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Paraná registrou o maior crescimento populacional proporcional do País em 150 anos

Primeiro Censo Demográfico para contabilizar os habitantes brasileiros foi concluído em 1872. Neste intervalo, o número de moradores do Estado teve um crescimento quatro vezes mais rápido do que a média nacional, passando do 17º para o 5º ente federativo mais populoso do Brasil.

Paraná registrou o maior crescimento populacional proporcional do País em 150 anos
Foto: Roberto Dziura Jr/AEN


  • Publicação 07/07/2023 - 11:20 
  • Editoria Planejamento
  • @Agência Estadual de Notícias 

O Paraná é o estado que registrou o maior crescimento populacional em termos proporcionais entre os estados brasileiros desde o primeiro Censo Nacional, em 1872. O ritmo de crescimento do Estado foi mais de quatro vezes maior do que a média nacional, fazendo com que o Paraná passasse de 17º para o 5º ente federativo mais populoso do Brasil neste período.


Entre os 150 anos que separam o primeiro e o mais recente estudo demográfico nacional, a população paranaense cresceu de 126 mil para aproximadamente 11,4 milhões, um aumento de 8.930%. Neste mesmo intervalo de tempo, a população brasileira saltou de 9,9 milhões para 203 milhões, uma variação de 1.944%.


Além do Paraná, os estados que apresentaram crescimentos percentuais acima da média brasileira no período foram o Amazonas (6.741%), Mato Grosso (5.955%), São Paulo (5.204%), Santa Catarina (4.661%), Espírito Santo (4.567%), Goiás (4.298%), Pará (2.848%) e Rio Grande do Sul (2.402%).


Em números absolutos, os 11 milhões de novos habitantes dos municípios paranaenses entre o primeiro e o último Censo representam o quinto maior aumento do País. Por este critério, quem completa o top 5 são os estados de São Paulo, com 43,6 milhões de novos moradores, Minas Gerais (18,5 milhões), Rio de Janeiro (15 milhões) e Bahia (12,8 milhões).


O primeiro censo que passou a contar com a atual configuração, com 27 entes federativos, ocorreu em 1960. Nele, o Paraná já ocupava o posto de 6º estado mais populoso do Brasil. Na década seguinte, o Estado alcançou a sua melhor posição em nível nacional, ultrapassando o Rio Grande do Sul e se tornando o mais populoso da região Sul do País, marca que só voltou a ser obtida após a conclusão do Censo de 2022.


Apesar da primeira divulgação do IBGE não incluir a variável migração, os técnicos do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) avaliam que esse componente foi determinante para o crescimento populacional do Paraná ratificado pelo Censo de 2022. “Retornamos a uma condição de saldo migratório positivo, com mais pessoas entrando do que saindo do Estado, o que se deve sobremaneira às oportunidades econômicas criadas aqui”, afirma o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.


PERFIL – Apesar de ter sido a primeira e única capital da província e depois Estado do Paraná, Curitiba não era a cidade mais populosa em 1872. À época, Castro, com seus quase 21 mil habitantes, liderava o ranking estadual. Depois, vinham Curitiba (12,6 mil), Paranaguá (12,1 mil), São José dos Pinhais (10,8 mil) e a Lapa (8,7 mil).


Com o desenvolvimento dos polos econômicos regionais, o perfil mudou ao longo dos anos. Apesar de Curitiba rapidamente assumir e manter a liderança, possuindo atualmente 1,7 milhão de habitantes, as cidades de Londrina (552 mil), Maringá (407 mil), Ponta Grossa (356 mil) e Cascavel (345 mil) foram gradativamente aumentando a sua participação em relação à população estadual, tronando-se, ao lado da Capital, as cinco cidades mais populosas do Paraná a partir de 2010, posições mantidas no estudo mais recente.


Em termos de perfil domiciliar, houve um crescimento semelhante entre a população residente nas áreas urbanas e rurais do Paraná entre 1950, data em que este recorte passou a ser analisado pelo IBGE, e 1970, com mais pessoas residentes no campo (4,4 milhões) do que nas cidades paranaenses (2,5 milhões).


A partir da década de 1980, essa tendência se inverte pela primeira vez, com 4,5 milhões de habitantes nas áreas urbanas contra 3,2 milhões nas áreas rurais, acentuando-se nos estudos demográficos seguintes. Em 2010, a população rural do Paraná alcançou o mesmo patamar de 1950, com 1,5 milhão de residentes.


O IBGE ainda não divulgou os dados do Censo 2022 para este segmento, portanto não é possível afirmar se o êxodo rural continua a ser uma característica da população paranaense, mas as informações disponíveis sobre os estudos anteriores apontam para uma tendência de estagnação desta queda.


HISTÓRIA – O primeiro censo no Brasil estava programado para ocorrer em 1852, mas devido a uma revolta popular, acabou sendo adiado por 20 anos. Em 1872, finalmente aconteceu o primeiro estudo, que recebeu o nome de Recenseamento da População do Império do Brasil.


Com a criação do IBGE, em 1936, foi estabelecida a periodicidade decenal dos censos demográficos e a ampliação dos questionários, com a inclusão de perguntas sobre aspectos econômicos e sociais como os de mão de obra, emprego, renda, fecundidade e migrações internas, entre outros temas.


