (Casa de Recuperação Nova Vida) e Instituto Peniel Sem Fronteiras. O evento é pet friendly, ou seja, você pode levar seu amigo peludo para aproveitar o dia.


Programação para todos os gostos

O 6º FEMU oferece uma programação completa para todos os gostos e interesses. O público poderá encontrar expositores de produtos esotéricos, místicos e religiosos, como incenso, pedras, chás, poções, perfumes, grimórios, capas, mandalas e muito mais.


Também haverá um espaço de terapias holísticas, nos quais mais de 40 terapeutas e oraculistas oferecerão atendimentos em búzios, tarot, tarot terapêutico, baralho cigano, ativação do sagrado feminino e outras terapias.


O evento também conta com apresentações musicais e artísticas, com atrações musicais ao vivo, danças e outras formas de arte para animar o evento.


Serviço:

  • 6º Festival Esotérico e Místico Universo
  • Data: 20 e 21 de abril
  • Horário: 10h às 20h
  • Local: Clube Dom Pedro II (Rua Gonçalves Dias, 1142 - Batel, Curitiba - PR)
  • Entrada: 1kg de alimento ou itens de higiene pessoal
  • Mais informações: Instagram @femu_festivalesotericomistico ou (41) 9 9286 9641 (Valéria Andrade)


Os muçulmanos que salvaram milhares de judeus do Holocausto por um código de honra


MUSEU MEMORIAL DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS
Legenda da foto. Família de judeus refugiados de Skopje, Macedônia, junto com uma família albanesa que os acolheu em 1943 em Tirana, Albânia


A Albânia foi um dos poucos países europeus que no fim da 2ª Guerra Mundial tinha uma população judaica maior do que no início do conflito.


Famílias albanesas, em sua maioria muçulmanas, acolheram em suas casas e protegeram milhares de refugiados de países como Alemanha e Áustria que fugiam da perseguição durante o Holocausto, como ficou conhecido o assassinato em massa de milhões de judeus, bem como homossexuais, ciganos, Testemunhas de Jeová e outras minorias, durante o conflito, a partir de um programa de extermínio sistemático patrocinado pelo partido nazista de Adolf Hitler.


Já em 1938, um ano antes do início da guerra, o rei Zog 1º da Albânia havia oferecido asilo político a mais de 300 judeus, concedendo-lhes até a cidadania albanesa.


Mas essa proteção não durou muito. Em 1939, a Itália invadiu a Albânia, declarou-a seu protetorado, e o rei Zog 1º foi forçado ao exílio.


Com o país sob o comando do ditador italiano Benito Mussolini, ficou mais difícil a entrada de judeus no país.


No entanto, em 1945, a Albânia chegou ao fim da guerra com mais de 3 mil refugiados judeus em seu território.


Esse elevado número é explicado pela tradicional solidariedade dos seus cidadãos e por um código de honra denominado besa.


"Os albaneses acolheram os judeus em suas famílias, alimentaram-nos, cuidaram deles, esconderam-nos. E cada vez que as coisas ficavam mais perigosas, eles encontravam maneiras de transferi-los para outros lugares", diz Shirley Cloyes DioGuardi, da Liga Cívica Albanesa-Americana nos Estados Unidos, um grupo que representa os interesses da comunidade albanesa naquele país. Muitos dos que ajudaram os refugiados eram pessoas que não estavam envolvidas na política ou em movimentos sociais, mas simplesmente tinham um espírito humanitário.


GETTY IMAGES. Mesquitas na pequena e montanhosa Albânia

É o caso de Arslan Rezniqi, um comerciante de alimentos que arriscou a vida e a de sua família para salvar centenas de refugiados judeus, segundo conta a premiada atriz britânica Helena Bonham Carter, no podcast History's Secret Heroes, da BBC. Carter, famosa por filmes como O Discurso do Rei e Harry Potter, tem ascendência judaica por parte de mãe.


A família de Arslan era muçulmana, religião majoritária na Albânia, onde apenas 17% da população é cristã, mas ele se considerava antes de tudo parte da comunidade albanesa, orgulhoso de sua natureza humanitária, que ainda hoje segue o código besa.

Besa, código de honra da Albânia


O código de honra besa é uma regra moral estrita baseada na compaixão e tolerância para com os outros. Besa significa "promessa de honra" e, embora seja preciso voltar às tradições orais do século XV para entender suas origens, ele ainda persiste entre os albaneses.


"O Besa alia a honra pessoal ao respeito e à igualdade com os demais. Entre seus principais valores está a proteção incondicional do hóspede, que pode até mesmo colocar em risco a própria vida", diz DioGuardi.


O código besa é passado de geração em geração.


A tradição foi transmitida por séculos como parte do Kanun, um conjunto de leis não escritas e regidas por costumes, criadas no século 15 para governar as tribos do norte da Albânia, diz Orgest Beqiri à BBC.


Embora o Kanun seja considerado a fonte original do besa, muitos argumentam que a tradição é ainda mais antiga e que o Kanun apenas coloca palavras em tradições tribais de longa data. 


MUSEU MEMORIAL DO HOLOCAUSTO DOS ESTADOS UNIDOS. Famílias de refugiados judeus da Iugoslávia vieram para a Albânia escapando do Holocausto

A maioria dos judeus que chegou à Albânia se escondeu em pequenas cidades e nas montanhas. Portanto, era altamente improvável que as autoridades os descobrissem.


