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As notícias do dia | 30 agosto 2024 - Noite

 As notícias do dia | 30 agosto 2024 - Noite

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 Euronews em Português

Zelenskyy apresentará em setembro “plano de vitória” da Ucrânia aos Estados Unidos

O presidente ucraniano afirmou que a contraofensiva militar na região de Kursk, onde existe uma central nuclear, faz parte do plano de vitória da Ucrânia.


Direitos de autor
De Oliveira Guedes, Christina Maria/

Volodymyr Zelenskyy anunciou que a Ucrânia vai apresentar o seu “plano de vitória” aos Estados Unidos em setembro. Pretende partilhá-lo com Kamala Harris e Donald Trump, afirmando que o seu êxito depende do apoio de ambos. 


O líder ucraniano desenhou um plano de vitória em quatro fases: “Uma das áreas onde parte do trabalho foi feito é a região de Kursk. A segunda é o lugar estratégico da Ucrânia na infraestrutura de segurança mundial. A terceira passa por medidas para forçar a Rússia a pôr termo à guerra através de meios diplomáticos. A quarta será a nível económico - não vou falar sobre isso”, afirmou. 


Zelenskyy sublinhou ainda a importância da região de Kursk no plano de vitória, referindo que a incursão surpresa iniciada a 6 de agosto levou à retirada de tropas russas do leste da Ucrânia. 


A Rússia tem manifestado o seu interesse na ocupação total do Donbass ucraniano. Zelenskyy afirma que a incursão de Kursk ajudou a evitar a potencial ocupação das regiões de Kharkiv, Sumy e Chernihiv. 


Risco de incidente nuclear na central russa de Kursk

A incursão da Ucrânia na região russa de Kursk, que faz parte do plano de vitória de Kiev, tornou-se um motivo de preocupação para a agência de controlo nuclear da ONU.  


O diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atómica, Rafael Grossi, partilhou os seus receios sobre os riscos para a central nuclear na cidade de Kurchatov, depois de visitar as instalações na terça-feira. 


Numa reunião com os responsáveis da central nuclear, o chefe da agência das Nações Unidas para o controlo nuclear disse que o seu objetivo era “determinar um caminho a seguir” e “maximizar a cooperação necessária” para “preservar e prevenir qualquer acidente ou qualquer violação dos pilares de segurança e proteção estabelecidos pela AIEA”. 


Grossi sublinhou as potenciais ameaças que os drones podem representar para a central, observando que os recentes desenvolvimentos perto das instalações, decorrentes da incursão da Ucrânia na Rússia, aumentaram essas preocupações. 


“O núcleo do reator que contém material nuclear está protegido apenas por um telhado normal. Isto torna-o extremamente exposto e frágil, por exemplo, ao impacto da artilharia, de um drone ou de um míssil”, afirmou.  


 “Esta guerra não é da responsabilidade da AIEA, o que é da responsabilidade da AIEA [...] é garantir que não ocorre nenhum acidente nuclear”, acrescentou ainda.


 Grossi deslocar-se-á a Kiev na próxima semana para se encontrar com o presidente Volodymyr Zelenskyy. 

Assim é a vida dos russos detidos pelas forças ucranianas


Dezenas de russos terão sido capturados pelas forças ucranianas durante a incursão do país em Kursk. As forças da Ucrânia revelaram o interior de um dos centros de dentenção no país.


 De  Euronews com AP

Publicado a 18/08/2024 - 20:05 GMT+2•Últimas notícias 20:08


Trata-se de um raro olhar sobre o que se passa no interior de um centro de detenção ucraniano. A localização exata permanece secreta por razões de segurança mas algures em território ucraniano, vários prisioneiros russos conhecem a sua nova realidade.


Este local alberga dezenas de prisioneiros de guerra. Um número que aumentou substancialmente desde o início da incursão ucraniana em Kurks.


“Mais de 300 prisioneiros de guerra passaram pela nossa instituição desde 7 de agosto de 2024" explica Vadym, diretor-adjunto do departamento educativo do centro de detenção. Um facto surpreendente é que 80% destes prisioneiros são recrutas, o que esclarece a composição das forças russas envolvidas no conflito.


As cenas observadas mostram estes homens a caminhar pelos corredores com as mãos atrás das costas, guiados por guardas - imagens que evocam a dura realidade da sua situação de prisioneiros em território inimigo.


As forças ucranianas forneceram alguns detalhes sobre as condições e vida destes reclusos. Numa espécie de cozinha é possível ver uma taça com uma sopa rala com alguns legumes, nomeadamente repolho e cenoura - faz parte da alimentação básica recebida.


Além da alimentação, são fornecidas aos prisioneiros condições para dormirem, tal como roupa e outros bens de primeira necessidade.


"Todos os prisioneiros de guerra recebem um local para dormir, colchão, roupa de cama, almofada, cobertor, artigos de primeira necessidade, tais como: colher, prato, copo, pasta e escova de dentes, detergente em pó, sabão. Também lhes fornecemos roupa", explica Vadym, dando conta de outras necessidades, também elas satisfeitas pelos serviços do centro penitenciário. "Todos os prisioneiros de guerra podem passear durante o dia, pelo menos durante uma hora. Uma vez por semana, há sauna", explica.


Para além da alimentação, foi dada atenção às necessidades intelectuais dos prisioneiros. Têm acesso a livros, incluindo obras do famoso escritor russo Mikhail Bulgakov. Este pormenor sugere uma tentativa de manter alguma normalidade e estímulo mental no meio destas circunstâncias, no mínimo, diferentes.


Mais de 150 russos capturados por dia

Desde o início da incursão ucraniana, centenas de russos terão sido capturadas pelas forças da Ucrânia, segundo as informações fornecidas pelo país.


Segundo explicou Oleksii Drozdenko, responsável pela administração militar da região ucraniana de Sumy, ao jornal The Guardian, houve dias em que mais de 150 russos foram capturados.


“Por vezes há mais de 100 ou 150 prisioneiros de guerra num dia”, explicou Drozdenko, sublinhando que a maioria dos militares russos que os ucranianos têm encontrado na fronteira são jovens recrutas que “não querem lutar” contra os ucranianos.


Apesar das informações fornecidas, persiste a incerteza quanto ao número exato de soldados russos capturados pelas tropas ucranianas durante o ataque a Kursk.

Papa, Angelus: "basta, irmãos e irmãs, não sufoquem a palavra do Deus da Paz”

Novo apelo do Papa Francisco pelo diálogo no Oriente Médio: "ataques direcionados e assassinatos nunca serão uma solução".



Oriente Médio  (ANSA)

Silvonei José – Vatican News

O Papa Francisco pediu diálogo para que o conflito no Oriente Médio não se alastre e disse que "ataques direcionados e assassinatos nunca serão uma solução", em mais um apelo durante a oração do Angelus na Praça São Pedro neste domingo.

"Acompanho com preocupação o que está ocorrendo no Oriente Médio e espero que o conflito, já terrivelmente violento e sangrento, não se espalhe ainda mais", disse Francisco.

“Rezo por todas as vítimas, especialmente as crianças inocentes, e expresso minha solidariedade à comunidade drusa na Terra Santa e às populações da Palestina, de Israel e do Líbano. Não nos esqueçamos de Myanmar”.

