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Lula chama guerra em Gaza de genocídio e critica "hipocrisia"

 Presidente voltou a abordar tema após fala sobre Holocausto


Cerimônia de Lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos
Fotos Ricardo Stuckert/PR © Foto Ricardo Stuckert

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Agência Brasil 🇧🇷 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar publicamente sobre a guerra de Israel na Faixa de Gaza, dias após a repercussão de uma entrevista em que ele comparou as ações militares israelenses no território palestino ao Holocausto contra judeus da 2ª Guerra Mundial. Ao discursar no lançamento do programa Petrobras Cultural, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (23), o presidente classificou o conflito militar como genocídio e responsabilizou o governo de Israel pela matança que já vitimou cerca de 30 mil civis, principalmente mulheres e crianças palestinas. 


"Quero dizer para vocês, agora, eu não troco a minha dignidade pela falsidade. Quero dizer a vocês que sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado Palestino, viver em harmonia com o Estado de Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças", afirmou o presidente. 


"Não tentem interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia, leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. São milhares de crianças mortas e desaparecidas. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio", prosseguiu Lula, fazendo referência à declaração concedida no último domingo (18), em Adis Abeba, na Etiópia, quando comparou a ação de Israel em Gaza ao que Adolf Hitler tinha promovido contra os judeus na 2ª Guerra Mundial.


Na ocasião, o comentário fez o governo de Israel declarar Lula persona non grata no país. Em resposta, o governo brasileiro convocou de volta ao país o embaixador em Tel Aviv “para consultas”. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou o chanceler do governo israelense, Israel Katz, por declarações dadas nos últimos dias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Hipocrisia

O presidente ainda afirmou que o governo brasileiro trabalha para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclua representações permanentes de países da América Latina, da África, da Índia e outras nações. Ele ainda criticou os vetos do governo dos Estados Unidos às resoluções da ONU para um cessar-fogo em Gaza e, sem citar nomes, chamou de "hipócrita" a classe política pela inação diante dos conflitos em curso.  


"Somente quando a gente tiver um conselho [de segurança] da ONU democrático, com mais representação política, e somente quando a classe política deixar de ser hipócrita, somente quando ela encarar as verdades. Não é possível que as pessoas não compreendam o que está acontecendo em Gaza. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade com milhões de crianças que vão dormir todo santo dia com fome, porque não têm um copo de leite, apesar do mundo produzir alimento em excesso", afirmou.


O presidente apelou por mais política para a solução de guerras. "É importante que as pessoas saibam enquanto é tempo de saber. Nós precisamos ter consciência que o que existe no mundo hoje é muita hipocrisia e pouca política. A gente não pode aceitar guerra na Ucrânia, como não pode aceitar a guerra em Gaza, como não pode aceitar nenhuma guerra", concluiu.

 

 

Brasil critica autoridades de Israel por apoiarem emigração em Gaza

Para o Itamaraty, essa posição prejudica possibilidade de paz




  • A group of Palestinian civilians walks while evacuating from the north of the Gaza Strip towards south, amid the ongoing conflict between Israel and Palestinian Islamist group Hamas, in the central Gaza Strip November 7, 2023. REUTERS/Ahmed Zakot TPX IMAGES OF THE DAY© REUTERS/Ahmed Zakot
Agência Brasil 🇧🇷 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota na noite dessa sexta-feira (5) em que critica as recentes declarações de autoridades de Israel defendendo a emigração dos palestinos da Faixa de Gaza. O Itamaraty considerou que essa posição viola o direito internacional e prejudica a possibilidade de paz. Isso porque dois ministros de Israel defenderam, nos últimos dias, o deslocamento da população de Gaza para outros países.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, de recentes declarações de autoridades do governo de Israel que desejam promover a emigração da população palestina da Faixa de Gaza para outros países, assim como o restabelecimento de assentamentos israelenses naquele território”, informou o Itamaraty.

Ainda segundo o governo brasileiro, “ao proporem medidas que constituem violações do Direito Internacional, declarações dessa gravidade aprofundam tensões e prejudicam as perspectivas de alcançar a paz na região”. O direito internacional proíbe o deslocamento forçado de populações e a aquisição de territórios por meio da guerra.

No dia 31 de dezembro, em entrevista a uma rádio de Israel, o ministro das Finanças do país, Bezalel Smotrich, defendeu a emigração dos palestinos de Gaza. Segundo ele, “se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões de árabes, toda a discussão no dia seguinte será totalmente diferente”.

O ministro israelense completou que, somente assim, Israel poderia “fazer o deserto florescer, isso não acontece às custas de ninguém”, segundo noticiou a agência Reuters. Essa mesma posição foi defendida pelo ministro da Segurança de Israel, Itamar Bem-Gvir.