Os refugiados estavam escondidos em bunkers subterrâneos e cavernas nas montanhas. Mas às vezes, nem precisavam se esconder.


Quando os nazistas ocuparam a Albânia, eles exigiram que as autoridades albanesas fornecessem listas de judeus a serem deportados. Mas as autoridades locais recusaram.


Em seu trabalho com a Liga Cívica Albanesa-Americana, Shirley DioGuardi se deparou com inúmeras histórias de judeus escondidos em casas abandonadas.


Portanto, a ajuda prestada aos judeus era considerada uma questão de honra nacional.


Tal é o reconhecimento do caráter humanitário dos albaneses, que o memorial Yad Vashem de Israel às vítimas do Holocausto presta homenagem a cerca de 25 mil "justos" que arriscaram suas vidas para proteger a comunidade judaica.


Embora a 2ª Guerra Mundial tenha sido uma das provas mais duras que esse código social teve de enfrentar, a perseguição do regime nazista não foi o primeiro nem o último desafio.

Uma regra, não uma exceção


A história se repete mesmo que os tempos e suas vítimas mudem.


Vários anos depois, na década de 1990, mais de 500 mil refugiados, a maioria albaneses étnicos, deixaram o Kosovo rumo à Albânia fugindo das forças militares sérvias.


"As famílias albanesas iam para os campos de refugiados kosovares, encontravam uma família e depois as levavam para casa. Não eram parentes ou amigos, eram estranhos, mas os albaneses os recebiam, alimentavam, vestiam, tratavam como se fossem parte de sua família", diz à BBC Nevila Muka, neta de uma albanesa que resgatou uma família refugiada.


Quando perguntam a Nevila por que ela acha que sua avó fez isso, ela dá de ombros e responde: " É o jeito albanês. É o besa."



Muka explica à BBC que o besa é um código para os albaneses: "Se alguém vier até você para pedir ajuda, você lhe dá um lugar para ficar."


Embora alguns dos aspectos mais rígidos do besa tenham diminuído com o tempo, o senso geral de dever e hospitalidade perdurou na sociedade albanesa.


A Albânia está novamente oferecendo asilo, desta vez para aqueles que saem do Oriente Médio. Após a retirada repentina dos EUA do Afeganistão e a tomada do país pelos talibãs, dezenas de afegãos chegaram à Albânia.


A ministra das Relações Exteriores do país, Olta Xhacka, disse nas redes sociais que a Albânia "receberá orgulhosamente 4 mil refugiados afegãos graças à sua boa vontade. Nunca será um centro de políticas anti-imigração de países maiores e mais ricos".


É assim que a Albânia, um pequeno e pobre país entre as grandes nações europeias, demonstrou mais de uma vez ao longo de sua história seu compromisso com a hospitalidade para com as pessoas que são forçadas a deixar seus países vítimas de perseguições.


  • Esta reportagem contém informações apresentadas em History's Secret Heroes, o podcast da BBC Studios Podcast para BBC Radio 4 e BBC Sounds, conduzido por Helena Bonham Carter e produzido por Amie Liebowitz.

Quem foi o primeiro a traduzir a Bíblia para o português



Edição de 1969 da Bíblia de João Ferreira de Almeida. EDISON VEIGA/BBC


Edison Veiga
De Bled (Eslovênia) para a
BBC News Brasil
Julho 2023


Se você já manuseou uma Bíblia, são grandes as chances de ter se deparado com o nome dele na folha de rosto: João Ferreira de Almeida. Ou, para usar a versão completa: João Ferreira Annes d’Almeida.


Trata-se de um português nascido em 1628 que, oriundo de família católica, tornou-se protestante e, aos 17 anos, conseguiu uma proeza: foi o primeiro a verter para o português os livros considerados sagrados que formam a Bíblia.


"Ele nasceu em Torre de Tavares, então reino de Portugal, viajou por várias regiões que tinham ligação tanto com Portugal quanto com os [hoje chamados] Países Baixos, viajou por regiões onde atualmente ficam a Indonésia e Malásia", conta à BBC News Brasil o historiador e teólogo Vinicius Couto, doutor em ciências da religião pela Universidade Metodista de São Paulo, presbítero da Igreja do Nazareno e professor do Seminário Teológico Nazareno do Brasil e do Seminário Batista Livre.


A ligação de Almeida com a religião vem desde a mais tenra infância. Órfão, acabou criado por um tio, que possivelmente era sacerdote católico. "Segundo consta em alguns documentos e relatos de historiadores, esse tio era padre. E ele assumiu a responsabilidade da criação e do cuidado do Almeida", afirma à reportagem o pesquisador Thiago Maerki, associado da Hagiography Society, dos Estados Unidos.



"O fato é que pouco se sabe a respeito da infância e da adolescência desse sujeito, mas ele teria recebido uma excelente educação, possivelmente sendo preparados para seguir a carreira religiosa, inclusive."


Aos 14 anos ele já estava na Ásia. Ali, acabou instalando-se na Batávia, a atual capital da Indonésia, hoje chamada de Jacarta. Naquela época a região era disputada entre portugueses e holandeses.


A cidade era o centro administrativo da Companhia Holandesa das Índias Orientais e, logo ao lado, Malaca, na atual Malásia, havia sido colônia portuguesa depois conquistada pelos holandeses.