O Santo Padre pediu coragem para "retomar o diálogo para que haja um cessar-fogo imediato em Gaza e em todas as frentes, para que os reféns sejam libertados e a ajuda humanitária seja levada às populações".

Ele afirmou que "ataques, inclusive ataques direcionados, e assassinatos nunca podem ser uma solução e não ajudam a trilhar o caminho da justiça e da paz e geram mais ódio e vingança".

"Basta, irmãos e irmãs! Basta! Não sufoquem a palavra do Deus da Paz, mas deixem que ela seja o futuro da Terra Santa, do Oriente Médio e do mundo inteiro. A guerra é sempre uma derrota", clamou Francisco.

Teerã prometeu retaliação contra Israel depois que o país supostamente matou o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, e o chefe militar do grupo libanês Hezbullah, Fuad Shukr, em Beirute, com uma diferença de oito horas entre eles nesta semana.

126 milhões de euros em apoio militar para a Ucrânia ainda este ano, promete Portugal

Presidente ucraniano teve encontro com Montenegro em São Bento e Marcelo Rebelo de Sousa em Belém. Ajuda portuguesa inclui treino de pilotos para uso de F-16. Portugal apoia adesão da Ucrânia à UE e à NATO. Zelenskyy agradece apoio, considerando Portugal um "sincero amigo e parceiro" da Ucrânia.


A ajuda militar fornecida por Portugal à Ucrânia será de 126 milhões de euros em 2024, anunciou esta terça-feira o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, num encontro com o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy no palácio de São Bento em Lisboa.


O avião que transportou Zelenskyy de Bruxelas para Lisboa aterrou em Figo Maduro ao início da tarde. O chefe de Estado ucraniano foi recebido por Marcelo Rebelo de Sousa, Luís Montenegro e várias altas entidades políticas e militares.


"Quando a Rússia lançou a sua brutal invasão, muitos pensaram que a Ucrânia não iria sobreviver mais do que algumas semanas como Estado livre e soberano. A sua presença aqui, as demonstrações de coragem e resistência que o povo ucraniano tem demonstrado ao longo dos anos, são uma clara demonstração da vontade férrea em preservar a liberdade, soberania e a integridade do seu território”, disse Montenegro, já em São Bento.


Portugal e Ucrânia assinaram um acordo bilateral de cooperação e segurança com um horizonte de dez anos. Além do apoio de 126 milhões de euros em 2024, Lisboa fornecerá a Kiev caças F-16, assegurando a manutenção e o treino dos pilotos para o uso das aeronaves.


Apesar de o acordo não ser vinculativo em termos jurídicos, Montenegro garantiu um “compromisso a 100%” quer por parte de Portugal, quer da Ucrânia. 


O chefe do governo português salientou que a diplomacia portuguesa apoia “as aspirações da Ucrânia" na adesão à União Europeia e à NATO, mencionando os “níveis de integração absolutamente fantásticos" da comunidade ucraniana em Portugal, a segunda mais numerosa, só atrás da brasileira.


Zelenskyy vê em Portugal "sincero amigo e parceiro"

Volodymyr Zelenskyy agradeceu o apoio anunciado por Portugal, que considera um "sincero amigo e parceiro" da Ucrânia.

O presidente ucraniano realçou que o acordo de segurança com Portugal é a prova de que a ajuda dos aliados de Kiev vai para além das palavras.

"Todos os acordos sobre segurança mostram que a solidariedade dos nossos aliados não são palavras, são ajudas concretas”, disse Zelenskyy.

“É muito importante que as narrativas russas não sejam adoptadas e por isso não nos podemos cansar da guerra.", acrescentou.

Zelenskyy lembrou ainda a comunidade ucraniana que vive em território nacional.

“Está muito bem integrada”, sublinhou o chefe de Estado ucraniano.


Encontro em Belém

Volodymyr Zelenskyy foi recebido com honras militares por Marcelo Rebelo de Sousa ao final da tarde desta terça-feira no Palácio de Belém, onde terá um jantar oficial, com a presença do primeiro-ministro, Luís Montenegro, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, e a vice-presidente da Assembleia da República Teresa Morais. No livro de honra do Palácio de Belém, Volodomyr Zelensky escreveu que é “uma grande honra e prazer visitar hoje Portugal"


Frisou que os ucranianos estão "muito agradecidos pela solidariedade de Portugal (...) em tempos de difíceis desafios provocados pela agressão armada da Rússia.”

"Juntos com os nossos amigos, como Portugal, a Ucrânia irá definitivamente ganhar e a paz justa e duradoura será restaurada na nossa casa europeia comum”.

“Desejo a Portugal e ao seu povo amigo paz e prosperidade. Glória à Ucrânia. Viva Portugal”, conclui o líder ucraniano.

Marcelo Rebelo de Sousa e Paulo Rangel vão representar Portugal na conferência da paz na Suíça, a 15 e 16 de junho.

Ataque direto do Irã a Israel muda conflito no Oriente Médio

Para pesquisadores, reações ao bombardeio evidenciam alianças


A police officer inspects the remains of a rocket booster that, according to Israeli authorities critically injured a 7-year-old girl, after Iran launched drones and missiles towards Israel, near Arad, Israel, April 14, 2024.
© REUTERS/Christophe van der Perre


Agência Brasil 🇧🇷 

O ataque do Irã a Israel representa uma mudança na situação do Oriente Médio e pode levar a uma escalada nos conflitos na região, de acordo com especialistas entrevistados pela Agência Brasil. O ataque evidenciou alianças e mostrou claramente um posicionamento iraniano.


“O que aconteceu ontem muda a situação do Oriente Médio”, diz o professor do Departamento de Sociologia e coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Michel Gherman. “Não é novo que Israel e Irã se ataquem mutuamente nos últimos 40 anos, mas eles fazem isso de maneira a usar intermediários. O que aconteceu ontem é que o Irã ataca diretamente Israel”, acrescenta.


Segundo Gherman, o ataque marca o posicionamento iraniano na região. “Um reposicionamento se colocando frente à frente com Israel, em algum sentido se preparando para uma guerra regional em algum momento”, diz.


“Então o que o Irã mostrou é que ele está no jogo, que ele está disposto a avançar algumas casas, mas em algum sentido ele apostou no ataque médio. Não foi um ataque pequeno, foi longe de ser pequeno, mas não foi um ataque no limite das possibilidades do Irã. O Irã poderia ter lançado 3,5 mil mísseis e lançou 350”, destaca Michel Gherman.


No início do mês, aviões de combate supostamente israelenses bombardearam a Embaixada do Irã na Síria. O ataque matou sete conselheiros militares iranianos e três comandantes seniores. Neste sábado (13), a ofensiva foi do Irã, que atacou o território israelense com mísseis e drones, que em grande parte foram interceptados pelas forças de defesa israelenses.


A professora do Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) Rashmi Singh diz que é importante contextualizar o ataque. “Precisamos lembrar que o Irã não está fazendo isso do nada, é uma retaliação do bombardeamento do consulado em Damasco, que foi uma coisa muito inaceitável em termos de normas internacionais. Ninguém pode tocar em consulados de outro país em um terceiro país. Então isso foi uma coisa bem errada do lado do Israel”, diz.