A partir de então, o IBGE faz o Censo Demográfico a cada dez anos – o último acabou sendo adiado por dois anos devido à pandemia – cujos resultados também são usados para a elaboração das projeções e estimativas populacionais anuais. Os estudos são importantes para as prefeituras porque embasam a distribuição de recursos do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).


Confira o histórico populacional do Paraná em relação ao Brasil em cada Censo Demográfico já realizado:


  • 1872:
  • Paraná – 126.722
  • Brasil – 14.333.915
  • Porcentagem da população: 1,28%
  • Posição entre os estados: 17º


  • 1890:
  • Paraná – 249.491
  • Brasil – 14.333.915
  • Porcentagem da população: 1,74%
  • Posição entre os estados: 16º


  • 1900:
  • Paraná – 327.136
  • Brasil – 17.438.434
  • Porcentagem da população: 1,88%
  • Posição entre os estados: 14º


  • 1920:
  • Paraná – 685.711
  • Brasil – 30.635.605
  • Porcentagem da população: 2,24%
  • Posição entre os estados: 12º


  • 1940:
  • Paraná – 1.236.276
  • Brasil – 41.236.315
  • Porcentagem da população: 3%
  • Posição entre os estados: 9º


  • 1950:
  • Paraná – 2.115.547
  • Brasil – 51.944.397
  • Porcentagem da população: 4,07%
  • Posição entre os estados: 8º


  • 1960:
  • Paraná – 4.296.375
  • Brasil – 70.992.343
  • Porcentagem da população: 6,05%
  • Posição entre os estados: 6º


  • 1970:
  • Paraná – 6.997.682
  • Brasil – 94.508.583
  • Porcentagem da população: 7,4%
  • Posição entre os estados: 5º


  • 1980:
  • Paraná – 7.749.752
  • Brasil – 121.150.573
  • Porcentagem da população: 6,4%
  • Posição entre os estados: 6º


  • 1991:
  • Paraná – 8.443.299
  • Brasil – 146.917.459
  • Porcentagem da população: 5,75%
  • Posição entre os estados: 6º


  • 2000:
  • Paraná – 9.558.454
  • Brasil – 169.590.693
  • Porcentagem da população: 5.64%
  • Posição entre os estados: 6º


  • 2010:
  • Paraná – 10.444.526
  • Brasil – 190.755.799
  • Porcentagem da população: 5,48%
  • Posição entre os estados: 6º


  • 2022:
  • Paraná – 11.443.208
  • Brasil – 203.062.512
  • Porcentagem da população: 5,64%
  • Posição entre os estados: 5º

Importância do Censo 2022 e parceria com o Ipardes são foco de palestras do IBGE





@AEN 

O Ipardes (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) deu sequência às comemorações pelos seus 50 anos na manhã desta sexta-feira (23), com palestras do presidente do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Cimar Pereira, e da coordenadora de Contas Nacionais do instituto, Rebeca Palis.


Para uma plateia atenta na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Pereira focou sua apresentação no Censo 2022, que deve ter seus primeiros dados consolidados divulgados a partir do próximo dia 28, com previsão de novas publicações quinzenais a partir desta data.


“Os dados iniciais do Censo vão mostrar quantos somos e onde vivemos, os dados demográficos, aos quais se seguirão as informações sobre como vivemos”, disse Azeredo, assinalando que esta atualização servirá como base para melhorias e adaptações de indicadores usados por governos. 


“A quantidade de dados novos que será trazida vai exigir do Ipardes, Secretaria estadual de Planejamento e universidades que haja preparo para trabalhar essas informações para que as políticas públicas sejam feitas com informações baseadas em evidências”, afirmou o presidente.


Rebeca Palis falou sobre a importância da longa parceria entre o IBGE e os órgãos estaduais de estatísticas para elaboração dos sistema de contas regionais, o que se reflete em dados que guiam as políticas públicas. “É um prazer o IBGE estar aqui no seminário de comemoração dos 50 anos do Ipardes, visto que temos uma longa parceria com todos os institutos estaduais de estatística, elaborando parte das contas regionais e do PIB dos estados e municípios desde que esse indicador foi criado, em 1996”, disse a coordenadora.


Para o presidente do Ipardes, Jorge Callado, o evento acadêmico, com caráter técnico e científico e foco no desenvolvimento econômico, social e ambiental do Paraná e do país, coroou a parceria entre os institutos, que trabalham de forma intrínseca há tempos.


“Comemorar neste momento de pré-anúncio do novo Censo é importante porque esses números vão impactar o Estado e, consequentemente, os cálculos e os índices elaborados pelo Ipardes, como na questão do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), com dados sobre taxa de natalidade, o que vai causar reflexos tanto na Política Estadual de Saúde, quanto da Educação, por exemplo, além de retratar a questão das mulheres, e assim por diante”, disse.


“Esse momento importante de aproximação faz com que os institutos saiam mais fortalecidos em prol do Paraná, com a certeza de que teremos bons indicadores econômicos no Estado, o que só reforça o trabalho de toda a sociedade paranaense, juntamente com seu governo”, finalizou.

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