"No ano seguinte, ele deixou a Igreja Católica e se converteu ao protestantismo", prossegue Maerki. Essa guinada foi fundamental na trajetória que Almeida teria como tradutor da Bíblia.


Por razões históricas, vale ressaltar. Afinal, no contexto da chamada reforma protestante, a partir da questão trazida por Martinho Lutero (1483-1546) e que abalou os alicerces do catolicismo de então, era importante que o fiel tivesse acesso aos textos bíblicos diretamente e em sua língua. Ora, isso motivou que uma série de traduções bíblicas fossem realizadas pelo mundo, sobretudo nos século 16 e 17.


Almeida ingressou na então denominada Igreja Reforma Holandesa sob esse contexto. E logo viu que havia uma lacuna a ser preenchida: até então, os crentes lusófonos não contavam com uma versão no seu idioma.


A conversão de Almeida ao protestantismo não foi acidental, mas sim fruto do contato que ele teve, em Batávia, com os membros da igreja holandesa. "[A conversão] foi depois da leitura que ele teve de uma obra que trazia uma perspectiva anticatólica, questionando pontos que o protestantismo [histórico] questiona em relação ao catolicismo", pontua Couto.


Trata-se de um manifesto intitulado 'Differença d’a Christandade'. E entre os ataques promovidos pelo panfleto à Igreja Católica estava um ponto que serviria de maior estímulo ao incipiente tradutor: o uso exacerbado do latim durante os ofícios religiosos, em detrimento de línguas vernaculares.


"A tradução da Bíblia para as línguas vernaculares é uma conquista da reforma protestante. Uma grande sacada dos protestantes foi justamente isso: traduzir a Bíblia para as línguas das pessoas, as línguas que as pessoas falavam", contextualiza à BBC News Brasil o historiador, filósofo e teólogo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.


É justamente por isso que Maerki define Almeida como um jovem "com ímpeto e desejo de mostrar o quanto estava de fato permeado pela atmosfera protestante, encantado com a Igreja Reformada".


"Porque nela, um dos elementos principais é justamente a tradução da Bíblia para o vernáculo", acrescenta.



Reprodução da capa da Bíblia traduzida por Almeida, em edição de 1681


Um processo cheio de dificuldades

A base da tradução de Almeida foi a consagrada versão em latim elaborada pelo teólogo protestante francês Teodoro de Beza (1519-1605). Mas não foi a única fonte — registros históricos indicam que ele, como é praxe em trabalhos do tipo, comparou sua versão com traduções feitas por outros autores.


"O Beza foi um teólogo que trabalhou bastante na arqueologia bíblica, com muitos comentários [em sua tradução]. Almeida utilizou isso, mas também usou as versões da Bíblia em castelhano, francês e italiano", ressalta Couto. "Nesse período, já tínhamos uma boa quantidade de traduções da Bíblia para outros idiomas."


Almeida terminou sua primeira versão do Novo Testamento em 1645, quando ele tinha, impressionantemente, apenas 17 anos. Ele pretendia que o material fosse publicado e, conforme afirmam alguns pesquisadores, chegou a enviá-lo para um editor em Amsterdã. "Entretanto, essa primeira versão do trabalho dele se perdeu", relata Couto.


O tradutor descobriu isso apenas em 1651, quando foi procurado por interessados em publicar a versão em português. Então decidiu recorrer aos seus rascunhos, preservados, para refazer o trabalho.


Dali em diante, houve intensos debates acerca da publicação ou não do seu trabalho, já que alguns que tiveram acesso aos manuscritos passaram a criticar fortemente a qualidade da tradução. Em 1656 ele foi ordenado pastor da Igreja Reformada e enviado ao Ceilão, hoje Sri Lanka. Ali, além de atuar como sacerdote, dava aulas de português para outros religiosos e ensinava o catecismo.


Em paralelo à sua atuação comunitária, dedicava-se a revisar a Bíblia.


"Seu texto chegou a ser publicado mas, logo em seguida, identificaram problemas de tradução. E tudo foi recolhido às pressas, para que não circulasse", afirma Couto. "Ele consegui pregar e fazer uso de alguns desses textos, mas uma equipe passou a se dedicar a revisar tudo."


Algumas dessas versões chegaram a circular. O Museu Britânico, em Londres, guarda um exemplar cuja impressão data de 1681. Mas ainda eram tiragens restritas e não consensuais entre os cristãos lusófonos.


Sobre a vida de Almeida, pouco se sabe. A maior parte dos textos biográficos aponta que ele teria se casado, no Ceilão, com uma mulher chamada Lucrécia Valcoa de Lamos. Assim como ele, ela também seria protestante de origem católica. O casal teria tido dois filhos, um menino e uma menina.


Sua vida foi cheia de conflitos, tanto com católicos quanto com grupos locais. Por suas pregações contra a Igreja Católica, enfrentou proibições do governo da Batávia, em 1657. Também experimentou sanções similares em Colombo, no atual Sri Lanka, entre 1658 e 1661.


Na então possessão portuguesa de Tuticurim, atualmente parte da Índia, os problemas foram com as populações locais. Ali, anos antes, uma comitiva da Inquisição havia promovido uma queima de seu retrato em praça pública, indicando aos habitantes que ele não era bem-visto pela Igreja Católica que tanto criticava.


