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Finlândia mostra-se favorável em aderir à OTAN apesar das ameaças do Kremlin

@euronews.

A Finlândia ficou esta quarta-feira mais perto de se candidatar a adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO). De acordo com os meios de comunicação locais, o primeiro debate parlamentar sobre a candidatura revelou haver maioria a favor e uma escassa minoria contra.

No portal da "Yle", a rádio pública finlandesa, lê-se ter ficado praticamente decidido que um pedido para aderir à NATO vai ser concretizado em maio apesar das recentes ameaças da Rússia. E talvez mesmo sobretudo devido a essas tais ameaças do Kremlin.

A invasão da Ucrânia terá tido peso, sublinhou perante os deputados Antti Lindtman, o líder do grupo parlamentar do Partido Social Democrata (SDP), da primeira-ministra Sanna Marin, que na semana passada já se havia mostrado a favor da adesão ao lado da homóloga da Suécia, que também abriu a discussão aos respetivos eleitos. 

É de notar que as ações da Rússia colocaram a Finlândia mais necessitada de uma aliança militar.

  • Antti Lindtman 
  • Líder do grupo parlamentar social democrata da Finlândia


Perante a evolução do debate na Finlândia e na Suécia, o Kremlin reiterou os avisos a ambos os governos.

"Sob os auspícios dos Estados Unidos, Bruxelas tem vindo a puxar a Suécia e a Finlândia para a sua estrutura já há algum tempo. Houve várias medidas híbridas dessa sedução sob o pretexto de exercícios ou sessões de formação. Fizemos todos os nossos alertas, publicamente e pelos canais bilaterais. Eles conhecem-nos, por isso não é surpresa. Estão informados de todas as consequências", disse à Russia-24 a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova.

Cidadãos mostram-se favoráveis

Entre os cidadãos finlandeses, o comerciante Hannu Liskinen, de 73 anos, considera que o país tinha "estado relativamente em segurança até agora". Eu já era da opinião de que devíamos ter aderido à NATO nos anos 60 porque temos a maior fronteira europeia com a Rússia", acrescentou.

Sofia Lindblom, de 24 anos, reside em Helsínquia, a capital finlandesa, e assume que "era contra a adesão à NATO". "Por causa desta situação [na Ucrânia], agora sou a favor", reconhece.

O final do debate no Parlamento terminou com manifestações de um provável "sim" à NATO entre mais de 180 deputados. Apenas 13 se mostram contrários. Entre os hesitantes, os meios de comunicação locais perceberam haver apenas algumas garantias em falta, mas que poderão ser esbatidas nos próximos dias.

O debate vai prosseguir agora na especialidade, a candidatura necessitará de cerca de dois terços dos 200 deputados finlandeses a favor. A decisão será conhecida em maio. 

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