Rashmi Singh, que é codiretora da Rede de Pesquisa Colaborativa sobre Terrorismo, Radicalização e Crime Organizado e autora do livro Hamas e o Terrorismo Suicida, chama atenção ainda para uma falta de resposta do Conselho de Segurança das Nações Unidas em relação a esse ataque feito por Israel. “Então, isso já foi um problema em termos de a reposta do Ocidente, do Norte Global, que nós estamos vendo claramente, que não está tratando o conflito Oriente Médio de forma equilibrada, é totalmente em apoio do Israel, sem ver exatamente o que está acontecendo, e tentando pintar ou colocar qualquer país, especialmente o Irã, como se este fosse um ato irracional. Até agora o ato mais irracional nessa situação é de Israel. Então, nós precisamos colocar isso também no contexto”, enfatiza.


O pesquisador e professor do curso de relações internacionais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) Bruno Huberman acrescenta que o ataque do Irã respeitou as normas internacionais. “O Irã faz essa resposta previsível, essa informação já tinha sido vazada na sexta-feira, nos jornais, que isso poderia acontecer. No sábado, estava todo mundo esperando isso acontecer e, quando aconteceu, demorou horas para de fato acontecer o início do ataque e a realização dele. Então, teve toda uma preparação, que foi revelada. E esse ataque do Irã, ele respeita o direito internacional”, avalia.



Alianças em evidência

Para Gherman, o ataque evidenciou o apoio que Israel tem de outros países. “Os aliados foram aliados novos e velhos. Os novos, eu diria que tem o reposicionamento da Jordânia e da Arábia Saudita, e os velhos aliados que se colocaram ao lado de Israel foram Grã-Bretanha e Estados Unidos. Então, em algum sentido, o Irã produziu uma coalizão de apoio a Israel contra ele”, diz.


Apesar da aliança, Huberman ressalta que os Estados Unidos mostraram que não estão dispostos a uma ofensiva.


“Isso colocaria Israel sozinho nesse contra-ataque. Porque os Estados Unidos parecem dispostos a auxiliar na defesa israelense, mas não na ofensiva israelense. E esse ataque feito pelo Irã foi extremamente moderado”, destaca Bruno Huberman


O pesquisador enfatiza que não se conhece ao certo as capacidades bélicas iranianas. O conflito poderia levar ainda a um envolvimento da Rússia. “A gente não sabe das capacidades defensivas e ofensivas iranianas. E um movimento diretamente de Israel em território iraniano certamente levaria ao envolvimento russo nesse conflito.” A aliança entre Irã e Rússia vem da Guerra Civil de Síria, permanece e se torna uma aliança estratégica entre os dois atores, de acordo com o pesquisador. “Então, um escalonamento será certamente desastroso. E vai gerar diversas repercussões”, alerta.


O professor chama atenção ainda a outras possíveis repercussões para além dos conflitos externos. O apoio dado pela Jordânia a Israel pode gerar um descontentamento interno. “A Jordânia auxiliou Israel na defesa, o que vai contra completamente os interesses da sua população. Eu acredito que nos próximos dias, semanas, a gente vai ver revoltas populares bastante duras na Jordânia contra a manutenção do atual Reino Haxemita. A maior parte da população jordaniana é de descendência palestina, por exemplo. Então, essa aliança da Jordânia com Israel e com os Estados Unidos não é bem-vista pela população. Então, pode gerar diversos desdobramentos para além do confronto militar em si”.


De acordo com Gherman, a nova configuração pode gerar pressão para o fim do genocídio que Israel está promovendo em Gaza. “Essa guerra em Gaza tem que acabar, porque, enquanto ela não acaba, você tem a produção de mortes em Gaza, é uma situação de produção de instabilidade regional”, diz. “Eu acho que hoje, mostrando como o mundo está instável naquela região, é preciso que a haja um cessar-fogo imediato em Gaza para evitar um alastramento efetivo de uma guerra regional, que seria ruim para todo mundo, inclusive para Israel.”


A guerra teve início em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez um ataque surpresa a Israel, que deixou 1,4 mil mortos e capturou cerca de 200 reféns. Desde então, mais de 32 mil pessoas perderam a vida em toda a Faixa de Gaza e na Cisjordânia, incluindo 13 mil crianças, e mais de 74 mil ficaram feridos, de acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Cerca de 1,7 milhão, quase 80% da população da Faixa de Gaza, foram deslocadas. Dessas, 850 mil são crianças.


Na análise do pesquisador, embora o ataque iraniano não impacte diretamente em Gaza, os países que apoiaram Israel nesse contexto podem também pressionar o país para o fim desse massacre. “Eu vejo possibilidades concretas agora de avanço, de esforços para o final do que está acontecendo em Gaza. O que está acontecendo em Gaza tem que parar. Eu acho que é isso que os países envolvidos na defesa de Israel ontem, inclusive Jordânia e Arábia Saudita, de algum jeito, podem avançar numa pressão junto com Biden [presidente dos Estados Unidos, Joe Biden] para que Netanyahu [primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu] se retire definitivamente e Gaza deixe de ser um locus de instabilidade no Oriente Médio.”


Posicionamento brasileiro

Após o ataque iraniano, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou, no sábado (13) à noite, uma nota no qual o governo brasileiro manifesta "grave preocupação" com relatos de envio de drones e mísseis do Irã em direção a Israel. De acordo com a nota, a ação militar deixou em alerta países vizinhos e exige que a comunidade internacional mobilize esforços para evitar uma escalada no conflito.


Na avaliação da pesquisadora Rashmi Singh, a resposta do Brasil foi equilibrada.


“Eu acho que a posição do Brasil ficou bem clara. O Brasil está criando um espaço próprio dentro do sistema internacional onde ele está claramente se colocando em uma posição de moralidade em termos do que está acontecendo contra os palestinos, ao mesmo tempo ele está tentando colocar um pouco mais de responsabilidade em ações de Israel”, diz a pesquisadora. “Foi [uma nota] muito equilibrada, que nós podemos perceber que eles não condenaram o ataque, mas ficaram bem preocupados com o ataque em termos da escalada do conflito regionalmente.”


Já para Gherman, o posicionamento do Brasil deixou a desejar. “É uma nota que diz pouco e em um momento em que ela poderia dizer muito mais. Eu acho que o Brasil tem que se colocar publicamente como uma alternativa concreta para o avanço da paz e de acordos na região. Não está fazendo isso. Está resolvendo as questões, tentando manter alianças que já tinha constituído. Parece que é pouco perto do papel que o Brasil pode exercer”, avalia.


Lula chama guerra em Gaza de genocídio e critica "hipocrisia"

 Presidente voltou a abordar tema após fala sobre Holocausto


Cerimônia de Lançamento da Seleção Petrobras Cultural – Novos Eixos
Fotos Ricardo Stuckert/PR © Foto Ricardo Stuckert

@
Agência Brasil 🇧🇷 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a falar publicamente sobre a guerra de Israel na Faixa de Gaza, dias após a repercussão de uma entrevista em que ele comparou as ações militares israelenses no território palestino ao Holocausto contra judeus da 2ª Guerra Mundial. Ao discursar no lançamento do programa Petrobras Cultural, no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (23), o presidente classificou o conflito militar como genocídio e responsabilizou o governo de Israel pela matança que já vitimou cerca de 30 mil civis, principalmente mulheres e crianças palestinas. 