No período de cerca de um ano em que ele foi pastor ali, sofreu as consequências. Moradores nativos se recusavam a ouvi-lo, e poucos aceitavam serem batizados ou terem seus casamentos abençoados pelo religioso.


Almeida morreu na atual Indonésia em 1691, com 63 anos. Não havia ainda concluído a sua tradução definitiva do Antigo Testamento e esse trabalho prosseguiu com um de seus colegas missionários, o pastor holandês Jacobus op den Akker (1647-1731).


Oficialmente, nem Akker nem Almeida viram a obra concluída. De acordo com a Sociedade Bíblica do Brasil, aquela que é considera a primeira edição da Bíblia completa em português foi publicada apenas no ano de 1753, em dois volumes. Já a primeira versão consolidada em apenas um volume data de 1819.


Uma curiosidade adicional à vida de Almeida é que muitas impressões antigas o creditam como "padre". "Na verdade ele nunca foi padre. Ele foi um pastor calvinista", frisa Moraes.



Reprodução de tradução publicada em 1899



Problemas de tradução

Até hoje muitas das versões da Bíblia em português trazem o livro de Gênesis da versão de Almeida. É o caso daquela conhecida como ARA, assim chamada porque é Almeida Revisada e Atualizada. Também há a Almeida Corrigida Fiel e a Edição Revista e Corrigida, entre outras.


"É uma referência em língua portuguesa, uma tradução muito boa. Mas é lógico que, com o passar do tempo, vai-se fazendo ajustes e isso também é importante de salientar", comenta Moraes.


O historiador e teólogo dá um exemplo sobre esses ajustes. Por exemplo, quando no Antigo Testamento são mencionados os filhos de Noé. "Antes dos anos 1990, eles eram chamados de Sem, Cão e Jafé. Então começaram a chamar de Sem, Cam e Jafé. Para não gerar nenhum estranhamento com a palavra 'cão'", exemplifica Moraes.


Outra passagem bastante conhecida também foi ajustada mais recentemente. Trata-se do Salmo 23, aquele do "o Senhor é meu pastor, nada me faltará".


Ali, as versões antigas continham a frase "a tua vara e o teu cajado me consolam". "Os tradutores [contemporâneos] mexeram nessa expressão, porque com 'vara' poderia se gerar uma situação jocosa", conta Moraes. A ARA traz "o teu bordão e o teu cajado me consolam".


O teólogo Couto também identifica problemas na tradução de Almeida. No relato da criação do mundo, no livro do Gênesis, por exemplo, o trecho em que Deus cria "o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança", é seguido da frase "e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra".


A ideia do ser humano "dominando" a natureza, se não incorreta, soa anacrônica aos tempos atuais, em que o discurso ambiental clama por cuidados ecológicos.


"A questão é que o verbo dominar vem do hebraico e essa tradução feita assim é muito pobre. Difícil encontrar uma tradução precisa, porque a ideia de domínio passa uma imagem de superioridade, sugerindo que o ser humano domina a natureza e esta lhe é inferior", comenta Couto.


"Mas, na verdade, a palavra original trazia uma conotação diferente, um sentido de mordomia responsável, querendo dizer que o ser humano seria quem deve cuidar da criação", explica o especialista.


O pesquisador Maerki ressalta outros trechos curiosos, alguns responsáveis, segundo ele, por "distorções".


"Um dos problemas apontados pelos estudiosos é a tradução da palavra ídolo, tanto do hebraico quanto do grego", afirma.


"Almeida traduz como escultura, como imagens em escultura, e não como ídolos. E isso acarreta justamente esse debate entre a tradição católica e a protestante sobre ter ou não imagens [sacras]. Foi um problema de tradução que originou um debate teológico", diz Maerki.


"Outro trecho curioso está no livro de Isaías, quando a palavra que originalmente no hebraico significa ‘moça jovem’ foi traduzida por ele como 'virgem', mesmo que no hebraico haja outra palavra para 'virgem'", aponta. Trata-se do trecho encarado como profético e utilizado pelo cristianismo, sobretudo católico, para justificar o dogma da virgindade de Maria, mãe de Jesus: “eis que uma virgem conceberá, e dará à luz a um filho […]."


Probleminhas e problemões à parte, é unânime o reconhecimento de que o trabalho realizado por pioneiros como Almeida é digno de respeito pela dificuldade em se traduzir textos tão complexos em uma época antiga. “Não havia os recursos de hoje e o tradutor sempre têm de fazer opções. Estamos falando de textos que originalmente foram escritos em idiomas com estruturas e até caracteres diferentes, como o hebraico, o grego antigo…”, comenta Moraes.


"O trabalho desses homens que traduziam a Bíblia no passado é um trabalho digno dos maiores louvores porque, além dos conhecimentos que eles tinham de ter das línguas ditas originais: o grego, o hebraico, o próprio latim, e de outras versões que eles já usavam para cotejar e decidir as melhores opções de tradução, como o francês, o italiano, o inglês, essa era uma temática totalmente nova", acrescenta o professor, lembrando que a reforma protestante encabeçada por Lutero que havia aberto essas possibilidades não estava tão distante daquele tempo.

