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São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil

Foi sacerdote, missionário, professor, historiador e, especialmente, evangelizador e catequista. É considerado iniciador da literatura, do teatro e da poesia brasileira.


São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil 

Vatican News

José de Anchieta nasceu no dia 19 de março de 1534, em Tenerife, Ilha do Arquipélago das Canárias, Espanha. Era um dos doze filhos de João López de Anchieta e de Mência Diaz de Clavijo y Llarena. Foi batizado em 7 abril de 1534, na Paróquia de Nossa Senhora dos Remédios, atual Catedral de San Cristóbal de La Laguna, de onde seu pai era prefeito.

José viveu com a família até aos quatorze anos de idade, quando se mudou para Coimbra, Portugal, para estudar filosofia no Real Colégio das Artes e Humanidades, anexo à Universidade de Coimbra. Ali, em 1 de maio de 1551, entrou como noviço da Companhia de Jesus. Mas, pouco tempo depois, foi acometido por uma tuberculose óssea, que lhe causou uma escoliose. Como último recurso, os médicos aconselharam-lhe a partir para o Brasil, onde o clima era mais saudável.


Missão no Brasil

Em 1553, ao chegar às terras brasileiras, José de Anchieta começou a trabalhar como catequista dos indígenas.  Além disso, desempenhou outras funções: professor, músico, enfermeiro, sapateiro, taumaturgo, construtor e conselheiro espiritual. Aprendeu a língua tupi, tornando-se verdadeiro mestre: compôs a "Arte de gramática” da língua mais falada na costa do Novo Mundo.


Em janeiro de 1554, José de Anchieta participou da inauguração do Colégio de São Paulo de Piratininga, hoje “Páteo do Collégio”, onde teve origem a cidade de São Paulo.


Em 1566, José de Anchieta foi ordenado sacerdote, em Salvador da Bahia. Após três anos, fundou o povoado de Reritiba, atual cidade Anchieta, no Espírito Santo. Em 1577, foi nomeado Provincial da Companhia de Jesus no Brasil, função que exerceu até 1585. Em 1595, retirou-se para Reritiba, onde permaneceu até à sua morte, que ocorreu em 9 de junho de 1597, aos 63 anos de idade.


Poema à Virgem

Em 1563, com o apoio dos franceses, a tribo dos Tamoios rebelou-se contra a colonização portuguesa. Padre José de Anchieta e Padre Manuel da Nóbrega, chefe da primeira Missão Jesuíta no Brasil, foram à aldeia de Iperoig - atual cidade de Ubatuba, litoral norte de São Paulo – como mediadores da revolta. Anchieta ofereceu-se como refém, enquanto Manuel da Nóbrega pôs a negociar a paz.


Durante o cativeiro, que durou cinco meses, o Jesuíta dedicou a Nossa Senhora seu mais lindo poema: o “Poema à Virgem”, cujos versos foram escritos na areia.


Canonização

A Canonização do “Apóstolo do Brasil” ocorreu 417 anos depois da sua morte, no dia 24 de abril de 2014, pelo Papa Francisco, em Roma. Em um documento dos Postuladores da Causa de Canonização, de 488 páginas, registram-se 5.350 histórias de pessoas, que alcançaram graças, por intercessão de São José de Anchieta.


Oração a São José de Anchieta

São José de Anchieta, Apóstolo do Brasil,
Poeta da Virgem Maria intercede por nós, hoje e sempre.
Dá-nos a disponibilidade de servir a Jesus,
como tu o serviste nos mais pobres e necessitados.
Protege-nos de todos os males do corpo e da alma.
E, se for vontade de Deus, alcança-nos a graça, que te pedimos.
São José de Anchieta, rogai por nós!

Relicário de Santa Teresinha chega a Curitiba em tarde de fé



Chegada das relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face na Igreja Carmelo Nossa Senhora de Assunção e São José, no bairro Guabirotuba. - Curitiba, 25/03/2024 -
Foto: Daniel Castellano / SMCS


@SMCS

O prefeito Rafael Greca recebeu, nesta segunda-feira (25/3), as relíquias de Santa Teresinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, que chegaram à cidade. A acolhida do relicário foi realizada na Igreja Carmelo Nossa Senhora de Assunção e São José, no bairro Guabirotuba.

Sob uma chuva de pétalas de rosas, em homenagem à santa, o prefeito disse, emocionado, que desde menino é devoto.


"Sou filho de Teresinha e devoto de Teresinha. Fiz questão de estar aqui pessoalmente para agradecer esta grande graça que é a chegada do relicário", afirmou o prefeito, em frente à igreja.

Com o prefeito estavam os freis Everton Machado, Anderson Fontes Dias, Alceu Filipin, José Natal Paljkoski, Rafael Rodrigues e Gentil Minatti, além da presidente da Fundação Cultural, Ana Castro, do comandante da Guarda Municipal, Carlos Celso dos Santos Junior, do controlador do Município, Daniel Falcão Ribeiro, e da assessora de gabinete Silvana Aichinger, representando o vice-prefeito e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel. A Banda Lyra também esteve presente.

O relicário, uma urna com alguns ossos do corpo da santa, veio da Basílica de Santa Teresa de Lisieux, na França, e está percorrendo cidades brasileiras desde o início de fevereiro até o mês de outubro. Ele é destinado, desde 1994, a peregrinar pelo mundo.

A chegada ao Brasil foi um pedido da Ordem dos Freis Carmelitas Descalços no Brasil. Em Curitiba, os fiéis poderão ver o relicário e participar das celebrações em igrejas da cidade.

A devota Patrícia Nardelli contou que até filha dela de 7 anos já fez novena para a santa, e ganhou uma rosa.