"Quero dizer para vocês, agora, eu não troco a minha dignidade pela falsidade. Quero dizer a vocês que sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano. Que possa, esse Estado Palestino, viver em harmonia com o Estado de Israel. E quero dizer mais: o que o governo de Israel está fazendo contra o povo palestino não é guerra, é genocídio, porque está matando mulheres e crianças", afirmou o presidente. 


"Não tentem interpretar a entrevista que eu dei na Etiópia, leia a entrevista ao invés de ficar me julgando pelo que disse o primeiro-ministro de Israel. São milhares de crianças mortas e desaparecidas. E não está morrendo soldado, estão morrendo mulheres e crianças dentro de hospital. Se isso não é genocídio, eu não sei o que é genocídio", prosseguiu Lula, fazendo referência à declaração concedida no último domingo (18), em Adis Abeba, na Etiópia, quando comparou a ação de Israel em Gaza ao que Adolf Hitler tinha promovido contra os judeus na 2ª Guerra Mundial.


Na ocasião, o comentário fez o governo de Israel declarar Lula persona non grata no país. Em resposta, o governo brasileiro convocou de volta ao país o embaixador em Tel Aviv “para consultas”. Além disso, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, criticou o chanceler do governo israelense, Israel Katz, por declarações dadas nos últimos dias sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.


Hipocrisia

O presidente ainda afirmou que o governo brasileiro trabalha para uma reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que inclua representações permanentes de países da América Latina, da África, da Índia e outras nações. Ele ainda criticou os vetos do governo dos Estados Unidos às resoluções da ONU para um cessar-fogo em Gaza e, sem citar nomes, chamou de "hipócrita" a classe política pela inação diante dos conflitos em curso.  


"Somente quando a gente tiver um conselho [de segurança] da ONU democrático, com mais representação política, e somente quando a classe política deixar de ser hipócrita, somente quando ela encarar as verdades. Não é possível que as pessoas não compreendam o que está acontecendo em Gaza. Não é possível que as pessoas não tenham sensibilidade com milhões de crianças que vão dormir todo santo dia com fome, porque não têm um copo de leite, apesar do mundo produzir alimento em excesso", afirmou.


O presidente apelou por mais política para a solução de guerras. "É importante que as pessoas saibam enquanto é tempo de saber. Nós precisamos ter consciência que o que existe no mundo hoje é muita hipocrisia e pouca política. A gente não pode aceitar guerra na Ucrânia, como não pode aceitar a guerra em Gaza, como não pode aceitar nenhuma guerra", concluiu.

 

 

Brasil critica autoridades de Israel por apoiarem emigração em Gaza

Para o Itamaraty, essa posição prejudica possibilidade de paz




  • A group of Palestinian civilians walks while evacuating from the north of the Gaza Strip towards south, amid the ongoing conflict between Israel and Palestinian Islamist group Hamas, in the central Gaza Strip November 7, 2023. REUTERS/Ahmed Zakot TPX IMAGES OF THE DAY© REUTERS/Ahmed Zakot
Agência Brasil 🇧🇷 

O Ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu uma nota na noite dessa sexta-feira (5) em que critica as recentes declarações de autoridades de Israel defendendo a emigração dos palestinos da Faixa de Gaza. O Itamaraty considerou que essa posição viola o direito internacional e prejudica a possibilidade de paz. Isso porque dois ministros de Israel defenderam, nos últimos dias, o deslocamento da população de Gaza para outros países.

“O governo brasileiro tomou conhecimento, com preocupação, de recentes declarações de autoridades do governo de Israel que desejam promover a emigração da população palestina da Faixa de Gaza para outros países, assim como o restabelecimento de assentamentos israelenses naquele território”, informou o Itamaraty.

Ainda segundo o governo brasileiro, “ao proporem medidas que constituem violações do Direito Internacional, declarações dessa gravidade aprofundam tensões e prejudicam as perspectivas de alcançar a paz na região”. O direito internacional proíbe o deslocamento forçado de populações e a aquisição de territórios por meio da guerra.

No dia 31 de dezembro, em entrevista a uma rádio de Israel, o ministro das Finanças do país, Bezalel Smotrich, defendeu a emigração dos palestinos de Gaza. Segundo ele, “se houver 100 mil ou 200 mil árabes em Gaza e não 2 milhões de árabes, toda a discussão no dia seguinte será totalmente diferente”.

O ministro israelense completou que, somente assim, Israel poderia “fazer o deserto florescer, isso não acontece às custas de ninguém”, segundo noticiou a agência Reuters. Essa mesma posição foi defendida pelo ministro da Segurança de Israel, Itamar Bem-Gvir.

Além do Brasil, a União Europeia, países árabes, a Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos (EUA) criticaram as declarações do ministro israelense. Segundo o Departamento de Estado norte-americano, a fala seria “inflamatória e irresponsável”.

“Temos sido claros, consistentes e inequívocos ao afirmar que Gaza é terra palestiniana e continuará a ser terra palestiniana, com o Hamas já não a controlar o seu futuro e sem grupos terroristas capazes de ameaçar Israel”, afirma o governo dos EUA.

De acordo com o Escritório de Direitos Humanos da ONU (Ocha), continuam os pesados bombardeios em Gaza, tanto no sul, quanto no norte e no centro do enclave palestino. Estima-se que 1,9 milhão de pessoas, ou seja, 85% da população de Gaza, tenham abandonado suas casas devido à guerra.

Além disso, mais de 1,1 milhão de crianças palestinas correm o risco de morrer por doenças evitáveis e falta de água e alimentos em Gaza, segundo denunciou o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), nessa sexta-feira (5).

Desde o dia 7 de outubro, quando começaram as atuais hostilidades no Oriente Médio, 22,6 mil palestinos foram assassinados, sendo 70% de mulheres e crianças. Outros 57,9 mil palestinos estão feridos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Do lado israelense, morreram 1,2 mil pessoas no ataque do Hamas do dia 7 de outubro. Outros 173 soldados de Israel teriam morrido nos conflitos contra o Hamas em Gaza, além de 1.020 soldados feridos, segundo o Exército israelense.

Entenda o que são considerados crimes de guerra

Observadores da ONU apontam atrocidades cometidas pelo Hamas e Israel


@Reuters 


Por Da Agência Brasil 

Na avaliação de observadores independentes das Nações Unidas, o governo de Israel e o comando do Hamas estão cometendo crimes de guerra. Em relatório de avaliação, os observadores condenaram os atentados cometidos pelo Hamas em território israelense e o ataques de Israel que atingiram palestinos em Gaza.


O direito internacional humanitário regula as relações entre organizações e Estados e estabelece regras para limitar a legalidade de guerras, como restrição para uso de armamento químico. 


A normas só autorizam o conflito armado no caso de autodefesa contra ataques armados ou mediante autorização do Conselho de Segurança da ONU. As regras básicas do direito internacional também estabelecem que as partes envolvidas devem distinguir entre civis e combatentes inimigos.


O estatuto do Tribunal Internacional de Haia e as convenções de Genebra definiram os crimes de guerra e as condições julgamento. Entre os crimes de guerra estão ataques à população civil, uso de armas ou métodos de guerra proibidos, homicídio, tortura, uso indevido de uniformes de entidades humanitárias, entre outros.