Além do Brasil, a União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) criticaram as declarações do ministro israelense. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala seria “inflamatória e irresponsável”.

“Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestiniana e continuará a ser terra palestiniana, com o Hamas já não a controlar o seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel”, afirma o governo dos EUA.

De acordo com o Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha), continuam os pesados bombardeios em Gaza, tanto no sul, quanto no norte e no centro do enclave palestino. Estima-se que 1,9 milhão de pessoas, ou seja, 85% da população de Gaza, tenham abandonado suas casas devido à guerra.

Além disso, mais de 1,1 milhão de crianças palestinas correm o risco de morrer por doenças evitáveis e falta de água e alimentos em Gaza, segundo denunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nessa sexta-feira (5).

Desde o dia 7 de outubro, quando começaram as atuais hostilidades no Oriente Médio, 22,6 mil palestinos foram assassinados, sendo 70% de mulheres e crianças. Outros 57,9 mil palestinos estão feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Do lado israelense, morreram 1,2 mil pessoas no ataque do Hamas do dia 7 de outubro. Outros 173 soldados de Israel teriam morrido nos conflitos contra o Hamas em Gaza, além de 1.020 soldados feridos, segundo o Exército israelense.

Dias de desespero em Gaza


Relatos de momentos tensos, sem combustível, água, eletricidade ou abrigo seguro



As redes de telefone e internet foram restabelecidas este domingo na Faixa de Gaza. O apagão nas comunicações coincidiu com início da ofensiva terrestre israelita, na sexta-feira. No primeiro contacto em dois dias, os membros das organizações internacionais no terreno relatam "noites extremamente tensas, com muitos ataques aéreos - sem combustível, água, eletricidade ou abrigo seguro".


A missão das Nações Unidas alerta que a ajuda humanitária que entra na Faixa de Gaza a partir do Egipto é escassa e inconsistente. As provisões estão praticamente a esgotar-se e a maior parte dos palestinianos não têm acesso aos bens de primeira necessidade.


Este sábado, várias pessoas invadiram os centros de abastecimento alimentar da ONU. A agência sublinha que este é "um sinal preocupante de que a ordem civil está a começar a quebrar".


O Comissário Europeu para a Gestão de Crises, responsável pela Proteção Civil Europeia e pela Ajuda Humanitária, lembra que "as pessoas em Gaza dependem da ajuda humanitária para sobreviver a cada dia" e que o desespero em que vivem "ultrapassa as palavras".


Pede-se, de novo, "um acesso humanitário seguro e sem entraves" ao território palestiniano.


O Hospital Al-Quds, na Cidade de Gaza, dá neste momento abrigo a 12 mil pessoas. A Cruz Vermelha palestiniana confirma ter recebido duas chamadas das autoridades israelitas na manhã de domingo, exigindo a evacuação do edíficio.


A organização diz que a tarefa é impossível porque não há forma nem lugar para transferir os feridos em segurança.


Israel anunciou entretanto que duas condutas de abastecimento de água foram reabertas, mas não há confirmação independente da informação.


O Hamas diz que os ataques em Gaza já fizeram mais de 8 mil mortos desde 7 de outubro.


O Procurador-Geral do Tribunal Penal Internacional, Karim Khan, terá visitado o ponto de passagem de Rafah, entre o Egipto e Gaza, este domingo. Informação avançada por um alto funcionário egípcio, citado pela Associated Press. O gabinete de Khan abriu uma investigação sobre possíveis crimes de guerra cometidos em Gaza.


  • De  Euronews com Agências
  • Publicado a 29/10/2023 - 19:02

Gaza: Médicos Sem Fronteiras envia 26 toneladas de suprimentos médicos para o Egito

Carga é suficiente para a realização de 800 intervenções cirúrgicas em Gaza


Imagem  Divulgação 

Neste domingo (29/10), Médicos Sem Fronteiras (MSF) enviou 26 toneladas de suprimentos médicos em um avião da Organização Mundial de Saúde (OMS) para o Egito, sob a coordenação do Crescente Vermelho Egípcio, para apoiar a resposta médica de emergência em Gaza. Os suprimentos podem cobrir as necessidades de 800 intervenções cirúrgicas e são destinados a instalações de saúde em Gaza, em colaboração com as autoridades médicas locais, já que MSF tem parcerias de longa data com vários hospitais na Faixa de Gaza.


Precisamos que esta entrega aconteça o mais rápido possível, uma vez que as instalações de saúde em Gaza estão sobrecarregadas de pacientes e com muito pouco fornecimento de suprimentos médicos, após mais de três semanas de cerco total pelas forças israelenses. Reiteramos o nosso apelo a um cessar-fogo urgente em Gaza para evitar mais mortes e permitir a entrega da ajuda humanitária desesperadamente necessária.