"Muito linda esta recepção, as rosas, os fiéis. Sou moradora de Curitiba e não quis perder esta oportunidade", contou Patrícia.
Canonização

Santa Teresa de Lisieux, nascida Marie-Françoise-Thérèse Martin em 2 de janeiro de 1873, em Alençon, na França, faleceu no dia 30 de setembro de 1897, em Lisieux, com apenas 24 anos de idade.

Ela entrou no Convento das Carmelitas em Lisieux aos 15 anos e viveu uma vida de humildade e amor a Deus. Devota do Menino Jesus e da Sagrada Face de Cristo, procurou em tudo se assemelhar a Jesus, a quem se referia como "Meu Bem-Amado" ou "Meu Pequeno Rei".

Foi canonizada em 1925 pelo Papa Pio XI. No ano de 1927 foi declarada "patrona universal das missões católicas"; e em 1997, pelo papa João Paulo II, foi proclamada Doutora da Igreja, graças à atualidade do seu testemunho de fé e a atração que seus escritos e espiritualidade exerceram na vida de inúmeros fiéis, mostrando que a vivência do Evangelho é possível a todos.


Locais por onde vão passar as relíquias de Santa Teresinha

Das 17h de segunda-feira (25/3) até 16h de terça-feira (26/3)
Carmelo Nossa Senhora da Assunção e São José
Rua Dr. Joaquim Ignácio Silveira da Motta, 540 – Guabirotuba
Missas: segunda, dia 25, às 18h; terça, dia, 26, às 7h, 12h e 15h
Carreata: terça, dia 26, 16h

Das 17h de terça-feira (26/3) até 16h de quarta-feira (27/3)
Santuário Santa Teresinha do Menino Jesus
Avenida Visconde de Guarapuava, 4.787 – Batel
Missas: terça, dia 26, 17h30; quarta, dia 27, 7h30 e 15h
Carreata: quarta, dia 27, 16h

Das 17h de quarta-feira (27/3) até 6h de quinta-feira (28/3)
Comunidade Santa Teresinha da Paróquia Profeta Elias
Rua Mandirituba, 1.951 – Sítio Cercado
Missa: quarta, dia 27, 20h
Carreata: quinta, dia 28, 6h

Das 6h45 de quinta-feira (28/3) até 9h de quinta-feira (28/3)
Santuário Nossa Senhora de Guadalupe
Praça Senador Coreia, 128 – Centro
Missa: quinta, dia 28, 7h30
Carreata: quinta, dia 28, 9h

Das 10h de quinta-feira (28/3) até 16h de quinta-feira (28/3)
Paróquia Profeta Elias
Rua Nova Aurora, 1.340 - Sítio Cercado
Carreata: quinta, dia 28, 16h

Das 17h de quinta-feira (28/3) até domingo (31/3)
Igreja Matriz da Paróquia Nossa Senhora das Vitórias
Rua Coronel Luiz José dos Santos, 2.515 – Boqueirão
Missas: quinta, dia 28, 20h; sábado, dia 30, 20h; e domingo, dia 31, 8h, 10h e 19h

    O Papa: "lepra da alma", uma doença que nos torna insensíveis ao amor

    Francisco presidiu a missa de canonização da primeira santa argentina, Mama Antula, com milhares de fiéis vindos de seu país e também o presidente Milei. Na homilia, convidou a redescobrir "a alegria de nos doar aos outros, sem medo nem preconceito, livres de formas de religiosidade anestesiante e desinteressada da carne do irmão".


    Mariangela Jaguraba - Vatican News

    O Papa Francisco presidiu a missa de canonização de Maria Antónia de San José de Paz e Figueroa, mais conhecida como Mama Antula, na Basílica de São Pedro, na manhã deste domingo, 11 de fevereiro, Dia Mundial do Enfermo.  A primeira Leitura e o Evangelho deste domingo "falam da lepra, uma doença que causa a progressiva destruição física da pessoa e que muitas vezes, infelizmente, ainda está hoje associada em certos lugares com atitudes de marginalização". "Lepra e marginalização são dois males de que Jesus quer libertar o homem que encontra no Evangelho", disse Francisco em sua homilia.


    "Aquele leproso é obrigado a viver fora da cidade. Fragilizado pela doença, em vez de receber ajuda dos seus concidadãos, é abandonado a si mesmo, acabando duplamente ferido pelo afastamento e a rejeição", sublinhou o Pontífice. As pessoas mantinham distância dele, pois tinham medo de serem contagiadas e ficarem como ele. Mantinham distância também por preconceito, pois pensavam que fosse "um castigo de Deus por alguma falta que ele cometeu, e também por uma falsa religiosidade, porque pensavam que tocar um morto tornava a pessoa impura, e os leprosos eram pessoas cuja carne lhe «morria no corpo». Trata-se de uma religiosidade distorcida, que levanta barreiras e mina a piedade", disse ainda o Papa.


    «Lepras da alma»

    "Medo, preconceito e falsa religiosidade: aqui estão três causas de uma grande injustiça, três «lepras da alma» que fazem sofrer uma pessoa frágil, descartando-a como qualquer desperdício", disse ainda o Papa, acrescentando que "não se trata de coisas só do passado".


    “Quantas pessoas sofredoras encontramos nos passeios das nossas cidades! E quantos medos, preconceitos e incoerências, mesmo entre quem acredita e se professa cristão. Esses medos continuam ferindo essas pessoas ainda mais! Também no nosso tempo há tanta marginalização, há barreiras a serem derrubadas, «lepras» a serem curadas.”


    "Mas como?", perguntou Francisco, indicando como resposta dois gestos que faz Jesus: tocar e curar.


    Jesus sente compaixão daquele homem, para, estende a mão e o toca.