Em caso de descumprimento, os acusados devem ser processados e julgados pelo Tribunal Internacional.


Violações


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que as regras de direito humanitário internacional e os direitos humanos devem ser respeitados e cumpridos durante a guerra entre Israel e o Hamas.


De acordo com informações divulgadas por agências internacionais, o número de mortes após uma semana de guerra chegou a 4 mil, entre israelenses e palestinos. Segundo a ONU, cerca de 1 milhão de moradores da Faixa da Gaza estão fora de suas casas, sem acesso a comida, água, luz, medicamentos e atendimento médico.


A declaração de Guterres foi dada ontem (13) antes da reunião na qual o Conselho de Segurança da ONU não chegou a acordo sobre o texto final sobre a guerra.


Segundo o secretário-geral, os civis envolvidos no conflito devem ser protegidos e não podem ser usados como escudos. Para ele, “até mesmo guerras têm regras".


No mesmo sentido, a organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) defendeu que os civis em Gaza devem ter acesso à ajuda humanitária. A entidade trabalha para enviar alimentos, água e medicamentos, mas a fronteira com o Egito continua fechada e não foram criados corredores humanitários. 


"Médicos Sem Fronteiras (MSF) está horrorizada com o brutal assassinato em massa de civis perpetrado pelo Hamas e com os intensos ataques a Gaza que estão sendo realizados por Israel. MSF pede a interrupção imediata do derramamento de sangue, o estabelecimento de espaços e passagens seguros para as pessoas chegarem a eles com urgência", afirmou a entidade.


O diretor da Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), Fabrizio Carboni, defendeu a proteção dos civis e a autorização para entrada de ajuda humanitária.


"Com a falta de eletricidade em Gaza, falta luz nos hospitais, o que coloca em perigo recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos que precisam de oxigenação. A hemodiálise deixa de funcionar e não é possível tirar raios X. Sem eletricidade, os hospitais correm perigo de se transformar em necrotérios", alertou o diretor.


* Com informações da Reuters e Lusa.

Ucrânia: "Mil cartas pela paz" devem chegar ao Papa, ao Patriarca Kirill e ao cardeal Zuppi

Colegas e amigos se reúnem em memorial improvisado ao lado de um restaurante destruído pelas forças russas no centro de Kramatorsk, no fim de junho (AFP or licensors)


Ao todo, 190 turmas de quase todas as regiões da Itália participaram da iniciativa com 1528 cartas e 6 vídeos. Os mais significativos serão entregues ao cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, e todos os outros serão enviados ao Papa Francisco e ao Patriarca Kirill. O projeto foi idealizado pela Fidae, a federação das escolas católicas primárias e de ensino médio da Itália, com o patrocínio do Unesu, o Departamento Nacional de Escolas e Universidades da CEI. 

 Vatican News

Uma delegação da presidência nacional da Fidae, a federação das escolas católicas primárias e de ensino médio da Itália, juntamente com a direção do Unesu, o Departamento Nacional de Escolas e Universidades da Conferência Episcopal Italiana, e uma pequena representação de estudantes, entrega nesta quarta-feira (12) alguns trabalhos do projeto "Mil cartas pela paz" ao cardeal Matteo Maria Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana. A iniciativa foi idealizada um ano após o início da guerra na Ucrânia com o objetivo de ajudar a criar uma verdadeira cultura de paz que "deve se tornar uma competência", disse a presidente nacional da Fidae, Virginia Kaladich, "e não apenas um sentimento".
Mil cartas pela paz

Ao todo, 190 turmas de quase todas as regiões da Itália participaram do projeto ao enviar 1528 cartas e 6 vídeos. Há três meninos de Pescara que com simplicidade escrevem ao Papa Francisco se comprometendo a rezar pela paz "como o senhor e a construí-la em nossas vidas, dia após dia". Uma outra estudante que, em vez disso, escreve diretamente a Putin, pedindo-lhe que se coloque no lugar dos ucranianos: "imagine se o senhor perdesse esposa, filhos, pais, primos e netos, seria muito ruim para o senhor, não é? E se eu lhe dissesse que os ucranianos estão passando por isso?", concluindo com um apelo por um mundo de paz, onde se possa dormir tranquilamente "sem medo de bombardeios. Isso seria bom, não seria?". Um aluno do ensino médio escreve para um amigo imaginário, pedindo-lhe que pense na paz "em que podemos viver todos os dias, porque algumas tensões são criadas por nós mesmos, acreditando que o próximo nos odeia", concluindo com o desejo de encontrar a paz, a mesma paz que "poderá espalhar pelo mundo".

Alguns dos trabalhos mais significativos serão entregues, então, ao cardeal Matteo Zuppi, presidente da Conferência Episcopal Italiana, enquanto todos os outros serão enviados ao Papa Francisco e ao Patriarca Kirill, como um sinal concreto de paz que "deve ser construída desde os bancos escolares", conclui a presidente Virginia, "como uma semente que crescerá e dará frutos com o tempo".

Todas os trabalhos serão divulgados nos próximos dias em uma seção interna do site da federação das escolas católicas. O projeto "Mil cartas pela paz" foi idealizado pela Fidae com o patrocínio do Unesu.

Agência SIR

Moscou, padre Caruso: a visita do cardeal Zuppi foi um evento histórico

Padre Caruso: renovada esperança de que a guerra "não tenha a última palavra".



No dia seguinte à viagem de dois dias do enviado do Papa Francisco à Rússia, o capelão da comunidade católica italiana e missionário há 25 anos no país, expressa renovada esperança de que a guerra "não tenha a última palavra". Ele compartilha a experiência de ter concelebrado a liturgia solene na Catedral de Moscou com dom Zuppi, confirmando a necessidade de se concentrar na unidade entre as Igrejas, que é o fundamento da paz.



Antonella Palermo – Vatican News

Após a missão de dois dias em Moscou do cardeal Matteo Zuppi, enviado do Papa, a comunidade católica local se agarra ainda mais à esperança. O missionário italiano padre Giampiero Caruso, capelão da comunidade italiana em Moscou, onde vive há onze anos, depois de passar quatorze deles na Sibéria, fala de um "evento histórico".
A missão do enviado do Papa dará frutos inesperados


"Minha impressão pessoal é que este é definitivamente um evento histórico", comentou ao Vatican News. "O próprio fato da presença de Sua eminência Zuppi aqui em Moscou é, na minha opinião, um fato do qual somente no futuro seremos capazes de entender o alcance real. Há fatores políticos e históricos que devem ser considerados e julgados, certamente, mas não devemos nos esquecer de que há um fator que está além de tudo isso e que escapa a qualquer análise humana: a certeza de que é Cristo quem conduz a história. Portanto, tenho certeza de que ela dará frutos, imprevisíveis e imprevistos".