Possível valsa de Dom Pedro I é anunciada por portal

Descoberta pode ser fato histórico para a música brasileira


Descoberta pode ser fato histórico para a música brasileira. © Fernando Frazão/Agência Brasil

Por Agência Brasil 🇧🇷

A peça intitulada Valse de 1819, consta do volume manuscrito 7703 da Biblioteca Nacional da França, em Paris. Nele, encontram-se peças para piano de autoria do compositor austríaco Sigismund Neukomm, escritas no Rio de Janeiro, e por ele autografadas. Neukomm foi o único músico a integrar a Missão Artística Francesa no Brasil, onde escreveu 70 obras.


Mestre de música de D. Pedro, entre 1816 e 1821, deve-se a Neukomm a menção, em seu catálogo, de que elaborou arranjos para orquestra a partir de “seis valsas de D. Pedro”.


Até hoje, estas composições não foram localizadas, nem os arranjos de Neukomm. Porém, dentre as 25 peças do volume manuscrito que se encontra na Biblioteca Nacional da França, a Valse é a única que não traz a assinatura de Neukomm e que não foi mencionada em seu catálogo, o que aponta para a possibilidade de tratar-se de uma das peças de autoria de Dom Pedro I, ainda não encontradas, segundo a musicista Rosana Lanzelotte.


Avaliação

Além disso, os elementos compositivos de Valse são claramente distintos daqueles característicos do músico austríaco e, por sua vez, podem ser avaliados como próximos de outras peças do então príncipe.


“A única forma de comprovar seria se encontrássemos o manuscrito de dom Pedro, que já se procurou. Estive em contato com vários musicólogos que estão de acordo que estilisticamente essa valsa é mais próxima da linguagem composicional de dom Pedro do que do Neukomm”, disse Rosana.


Se confirmada, a descoberta pode representar um acontecimento histórico para a música brasileira, na avaliação de Rosana, que está finalizando um livro sobre dom Pedro compositor que deve ser lançado no segundo semestre.


Dom Pedro assinou o Hino da Independência, o Hino Constitucional que foi o hino português entre 1834 e 1910, e obras sacras preservadas no arquivo da Catedral Metropolitana do Rio, mas não uma valsa.


Musica Brasilis

Criado em 2009, o portal Musica Brasilis tem como missão o resgate e difusão de repertórios brasileiros de todos os tempos, em grande parte inacessíveis por falta de edições. O acervo - constituído por mais de 2.500 partituras de compositores brasileiros - é mensalmente consultado por 45 mil usuários de todo o mundo.

Mirante Marumbi, no topo do Memorial de Curitiba, tem vista privilegiada para o Centro Histórico

 

Mirante Marumbi, no topo do Memorial de Curitiba, tem vista privilegiada para o Centro Histórico. Curitiba, 19/04/2023. Foto: Cido Marques


@SMCS

O outono é uma época mágica para fotógrafos explorarem os encantos naturais e a arquitetura da cidade. E um local pouco conhecido, que oferece vistas especiais nessa e em outras épocas do ano, é o Mirante Marumbi, no Memorial de Curitiba, no coração do Centro Histórico da cidade.


Rodeado de prédios centenários, o complexo cultural da Prefeitura de Curitiba, no Largo da Ordem, impressiona no nível da rua pela arquitetura instigante, e no topo oferece uma vista de quase 360 graus do Centro Histórico da cidade. 


Para chegar ao Mirante Marumbi, o visitante deve seguir até o terceiro andar do Memorial de Curitiba e subir um pequeno lance de escadas, que leva a um imenso terraço a céu aberto.


Lá de cima é possível observar detalhes e fazer registros incríveis das torres da Igreja da Ordem, da Igreja do Rosário dos Pretos de São Benedito, da Igreja Presbiteriana Independente e até de uma parte da Catedral Basílica de Curitiba. 


A arquitetura do Mirante Marumbi proporciona enquadramentos propositais, especialmente do lado esquerdo. Uma espécie de moldura coloca em perspectiva as torres das igrejas Presbiteriana e do Rosário, que, no fim das tardes de outono, ficam iluminadas pela luz dourada do pôr-do-sol. 


Além das igrejas, no topo do Memorial de Curitiba o visitante pode ter uma vista privilegiada da fachada de outros patrimônios históricos como o Palácio Garibaldi e do Colégio Divina Providência. 


Do lado direito do Mirante Marumbi, se destaca a Casa Romário Martins e o corredor da Rua Claudino dos Santos, a rua de uma quadra só, que possui casarões ecléticos de inspiração alemã, como a Casa Hoffmann e o Solar da Cultura, atual sede da Fundação Cultural de Curitiba. 


E no horizonte, o visitante pode observar uma linha de prédios mais altos e modernos que contrasta com os telhados do casario histórico do entorno. 


“A arquitetura do prédio também valoriza ainda mais a vista, emoldurando o mundo urbano de Curitiba com recortes que incentivam o visitante e fotógrafo a achar os seus enquadramentos da cidade, e transformando-os em verdadeiros quadros”, diz o diretor de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural de Curitiba, Gabriel Paris. 


Por dentro do Memorial de Curitiba 

Idealizado em homenagem aos 300 anos da cidade (1993) e inaugurado em 1996 tem uma arquitetura instigante, em ferro e vidro, inspirada no pinheiro paranaense (Araucária Angustifolia).


O espaço mantido pela Fundação Cultural de Curitiba funciona como um complexo de artes que reúne exposições, teatro e música, e ainda vira palco para seminários, palestras e oficinas.