    O Senhor poderia evitar de tocar naquela pessoa; bastava «curá-la à distância». "Mas Cristo não pensa assim; o seu caminho é o do amor, que o faz aproximar de quem sofre, entrar em contato, tocar as suas feridas. A proximidade de Deus. Jesus está próximo, Deus está próximo. O nosso Deus, queridos irmãos e irmãs, não se manteve distante no céu, mas em Jesus fez-se homem para tocar a nossa pobreza. E perante a «lepra» mais grave, que é o pecado, não hesitou em morrer na cruz, fora das muralhas da cidade, rejeitado como um pecador, como um leproso, para tocar a fundo a nossa realidade humana. Um santo escreveu: «Ele se tornou leproso por nós»", sublinhou Francisco.

    Veja o vídeo breve da missa

     

     O Papa convidou a tomar cuidado com a «lepra da alma».


    “Uma doença que nos torna insensíveis ao amor, à compaixão, que nos destrói com as «gangrenas» do egoísmo, preconceito, indiferença e intolerância.”


    "Tenhamos cuidado", advertiu ele, "também porque, como acontece na fase inicial da doença com as primeiras manchas de lepra que aparecem na pele, se não se tomar medidas imediatas, a infeção cresce e torna-se devastadora".


    Deixar-se tocar por Jesus na oração e na adoração

    "Diante desse risco, da possibilidade dessa doença em nossa alma, qual é a cura?", perguntou o Pontífice. A resposta se encontra no segundo gesto de Jesus: curar. "De fato, aquele seu «tocar» não indica apenas proximidade, mas é o início da cura. A proximidade é o estilo de Deus: Deus é sempre próximo, compassivo e terno. Proximidade, compaixão e ternura. Este é o estilo de Deus. Estamos abertos a isso? Pois é deixando-nos tocar por Jesus que nos curamos intimamente, no coração. Se nos deixarmos tocar por Ele na oração, na adoração, se Lhe permitirmos agir em nós através da sua Palavra e dos Sacramentos, o seu contato muda-nos realmente, cura-nos do pecado, liberta-nos de fechamentos, transforma-nos para além daquilo que podemos fazer sozinhos, com os nossos esforços", disse ainda o Papa.


    “As nossas partes feridas, as do coração e da alma, as doenças da alma devem ser levadas a Jesus. É isto que faz a oração; não uma oração abstrata, feita apenas de repetição de fórmulas, mas uma oração sincera e viva, que depõe aos pés de Cristo as misérias, as fragilidades, as falsidades, e os medos.”  "Eu deixo Jesus tocar as minhas «lepras», para que me cure?", perguntou o Papa. "   Ao «toque» de Jesus", respondeu Francisco, "retorna a beleza que possuímos, a beleza que somos; a beleza de ser amados por Cristo, redescobrimos a alegria de nos doar aos outros, sem medos e sem preconceitos, livres de formas de religiosidade anestesiante e desinteressada da carne do irmão; retoma força em nós a capacidade de amar, para além de todo e qualquer cálculo e conveniência". Vive-se a cada dia a "caridade sem alarde: na família, no trabalho, na paróquia e na escola; na rua, no escritório e no mercado; a caridade que não busca publicidade nem precisa de aplausos, porque ao amor basta o amor".


    "Proximidade e discrição", é o que Jesus nos pede, e "se nos deixarmos tocar por Ele, também nós, com a força do seu Espírito, poderemos tornar-nos testemunhas do amor que salva", como nos ensinou Santa Maria Antónia de San José, conhecida como «Mamã Antula».


    “Ela foi uma viajante do Espírito. Percorreu milhares de quilômetros a pé, por desertos e estradas perigosas, para levar Deus. Hoje, ela é um modelo de fervor e audácia apostólica para nós. Quando os jesuítas foram expulsos, o Espírito acendeu nela uma chama missionária baseada na confiança na providência e na perseverança.”


    Ela invocou a intercessão de São José e, para não cansá-lo muito, também a de São Caetano Thiène. Por essa razão, introduziu a devoção a este último, e sua primeira imagem chegou a Buenos Aires no século XVIII. Graças a Mama Antula, esse santo, intercessor da Divina Providência, entrou nas casas, nos bairros, nos meios de transporte, nas lojas, nas fábricas e nos corações, para oferecer uma vida digna por meio do trabalho, da justiça, do pão de cada dia, na mesa dos pobres. Peçamos hoje a Maria Antónia, Santa Maria Antónia de Paz de San José, para que ela nos ajude muito.


    "Que o Senhor abençoe a todos nós", concluiu o Papa.

    Tribunal Eclesiástico Gaúcho promove novo curso de Pós-Graduação

    A proposta desse Curso de pós-graduação vem ao encontro da crescente demanda de servidores devidamente preparados para atuarem de forma competente e tempestiva junto aos Tribunais Eclesiásticos das dioceses brasileiras. Visa proporcionar a graduados em Teologia e Direito uma formação básica para atuarem como notários, advogados, promotores de justiça, defensores do vínculo e juízes de Tribunais Eclesiásticos.



    Vitral na Igreja Nossa Senhora das Graças em Maputo. (Reuters/Siphiwe Sibeko) 

    Pe. Gerson Schmidt*


    O Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Porto Alegre promove um novo curso, on-line, de Pós-graduação em Processo Matrimonial Canônico – Turma 2024, com duração de 360 horas-aula (19 meses), 100% REMOTAS, por meio da PLATAFORMA ZOOM. O público-alvo são Graduados em Teologia e/ou Direito e atuais ou futuros servidores dos Tribunais Eclesiásticos. O início das aulas será agora em março/2024.

    Este curso é proposto e coordenado pelo Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de Porto Alegre, por Dr. Pe. Carlos José Monteiro Steffen e Dr. Pe. Maikel Herold e oferecido pelo Instituto de Educação, Cultura e Humanidades – INSECH. O INSECH nasceu a partir de uma longa experiência de docência nas diversas instâncias do Ensino Superior: extensão, graduação e sobretudo pós-graduação Lato Sensu. De matriz humanística Cristã Católica, o INSECH procura estabelecer pontes que favoreçam a interação do Campo Acadêmico com os cidadãos que buscam adquirir novos conhecimentos e aperfeiçoar sua formação.