Missa com Zuppi: unidade entre as Igrejas, fundamento da paz
Padre Caruso participou, junto com os bispos da Conferência dos Bispos Católicos da Rússia e um grande grupo de sacerdotes, e na presença de embaixadores e representantes do Ministério das Relações Exteriores, da Santa Missa celebrada em 29 de junho na Catedral de Moscou. Uma liturgia solene e "imponente", conta ele, especificando que "não foi casual a coincidência com a solenidade dos Santos Pedro e Paulo". Recorda quanto "o coro estava maravilhoso", tanto que "o cardeal no final agradeceu, dizendo que não tinha nada a invejar ao coro da Capela Sistina". As palavras de sua homilia foram muito significativas para o contexto histórico em que estamos vivendo. Ele enfatizou a unidade como a base entre as Igrejas para que a paz possa acontecer".
"Vivemos com medo"


Que os cristãos estejam juntos por uma paz justa e estável na Ucrânia é precisamente o desejo que o Papa Francisco expressou novamente neste dia 30 de junho, quando recebeu a delegação ecumênica do Patriarcado de Constantinopla no Vaticano. Até que ponto a unidade cristã realmente afeta a resolução do conflito? "Acredito que ela afeta não apenas o conflito, mas o cumprimento da história tout court", aponta padre Giampiero, referindo-se ao clima de suspensão vivido pelos fiéis neste momento, após a tentativa de golpe no país. "Nós, da capelania italiana, estávamos em peregrinação em Vladimir naqueles dias (cerca de duzentos quilômetros a nordeste de Moscou, ndr), no sábado, quando aconteceu, e estávamos logicamente preocupados, tanto que decidimos retornar a Moscou prontamente porque as notícias não eram totalmente claras e para evitar não poder voltar", conta ele. Então vivemos com medo e temor".



Que cada crente se pergunte: o que posso fazer pela paz?


É necessária uma paz criativa, disse dom Paolo Pezzi, arcebispo de Moscou. Falar de paz criativa "significa que cada crente deve se perguntar em consciência o que pode fazer pessoalmente para que haja paz, mesmo que não viva em um contexto tão próximo ao nosso", explicou o padre italiano. Ele insiste nesse aspecto que realmente deve unir as intenções em diferentes latitudes. "Acredito que é responsabilidade de qualquer crente entender na vida cotidiana como se pode levar a paz de que o mundo inteiro precisa e alguns de maneira mais precisa."




A última palavra não é a guerra, mas a vitória de Cristo ressuscitado
Padre Caruso, com um tom amargo, diz que muitos italianos voltaram para casa ou que as empresas internacionais para as quais trabalham pediram que eles fossem para outros lugares. "Trabalho como professor de religião na escola Italo Calvino. Muitas famílias italianas foram embora e, como dizer, é uma característica da comunidade italiana em Moscou, essa reciclagem contínua, mas agora, neste último período, não há retorno. As pessoas estão indo... mas não há famílias chegando". E conclui sobre o movimento de esperança que deve continuar a animar os corações: "O que eu continuo dizendo às pessoas a quem sou confiado é que a esperança é a certeza de algo que já aconteceu. O Senhor da história é Cristo, como eu disse, o Cristo ressuscitado. E o fato de ele ter ressuscitado não significa simplesmente que ele voltou à vida, mas que ele realmente mudou o curso da história, e não devemos nos esquecer disso: mesmo que com dor essas coisas ainda aconteçam, elas não são a última palavra. A última palavra é certamente a vitória de Cristo, sua ressurreição".

Ofensiva russa na Ucrânia provoca a morte de pelo menos seis civis nas últimas 24 horas

Forças ucranianas destruíram um depósito de munições "muito significativo" na cidade portuária de Henichesk, atualmente ocupada pela Rússia, em Kherson.

 © EuroNews

Na Ucrânia, os ataques com mísseis e bombardeamentos russos mataram pelo menos seis pessoas nas últimas 24 horas.


A informação foi avançada pelas autoridades do país.


Em Kharkiv, no leste, quatro pessoas morreram quando um míssil antitanque russo atingiu um carro civil, disse o governador Oleh Synyehubov.




Em Kherson, a sul, duas pessoas morreram e outras 25 ficaram feridas na sequência dos bombardeamentos russos.


O governador da região diz que as forças russas atacaram bairros residenciais, um centro comercial e edifícios educativos.


Já as forças ucranianas destruíram um depósito de munições "muito significativo" na cidade portuária de Henichesk, atualmente ocupada pela Rússia, em Kherson.


Enquanto isso, o número de mortos no rescaldo da destruição da barragem de Kakhovka aumentou para 16 no território controlado pela Ucrânia. As autoridades russas disseram que 29 pessoas morreram nos territórios controlados por Moscovo.

Lula recebe chanceler russo e discute sobre proposta de paz na Ucrânia

Brasil quer reunir países dispostos a conversar sobre o fim da guerra

Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov. © Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

@Agência Brasil 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu nesta segunda-feira (17), no Palácio da Alvorada, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que cumpre agenda oficial em Brasília. O encontro foi reservado. Segundo o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, foi uma visita de cortesia. Após o encontro, Vieira falou a jornalistas na entrada da residência oficial e comentou sobre a disposição do governo brasileiro em ajudar a dialogar sobre o fim da guerra na Ucrânia.


"A conversa, tanto comigo como com o presidente, não entramos em questão de guerra. Entramos em questões de paz. O Brasil quer promover a paz, está pronto para arregimentar ou se unir a um grupo de países que estejam dispostos a conversar sobre a paz. Essa foi a conversa que nós tivemos", afirmou. O ministro evitou comentar críticas de países ocidentais, especialmente dos Estados Unidos, sobre a posição brasileira em relação ao conflito. "O Brasil e a Rússia completam, este ano, 195 anos de relação diplomática, com embaixadores residentes", destacou.


Mauro Vieira também relatou que Lula recebeu, das mãos de Lavrov, uma carta enviada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em que o convida para visitar a Rússia, em junho, para um fórum econômico em São Petesburgo. "O convite está sendo examinado", disse o chanceler.


Ainda este ano, os governos de Brasil e Rússia devem se reunir novamente por meio da comissão de alto nível dos dois países, que são presididas pelo vice-presidente brasileiro e o primeiro-ministro russo.


"Identificamos uma quantidade bem grande de interesses comuns, em ciência e tecnologia, cultural e pesquisa espacial", destacou Vieira.


Visita oficial

Mais cedo, no Palácio do Itamaraty, Lavrov agradeceu o empenho do Brasil para negociar o fim da guerra na Ucrânia e disse que o governo russo está interessado em solucionar o conflito o mais rapidamente possível. Lavrov fez a declaração após se reunir com o ministro das Relações Exteriores do Brasil.


Desde o início do governo, Lula tem defendido a criação de um grupo de países neutros para negociar uma saída pacífica entre Rússia e Ucrânia. A guerra já dura mais de um ano, desde que as forças russas invadiram o território ucraniano, em meio a conflitos regionais e à atuação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) em países próximos à fronteira com a Rússia.


“Reiterei nossa posição em favor de um cessar-fogo imediato, do respeito ao direito humanitário e de solução negociada com vistas a uma paz duradoura e que contemple as preocupações de ambos os lados”, disse o chanceler brasileiro em declaração à imprensa após o encontro.


Em viagem à China na semana passada, o presidente Lula disse que, com “boa vontade” mútua, seria possível convencer os presidentes russo, Vladimir Putin, e ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que a paz interessa a todo o planeta.


O presidente brasileiro pediu paciência para convencer os países que estão fornecendo armas à Ucrânia, dizendo que os Estados Unidos devem parar de “incentivar a guerra” e sugerindo que a União Europeia e os demais países comecem a falar em paz.