Serviço: Memorial de Curitiba

Endereço: Rua Dr. Claudino dos Santos, 79 - São Francisco

Horário de funcionamento: terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 9h às 15h

 

5 programas para curtir no feriado de Páscoa em Curitiba

 

5 programas imperdíveis para aproveitar o feriado de Páscoa em Curitiba. - Na imagem, Parque Tanguá. Foto: José Fernando Ogura/SMCS.


@SMCS.

A cidade oferece diversas opções de programas para quem busca atividades durante o feriado de Páscoa. Entre as opções estão as feiras especiais de Páscoa e artesanato, onde é possível encontrar produtos temáticos e exclusivos. 


Outra dica é fazer um passeio pelos parques da cidade, que oferecem lindas paisagens e momentos de relaxamento em meio à natureza. Além disso, o Memorial Paranista traz novidades para os visitantes, com exposições e escultura inédita de João Turin. 


Para quem quer conhecer todos os atrativos, a Linha Turismo oferece um roteiro imperdível. E para aqueles que desejam explorar a história de Curitiba, o Centro Histórico a pé é uma opção que permite descobrir a arquitetura e a cultura da cidade.


Feiras especiais de Páscoa e Artesanato

As tradicionais Feiras Especiais de Páscoa da Osório e da Santos Andrade são ótimas opções de passeio, além de incentivar os produtores de artesanato e de alimentação. 


São 61 expositores apresentando e vendendo seus produtos na Praça Osório, além das 26 opções gastronômicas. Na Santos Andrade, há três barracas de exposição e três de gastronomia. 


A Feira da Osório pode ser visitada de segunda a sábado, das 10h às 21h, e aos domingos, das 14h30 às 19h30, e a da Praça Santos Andrade de segunda a sábado, das 10h às 20h, e aos domingos, das 12h às 18h30. Ambas funcionam até 15 de abril.


Para o domingo de Páscoa a dica é começar o dia com um delicioso passeio pelo Centro Histórico na Feira do Largo da Ordem, especializada em gastronomia e antiguidades. É programa obrigatório para moradores e turistas que estiverem na cidade durante o feriado. 


Parques e bosques

Os parques e bosques de Curitiba estão entre as grandes atrações da cidade e o que não faltam são ótimas opções, com mais de 30 parques e bosques. Confira alguns deles abaixo e para conferir a lista completa CLIQUE AQUI


O Jardim Botânico é um dos pontos turísticos mais famosos da cidade. Com sua encantadora cúpula de vidro, inspirada no Palácio de Cristal de Londres, o parque atrai uma grande quantidade de visitantes em busca de belas paisagens para fotografar, tanto em seus jardins internos quanto externos. É, sem dúvida, um verdadeiro cartão postal de Curitiba.


As capivaras são atração garantida no Parque Barigui, que se estende por 1,4 milhões de metros quadrados. Com sua presença marcante, esses animais encantam os visitantes com suas simpáticas aparições. Durante um passeio pelas margens do lago ou do Rio Barigui, não será difícil encontrá-las. A extensa área verde também é um convite para jogos e brincadeiras com as crianças.


O Bosque Alemão reserva aos seus visitantes um dos mais belos mirantes da cidade, além de diversas homenagens aos povos germânicos que ajudaram a construir a história da região. Um detalhe especial faz a alegria da criançada: uma trilha em meio à mata fechada reproduz o conto clássico dos irmãos Grimm, João e Maria. E para completar o passeio, ainda há uma aconchegante sala de leitura onde as crianças podem ouvir histórias e deixar a imaginação voar. Uma experiência única para toda a família!


O Parque Tingui conta com a 380 mil m² de área verde e diversos espaços para curtir o feriadão. Aproveite o passeio para visitar o Memorial Ucraniano. O espaço conta com casas construídas em estilo bizantino e cercadas por jardins. Os pinheiros ao redor dão o tom de relaxamento e a sombra é convidativa até a um bom cochilo ou piquenique.


Para a prática de esportes o Parque São Lourenço é o espaço ideal, com um belo lago repleto de patos e boas pistas de corrida. O local ainda oferece lindos espaços verdes e uma pista dedicada especialmente aos pilotos de carrinhos de rolimã. 


Para encerrar o dia em grande estilo, o Parque Tanguá oferece uma vista privilegiada do entardecer em Curitiba. Se o plano é um lugar especial para ver o sol se pôr, o Tanguá é definitivamente a escolha certa. Não perca a oportunidade de contemplar esse espetáculo da natureza!


Memorial Paranista tem escultura inédita de João Turin

A obra perdida do artista paranaense, do período em que ele vivia na Bélgica, no início do século 20 tem 2,70 metros e foi produzida no Memorial Paranista, a escultura é uma releitura produzida pela artista Luna Apa Luna do Rio. 


Na exposição, os visitantes poderão acessar um QR Code para ver o vídeo que mostra a história desta obra e o trabalho para seu resgate e releitura, feito pela família Ferrari Lago, gestora do patrimônio artístico de João Turin. 


A mostra pode ser vista de segunda à sexta-feira, das 9h às 18h, e aos sábados e domingos, das 9h às 15h. A entrada é gratuita.