    A programação do curso


    A proposta desse Curso de pós-graduação vem ao encontro da crescente demanda de servidores devidamente preparados para atuarem de forma competente e tempestiva junto aos Tribunais Eclesiásticos das dioceses brasileiras. Visa proporcionar a graduados em Teologia e Direito uma formação básica para atuarem como notários, advogados, promotores de justiça, defensores do vínculo e juízes de Tribunais Eclesiásticos.


    O Papa Bento XVI, em sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal Sacramentum Caritatis, nº 29, em vista das prementes necessidades advindas da pastoral matrimonial, alerta para a necessidade, em cada diocese, de um número suficiente de pessoas devidamente preparadas a fim de garantir o caráter pastoral e uma atividade correta e pressurosa dos Tribunais Eclesiásticos.

    A crescente demanda de processos de declaração de nulidade de Matrimônio, unida à necessidade das dioceses brasileiras de agilizarem tais processos, geram uma dupla demanda: capacitar melhor os servidores que já atuam nesses Tribunais Eclesiásticos e preparar novos colaboradores a serem contratados para os diversos ofícios desses mesmos Tribunais necessários para o encaminhamento de um processo de nulidade matrimonial.

    Informações maiores e inscrições pelo link arquipoa.com/pgpmc ou pelo fone (51) 9929-3100 – Pe. Maikel (somente mensagens de WhatsApp).

    *Pe. Gerson Schmidt – Jornalista colaborador

    O Papa no Cemitério de Guerra de Roma: "Chega de guerras, elas destroem a vida"



    Francisco celebrou a missa de Comemoração de todos os Fiéis Defuntos no Cemitério de Guerra de Roma, entre os túmulos dos que morreram na guerra. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes. O Papa recordou a tenra idade dos caídos e expressou sua tristeza: "Tantos mortos inocentes, tantas vidas ceifadas, as guerras são sempre uma derrota. Não há vitória total". Ele exortou a pedir a Deus o dom da paz.


    Salvatore Cernuzio – Vatican News


    Hoje, pensando nos mortos, pedimos ao Senhor a paz para que as pessoas não se matem mais nas guerras. Muitos inocentes mortos, muitos soldados que ali perdem a vida. Isso porque as guerras são sempre uma derrota. Sempre.


    Francisco levou um buquê de flores brancas, depois uniu as mãos em oração e apoiou o queixo nelas, enquanto, sentado numa cadeira de rodas, se dirigiu rumo ao gramado onde estão as 426 lápides do Cemitério de Guerra de Roma, cemitério que preserva os restos mortais dos militares da Comunidade dos caídos. Este espaço verde criado pelo arquiteto Louis de Soissons após a II Guerra Mundial localizado no bairro Testaccio de Roma, pouco conhecido aos romanos, mas bem visível, Francisco escolheu este ano para celebrar a missa de 2 de novembro, na Comemoração de todos os Fiéis Defuntos.



    O Papa no Cemitério de Guerra de Roma

    As guerras, sempre uma derrota

    Uma tradição realizada várias vezes nesses mais de dez anos de pontificado, com celebrações no Cemitério Laurentino, no Cemitério Militar Francês, no Verano, no Prima Porta e no Cemitério Americano em Nettuno. Lugares de memória, de história, de dor que, nestes tempos dilacerados por conflitos, lembram à humanidade qual é a principal consequência da guerra: a morte. De todos, dos vencedores e dos vencidos. "Sem consciência".


    "As guerras são sempre uma derrota. Sempre...", disse o Papa na breve homilia, proferida espontaneamente, repetindo o que já tinha dito nos últimos Angelus desde a eclosão da violência no Oriente Médio.


    Muitos jovens e idosos na guerra do mundo, até mesmo perto de nós na Europa. Quantas mortes! Destrói-se a vida, sem consciência disso. Não há vitória total, não. Sim, um vence o outro, mas por trás disso está a derrota do preço pago.



    Francisco na entrada do Cemitério de Guerra de Roma

    Vidas ceifadas

    O Pontífice chegou ao Cemitério de Guerra de Roma quase meia hora mais cedo. Primeiro ele cumprimentou, na entrada, o grupo de fiéis que já estava ali há algumas horas, apesar da chuva torrencial da manhã. Depois, sob o mausoléu, apertou a mão dos funcionários da Comissão de Túmulos de Guerra da Comunidade (Cwgc), que cuida da manutenção e gestão do cemitério. Em seguida, o habitual passeio entre os túmulos dos caídos em guerra. Francisco olhava, tentando ler os nomes escritos no mármore. Nomes de diferentes nacionalidades, incluindo militares, soldados e até alguns aviadores que morreram como prisioneiros de guerra em Roma. Nomes ladeados pelo brasão da entidade militar à qual pertenciam, por alguns lemas e sobretudo pelas datas que indicam a idade, ainda que muito jovem, dos falecidos.


    Olhei a idade desses caídos, a maioria entre 20 e 30 anos. Vidas ceifadas. E pensei nos pais, nas mães que recebem aquela carta: Senhora, tenho a honra de lhe dizer que tem um filho herói. Sim, herói, mas tiraram ele de mim. Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas.



    O Papa entre as lápide
    s

    Cerca de 300 pessoas presentes sob sol e chuva

    Entretanto, das Muralhas Aurelianas que fazem fronteira com o cemitério, um rápido raio de sol estende-se por alguns momentos e abre caminho através das nuvens cinzentas. A chuva voltou a cair forte assim que terminou a homilia e espalhou o cheiro de grama molhada. A terra faz afundar as cadeiras colocadas em frente ao altar, montado sob uma tenda branca exatamente em frente à Pedra da Memória, ou seja, uma grande cruz de pedra.