Sanções

O conflito tem impactado o comércio global, com as sanções impostas à Rússia pelos Estados Unidos, Japão e países europeus. Além disso, Rússia e Ucrânia são grandes produtores agrícolas, e a guerra está causando aumento nos preços dos alimentos em todo o mundo. A Europa também está sendo fortemente impactada pela falta do fornecimento de gás natural da Rússia.


Nesta segunda-feira, Mauro Vieira reiterou a posição brasileira contrária à aplicação de sanções unilaterais. “Tais medidas, além de não contarem com a aprovação do Conselho de Segurança das Nações Unidas, tem impacto negativo a todo o mundo, em especial aos países em desenvolvimento, muitos dos quais ainda não se recuperaram plenamente da pandemia”, disse.


Para o Brasil, a Rússia é o principal fornecedor de fertilizantes, insumo essencial para o agronegócio brasileiro. No ano passado, o presidente russo garantiu o fornecimento ininterrupto de fertilizantes para o país. Hoje, os chanceleres conversaram sobre medidas para garantir o fluxo desse insumo.


Brasil e Rússia também atingiram quase US$ 10 bilhões em comércio bilateral este ano. "Era o volume que tinha sido estabelecido como meta, há cerca de 12 anos, quando foi criada a comissão de alto nível [entre os dois países]", afirmou Mauro Vieira.



Chanceler russo Sergei Lavrov visita o Brasil; Ricardo Caldas comenta

Batalha pelo Donbass é "dolorosa e difícil", diz Volodymyr Zelensky enquanto Exército luta em Bakhmout


O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou neste domingo (5) que seu Exército está travando uma batalha "dolorosa e difícil" contra as forças russas na região do Donbass, no leste do país, onde está localizada Bakhmout, disputada pela Rússia há meses. A cidade ainda resiste, mas o cerco está apertando. A RFI conversou com civis em Chassiv Yar, um vilarejo cheio de artilharia ucraniana, a 15 quilômetros do front e que pode cair logo após Bakhmout.


Com informações do enviado especial em Tchassiv Yar, Vincent Souriau

Neste domingo, o presidente ucraniano saudou a bravura de seus homens. “Gostaria de prestar uma homenagem especial à bravura, força e resiliência dos soldados que lutam no Donbass", disse Zelensky em seu comunicado diário.


As tropas russas continuam tentando cercar a cidade simbólica de Bakhmout, o epicentro da guerra no leste da Ucrânia, informou o Exército ucraniano neste domingo, garantindo ter repelido novos ataques. No seu relatório diário, o Estado-Maior ucraniano afirma que "mais de 130 ataques inimigos" foram repelidos nas últimas 24 horas, em vários setores do front, como Kupyansk, Lyman, Bakhmout e Avdiïvka. "O inimigo continua suas tentativas de cercar a cidade de Bakhmout", diz o relato, sem maiores detalhes.


Enquanto isso em Chassiv Yar, não muito longe do front, Alina não quer nem pensar sobre a possível chegada dos russos em seu bairro. “Entre, entre!” convida ela, com um grande sorriso, fumando um cigarro na frente de sua mercearia, como se nada estivesse acontecendo. “Afinal, por que eu deveria me importar? Os soldados estão lá, por que eu não continuaria vivendo normalmente? Sim, sim, sou um pouco maluca”, admite. “Mas cada um ajuda como pode. Eu, me assusto com as armas, mas fico aqui e vendo pão e salsicha”, diz.



“Eles não vão chegar tão longe! O Exército vai pará-los”, acredita. Alina quer manter o ânimo, mas há 15 dias a cidade está sem eletricidade, não há mais aquecimento, água encanada e os hospitais não conseguem acomodar todos os feridos. "Mas não se preocupe! Temos um kit de primeiros socorros. Eu faço o que você quiser: médico, enfermeiro, técnico. Sim, sim, vamos colocar um curativo, vamos desinfetar e pronto”, diz Alina, rindo.


O cerco se fecha em Bakhmout

Nas últimas semanas, as forças russas avançaram ao norte e ao sul de Bakhmut, cortando três das quatro rotas de abastecimento ucranianas e tornando a posição dos defensores cada vez mais precária.


O Exército separatista pró-Rússia de Donetsk, que dá apoio às forças russas, publicou um vídeo com o objetivo de mostrar combatentes do grupo paramilitar russo Wagner no subúrbio norte de Bakhmout, alegando que a pequena estação ferroviária de Stoupky, havia sido conquistada.


Na sexta-feira, o grupo paramilitar Wagner garantiu que havia "cercado virtualmente" a cidade.


Aldeias ao norte e oeste de Bakhmout foram atacadas, confirmou Serhii Tcherevatyi, porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas Ucranianas, à CNN, no sábado. Ele disse que embora a situação em Bakhmout seja "difícil", ela permanece "sob controle".


"Os russos poderiam tentar cercar as forças ucranianas em Bakhmout, mas o comando ucraniano deu o sinal de que preferia a retirada a arriscar um cerco", estimou, também no sábado, o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um grupo de especialistas americanos.


A batalha por Bakhmout, uma cidade industrial cuja importância estratégica é contestada, já dura desde o verão. A cidade se tornou um símbolo porque está no centro da luta entre russos e ucranianos por meses.

(Com informações da RFI e da AFP)

Assembleia Geral da ONU aprova nova resolução pelo fim da guerra

Conflito completará um ano nesta sexta-feira

© Loey Felipe


Da Agência Brasil 

A Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou hoje (23) uma nova resolução pedindo o fim da guerra na Ucrânia. O texto foi aprovado por 141 votos. Outros 32 países votaram contra a resolução e sete se abstiveram. O Brasil foi o único país dos Brics (bloco econômico composto também por Rússia, China, Índia e África do Sul) a votar favorável. A aprovação ocorreu na véspera do conflito completar um ano.


A resolução, como um todo, pede o fim da guerra, o respeito à soberania ucraniana, à integridade física de civis e às convenções internacionais relativas ao tratamento de prisioneiros de guerra. O texto também conclama às duas partes e à comunidade internacional que busquem formas de mediar a paz, além de ressaltar que o fim da guerra fortaleceria a harmonia e segurança internacionais.


O documento ainda aponta os efeitos da guerra na segurança alimentar, energética e nuclear, pedindo uma solução imediata em conformidade com os princípios previstos na Carta da ONU, o tratado que estabeleceu as Nações Unidas. Além disso, enfatizou a necessidade dos responsáveis por crimes de guerra enfrentarem processos internacionais.


Antes da votação da resolução, na abertura da sessão, o secretário-geral da ONU, António Guterres, destacou os efeitos da guerra. Ele afirmou que 40% dos ucranianos precisam de ajuda humanitária e que a disputa já deixou 8 mil mortos. O documento não tem força legal, apenas um peso político.


A Rússia fez críticas à postura dos países ocidentais. Para os russos, a crise está sendo estimulada pelo ocidente que, na visão deles, tem conduzido uma “guerra híbrida” que desencadeou em uma crise alimentar. Na visão de Moscou, a resolução aprovada não ajudará a encerrar o conflito. Existe, segundo eles, uma “russofobia” crescente. A Rússia alega ainda que as sanções impostas ao país atingem mais duramente os países em desenvolvimento.