Ainda no Memorial é possível contemplar o maior jardim de esculturas do Brasil. São 15 obras em proporções heroicas, reproduzidas em bronze, do artista paranaense João Turin. Ainda no espaço é possível conhecer as reproduções das fachadas da Casa Paranista e do Ateliê João Yurin. Tudo isso em uma área de 6 mil m2, dentro do Parque São Lourenço. 


Descubra a cidade com a Linha Turismo

O ônibus da Linha Turismo de Curitiba é ideal para os visitantes que têm pouco tempo em Curitiba e que, ainda assim, querem conhecer o máximo possível de atrações. Com roteiro circular que passa por 24 atrações, a Linha Turismo de Curitiba é um bom resumo do que há de melhor na cidade. 


O circuito completo, sem descer do ônibus, leva por volta de 2h30. Vale percorrê-lo inteiro para ter uma ideia geral da cidade, mas o bom mesmo é descer em alguns pontos para curtir melhor. O tíquete tem validade de 24h é não há limite de paradas para descer.


Curta Curitiba a Pé

Curitiba fechou a primeira rua do Brasil para o trânsito de veículos nos anos 1970 e hoje tem muitas ruas no setor histórico exclusivas para pedestre.


Um roteiro a pé pelo Centro da cidade e bairro São Francisco é a escolha para quem quer explorar os cantos mais antigos da cidade. Cada espaço conta uma parte da história da capital paranaense e seus habitantes, com a chance de admirar a arquitetura e os monumentos que fazem parte do patrimônio cultural da região.


A proposta desse roteiro é incentivar a caminhada e permitir que o turista tenha mais tempo para explorar, apreciar e aprender com tudo o que a região tem a oferecer. Mergulhe no passado da cidade enquanto passeia pelas ruas de paralelepípedo do Largo da Ordem, o ponto principal do Centro Histórico. Não perca a oportunidade de ver de perto como Curitiba cresceu e se desenvolveu ao longo dos anos!


CLIQUE AQUI e acesse o guia com todas as informações.  

O aniversário é de Curitiba, mas quem ganha o presente é você!


Explore a fascinante história do Egito Antigo em pleno coração da cidade mergulhando em uma viagem no tempo no Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon pagando apenas meia entrada.


Por Emanuelle Spack

Curitiba está em festa! A cidade comemora amanhã seu aniversário de 330 anos e para celebrar esta data querida o Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon abrirá ao público com o valor de meia entrada para todos as pessoas que visitarem o museu nesse dia em especial. 


Para visitar o Museu da Múmia e o Complexo Luxor (museu a céu aberto) a entrada será de R$ 5,00; no Museu O Rei Menino de Ouro: Tutankhamon a entrada será de R$ 12,00; e para visitar todos os espaços culturais da Ordem Rosacruz, AMORC a entrada será de apenas R$ 17,00. Esta é a chance de desvendar os segredos de uma das civilizações mais enigmáticas da história da humanidade.


O Museu Egípcio se tornou um ponto turístico muito encantador e, em homenagem a Curitiba, pelos seus anos de história, cultura e inovação, que continuam a inspirar e encantar os curitibanos e as pessoas que visitam esta bela cidade, o Museu Egípcio oferece às pessoas a oportunidade de visitarem os espaços do Complexo Egípcio pagando apenas meia entrada.


Para Vivian Tedardi, Supervisora Cultural da Ordem Rosacruz, AMORC, a mantenedora do Museu Egípcio, essa iniciativa surgiu como uma ideia de presentear os moradores e visitantes, pois, “diversas instituições participarão no dia 29 de março com atividades em homenagem à capital paranaense e nós, que temos a gratificação de fazer parte do cenário cultural da cidade, gostaríamos de fazer parte e prestar também a nossa homenagem a Curitiba”, diz Vivian.


A equipe de colaboradores do Museu Egípcio envia suas mais sinceras felicitações à bela cidade de Curitiba, cuja cronologia e cultura os fascinam e motivam a manter um espaço cultural com uma temática única e encantadora.


Que a cidade continue a prosperar e brilhar como as grandes civilizações antigas!


Parabéns Curitiba pelos seus 330 anos!


Serviço 

  • Museu Egípcio e Rosacruz Tutankhamon e Aniversário de Curitiba
  • Endereço: Rua Nicarágua, 2620 - Bacacheri - 82515-260 - Curitiba, Paraná. 
  • Entrada: Meia entrada nesta data querida.
  • Museu da Múmia e o Complexo Luxor (museu a céu aberto) a entrada será de R$ 5,00;
  • Museu O Rei Menino de Ouro: Tutankhamon a entrada será de R$ 12,00;
  • Para visitar todos os espaços culturais da Ordem Rosacruz, AMORC a entrada será de apenas R$ 17,00.
  • Data: 29 de março de 2023.
  • Horário: das 10h:00 às 16h30.


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Edifício Moreira Garcez: Curitiba progride

Edifício Moreira Garcez. Giselle Luzia Dziura 


*Giselle Luzia Dziura 

A Modernidade nos anos 1920, no mundo da arquitetura, envolvia a tecnologia do elevador, concreto armado e construção metálica em altura, possibilitando o processo de verticalização dos edifícios. Ao longo do século XX, foram incorporados no Brasil referenciais internacionais, advindos da Europa e Estados Unidos, transmitindo ideias de “modernidade” e “progresso” impactando no modo de vida e comportamento das pessoas e das cidades. 