    Cerca de 300 pessoas estiveram presentes, entre sacerdotes, familiares, idosos, militares, autoridades, incluindo o prefeito de Roma, Roberto Gualtieri. Eles abrem os guarda-chuvas e vestem as capas. Não aplaudem a chegada do Papa, nem comentam nem dizem nenhuma palavra. Mantêm o silêncio que permeia toda a celebração, interrompido apenas pelo choro de uma menina e pelo barulho de uma furadeira nas obras das estradas ali próximas.


    Memória e esperança

    Esta celebração, disse o Papa no início de sua reflexão, "nos traz dois pensamentos: memória e esperança". A "memória daqueles que nos precederam, que fizeram suas vidas, que terminaram suas vidas". Memória de "tantas pessoas que nos fizeram bem, familiares, amigos, memória também daqueles que não fizeram tanto bem, mas que na misericórdia de Deus foram acolhidos, a grande misericórdia do Senhor".


    Depois a esperança, repetiu o Papa: “Esta é uma memória para olhar em frente, para olhar o nosso caminho, a nossa estrada”.


    Caminhamos para um encontro com o Senhor. Devemos pedir a graça da esperança... A esperança de todos os dias que nos leva adiante, nos ajuda a resolver os problemas.


    Pedir a Deus a paz

    Francisco olhou para os acontecimentos atuais, para este mundo ferido pelas guerras. Como no passado, ele dirigiu o seu pensamento às famílias de quem morre no campo de batalha. “Tantas lágrimas nestas vidas interrompidas”, repetiu. Depois exortou os presentes a invocar a paz de Deus e a rezar pelos “nossos defuntos”, de hoje e de ontem, “por todos”.


    Que o Senhor receba a todos. E que o Senhor também tenha piedade de nós e nos dê esperança para seguir em frente e encontrá-los todos juntos quando Ele nos chamar. Que assim seja.


    No final da liturgia marcada por cantos e orações, pelo sol e pela chuva, ouve a oração do Descanso Eterno. Depois, acompanhado de aplausos e gritos de “Viva o Papa” por trás dos portões, Francisco lentamente se dirigiu em direção à saída, com a cabeça voltada para baixo. Deu um último olhar nas lápides de mármore que contêm uma vida inteira. Uma vida "ceifada".


    O Papa responde às Dubia de cinco cardeais



    Publicadas no site do Dicastério para a Doutrina da Fé as respostas do Papa Francisco às perguntas dos cardeais Brandmüller, Burke, Sandoval Íñiguez, Sarah e Zen Ze-kiun



    Os cardeais Brandmüller, Burke, Sandoval Íñiguez, Sarah e Zen Ze-kiun apresentaram cinco perguntas ao Papa solicitando esclarecimentos sobre algumas questões relacionadas à interpretação da Revelação Divina, à bênção de uniões entre pessoas do mesmo sexo, à sinodalidade como dimensão constitutiva da Igreja, à ordenação sacerdotal de mulheres e ao arrependimento como condição necessária para a absolvição sacramental



    Vatican News

    O Papa Francisco respondeu a cinco Dubia enviadas a ele em julho passado pelos cardeais Walter Brandmüller e Raymond Leo Burke, com o apoio de três outros cardeais, Juan Sandoval Íñiguez, Robert Sarah e Joseph Zen Ze-kiun. As perguntas dos purpurados, em italiano, e as respostas do Papa, em espanhol, foram publicadas esta segunda-feira, 2 de outubro, no site do Dicastério para a Doutrina da Fé. A seguir está o texto com uma nossa tradução das respostas do Papa:

    1) Dubium sobre a afirmação de que a Revelação Divina deve ser reinterpretada de acordo com as mudanças culturais e antropológicas em voga.

    Após as afirmações de alguns bispos, que não foram corrigidas nem retratadas, surge a questão de saber se a Revelação Divina na Igreja deve ser reinterpretada de acordo com as mudanças culturais de nosso tempo e de acordo com a nova visão antropológica que essas mudanças promovem; ou se a Revelação Divina é vinculante para sempre, imutável e, portanto, não pode ser contradita, de acordo com o que foi ditado pelo Concílio Vaticano II, de que a Deus que revela é devida "a obediência da fé" (Dei Verbum 5); de que o que é revelado para a salvação de todos deve permanecer "para sempre intacto" e vivo, e ser "transmitido a todas as gerações" (7) e de que o progresso da compreensão não implica nenhuma mudança na verdade das coisas e das palavras, porque a fé foi "transmitida de uma vez por todas" (8), e o Magistério não é superior à palavra de Deus, mas ensina apenas o que foi transmitido (10).

    Respostas do Papa Francisco

    Caros irmãos,

    embora nem sempre pareça prudente responder diretamente às perguntas que me são dirigidas, e seria impossível responder a todas elas, neste caso considerei oportuno fazê-lo, dada a proximidade do Sínodo.

    Resposta à primeira pergunta

    a) A resposta depende do significado que atribuem à palavra "reinterpretar". Se for entendida como "interpretar melhor", a expressão é válida. Nesse sentido, o Concílio Vaticano II afirmou que é necessário que, através do trabalho dos exegetas - e eu acrescentaria, dos teólogos - "o juízo da Igreja amadureça" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição Dogmática Dei Verbum, 12).

    b) Portanto, se é verdade que a Revelação divina é imutável e sempre vinculante, a Igreja deve ser humilde e reconhecer que nunca esgota sua insondável riqueza e precisa crescer em sua compreensão.

    c) Consequentemente, também cresce em sua compreensão do que ela mesma afirmou em seu Magistério.

    d) As mudanças culturais e os novos desafios da história não alteram a Revelação, mas podem nos estimular a expressar melhor certos aspectos de sua riqueza transbordante que oferece sempre mais.