Brasil

O Brasil tem procurado mostrar um posicionamento equilibrado diante do tema e evita tomar decisões que coloquem o país na guerra. A posição do governo brasileiro, por exemplo, é de não enviar munição para tanques do exército ucraniano. Na avaliação do presidente Lula, a medida seria entendida como uma participação do Brasil na guerra.


O Brasil chegou a sugerir à ONU a inclusão de um parágrafo que pede o fim das hostilidades entre os dois países. O ministro das Relações Internacionais, Mauro Vieira, considerou essa postura importante no cenário internacional.


A postura do Brasil está sendo bem vista pela Rússia, que vê o parceiro de Brics como um mediador em potencial. Para Moscou, a postura do Brasil é digna de respeito, por resistir aos apelos dos Estados Unidos para apoiar diretamente o exército ucraniano.

UCRÂNIA "Ucrânia fez progressos que ninguém esperava"




@EURONEWS

No dia 9 de fevereiro, pela primeira vez, o presidente ucraniano apareceu numa fotografia da "família europeia". Uma fotografia simbólica, que representa o início de um longo caminho ainda com muitos obstáculos. Os analistas sublinham os avanços dos últimos meses.


Benjamin Couteau, investigador do Instituto Jacques Delors, lembra que "quando a candidatura foi oficialmente reconhecida em junho passado, foram pedidas sete reformas prioritárias a implementar". Hoje, diz Couteau, "a Ucrânia não implementou tudo o que lhe foi pedido, mas encontra-se numa fase muito avançada".


A adoção de uma lei sobre os media e a vasta operação anticorrupção demonstraram a determinação do presidente ucraniano perante os líderes europeus.


Alberto Alemanno, especialista em direito da União Europeia, destaca "a aceleração política e a forte vontade por parte do Presidente Zelenskyy e do seu governo de cooperar com toda uma série de peritos internacionais que estão a promover de uma forma sem precedentes a adesão de um Estado candidato à União Europeia".


O próximo passo importante é a luz verde dos 27 para a abertura das negociações. Mas enquanto a guerra durar, muitas incertezas persistem.


Benjamin Couteau sublinha que "este processo depende, em grande parte, do resultado do conflito e que a única coisa de que podemos ter a certeza é a determinação dos ucranianos em ir o mais rapidamente possível e o mais longe possível neste processo de adesão".



Canadá envia primeiro tanque Leopard 2 para a Ucrânia

 Avião da Força Aérea canadiana saiu de Halifax   -   Direitos de autor  screenshot - EV


De  Euronews

Com uma mega operação de logística em curso, o Ocidente começou a enviar armas e material militar para a Ucrânia.


Do Canadá saiu, este sábado, um avião da Força Aérea com o primeiro tanque Leopard 2 a bordo.


O aparelho "descolou de Halifax", confirmou a ministra canadiana da Defesa, Anita Anand, através da rede social Twitter.



"O Canadá está solidário com a Ucrânia e continuaremos a fornecer às Forças Armadas ucranianas o equipamento de que precisam para vencer", acrescentou a ministra.



Os EUA, por outro lado, prometeram o envio de mísseis guiados e de defesas antiaéreas, enquanto França e Itália enviarão, na primavera, o sistema de defesa antiaérea de longo alcance SAMP/T - MAMBA.


Na madrugada deste sábado, o primeiro-ministro português, António Costa, também confirmou que Portugal vai ceder às Forças Armadas ucranianas tanques Leopard 2, acrescentando que está em curso uma operação logística com a Alemanha para recuperar alguns carros de combate.


"Estamos neste momento a trabalhar para podermos ter condições de dispensar alguns dos nossos tanques. Sei quantos tanques serão [enviados para a Ucrânia], mas isso será anunciado no momento próprio", disse o líder do executivo à agência Lusa no final de uma visita que efetuou à missão militar portuguesa na República Centro Africana.


Acrescentou que "o movimento que está em curso na Europa é no sentido de poder ter o conjunto desses meios disponibilizados até ao final de março."


EUA: "luz verde" para uso de dinheiro russo apreendido

Entretanto, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, anunciou a autorização o uso de fundos e ativos russos confiscados para ajudar a Ucrânia.


O anúncio foi feito durante um encontro com o procurador-geral da Ucrânia, Andriy Kostin, em Washington.


De acordo com Garlando dinheiro vem de ativos apreendidos ao oligarca russo Konstantin Malofeyev, que foi indiciado em abril por não cumprir sanções.


Já Andriy Kostin diz que este passo permitirá o uso dos 5,4 milhões de dólares dos bens confiscados para "reconstruir a Ucrânia."


No terreno, a guerra continua com avanços de ambos os lados do conflito no leste da Ucrânia, com fogo de artilharia em Donetsk e Lugansk.


Kiev suspeita que a Rússia está a preparar uma ofensiva de larga escala que pode atingir a capital.


Para asfixiar a capacidade de a Rússia financiar a guerra entra, este domingo, em vigor um acordo dos 27 Estados-membros da União Europeia para fixar limites aos preços dos produtos petrolíferos russos.

O alto funcionário militar da OTAN apela aos países da OTAN para que passem para uma «economia de guerra»


Presidente do Comité Militar da OTAN, Almirante Rob Bauer - ANDREW VAUGHAN / ZUMA PRESS /CONTACTOPHOTO 


© Fornecido por News 360

O presidente do Comité Militar da OTAN, o Almirante holandês Rob Bauer, argumentou que os Estados membros da OTAN precisam de mudar para uma "economia de guerra" para satisfazer as necessidades da Ucrânia face à invasão russa.


"Precisamos de aumentar a produção da indústria de defesa e já se fala cada vez mais sobre isto a nível nacional. Isto poderia significar dar prioridade a certas matérias-primas, certas capacidades de produção necessárias para a indústria de defesa em vez da civil. Estas prioridades devem ser discutidas, parcialmente, sobre uma economia de guerra em tempo de paz", disse Bauer numa entrevista com a estação de televisão portuguesa RTP no sábado.


Bauer disse que no último quarto de século a economia global tem funcionado com base no princípio do "de vez em quando", mas as perdas materiais e técnicas significativas da guerra revelaram a fraqueza desta abordagem."Ambos os lados gastam muitas munições e material destrutivo: tanques e aviões. Ambos os lados precisam de comprar muita matéria-prima e munições para continuar a lutar. O problema para ambos é que a indústria da defesa no Ocidente e na Rússia precisa de aumentar a sua produção", argumentou ele. As reservas em arsenais "normalmente não são necessárias, mas assim que são necessárias, é uma loucura", disse ele.


Para conseguir esta transição será necessária uma mudança na mentalidade da população, que ele descreveu como "difícil". "Temos de garantir que os russos não ganham a guerra na Ucrânia. Se o fizerem, teremos um problema muito maior em termos de dinheiro e de defesa: os russos estarão nas nossas fronteiras", advertiu ele.


Bauer apontou o rearmamento como uma das principais prioridades da Aliança, que ele reconheceu ter perdido o seu monopólio de iniciativa militar. Entretanto, Moscovo mantém objectivos estratégicos que vão para além da Ucrânia e procura recuperar a dimensão da antiga União Soviética, salientou.


Fonte: (EUROPA PRESS)

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