Neste contexto, nasce o Edifício Moreira Garcez, iniciado em 1924 e concluído em 1934, situado na Avenida Luiz Xavier, no prolongamento da Rua XV, uma rua de pedestres, símbolo da cidade, no centro de Curitiba. Construído pelo engenheiro e ex-prefeito de Curitiba, João Cid Moreira Garcez, foi o primeiro arranha-céu da capital e na época, o terceiro maior do Brasil. 


Edifício Moreira Garcez. Giselle Luzia Dziura 

O projeto original previa subsolo e cinco pavimentos, contudo dois anos depois, o engenheiro decidiu aumentar mais três pavimentos. Há algumas hipóteses para esse acréscimo, a existência de uma dedução tributária para o prédio que tivesse maior altura na cidade, ou ainda a manifestação de modernidade por meio de verticalização, já que outros edifícios foram sendo construídos no Brasil.  


A verticalização de um edifício na cidade é um fenômeno que altera a paisagem urbana e denomina-se popularmente, como arranha-céu aquele edifício vertical com altura diferenciada em comparação aos demais, sendo normalmente um marco ou referência para a cidade. Tal linguagem arquitetônica, historicamente, se transforma como símbolo de progresso nas cidades. Aliado à verticalização, alguns edifícios têm caráter multifuncional, abrigando duas ou mais funções, como é o caso do Edifício Moreira Garcez. 


Previsto para ser um hotel de luxo, o Garcez também abrigou salas comerciais nos primeiros anos. Na década de 1930 cedeu espaço para o Consulado da Alemanha, sede provisória do Cassino Estância das Mercês, Palácio das Diversões Skating Golf Girsl os bailes do Bloco Please e sede da Federação Paranaense de Futebol. Durante as décadas seguintes, as funções se alteraram, abrigando associações, repartições públicas, escolas, cinema, loja de departamentos e shopping. Atualmente, a multifuncionalidade é composta pelo Centro Universitário Internacional Uninter. 


Como características da modernidade que se manifestam no Edifício Garcez, destacam-se então, a multifuncionalidade, a verticalização e a construção. Os materiais utilizados e o sistema construtivo merecem destaque pelos desafios tecnológicos. Até então, os materiais das construções consistiam tijolo com vigas em metal ou madeira e a obra do Garcez foi a primeira construção em concreto armado do Paraná. 


Esse sistema estrutural permitiu a viabilidade espacial de aumentar os vãos, como por exemplo o pátio interno, onde hoje estão localizadas as escadas rolantes. O conceito do pátio consistia em favorecer a circulação de ar e a integração visual entre os andares. Cabe destacar ainda que a obra partiu de uma fundação construída com troncos de eucaliptos embebidos em óleo cru. 


Evidenciam-se alguns elementos arquitetônicos originais que estão preservados, como os guarda corpos, esquadrias e vitrais geométricos, compondo o edifício na sua linguagem eclética, com um misto entre Art Deco e inserção de elementos paranistas, marcando a verticalização e valorizando a esquina.  


O movimento Art Déco é uma arte de vanguarda para a época, popular nos Estados Unidos e Europa nas décadas de 1920 e 1930,  tem as principais características que consistem na simetria, geometria, aerodinamismo e simplicidade na forma, em oposição aos estilos tradicionais imbuídos com intensa ornamentação, as quais podem ser observadas no Edifício Garcez. Há formas fragmentadas nas fachadas, criando linhas verticais angulares e apontadas para cima, sendo coroadas com uma série de etapas que eventualmente chegam a um ponto. 

Edifício Moreira Garcez. Giselle Luzia Dziura 

Internamente, há o uso de cores vivas e contrastantes, principalmente nos vitrais e revestimentos de pisos. As janelas possuem elementos decorativos e geométricos com uma série de inserções de vidro opaco.

Edifício Moreira Garcez. Giselle Luzia Dziura 

Externamente ao edifício, as extremidades são compostas com ornamentos com estruturas semelhantes a torres que faz com que um edifício quadrado simples, pareça ser mais oponente.  


Como inserção de elementos paranistas, destaca-se a geometria de pinhões estilizados presentes na fachada e em detalhes internos nas esquadrias. No movimento paranista há no pinheiro e pinhão como derivado, o símbolo do Paraná, que tinha como ponto principal a criação de uma identidade provocando um sentimento de pertencimento na população. Observa-se entre ambos os movimentos – paranista e Art Déco, uma coerência conceitual com elementos da natureza, repercutindo assim no imaginário das pessoas. 


O Edifício Moreira Garcez esteve a frente do seu tempo e continua até hoje, cuja arquitetura expressa a riqueza da memória do passado e aponta para projetos do futuro, por meio dos espaços educacionais. A multifuncionalidade do edifício promove diversidade de atividades e pessoas, possibilitando a convivência de partes distintas da cidade, envolvendo  as várias funções urbanas, como estudar, trabalhar, comprar e conviver é a base da VITALIDADE URBANA. 


E Curitiba continua progredindo, há 330 anos!  


*Giselle Luzia Dziura é Arquiteta e Urbanista (PUCPR/Erasmus École Paris La Seine), Doutora em Arquitetura e Urbanismo (FAU USP), Coordenadora de Cursos Pós-Graduação (UNINTER). Diretora de Engenharia e Projetos FUNDEPAR, órgão do Governo do Paraná no desenvolvimento de escolas estaduais. 

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