    e) É inevitável que isso possa levar a uma melhor expressão de algumas afirmações passadas do Magistério, e isso de fato aconteceu ao longo da história.

    f) Por outro lado, é verdade que o Magistério não é superior à Palavra de Deus, mas também é verdade que tanto os textos da Escritura quanto os testemunhos da Tradição precisam de uma interpretação que permita distinguir sua substância perene dos condicionamentos culturais. Isso é evidente, por exemplo, em textos bíblicos (como Êxodo 21, 20-21) e em algumas intervenções magisteriais que toleravam a escravidão (cf. Nicolau V, Bula Dum Diversas, 1452). Esse não é um argumento secundário, dada sua íntima conexão com a verdade perene da dignidade inalienável da pessoa humana. Esses textos precisam de uma interpretação. O mesmo se aplica a algumas considerações do Novo Testamento sobre as mulheres (1 Coríntios 11, 3-10; 1 Timóteo 2, 11-14) e a outros textos da Escritura e testemunhos da Tradição que não podem ser repetidos hoje assim como.

    g) É importante enfatizar que o que não pode mudar é o que foi revelado "para a salvação de todos" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição Dogmática Dei Verbum, 7). Portanto, a Igreja deve discernir constantemente o que é essencial para a salvação e o que é secundário ou menos diretamente relacionado a esse objetivo. Interessa-me recordar o que São Tomás de Aquino afirmou: "quanto mais se vai aos particulares, mais aumenta a indeterminação" (Summa Theologiae 1-1 1, q. 94, art. 4).

    h) Por fim, uma única formulação de uma verdade nunca pode ser compreendida adequadamente se for apresentada isoladamente, isolada do contexto rico e harmonioso de toda a Revelação. A "hierarquia das verdades" também implica colocar cada verdade em conexão adequada com verdades mais centrais e com o ensino da Igreja como um todo. Isso pode levar a diferentes maneiras de expor a mesma doutrina, mesmo que "para aqueles que sonham com uma doutrina monolítica defendida por todos sem nuances, isso pode parecer uma dispersão imperfeita. Mas a realidade é que tal variedade ajuda a manifestar e desenvolver melhor os diferentes aspectos da inesgotável riqueza do Evangelho (Evangelii gaudium, 40). Toda corrente teológica tem seus riscos, mas também suas oportunidades.

    2) Dubium sobre a afirmação de que a prática difusa de abençoar uniões do mesmo sexo está de acordo com a Revelação e o Magistério (CCC 2357).

    De acordo com a Revelação Divina, atestada na Sagrada Escritura, que a Igreja, "por mandato divino e com a assistência do Espírito Santo, piedosamente escuta, santamente conserva e fielmente expõe" (Dei Verbum IO): "No princípio" Deus criou o homem à sua imagem, macho e fêmea os criou e os abençoou, para que fossem fecundos (cf. Gn 1, 27-28), pelo que o Apóstolo Paulo ensina que negar a diferença sexual é a consequência de negar o Criador (Rm 1, 24-32). Pergunta-se: pode a Igreja derrogar esse "princípio", considerando-o, em contraste com o que ensina a Veritatis splendor 103, como um mero ideal, e aceitando como "bem possível" situações objetivamente pecaminosas, como as uniões entre pessoas do mesmo sexo, sem deixar de respeitar a doutrina revelada?

    Resposta do Papa Francisco à segunda pergunta

    a) A Igreja tem uma concepção muito clara do matrimônio: uma união exclusiva, estável e indissolúvel entre um homem e uma mulher, naturalmente aberta a gerar filhos.

    Somente essa união pode ser chamada de "matrimônio". Outras formas de união o realizam apenas "de maneira parcial e analógica" (Amoris laetitia 292), portanto não podem ser chamadas estritamente de "matrimônio".

    b) Não se trata apenas de uma questão de nomes, mas a realidade que chamamos de matrimônio tem uma constituição essencial única que requer um nome exclusivo, não aplicável a outras realidades. É, sem dúvida, muito mais do que um mero "ideal".

    c) Por essa razão, a Igreja evita qualquer tipo de rito ou sacramental que possa contradizer essa convicção e levar a entender que se reconheça como matrimônio algo que não o é.

    d) Todavia, em nosso relacionamento com as pessoas, não devemos perder a caridade pastoral, que deve permear todas as nossas decisões e atitudes. A defesa da verdade objetiva não é a única expressão dessa caridade, que também é composta de gentileza, paciência, compreensão, ternura e encorajamento. Portanto, não podemos ser juízes que apenas negam, rejeitam, excluem.

    e) Portanto, a prudência pastoral deve discernir adequadamente se existem formas de bênção, solicitadas por uma ou mais pessoas, que não transmitam um conceito errôneo de matrimônio. Pois, quando se pede uma bênção, está se expressando um pedido de ajuda a Deus, uma súplica para poder viver melhor, uma confiança em um Pai que pode nos ajudar a viver melhor.

    f) Por outro lado, embora existam situações que, de um ponto de vista objetivo, não são moralmente aceitáveis, a mesma caridade pastoral exige que não tratemos simplesmente como "pecadores" outras pessoas cuja culpa ou responsabilidade pode ser atenuada por vários fatores que influenciam a imputabilidade subjetiva (cf. São João Paulo II, Reconciliatio et Paenitentia, 17).

    g) As decisões que podem fazer parte da prudência pastoral em determinadas circunstâncias não precisam necessariamente se tornar uma norma. Ou seja, não é conveniente que uma Diocese, uma Conferência Episcopal ou qualquer outra estrutura eclesial habilite constante e oficialmente procedimentos ou ritos para todo tipo de questão, pois tudo "que faz parte de um discernimento prático diante de uma situação particular não pode ser elevado ao nível de norma", porque isso "daria lugar a uma casuística insuportável" (Amoris laetitia 304). O Direito Canônico não deve e não pode abranger tudo, nem as Conferências Episcopais, com seus vários documentos e protocolos, devem pretender isso, uma vez que a vida da Igreja flui por muitos canais além dos normativos.