Entenda o que são considerados crimes de guerra

Observadores da ONU apontam atrocidades cometidas pelo Hamas e Israel


@Reuters 


Por Da Agência Brasil 

Na avaliação de observadores independentes das Nações Unidas, o governo de Israel e o comando do Hamas estão cometendo crimes de guerra. Em relatório de avaliação, os observadores condenaram os atentados cometidos pelo Hamas em território israelense e o ataques de Israel que atingiram palestinos em Gaza.


O direito internacional humanitário regula as relações entre organizações e Estados e estabelece regras para limitar a legalidade de guerras, como restrição para uso de armamento químico. 


A normas só autorizam o conflito armado no caso de autodefesa contra ataques armados ou mediante autorização do Conselho de Segurança da ONU. As regras básicas do direito internacional também estabelecem que as partes envolvidas devem distinguir entre civis e combatentes inimigos.


O estatuto do Tribunal Internacional de Haia e as convenções de Genebra definiram os crimes de guerra e as condições julgamento. Entre os crimes de guerra estão ataques à população civil, uso de armas ou métodos de guerra proibidos, homicídio, tortura, uso indevido de uniformes de entidades humanitárias, entre outros.


Em caso de descumprimento, os acusados devem ser processados e julgados pelo Tribunal Internacional.


Violações


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as regras de direito humanitário internacional e os direitos humanos devem ser respeitados e cumpridos durante a guerra entre Israel e o Hamas.


De acordo com informações divulgadas por agências internacionais, o número de mortes após uma semana de guerra chegou a 4 mil, entre israelenses e palestinos. Segundo a ONU, cerca de 1 milhão de moradores da Faixa da Gaza estão fora de suas casas, sem acesso a comida, água, luz, medicamentos e atendimento médico.


A declaração de Guterres foi dada ontem (13) antes da reunião na qual o Conselho de Segurança da ONU não chegou a acordo sobre o texto final sobre a guerra.


Segundo o secretário-geral, os civis envolvidos no conflito devem ser protegidos e não podem ser usados como escudos. Para ele, “até mesmo guerras têm regras".


No mesmo sentido, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu que os civis em Gaza devem ter acesso à ajuda humanitária. A entidade trabalha para enviar alimentos, água e medicamentos, mas a fronteira com o Egito continua fechada e não foram criados corredores humanitários. 


"Médicos Sem Fronteiras (MSF) está horrorizada com o brutal assassinato em massa de civis perpetrado pelo Hamas e com os intensos ataques a Gaza que estão sendo realizados por Israel. MSF pede a interrupção imediata do derramamento de sangue, o estabelecimento de espaços e passagens seguros para as pessoas chegarem a eles com urgência", afirmou a entidade.


O diretor da Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, defendeu a proteção dos civis e a autorização para entrada de ajuda humanitária.


"Com a falta de eletricidade em Gaza, falta luz nos hospitais, o que coloca em perigo recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que precisam de oxigenação. A hemodiálise deixa de funcionar e não é possível tirar raios X. Sem eletricidade, os hospitais correm perigo de se transformar em necrotérios", alertou o diretor.


* Com informações da Reuters e Lusa.

Israel orienta população a se abrigar após entrada de aviões libaneses


Ao todo, 2.300 pessoas morreram e há dois brasileiros estão entre as vítimas


Foto: Reprodução: Flipar. O ataque do Hamas a Israel pegou especialistas de surpresa

Por: Lara Tôrres |ig | Último Segundo  

Militares israelenses disseram que “aeronaves hostis” vindas do Líbano entraram no país, acionando sirenes em toda a região norte do país enquanto pediam para a população se abrigar. 


Os militares não especificaram qual tipo de aeronave conseguiu penetrar o espaço aéreo de Israel, mas já é sabido que o Hezbollah, apoiado pelo Irã, no Líbano, e os palestinos possuem drones e planadores.


Nesta quarta-feira (11), o Qassam, grupo armado ligado ao Hamas, afirmou ter bombardeado a região de Haifa, uma das maiores ao norte de Israel. Além disso, houve bombardeio no sul do Líbano.

Diante do ocorrido, o secretário-geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, declarou grande preocupação com os relatos de ataques recentes que envolveram o Líbano e o Hezbollah no confronto.


“Apelo a todos os partidos, e àqueles que têm influência sobre esses partidos, para evitarem qualquer nova escalada e repercussões”, disse ele aos jornalistas.


Já o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, disse que Israel tem o direito de se defender contra ataques, mas que espera por respostas para que a tensão e violência não levem a uma escalada da guerra, evitando mais mortes de pessoas inocentes.


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