    3) Dubium acerca da afirmação de que a sinodalidade é "dimensão constitutiva da Igreja" (Cost.Ap. Episcopalis Communio 6), de modo que a Igreja seria por sua natureza sinodal.

    Já que o Sínodo dos bispos não representa o colégio episcopal, mas é um mero órgão consultivo do Papa, enquanto os bispos, como testemunhas da fé, não podem delegar sua confissão da verdade, se questiona se a sinodalidade pode ser critério regulamentar supremo do governo permanente da Igreja sem alterar o seu regime constitutivo desejado pelo seu Fundador, para o qual a suprema e plena autoridade da Igreja é exercitada seja pelo Papa, em virtude do seu cargo, seja pelo colégio dos bispos juntamente com a sua cabeça, o Romano Pontífice (Lumen gentium 22).

    Resposta do Papa Francisco à terceira pergunta

    a) Não obstante reconheçam que a autoridade suprema e plena da Igreja seja exercitada seja pelo Papa em virtude do seu cargo, seja pelo colégio dos bispos com a sua cabeça o Romano Pontífice (Cfr. Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição dogmática Lumen gentium, 22), com essas mesmas perguntas os senhores manifestam a própria necessidade de participar, de expressar livremente o seu parecer e de colaborar, pedindo assim uma forma de "sinodalidade" no exercício do meu ministério.

    b) A Igreja é um "mistério de comunhão missionária", mas esta comunhão não é somente afetiva ou etérea, mas implica necessariamente uma participação real: não só a hierarquia, mas todo o Povo de Deus em modos diversos e em diferentes níveis pode fazer ouvir a própria voz e sentir-se parte do caminho da Igreja. Neste sentido, podemos dizer que a sinodalidade, como estilo e dinamismo, é uma dimensão essencial da vida da Igreja. Sobre este ponto, disse coisas muitos belas são João Paulo II na Novo millennio ineunte.

    c) Outra coisa é sacralizar ou impor uma determinada metodologia sinodal que agrada um grupo, transformá-la em norma e percurso obrigatório para todos, porque isto levaria somente a “congelar” o caminho sinodal, ignorando as diversas características das várias Igrejas particulares e a variegada riqueza da Igreja universal.

    4) Dubium acerca do apoio de pastores e teólogos à teoria de que “a teologia da Igreja mudou” e que, portanto, a ordenação sacerdotal pode ser conferida às mulheres.

    Após as afirmações de alguns prelados, que não foram nem corrigidas nem retratadas, segundo os quais com o Vaticano II teria mudado a teologia da Igreja e o significado da Missa, se questiona se ainda é válido o ditado do Concílio Vaticano II, de que "o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial diferem essencialmente e não apenas em grau" (Lumen Gentium IO) e que os presbíteros, em virtude do "sacro poder da ordem para oferecer o sacrifício e perdoar os pecados" (Presbyterorum Ordinis 2), agem em nome e na pessoa de Cristo mediador, por meio do qual tornou-se perfeito o sacrifício espiritual dos fiéis. Questiona-se também se ainda é válido o ensinamento da carta apostólica de são João Paulo II Ordinatio Sacerdotalis, que ensina como verdade a ser considerada definitiva a impossibilidade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, de modo que este ensinamento não está mais sujeito a mudanças nem à livre discussão dos pastores ou dos teólogos.

    Resposta do Papa Francisco à quarta pergunta

    a) "O sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial diferem essencialmente" (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição dogmática Lumen gentium, 10). Não é oportuno apoiar uma diferença de grau que implique considerar o sacerdócio comum dos fiéis como algo de "segunda categoria" ou de menor valor ("um grau inferior"). Ambas as formas de sacerdócio se iluminam e se amparam reciprocamente.

    b) Quando são João Paulo II ensinou que é preciso afirmar "de modo definitivo" a impossibilidade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres de modo algum estava denigrando as mulheres e conferindo um poder supremo aos homens. São João Paulo II afirmou também outras coisas. Por exemplo, que quando falamos do poder sacerdotal “estamos no âmbito da função, não da dignidade e da santidade”. (são João Paulo II, Christifideles laici, 51). São palavras que não colhemos suficientemente. Afirmou ainda claramente que não obstante só o sacerdote presida à Eucaristia, as tarefas "não dão justificação à superioridade de uns sobre os outros" (são João Paulo II, Christifideles laici, nota 190; Cfr. Congregação para a Doutrina da Fé, Declaração Inter Insigniores, VI). Afirmou também que se a função sacerdotal é "hierárquica", não deve ser compreendida como uma forma de domínio, mas “é totalmente ordenada à santidade dos membros de Cristo” (são João Paulo II, Mulieris dignitatem, 27). Se isto não for compreendido e não forem tiradas as consequências práticas dessas distinções, será difícil aceitar que o sacerdócio seja reservado só aos homens e não poderemos reconhecer os direitos das mulheres ou a necessidade de que elas participem, de vários modos, na condução da Igreja.

    c) De outro lado, para ser rigorosos, reconheçamos que ainda não foi desenvolvida exaustivamente uma doutrina clara e com autoridade sobre a natureza exata de uma "declaração definitiva". Não é uma definição dogmática, e mesmo assim deve ser aceita por todos. Ninguém pode contradizê-la publicamente e todavia pode ser objeto de estudo, como no caso da validade das ordenações na Comunhão anglicana.

    5) Dubium acerca da afirmação de que “o perdão é um direito humano” e a insistência do Santo Padre sobre o dever de absolver todos e sempre, para o qual o arrependimento não seria condição necessária para a absolvição sacramental.

    Questiona-se se ainda está em vigor o ensinamento do Concílio de Trento, segundo o qual, para a validade da confissão sacramental, é necessária a contrição do penitente, que consiste em detestar o pecado cometido com o propósito de não pecar mais (Parágrafo XIV, Capítulo IV: DH 1676), de modo que o sacerdote deve adiar a absolvição quando estiver claro que esta condição não foi realizada.

    Resposta do Papa Francisco à quinta pergunta

    a) O arrependimento é necessário para a validade da absolvição sacramental e implica a intenção de não pecar. Mas aqui não há matemática e devo recordar mais uma vez que o confessionário não é uma alfândega. Não somos os donos, mas humildes administradores dos Sacramentos que nutrem os fiéis, porque estes dons do Senhor, mais do que relíquias a conservar, são auxílio do Espírito Santo para a vida das pessoas.

    b) Existem muitas maneiras de expressar arrependimento. Muitas vezes, nas pessoas que estão com a autoestima muito ferida, declararem-se culpadas é uma tortura cruel, mas só o ato de se aproximar da confissão é uma expressão simbólica de arrependimento e de busca da ajuda divina.

    c) Quero também recordar que “às vezes nos custa muito dar espaço na pastoral ao amor incondicional de Deus" (Amoris laetitia 311), mas se deve aprender. Seguindo são João Paulo II, defendo que não devemos pedir aos fiéis propósitos de correção demasiados detalhados e firmes, que no final acabam por ser abstratos ou até mesmo narcisistas, mas inclusive a previsibilidade de uma nova queda "não prejudica a autenticidade do propósito" (são João Paulo II, Carta ao Card. William W. Baum e aos participantes do curso anual da Penitenciaria Apostólica, 22 de março de 1996, 5).

    d) Por fim, deve ser claro que todas as condições que normalmente se colocam na confissão geralmente não são aplicáveis quando a pessoa se encontra numa situação de agonia ou com as suas capacidades mentais e psíquicas muito limitadas.

    Alegria da Igreja no Uruguai pela iminente Beatificação de Dom Jacinto


    Dom Jacinto Vera, primeiro Bispo de Montevidéu 


    Dom Jacinteo é considerado pai dos pobres e amigo dos sacerdotes, promoveu a integração dos cristãos leigos na vida da sociedade, a educação católica e a imprensa católica.


    Vatican News

    Os Bispos e o povo do Uruguai expressaram imensa alegria pela aprovação, da Santa Sé, de um milagre por intercessão do primeiro Bispo de Montevidéu. Ao recordar a figura deste incansável evangelizador, os Bispos declaram: “Foi um missionário e apóstolo, na cidade e no campo. Ele percorreu, três vezes, todo o país inteiro, socorrendo os feridos de guerras civis e fomentando missões de paz. Considerado pai dos pobres e amigo dos sacerdotes, promoveu a integração dos cristãos leigos na vida da sociedade, a educação católica e a imprensa católica. Fundou o Seminário da capital para a formação de futuros sacerdotes e incentivou a vinda de numerosas Congregações religiosas ao país: Salesianos e Salesianas, Dominicanos, Vicentinos, Capuchinhos, Jesuítas…”.


    Os Bispos uruguaios destacaram ainda que Dom Jacinto Vera “guiou a Igreja sul-americana, mormente nos momentos difíceis, revitalizando a vida e a graça do Evangelho entre todos, sem distinção. Ao término da sua vida terrena, o Bispo contava com uma admiração unânime da sociedade do seu tempo, até de seus adversários. Sua iminente Beatificação leva-nos a renovar o nosso ardor missionário e o desejo de servir o país e o povo uruguaio”.


    Dados biográficos

    Jacinto Vera nasceu em 3 de julho de 1813 em um navio, no Oceano Atlântico, durante a viagem de sua família para o Uruguai, proveniente das Ilhas Canárias. Ao chegar ao país, o jovem trabalho com a sua família na lavoura, em Maldonado e Toledo. Aos 19 anos, sentiu-se chamado para a vida sacerdotal. Por isso, foi dispensado de servir o exército. Não tendo condições de estudar no país, por falta de Institutos de religiosos, transferiu-se para Buenos Aires, Argentina, onde se formou e celebrou sua Primeira Missa em 6 de junho de 1841.


    Após a Ordenação foi designado como vigário paroquial e, depois, pároco da Villa de Guadalupe, em Canelones, onde trabalhou 17 anos. Em 4 de outubro de 1859, foi nomeado Vigário Apostólico do Uruguai, recebendo a ordenação episcopal na Matriz de Montevidéu, em 16 de julho de 1865.


    Ministério episcopal

    Em 1870, Dom Jacinto Vera participou do Concílio Vaticano I. Em 1878, com a criação da diocese de Montevidéu, que abrangia todo o Uruguai, foi nomeado seu primeiro Bispo.


    Dom Jacinto faleceu durante uma missão apostólica, em 6 de maio de 1881. Em seu funeral, o povo já o considerava Santo, que lhe dedicou um memorial fúnebre, onde descansam seus restos mortais, na Catedral de Montevidéu, inaugurado um ano após a sua morte.


    A Congregação das Causas dos Santos, com a aprovação do Santo Padre, reconheceu o seu milagre da “cura de uma menina de 14 anos”, ocorrida em 8 de outubro de 1936. Após uma operação de apendicite, a menina foi acometida por uma infecção, que se agravou, não obstante os incessantes tratamentos. Um tio da enferma levou-lhe uma fotografia, com uma relíquia do Servo de Deus, pedindo que lhe fosse colocada sobre a ferida e que toda a família rezasse muito. Na mesma noite, a febre diminuiu e cessaram suas dores. Na manhã seguinte, os médicos constataram a completa cura da menina, cientificamente inexplicável.


    Fonte: Agência Fides

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